Como era a mão de obra das colônias do Sul?

O plantation foi um sistema de produção agrícola implantado pelas nações europeias colonizadoras sobre suas colônias na América, África e Ásia. Tratava-se da produção de um único item agrícola em um latifúndio por meio de trabalhadores escravizados, visando a atender os interesses do mercado exterior.

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Resumo sobre plantation

  • O plantation foi um sistema de produção agrícola utilizado pelas nações colonizadoras da Europa.
  • Foi introduzido no Brasil, no século XVI, junto do cultivo da cana-de-açúcar.
  • Seus quatro pilares nesse período foram: latifúndio, monocultura, mão de obra escravizada e  atendimento do mercado exterior.
  • Existem historiadores que formulam críticas a esse conceito estabelecendo um quadro da economia brasileira durante a colonização de maneira mais dinâmica e complexa.

O que é plantation

O plantation foi um sistema de produção agrícola muito utilizado no Brasil durante o período da colonização portuguesa. Esse modo de produção não ocorreu apenas no Brasil, mas foi replicado em uma série de colônias europeias na América, Ásia e África. Ainda hoje existem estudos a respeito de plantations modernos, isto é, locais de produção agrícola que replicam parte dessa forma de plantação colonial.

O plantation implantado no Brasil no período colonial funcionava de acordo com quatro pilares:

  1. latifúndio;
  2. monocultura;
  3. mão de obra escravizada;
  4. atendimento voltado para o mercado exterior.

Muitos historiadores entendem o plantation como uma etapa no processo de consolidação do capitalismo mercantil, forma como alguns deles se referem ao mercantilismo. A implantação do plantation no Brasil foi parte da política portuguesa que procurava extrair algum lucro de sua colônia na América.

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Características do plantation

Em geral, o plantation funcionava da seguinte maneira: os europeus buscavam explorar algum produto que tivesse boa lucratividade na Europa, aproveitando-se do bom solo e do bom clima de suas colônias na América. Essa produção acontecia em latifúndios, grandes lotes de terra  geralmente cedidos pela metrópole.

A produção era baseada na monocultura, portanto, a prioridade de um latifúndio era a produção de apenas um item agrícola. No Brasil, durante a colonização, esse produto foi a cana-de-açúcar, utilizada na produção do açúcar. Nas colônias do Sul e nas Treze Colônias inglesas na América do Norte, muitos latifúndios priorizavam a produção de algodão ou tabaco.

Importante mencionar que esse sistema não se resumiu ao período da colonização, uma vez que países como Brasil e Estados Unidos mantiveram-no como modo de produção agrícola basilar. Assim, aqui, por exemplo, a produção do café se baseou inteiramente nessa dinâmica.

A mão de obra escravizada também foi uma das bases desse sistema, e a principal era a dos africanos. No Brasil a escravização de índios foi permitida até o século XVIII e só foi proibida durante a gestão do Marquês de Pombal. A escravidão de africanos foi introduzida aqui em meados do século XVI e começo do século XVII, o número desses escravizados trabalhando em engenhos, por exemplo, já era superior ao de indígenas.

Por fim, toda a produção realizada na plantation atendia o mercado exterior, assim, nesse sentido, os interesses da metrópole eram superiores aos da colônia. Na colônia também foi impedido o desenvolvimento de manufaturas, criando-se um forte dependência dela com a metrópole.

Críticas ao plantation

Tornou-se uma interpretação clássica a de que o plantation foi o sistema de produção agrícola basilar do Brasil durante o período da colonização e que foi fortemente reproduzido mesmo depois de conquistada a independência, em 1822. Estudos recentes, no entanto, têm trazido novas contribuições para essa questão.

Uma das críticas realizadas é de que o plantation não foi implantado em todo o Brasil, uma vez que, em determinadas regiões da colônia, como no interior do Nordeste ou no Sul, a produção econômica era diferente, pois nelas a pecuária tinha uma força considerável. Além disso, nos próprios latifúndios havia espaço para que houvesse uma produção de itens agrícolas variados.

Em outras palavras, a economia do Brasil colonial era complexa e dinâmica. O plantation era uma importante forma de produção agrícola nesse período, mas não era o único meio de produção existente aqui. Assim, havia a pecuária, a agricultura de subsistência, o extrativismo etc.

O historiador Boris Fausto menciona estudos sobre o plantation ter sido um modo de produção agrícola muito mais defendido pela elite dominante que residia na colônia do que parte de uma política metropolitana, até porque a metrópole sabia que era necessário uma diversificação na produção agrícola para atender as demandas internas por alimentos.|1|

Essa posição é questionada por Boris Fausto, que defende a posição de que ter havido uma necessidade de diversificação da produção por parte da Coroa portuguesa não significou que ela não priorizava o desenvolvimento do plantation, mas sim que ela sabia da necessidade de se organizar, da melhor maneira possível, a vida na Colônia e que, para isso, deveriam haver outras formas de produção.

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Plantation no Brasil Colônia

O plantation no Brasil se manifestou por meio do cultivo da cana-de-açúcar e da produção de açúcar.

O plantation no Brasil durante o período Colonial se manifestou por meio do cultivo da cana-de-açúcar, conforme mencionamos. Essa atividade econômica foi introduzida no Brasil a partir da década de 1530, quando os portugueses estabeleceram as capitanias hereditárias. A partir daí, Portugal incentivou o desenvolvimento de engenhos no Brasil.

A partir do século XVI, o açúcar começou a ganhar espaço no mercado consumidor da aristocracia europeia, o que motivou a sua produção em grande escala. Além disso, os portugueses já tinham uma vasta experiência na produção do açúcar em suas possessões atlânticas: Açores e Madeira. Como não haviam encontrado metais preciosos no Brasil, o açúcar foi visto como potencial de  lucro da colônia.

Uma forma de desenvolver essa atividade no Brasil foi a distribuição de sesmarias (lotes de terra) para portugueses interessados em montar engenhos aqui. Os engenhos ficaram marcados pela dinâmica clássica do plantation: eram fazendas muito grandes, que dedicavam quase toda a terra disponível para o cultivo da cana-de-açúcar; o trabalho era majoritariamente realizado por escravizados; e o açúcar produzido era vendido na Europa.

Esse negócio permitiu o estabelecimento de uma elite econômica no Brasil possuidora de muitas terras e de dezenas até centenas de escravizados. Essa elite também assumiu as posições de destaque na governança pública do país.

  • Videoaula sobre economia açucareira

Notas

|1| FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013, p. 53.

Qual era a mão de obra da Colônia do Sul?

A mão de obra utilizada no plantation era a escrava, quase que exclusivamente composta por africanos escravizados. Além de ser um suprimento da força de trabalho, o comércio de escravos gerava imensas riquezas para os traficantes de escravos.

Qual era a mão de obra das colônias do norte e do centro?

Resposta. Colonização norte americana: As colônias do Sul (Virgínia, colônias do norte e Sul/ ver a outras), desenvolveram grandes plantações de fumo e algodão a mão-de-obra era formada por escravos vindos da África.

Como era economia das colônias do Sul?

Esse grupo de colônias desenvolveram economias prósperas baseadas no cultivo de culturas comerciais, como tabaco, índigo (matéria-prima para o anil), e arroz.

Qual foi a primeira mão de obra a ser utilizada no Brasil Colônia?

A primeira utilizada foi a dos índios, porém existiam alguns problemas com relação a sua utilização: primeiro, eles eram em pouca quantidade e ainda muitos morreram devido a epidemias, e segundo, alguns clérigos se colocavam contra ela; e terceiro, estes se recusavam a trabalhar no regime compulsório, já que seu modo ...

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