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privado do país”, que iniciou suas operações em outubro de 2007 e é responsável pelo “escoamento da produção das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil e de outros países da América do Sul e no recebimento de cargas de todo o mundo” (Portonave, S.d.). Bastos (2015) também reforça a dificuldade de atuação da iniciativa privada nos portos, quando aponta que a morosidade na liberação de licenças, burocracia e intervenções do TCU colocam em risco a atuação privada. Nesse cenário, muito embora as PPPs não tenham aumentado no setor de transportes, contribuições feitas pela Lei n. 11.079 (Brasil, 2004) podem ser percebidas: Garantias prestadas pelo poder público; Obrigatoriedade de constituição de sociedades de propósito específico para desenvolvimento de projetos; Avaliações de desempenho do prestador privado etc. Diante disso, observamos que as PPPs podem ser consideradas não apenas como novos modelos contratuais, mas também como catalizadoras de 12 mecanismos inovadores que podem oferecer benefícios ao direito administrativo brasileiro e ao funcionamento do Estado (Cherobim, 1999). TEMA 5 – ENTREVISTA COM O ENGENHEIRO LEONARDO SANCHES DE CARVALHO A infraestrutura continua sendo o grande problema da logística brasileira, afirma Leonardo Sanches de Carvalho, engenheiro mecânico e mestre em administração pela Universidade Federal da Bahia e com MBA em logística e distribuição pela Universidade Católica de Salvador [...]. 1 – Como a logística contribui para o lucro ou o prejuízo de uma empresa? Resp.: Vivemos em um mercado global altamente competitivo e os fatores qualidade e preço já não são determinantes, pois existe certa semelhança entre os players do ambiente concorrencial. Daí a grande relevância do nível de serviço associado aos produtos, ou seja, entregar certo e no prazo a um custo baixo determina quem continuará no negócio. É premente a necessidade de as empresas investirem fortemente em todo o processo logístico, buscando diferenciação para continuarem competindo no mercado. Cada vez mais o lucro ou prejuízo de alguns segmentos industriais ou comerciais passarão pelo nível de maximização de suas operações logísticas. 2 – O que é imprescindível na elaboração de uma estratégia logística? Resp.: Buscar a consolidação de um planejamento estratégico para “pensar” a organização a longo prazo, levando-se em consideração o viés logístico, deve ser sempre o primeiro passo. A partir daí, é preciso, também, considerar questões geográficas (localização em relação a clientes e fornecedores), disponibilidade de infraestrutura logística, nível de capilaridade e capacidade de investimento em tecnologia da informação. Esse último ponto às vezes é descuidado pelas organizações e pode colocar toda a operação logística em risco, pois não podemos esquecer que a logística se traduz em gestão de “fluxos” físico e de informação. 3 – Terceirizar a logística é melhor do que ter estrutura própria? A terceirização logística é um caminho viável, sim! Concentrar-se no seu core business pode vir a ser uma ação muito inteligente das organizações. Não se pode, porém, tratar isso como uma regra válida para todos. O que serve para uma organização não serve, na mesma medida, para outra. Cabe uma avaliação criteriosa para ver se há aderência ao modelo de gestão adotado pele empresa, pois, em determinados segmentos, a verticalização pode vir a ser o melhor caminho. [...] 5 – No Brasil, quais as maiores dificuldades enfrentadas pelas empresas? Resp.: Infraestrutura é o grande problema da logística brasileira. Matriz de transporte extremamente dependente do modal rodoviário, portos ineficientes, malha ferroviária muito acanhada para as dimensões do país, além de problemas fiscais e relativos à segurança. Caberiam outros. É preciso, porém, deixar claro também que, com muito trabalho e criatividade, as organizações fazem a sua logística acontecer. 6 – Manter centros de distribuição em vários pontos do país reduz custos? A estruturação de centros de distribuição em locais estratégicos pode vir a ser uma alternativa para reduzir os custos com o transporte. Não se pode esquecer, no entanto, de que existirão custos para montar e manter essa estrutura também. As organizações devem analisar seus 13 processos logísticos de maneira sistêmica e não levar em consideração operações isoladas. A partir desse contexto macro é que devem decidir sobre a instalação de CDs ou a mobilização de grandes operações multimodais. 7 – A falta de segurança no transporte encarece muito a logística? Resp.: Roubo de cargas e insegurança nas operações logísticas fazem parte do indesejado custo Brasil. Estudos recentes apontam que o custo logístico brasileiro está na casa de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e, certamente, a insegurança do transporte de cargas contribui sobremaneira para engrossar esses números. Por consequência, as empresas se utilizam de seguradoras, equipamentos de alta tecnologia como rastreadores e até escoltas para minimizarem seus prejuízos em relação aos roubos de cargas. 8 – No caso do e-commerce, quais os problemas? Resp.: A logística do e-commerce é o grande desafio dessa modalidade de negócio. Receber o produto íntegro e no prazo é o primeiro critério de avaliação dos clientes desse segmento. A logística, portanto, se configura como a primeira imagem da empresa para os clientes. Certamente, fazer entregas perfeitas (produto certo, prazo e qualidade) com a infraestrutura logística disponível não é tarefa das mais fáceis. No entanto, a “evolução chinesa” dos últimos anos no segmento de e- commerce do Brasil prova que as organizações estão conseguindo superar as adversidades estruturais. [...] (Cavalcanti; Carvalho, S.d.) FINALIZANDO Com base no conteúdo estudado nesta aula, pudemos observar a importância de se alocar investimentos de forma eficiente à infraestrutura logística de um país. Ao fazer isso, verificamos que a relação custo-benefício se torna otimizada, tornando os esforços e recursos de grande valia para as organizações que deles se utilizam para melhorar suas operações logísticas. No Tema 1, vimos como observar e adequar melhores práticas logísticas de concorrentes ou setores pode contribuir para a melhoria dos processos e produtos logísticos. No Tema 2, pudemos entender melhor de que forma os investimentos devem ser alocados para que a qualidade dos serviços logísticos e da infraestrutura logística sejam assegurados. No Tema 3, vimos que os gestores devem sempre avaliar qual o custo-benefício de se tomar determinada decisão em detrimento a outra como, por exemplo, na escolha dos modais de transporte, nas decisões de estratégias de distribuição etc. Levantando-se as possíveis alternativas para cada um desses aspectos, os gestores devem verificar qual delas é mais viável, de forma a otimizar suas decisões. No Tema 4, conhecemos melhor as PPPs e de que forma elas atuam nos investimentos destinados à infraestrutura logística de nosso país. Por fim, no Tema 5, lemos a entrevista com um especialista na área voltada a reforçar e explicar aspectos importantes previamente estudados em nossa disciplina. 14 Com base no conteúdo estudado, podemos finalmente responder à questão levantada no início da aula: como devem ser realizados os investimentos no sistema logístico de forma a otimizar outputs (resultados) desejados? Podemos observar que os investimentos devem ser alocados nas alternativas que apresentem melhor relação custo-benefício após avaliadas, pelos gestores, todas as possíveis alternativas (de transporte, distribuição, armazenagem, entre outros). Para selecionar a melhor alternativa, os gestores podem se utilizar também da prática do benchmarking, ou seja, da observação, adequação e utilização das melhores práticas de concorrentes ou setores, de forma a melhorar seu próprio desempenho. Os investimentos podem