Como sair de um episódio depressivo?

Caracterizam-se por tristeza suficientemente grave ou persistente para interferir no funcionamento e, muitas vezes, para diminuir o interesse ou o prazer nas atividades. A causa exata é desconhecida, mas provavelmente envolve hereditariedade, alterações nos níveis de neurotransmissores, alteração da função neuroendócrina e fatores psicossociais. O diagnóstico baseia-se na história. O tratamento geralmente consiste em medicamentos, psicoterapia ou ambos e, algumas vezes, eletroconvulsoterapia ou estimulação magnética transcraniana rápida (EMTr).

O termo depressão é utilizado com frequência para se referir a qualquer um dos vários transtornos depressivos. Alguns estão classificados no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5) por sintomas específicos:

Outros são classificados pela etiologia:

  • Transtorno depressivo decorrente de outra condição médica

  • Transtorno depressivo induzido por substância/medicação

O termo depressão é usado muitas vezes para descrever o humor para baixo ou desencorajado que resulta de desapontamentos (p. ex., calamidade financeira, desastre natural, doença grave) ou perdas (p. ex., morte de uma pessoa querida) Entretanto, termos melhores para esse tipo de humor são desmoralização e desolamento.

Os sentimentos negativos de desmoralização e tristeza, contrariamente aos da depressão, fazem o seguinte:

  • Ocorrem em ondas que tendem a estar vinculadas a pensamentos ou lembranças do evento deflagrador

  • Desaparecem quando as circunstâncias ou os eventos melhoram

  • Podem ser intercalados por períodos de emoção e humor positivos

  • Não são acompanhados de sentimentos generalizados de inutilidade e autodepreciação

O humor para baixo geralmente dura dias, ao contrário de semanas ou meses; pensamentos de suicídio e perda funcional prolongada são muito menos prováveis.

A causa exata dos transtornos depressivos é desconhecida, mas fatores genéticos e ambientais contribuem.

A hereditariedade explica cerca de metade da etiologia (menos na depressão de início tardio). Dessa forma, a depressão é mais comum entre parentes de 1º grau de pacientes deprimidos, e a concordância entre gêmeos idênticos é alta. Além disso, os fatores genéticos provavelmente influenciam o desenvolvimento de respostas depressivas a eventos adversos.

Fatores psicossociais também parecem estar envolvidos. Estressores vitais importantes, em especial separações e perdas, comumente precedem episódios de depressão maior; entretanto, tais eventos não causam, geralmente, depressão grave e duradoura, exceto em pessoas predispostas a um transtorno do humor.

Pessoas que tiveram um episódio de depressão maior têm risco maior de episódios subsequentes. Pessoas que são menos resilientes e/ou que têm tendências ansiosas podem ter mais chance de desenvolver transtorno depressivo. Muitas vezes, tais pessoas não desenvolveram as habilidades sociais para se ajustar às pressões da vida. A presença de outros transtornos mentais aumenta os riscos de transtorno depressivo maior.

As mulheres têm risco maior, mas nenhuma teoria explica o motivo. Possíveis fatores incluem:

  • Maior exposição ou resposta aumentada a estresses cotidianos

  • Níveis mais elevados de monoamino-oxidase (a enzima que degrada neurotransmissores considerados importantes para o humor)

  • Taxas mais altas de disfunção tireoidiana

  • Alterações endócrinas que ocorrem com a menstruação e na menopausa

Nos transtornos afetivos sazonais, os sintomas se desenvolvem em um padrão sazonal, normalmente durante outono ou inverno; o transtorno tende a ocorrer em climas com invernos longos ou intensos.

Sintomas ou transtornos depressivos podem acompanhar vários distúrbios físicos, incluindo doenças da tireoide Visão geral da função tireoidiana A glândula tireoide, localizada na porção anterior do pescoço, bem abaixo da cartilagem cricoide, consiste em 2 lobos ligados por um istmo. As células foliculares na glândula produzem os 2 principais... leia mais doenças da glândula adrenal Visão geral dos distúrbios adrenais As glândulas suprarrenais, localizadas no polo cefálico de cada um dos rins (ver figura: glândulas suprarrenais), são formadas por Córtex Medula Córtex suprarrenal e a medula suprarrenal, cujas... leia mais , tumores cerebrais Visão geral dos tumores intracranianos Os tumores intracranianos e espinais podem envolver o cérebro e outras estruturas (p. ex., pares cranianos, meninges). Os tumores geralmente se desenvolvem durante o início ou na fase média... leia mais

