Como diferenciar as orações subordinadas adjetivas?
Qual a diferença entre uma oração subordinada adjetiva restritiva e uma explicativa? Essa é uma dúvida comum em muita gente que estuda a língua portuguesa. Neste artigo, vamos te mostrar as características de cada uma e quando usá-las. Antes, porém, vamos entender o que são orações subordinadas adjetivas.
Pronome relativo
Esse tipo de oração é caracterizada pela presença de um pronome relativo, que vem sempre após um termo substantivado (na maioria das vezes, um substantivo ou um pronome) e tem a função de retomar um termo anteriormente mencionado. Exemplos de pronomes relativos: que, o qual, onde, cujo, no qual. Vamos analisar um caso de oração subordinada adjetiva: ex: Comprei o carro daquele homem que trabalhava na loja do bairro. Veja que há ali o pronome relativo “que”, o qual retoma o substantivo “homem”. Observe: ex: Comprei o carro daquele homem. Aquele homem trabalhava na loja do bairro. Perceba que o pronome relativo tem a função de evitar a repetição de palavras. Ele funciona, assim, como um instrumento de coesão textual. Agora que você já sabe o que é uma oração adjetiva, vamos ver como ela é classificada.
Oração subordinada adjetiva restritiva – identifica que a afirmação diz respeito a apenas parte dos elementos do grupo designado pelo pronome relativo. Segundo os gramáticos Celso Cunha e Lindley Cintra, esse tipo de oração busca limitar ou tomar mais precisa a significação do substantivo (ou do termo substantivado) que antecede o pronome. Ela acrescenta uma característica específica ao termo. Por isso, sua supressão acarreta perda de uma informação-chave e altera o significado da frase. Nesse caso, a oração subordinada não deve ser separada por vírgula. ex: Os políticos que são corruptosmerecem repúdio da população. Nesse contexto, estamos falando de um grupo específico de políticos. Subentende-se que apenas uma parte do grupo é corrupta. A imagem abaixo ilustra melhor esse conceito:
Oração subordinada adjetiva explicativa – identifica que a afirmação refere-se à totalidade dos elementos do grupo designado pelo pronome relativo. De acordo com Cunha e Cintra, a oração adjetiva explicativa acrescenta uma informação acessória, que esclarece melhor a significação do termo antecedente, à semelhança de um aposto. Assim, a retirada dessa oração não altera o sentido geral do período. Em regra, na língua portuguesa, todos os termos explicativos são separados por vírgula – como ocorre com a oração explicativa. ex: Os políticos, que são corruptos, merecem repúdio da população. Aqui o que está sendo dito é que ser corrupto é uma característica comum a todos os políticos, e não a um grupo específico. Confira a ilustração do conceito na imagem abaixo:
Função das orações adjetivas
Segundo Cunha e Cintra, as orações subordinadas adjetivas exercem a função de adjunto adnominal de um substantivo ou pronome antecedente. ex1: Susana, que se sentia muito doente, estava de cama. ex2: O Brasil é um país onde há muitas praias. ex3: O chefe, cujo salário era maior que o de todos os empregados somados, não gostava de trabalhar. Os gramáticos destacam também que a oração adjetiva pode, como adjunto adnominal, ligar-se a qualquer termo da oração, cujo núcleo seja um substantivo ou um pronome. Isso abrange: sujeito, complemento nominal, objeto direto e indireto, agente da passiva, adjunto adverbial, aposto e vocativo. Gostou do texto, então confira o vídeo que fizemos sobre esse tópico:
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