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Vassalagem (do latim medieval vassus, latinização do termo de origem celta gwas, "rapaz") na Idade Média, consistia em um acordo de serviços recíproco entre uma pessoa política e economicamente menos influente e uma outra que sob esses aspectos lhe era superior. O fenómeno é próprio do sistema feudal, que considerava pilar do equilíbrio político, militar e económico a divisão do território e o regime de propriedade decorrente disso.
Assim, um vassalo[1] é uma pessoa que tem uma obrigação mútua a um senhor ou soberano, no contexto do sistema feudal da Europa medieval.
A obrigação frequentemente incluía suporte militar por cavaleiros em troca de certos privilégios, usualmente incluindo posse de terras como feudo.[2]
Dessa maneira, afirmam-se as relações de dependência pessoal, de vassalagem, garantindo aos senhores aumentar continuamente sua força militar, através do apoio armado que recebiam de seus vassalos (nobres hierarquicamente inferiores). Estes, em troca de fidelidade e lealdade a seu senhor, recebiam benefícios, como o feudo. A cerimónia da homenagem, através da qual o vassalo colocava suas mãos entre as do senhor, sacramentava, solenemente, os laços de dependência pessoal. Ao longo da Alta Idade Média, esse quadro político se consolida, afirmando-se o poder local, monopolizado pelo senhor feudal. Vale lembrar que a relação de suserania e vassalagem é exclusiva da classe nobre, ficando esta a cargo da força militar. Abaixo existiam os servos, os quais os vassalos (senhores feudais sub-enfeudados) tinham direito de alta e baixa justiça, aqueles lavravam a terra para o senhor feudal e não tinham participação na força bélica devido ao forte temor de sublevação.
O ritual é dividido em três partes: a homenagem, a fé e a investidura.
A primeira fase é a homenagem, a fase verbal. O vassalo exprime sua vontade de se tornar homem do senhor. Depois o vassalo coloca suas mãos entre as do senhor em sinal de submissão. A homenagem não poderia ser feita por procuração.
“Provavelmente a partir do período carolíngio, um segundo ritual, propriamente religioso, veio sobrepor-se ao anterior: com a mão estendida sobre os evangelhos ou sobre as relíquias, o novo vassalo jurava ser fiel ao seu senhor”.
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Feudalismo
- Estado vassalo
Referências
- ↑ Hughes, Michael (1992). Early Modern Germany, 1477–1806, MacMillan Press and University of Pennsylvania Press, Philadelphia, p. 18. ISBN 0-8122-1427-7.
- ↑ F. L. Ganshof, "Benefice and Vassalage in the Age of Charlemagne" Cambridge Historical Journal 6.2 (1939:147-75).
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- O vassalo fiel na baixa Idade Média portuguesa, por Fátima Fernandes, Revista Tiempo y Espacio, n. 14, Universidad Bio-bio, Chile, 2004
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Dentro das práticas do feudalismo existem várias relações nas formas de trabalho, relações tidas com compromissos e obrigações, existindo aqui a classe dominada e a dominante, esta se hierarquiza por meio de vassalagem e de subenfeudação. A vassalagem tinha sua importância na garantia mínima de coesão da classe dominadora que asseguravam a reprodução das relações sociais de produção implantadas. Assim, o vassalo ganha a terra à lealdade, subsídio nas batalhas, pagamento de resgate.
Durante a cerimônia que era realizada para firmar o compromisso, o vassalo se ajoelhava para assim declarar sua fidelidade diante de todos em caso de guerra.
Essa hierarquia podia ser vista também de duas maneiras: os vassalos diretos do rei e os vassalos destes vassalos diretos. Concomitantemente, no primeiro caso, os vassalos careceriam jurar fidelidade ao monarca, já no segundo, jurariam fidelidade aos vassalos reais.
A pilastra dessa hierarquização é a vassalagem, onde torna-se vassalo aquele que se conduz ao que será suserano e se recomenda. Esta recomendação denota que o vassalo apresenta-se à proteção do suserano, com isso, lhe promete a servidão.
Na Alemanha ocorre a organização monárquica de modo formal, sendo que, a vassalagem não chega a se instalar, subsistindo grande autonomia global.
O predomínio nas relações feudo-vassálicas existentes entre os membros da nobreza, no qual a concessão do feudo instituía o núcleo desse pacto, designando assim, a sociedade feudal. Não esquecendo que as relações entre senhoris e campesinos não foram menos importantes nas características desta sociedade cheia de hierarquias.
Contudo, o súdito (vassalo) empenhava-se a ajudar seu suserano quando fizesse necessário. Com isso, o suserano dava ao seu vassalo como recompensa um feudo (este podendo ser dado em terras, cargos ou em dinheiro).
Bibliografia:
ANDERSON, Perry. Em busca de uma síntese. In: Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 2000, p. 123-137.
ARRUDA, José Jobson. O sistema feudal. História Integrada: da Idade Média ao nascimento do mundo moderno. V. 2, São Paulo: Ática, 1996, p. 31-36.
MACHADO, Fernando. Feudalismo: servidão, impostos, taxas, suserania e vassalagem. Disponível em: //educacao.uol.com.br/historia/ult1690u18.jhtm, acessado em 11 de fevereiro de 2010.
Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/idade-media/vassalagem/