Como sair de um episódio depressivo?
benignos e malignos, acidente vascular encefálico Visão geral do acidente vascular encefálico Os acidentes vasculares cerebrais são um grupo de distúrbios que envolvem interrupção focal e súbita do fluxo sanguíneo encefálico, que causa deficits neurológicos. Acidentes vasculares encefálicos... leia mais
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, aids Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) resulta de 1 dos 2 retrovírus similares (HIV-1 e HIV-2) que destroem linfócitos CD4+ e prejudicam a imunidade mediada por células, aumentando... leia mais
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, doença de Parkinson Doença de Parkinson A doença de Parkinson é uma doença lentamente progressiva e degenerativa caracterizada por tremores em repouso, rigidez muscular, movimentos lentos e diminuídos (bradicinesia) e, com o tempo... leia mais e esclerose múltipla Esclerose múltipla (EM) Caracteriza-se por áreas de desmielinização localizada disseminadas no cérebro e na medula espinal. Os sintomas comuns são: anormalidades visuais e oculomotoras, parestesias, fraqueza, espasticidade... leia mais
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(ver tabela Algumas causas dos sintomas de depressão e mania Algumas causas dos sintomas de depressão e mania*
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).

Como sair de um episódio depressivo?

  • 1. Ghasemi M, Phillips C, Fahimi A, et al: Mechanisms of action and clinical efficacy of NMDA receptor modulators in mood disorders. Neurosci Biobehav Rev 80:555-572, 2017. doi: 10.1016/j.neubiorev.2017.07.002

Sinais e sintomas dos transtornos depressivos

A depressão provoca disfunções cognitivas, psicomotoras e de outros tipos (p. ex., dificuldade de concentração, fadiga, perda do desejo sexual, perda de interesse ou prazer em praticamente todas as atividades que anteriormente eram apreciadas, distúrbios do sono), bem como humor depressivo. Pessoas com transtorno depressivo frequentemente têm pensamentos suicidas Comportamento suicida Suicídio é a morte causada por um ato intencional de automutilação projetado para ser letal. Comportamento suicida engloba um espectro de comportamentos, de tentativas de suicídio e comportamentos... leia mais e podem tentar o suicídio. Outros sintomas ou transtornos mentais (p. ex., ansiedade Visão geral dos transtornos de ansiedade Todas as pessoas experimentam periodicamente medo e ansiedade. O medo é uma resposta emocional, física e comportamental a uma ameaça externa imediatamente reconhecível (p. ex., um intruso, um... leia mais e ataques de pânico Ataques e transtorno de pânico Ataque de pânico é o início abrupto de um período circunscrito breve de intenso desconforto, ansiedade ou medo, acompanhado por sintomas somáticos e/ou cognitivos. O transtorno de pânico é a... leia mais ) comumente coexistem, algumas vezes complicando diagnóstico e tratamento.

Depressão maior (depressão unipolar)

Os pacientes podem parecer infelizes, com olhos lacrimejantes, testa enrugada, cantos da boca voltados para baixo, postura retraída, pouco contato visual, perda da expressão facial, pouco movimento corporal e mudanças no discurso (p. ex., voz suave, perda da prosódia, uso de palavras monossilábicas). A aparência pode ser confundida com doença de Parkinson Doença de Parkinson A doença de Parkinson é uma doença lentamente progressiva e degenerativa caracterizada por tremores em repouso, rigidez muscular, movimentos lentos e diminuídos (bradicinesia) e, com o tempo... leia mais . Em alguns pacientes, o humor deprimido é tão profundo que as lágrimas secam; eles relatam que ficam incapazes de sentir as emoções habituais e sentem que o mundo se tornou sem cor ou sem vida.

A nutrição pode estar gravemente comprometida, exigindo intervenção imediata.

Alguns pacientes depressivos negligenciam a higiene pessoal ou mesmo seus filhos, entes queridos ou animais de estimação.

