Caracterize o espaço alemão após o término da Segunda Guerra Mundial

Caracterize o espaço alemão após o término da Segunda Guerra Mundial

Com o fim da Segunda Grande Guerra, a Europa, continente mais poderoso até então, teve grandes perdas, inclusive de seu status no mundo. Estados Unidos e União Soviética tornaram-se os novos centros de decisões político-econômicas. Entretanto, ambos queriam alcançar o poder máximo e rivalizavam em dois blocos. Enquanto os EUA, assim como as potências europeias, queriam manter o capitalismo existente, a URSS pretendia expandir o socialismo pelo mundo. A essa disputa entre as duas novas potências denominamos Guerra Fria.

Ao contrário da política nacionalista vista no período imperialista anterior à guerra, os países viam a necessidade de se unir a fim de se recuperar. Os Estados Unidos, em uma tentativa de proteger o capitalismo que estava em crise, aprovou, em 1948, um plano de auxílio econômico aos países destruídos pela guerra, o chamado Plano Marshall.

O destino dos países do Eixo foi decidido em duas conferências, de Yalta e de Potsdam. A Alemanha foi dividida em quatro partes, pertencentes a EUA, URSS, França e Inglaterra. No entanto, cada potência queria aplicar seu sistema político à região dominada, o que levou à divisão do país em República Federal Alemã ou Alemanha Ocidental, sob domínio norte-americano, e República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental, sob domínio soviético. Assim como o país, sua capital, Berlim, também se dividiu entre capitalismo e socialismo, separação que foi concretizada com a construção do Muro de Berlim.

Os países capitalistas da Europa, na busca por reestruturação econômica, formaram um bloco que pretendia abolir os impostos alfandegários entre os membros, que ficou conhecido como Mercado Comum Europeu (MCE). De forma semelhante, foi formado o COMECON, entre os aliados à URSS.

Caracterize o espaço alemão após o término da Segunda Guerra Mundial

Assim como no fim da Primeira Guerra, os países devastados queriam prevenir a incidência de novos conflitos e para isso foi criada uma nova organização, a Organização das Nações Unidas (ONU), que tinha como objetivo manter a paz mundial.

A guerra não apresentou conflitos diretos entre Estados Unidos e União Soviética. Entretanto, os EUA, com a chamada doutrina Truman, enviavam suprimentos de guerra para combater o comunismo em alguns países e formaram a OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar entre os países capitalistas. A URSS, com o mesmo objetivo, criou o Pacto de Varsóvia. A rivalidade entre as duas potências causou uma grande corrida espacial e armamentista que foi responsável por grandes avanços nos estudos científicos.

Durante a Guerra da Coreia, o norte, socialista, invadiu o sul, capitalista, gerando um conflito com apoio das potências em cada região. O mesmo ocorreu na Guerra do Vietnã, porém nesta houve uma derrota norte-americana.

Na década de 1980, a União Soviética passou por uma forte crise e as reformas político-econômicas glasnost e perestroika geraram uma abertura econômica que começava a tirar a força do socialismo. Em 1989, houve a queda do Muro de Berlim, causando a unificação das partes Oriental e Ocidental da capital. Em 1990, toda a Alemanha foi reunificada e em 1991 a URSS se desmembrou, caracterizando o fim da Guerra Fria.

A Segunda Guerra Mundial foi o conflito mais sangrento da nossa história. De 1939 a 1945, milhões de pessoas perderam suas vidas no campo de batalha. A política expansionista e militarista do nazifascismo provocou um novo conflito mundial. Aliados e Eixo disputaram durante seis anos a vitória na guerra. O Brasil também participou de forma efetiva com as tropas aliadas. O final da Segunda Guerra Mundial trouxe grandes consequências para o mundo.

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Causas da Segunda Guerra Mundial

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Para compreender as causas da Segunda Guerra Mundial, é preciso resgatar a forma como terminou a Primeira Guerra Mundial, em 1918. OTratado de Versalhes, assinado no ano seguinte, impôs severas sanções à Alemanha, que foi considerada a culpada pela guerra. Os alemães saíram derrotados e humilhados do conflito. Além disso, a crise econômica de 1929, originada nos Estados Unidos, rapidamente se espalhou pelo mundo, aprofundando ainda mais os países europeus, que, a muito custo, tentavam reerguer-se dos escombros da guerra.