Para o diagnóstico da depressão maior 5 dos seguintes devem estar presentes quase todos os dias durante o mesmo período de 2 semanas, e um deles deve ser humor deprimido ou perda de interesse ou prazer:

  • Humor deprimido durante a maior parte do dia

  • Diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades durante a maior parte do dia

  • Ganho ou perda ponderal significativo (> 5%) ou diminuição ou aumento do apetite

  • Insônia (muitas vezes insônia de manutenção do sono) ou hipersonia

  • Agitação ou atraso psicomotor observado por outros (não autorrelatado)

  • Fadiga ou perda de energia

  • Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada

  • Capacidade diminuída de pensar, concentrar-se ou indecisão

  • Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer suicídio

Transtorno depressivo persistente

Sintomas depressivos que persistem por 2 anos sem remissão são classificados como transtorno depressivo persistente (TDP), uma categoria que consolida os transtornos anteriormente denominados transtorno depressivo maior crônico e transtorno distímico.

Os sintomas tipicamente começam insidiosamente durante a adolescência e podem persistir por muito anos ou décadas. O número de sintomas muitas vezes oscila acima e abaixo do limiar para episódio depressivo maior.

Os pacientes afetados podem estar habitualmente melancólicos, pessimistas, sem senso de humor, passivos, letárgicos, introvertidos, hipercríticos de si mesmos e dos outros e queixosos. Pacientes com TDP também têm maior probabilidade de apresentar transtornos de ansiedade Visão geral dos transtornos de ansiedade Todas as pessoas experimentam periodicamente medo e ansiedade. O medo é uma resposta emocional, física e comportamental a uma ameaça externa imediatamente reconhecível (p. ex., um intruso, um... leia mais , transtorno por uso abusivo de substâncias Transtornos por uso de substâncias Transtornos por uso de substâncias são um tipo de transtorno relacionado com substância que envolvem um padrão patológico de comportamentos em que os pacientes continuam a usar uma substância... leia mais ou transtornos de personalidade subjacentes (i. e., personalidade borderline Visão geral dos transtornos de personalidade Transtornos de personalidade geralmente são padrões generalizados e persistentes de pensar, perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo ou comprometimento funcional... leia mais ).

Para o diagnóstico do transtorno depressivo persistente, os pacientes devem ter tido humor deprimido na maior parte do dia por um número maior de dias do que os dias sem sintomas durante 2 anos, e 2 dos seguintes:

  • Baixo apetite ou comer em excesso

  • Insônia ou hipersonia

  • Baixa energia ou fadiga

  • Baixa autoestima

  • Falta de concentração ou dificuldade em tomar decisões

  • Sentimentos de desespero

Transtorno disfórico pré-menstrual

O transtorno disfórico pré-menstrual envolve sintomas de humor e ansiedade claramente relacionadas ao ciclo menstrual, com início durante a fase pré-menstrual e um intervalo livre de sintomas após a menstruação. Os sintomas devem estar presentes durante a maioria dos ciclos menstruais por todo o último ano.

Para o diagnóstico, as pacientes devem ter 5 sintomas na semana antes da menstruação. Os sintomas devem começar a diminuir em alguns dias após o início da menstruação e tornam-se mínimos ou inexistentes na semana após a menstruação. Sintomas devem incluir 1 dos seguintes:

  • Oscilações de humor acentuadas (p. ex., sentir-se de repente triste ou chorosa)

  • Irritabilidade ou raiva acentuada ou conflitos interpessoais intensificados

  • Depressão acentuada, sensação de desesperança ou pensamentos de autodepreciação

  • Ansiedade acentuada, tensão ou sensação de nervos à flor da pele

Além disso, 1 dos seguintes deve estar presente:

  • Interesse diminuído em atividades habituais

  • Dificuldade de concentração

  • Baixa energia ou fadiga

  • Alteração significativa no apetite, comer em excesso ou desejos por alimentos específicos

  • Hipersonia ou insônia

  • Sensação de opressão ou de falta de controle

  • Sintomas físicos como dor à palpação ou edma de mamas, artralgia ou mialgia, sensação de estar empanturrado e ganho de peso

Transtorno por luto prolongado

O luto prolongado consiste na tristeza persistente seguinte à perda de um ente querido. Difere da depressão pelo fato de que a tristeza está relacionada com a perda específica, em vez dos sentimentos mais gerais de falha associados à depressão. Em contraposição ao luto normal, esse transtorno pode ser altamente incapacitante e requer terapia especificamente projetada para o transtorno por luto prolongado.