Esse cenário catastrófico, de crise política, social e econômica, fez surgir grupos radicais que prometiam resgatar a grandeza do império alemão de séculos anteriores, vingando a humilhação que o Tratado de Versalhes promoveu ao povo alemão. Adolf Hitler, com seu Partido Nazista, ganhava espaço na política da Alemanha.

Em 1933, Hitler foi aclamado como chanceler e tinha em suas mãos todos os poderes para governar os alemães. O Führer, o “líder”, era aclamado por onde passava, e a ele o seu povo prestava juramento de lealdade. A partir desse momento, Hitler tratou de expandir o domínio alemão sobre a Europa, reivindicando territórios que pertenceram ao império alemão. Ele estava disposto a tudo para construir o Terceiro Reich.

A Itália também atravessava processo semelhante. Os italianos, assim como os alemães, saíram humilhados da Primeira Guerra Mundial e, durante a década de 1920, enfrentaram uma crise geral, com greves e desemprego. Benito Mussolini liderou o Partido Fascista e foi alçado ao poder em 1922, tornando-se o Il Duce, o grande líder do povo italiano.

Com tantas semelhanças entre alemães e italianos, não demorou para que Hitler e Mussolini se aproximassem e fizessem alianças políticas e militares. Pouco antes de começar a guerra, os dois líderes aproximaram-se do Japão, dando início ao Eixo, que lutaria contra os Aliados na Segunda Guerra Mundial.

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Ao perceber o avanço de Hitler, primeiro na política interna da Alemanha e depois, externamente, ao procurar anexar países, Inglaterra e França decidiram não intervir nas decisões nazistas. Tratava-se da política de apaziguamento. Em vez de atacar o inimigo e provocar outra guerra, os líderes britânicos e franceses decidiram conversar, fazer um acordo com Hitler. Winston Churchill, que, em 1940, seria o premier britânico durante quase toda a guerra, disse uma frase que resumiu essa política:

“Entre a desonra e a guerra, vocês escolheram a desonra e terão a guerra.” 

Ao permitir que Hitler mantivesse o seu expansionismo para evitar uma nova guerra, Inglaterra e França estavam entrando em outro conflito. Hitler também fez um acordo com Josef Stalin, líder da União Soviética, o Pacto Molotov-Ribbentrop, um tratado de não agressão entre os dois países. Hitler não cumpriria esse pacto e, em 1941, invadiria a URSS.

O expansionismo nazista, as anexações de territórios e a não intervenção das grandes potências europeia acabaram levando o mundo para outro conflito mundial sem precedentes em nossa história.Em 1º de setembro de 1939, as tropas alemãs invadiram a Polônia. Apesar das inúmeras exigências para que se retirassem do território polonês, elas permaneceram. Com a recusa alemã em cumprir as exigências, Inglaterra e França declararam guerra contra a Alemanha, desencadeando a Segunda Guerra Mundial. 

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Combatentes da Segunda Guerra Mundial

Os países que lutaram durante Segunda Guerra Mundial agruparam-se em Aliados e Eixo. Os Aliados eram:

  • Estados Unidos
  • Inglaterra
  • França
  • União Soviética

Enquanto o Eixo era formado por:

  • Alemanha
  • Itália
  • Japão

Fases e acontecimentos da Segunda Guerra Mundial

Podemos dividir a Segunda Guerra Mundial em duas fases:

  • Primeira fase (1939-1942)

Nessa fase, as tropas do Eixo avançaram rapidamente pela Europa. Em 1940, as tropas nazistas já ocupavam grande parte da França. Hitler fez questão de que a rendição francesa fosse assinada no mesmo vagão de trem que, em 1918, os alemães renderam-se logo após a derrota na Primeira Guerra Mundial. A Inglaterra foi atacada por aviões alemães. Em 1940, Winston Churchill foi eleito primeiro-ministro e iniciou a reação inglesa contra o ataque inimigo.

Essa fase favorável ao Eixo encerrou-se em 1941, quando as tropas nazistas foram derrotadas na União Soviética, após invasão ordenada por Hitler. Em dezembro do mesmo ano, os Estados Unidos foram atacados por kamikazes japoneses em sua base aérea de Pearl Harbor, no Oceano Pacífico. Os norte-americanos, com esse ataque, entraram na guerra.

  • Segunda fase (1943-1945)

A segunda fase da guerra foi definitiva para o término do conflito. Com a entrada dos Estados Unidos e da União Soviética no confronto, ingleses e franceses contaram com ajudas importantes para responder aos ataques nazifascistas. As tropas aliadas iniciaram o contra-ataque e reverteram o avanço do Eixo obtido na primeira fase. Do lado oriental, as tropas soviéticas; do lado ocidental, as tropas americanas, inglesas e francesas.

Na Europa, o Eixo foi perdendo espaço e sendo encurralado pelos Aliados. Benito Mussolini foi o primeiro líder a ser derrotado. Um dos dias mais marcantes para os Aliados na Segunda Guerra Mundial foi o dia 6 de junho de 1944, que entrou para a história como o Dia D. Nessa ocasião, ocorreu o desembarque dos aliados na Normandia, norte da França, ato que foi decisivo para encaminhar o Eixo à derrota ao iniciar a libertação francesa do domínio nazista.

A Itália foi o primeiro país do Eixo a se render, em 1943. Dois anos depois, veio a derrota nazista. Percebendo que a vitória dos Aliados era uma realidade, o Führer suicidou-se. Logo em seguida, os alemães renderam-se aos aliados, em 8 de maio de 1945. Esse dia foi comemorado como o Dia da Vitória. A Segunda Guerra na Europa já tinha terminado, mas, no Pacífico, os japoneses não assinaram a rendição e continuaram o combate, principalmente contra as tropas norte-americanas.

Bombas atômicas

A recusa do Japão em render-se e a vingança ao ataque a Pearl Harbor fizeram com que os Estados Unidos lançassem duas bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, e Nagasaki, dois dias depois. A destruição foi enorme e o imperador Hirohito não teve alternativa senão a rendição.

Caracterize o espaço alemão após o término da Segunda Guerra Mundial
Bomba atômica lançada pelos Estados Unidos em Nagasaki (Japão), em agosto de 1945.

Brasil na Segunda Guerra Mundial

No começo da Segunda Guerra Mundial, o Brasil optou pela neutralidade. Getúlio Vargas governava o país como ditador desde 1937, quando deu o golpe do Estado Novo. Apesar da simpatia que ele e integrantes do governo tinham pelo nazifascismo, no primeiro momento, a neutralidade prevaleceu. O Brasil tinha acordos econômicos com potências europeias, e qualquer posicionamento brasileiro poderia comprometê-los.

A situação mudou a partir de 1942. O presidente norte-americano Franklin Roosevelt visitou o Brasil e teve um encontro com Vargas em Natal (RN). A base aérea da capital potiguar era estratégica para os aviões aliados deslocarem-se pelo Atlântico e atacarem o Eixo no norte da África e, em seguida, no sul europeu. O Brasil cederia a base aérea de Natal e, em troca, os Estados Unidos concederiam empréstimos para Vargas continuar sua política de investimento na indústria de base. Assim, o Brasil rompeu relações diplomáticas com os alemães e declarou guerra ao Eixo.

Ao contrário do que ocorreu na Primeira Guerra Mundial, o Brasil enviou tropas para a guerra na Europa. Em 1944 foi criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que foi lutar contra as tropas nazistas na Itália. Apesar da rendição italiana no ano anterior, o país ainda tinha muitas tropas alemãs por lá. A participação da FEB foi vitoriosa, pois derrotou várias tropas inimigas. A vitória mais conhecida foi a conquista de Monte Castelo.

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A Força Expedicionária Brasileira teve papel fundamental na vitória sobre as tropas nazistas na Itália.

Fim da Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945, deixando como saldo uma Europa devastada, o mundo horrorizado com a abertura dos campos de concentração e duas superpotências surgindo:

  • Estados Unidos, capitalista;
  • União Soviética, comunista.

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Em Londres, a família real e o premier Winston Churchill acompanham as comemorações do Dia da Vitória, em 8 de maio de 1945.

Consequências da Segunda Guerra Mundial

É claro que o mundo não seria o mesmo depois do final da Segunda Guerra Mundial. A Europa não teria mais a força política, econômica e cultural que teve durante séculos. As potências europeias, tanto as que venceram como as que perderam, não tinham condições de manter suas colônias na Ásia e na África. Esse enfraquecimento da Europa abriu espaço para o processo de descolonização, ou seja, a independência dessas colônias.

A Alemanha teve seu território e sua capital, Berlim, dividida em zonas de influência dos países vencedores. Iniciava-se o processo de desnazificação do país ao se destruir os símbolos ligados ao nazismo e a Adolf Hitler. As propagandas que exaltavam o Füher foram banidas. Nazistas foram julgados e condenados à morte no Tribunal de Nuremberg.

Pouco antes do final da Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética já esboçavam suas diferenças sobre o mundo a ser formado após o conflito. Em 1947, começava a Guerra Fria, na qual americanos e soviéticos entrariam em conflito ideológico, o que não significou que não houve momentos em que as duas superpotências, por pouco, não entraram num confronto direito. As armas nucleares tornaram-se objetos de disputas diplomáticas e de intimidação. Se elas fossem utilizadas, o mundo inteiro poderia ter sido destruído.

Apesar do fracasso da Liga das Nações, órgão internacional criado logo após o final da Primeira Guerra Mundial, em garantir a paz mundial e evitar uma nova guerra, ainda se manteve a esperança de uma instituição mundial que tivesse o mesmo objetivo. Em 1945, foi criada a Organização das Nações Unidas, que, além de evitar outra guerra mundial, buscava (e ainda busca) garantir a defesa e o cumprimento dos Direitos Humanos.

No Brasil, a volta dos soldados da FEB expôs uma contradição. Ao mesmo tempo que brasileiros lutaram na guerra contra a ditadura nazifascista, o Brasil era governado por um ditador autoritário. Os militares voltaram da Europa com a popularidade alta e desejosos de participar da vida política. Em novembro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto por militares, encerrando-se a ditadura do Estado Novo.

Curiosidades sobre a Segunda Guerra Mundial

  • O símbolo da Força Expedicionária Brasileira era uma cobra fumando um cachimbo. Dizia-se na época que, se o Brasil entrasse na guerra, a cobra fumaria.
  • Logo após o final da guerra e a rendição do Japão, em algumas colônias japonesas espalhadas pelo mundo, começou o conflito entre aqueles que aceitavam na rendição e os que acreditavam na vitória japonesa. O filme Corações sujos, baseado no livro homônimo de Fernando Meireles, trata sobre isso.
  • Estudos recentes mostram que a rápida expansão das tropas nazistas durante a primeira fase da Segunda Guerra Mundial deu-se por conta da anfetamina, substância que os soldados alemães tomavam antes das batalhas e que provoca euforia e resistência.

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Exercícios resolvidos

Questão 1 – Após a leitura dos itens seguintes, assinale a alternativa que corretamente cita o estopim da Segunda Guerra Mundial:

A) Invasão alemã da Polônia, em 1939

B) Acordo entre nazistas e soviéticos, em 1938

C) Política de apaziguamento

D) Ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941

Resolução

Alternativa A. Dentro da sua política de expansão territorial, a Alemanha nazista anexou territórios que pertenceram ao antigo império alemão. Em 1939, as tropas alemãs invadiram a Polônia, desencadeando a Segunda Guerra Mundial.

Questão 2 – A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial aconteceu de que forma?

A) Envio de equipe médica e medicamentos para os Aliados.

B) Ataque aos submarinos norte-americanos no Atlântico.

C) Empréstimo em dólares para o treinamento inglês para a guerra.

D) Envio de tropas e empréstimo da base área de Natal (RN) para os Aliados.

Resolução

Alternativa D. O Brasil participou da Segunda Guerra Mundial enviando soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar contra os nazistas na Itália e com o uso da Base Aérea de Natal (RN) por aviões aliados.

Publicado por Carlos César Higa

Como ficou o espaço alemão após o término da Segunda Guerra Mundial?

Depois da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em Alemanha Ocidental (capitalista) e Alemanha Oriental (socialista). O processo de reunificação da Alemanha ocorreu apenas no final da década de oitenta, com a queda do Muro de Berlim e a crise dos países de regime socialista.

Como ficou o espaço alemão após a queda do Muro de Berlim?

Depois da Batalha de Berlim, todo o território alemão foi ocupado pelas forças aliadas e dividido em quatro zonas: francesa, britânica, norte-americana e soviética. Essa divisão em quatro zonas reproduziu-se no território alemão como um todo e mais especificamente na capital alemã, Berlim.

O que aconteceu após o término da Segunda Guerra Mundial?

Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa entrou em declínio. Afinal, durante os combates, cidades, fábricas, portos, estradas e ferrovias foram bombardeados e destruídos. Nesse contexto de ruína da Europa, os EUA e a antiga URSS se consolidaram como principais potências do mundo.

Como ficou a Alemanha após o término da Segunda Guerra Mundial Brainly?

Com o fim da 2 guerra mundial, a Alemanha foi dividida em 2, no meio dela foi construído o muro de Berlim, de um lado era socialista, pertecente a União Soviética e do outro era capitalista, pertecente aos Estados Unidos.