Considera-se que o luto prolongado está presente quando a resposta ao luto (tipificada por saudade ou anseio persistente e/ou preocupação com o falecido) dura um ano ou mais e é persistente, generalizado e excede as normas culturais. Também deve ser acompanhado por 3 dos seguintes no último mês, em um grau que causa sofrimento ou inaptidão:

  • Descrença

  • Dor emocional intensa

  • Sensação de confusão de identidade

  • Evitar coisas que o fazem lembrar da perda

  • Sensações de entorpecimento

  • Solidão intensa

  • Sensações de falta de importância

  • Dificuldade de se envolver em aspectos da vida diária

Outros transtornos depressivos

Grupos de sintomas com características de transtorno depressivo que não atendem todos os critérios para outros transtornos depressivos, mas que causam sofrimento ou prejuízo do funcionamento clinicamente significativo são classificados como outros transtornos depressivos (especificados ou não especificados).

Estão incluídos períodos recorrentes de disforia com 4 outros sintomas depressivos que duram < 2 semanas em pessoas que nunca atenderam os critérios para outro transtorno de humor (p. ex., depressão breve recorrente) e os períodos de depressão que duram mais tempo, mas que incluem sintomas insuficientes para o diagnóstico de outro transtorno depressivo.

Especificadores

Depressão maior e transtorno depressivo persistente podem incluir um ou mais especificadores que descrevem manifestações adicionais durante um episódio depressivo:

  • Sofrimento ansioso: pacientes se sentem tensos e extraordinariamente inquietos; eles têm dificuldade de concentração porque se preocupam ou temem que algo terrível pode acontecer, ou eles sentem que podem perder o controle deles mesmos.

  • Melancólico: pacientes perderam o prazer em quase todas as atividades ou não respondem a estímulos geralmente agradáveis. Eles podem estar desanimados ou desesperados, sentir culpa excessiva ou inapropriada, ter despertar matutino precoce, agitação ou retardo psicomotor marcantes e anorexia ou perda ponderal significante.

  • Atípico: o humor dos pacientes melhora temporariamente em resposta a eventos positivos (p. ex., visita de filhos). Eles também têm 2 dos seguintes: reação exagerada a críticas ou rejeição percebida, sentimentos de paralisia de chumbo (sensação pesada ou de peso, geralmente nas extremidades), ganho de peso ou aumento de apetite e hipersonia.

  • Psicótico: pacientes têm delírios e/ou alucinações. Delírios muitas vezes envolvendo ter cometido pecados ou crimes imperdoáveis, de portar transtornos incuráveis ou vergonhosos ou de ser perseguido. Alucinações podem ser auditivas (p. ex., ouvir vozes acusatórias ou condenatórias) ou visuais. Se apenas vozes forem descritas, deve-se ter consideração especial se as vozes representam alucinações verdadeiras.

  • Catatônico: pacientes têm retardo psicomotor grave, envolvem-se em atividade excessiva sem propósito e/ou se isolam; alguns pacientes fazem caretas e imitam fala (ecolalia) ou movimento (ecopraxia).

  • Início no peri-parto: o início ocorre durante a gestação ou até a 4ª semana após o parto. Características psicóticas podem estar presentes; infanticídio é frequentemente associado a episódios psicóticos envolvendo alucinações de comando para matar o lactente ou delírios de que o recém-nascido está possuído.

  • Padrão sazonal: os episódios ocorrem em um determinado momento do ano, na maioria das vezes no outono ou inverno.

  • Critérios clínicos (DSM-5)

  • Hemograma completo, eletrólitos, níveis de hormônio tireoestimulante (thyroid-stimulating hormone, TSH), vitamina B12 e folato para descartar enfermidades físicas que provocam depressão

O diagnóstico dos transtornos depressivos baseia-se na identificação dos sinais e sintomas e nos critérios clínicos descritos acima. Questões fechadas específicas ajudam a determinar se os pacientes têm os sintomas exigidos pelos critérios do DSM-5 para o diagnóstico de depressão maior. Para ajudar a diferenciar transtornos depressivos de variações comuns no humor, deve existir sofrimento significativo ou comprometimento do funcionamento social, ocupacional ou de outras áreas importantes.

Enfermidades físicas também devem ser excluídas como causas de sintomas depressivos. O hipotireoidismo Hipotireoidismo Hipotireoidismo é causado pela deficiência do hormônio tireoidiano. É diagnosticado por meio de características clínicas, como aparência facial típica, fala lenta e voz grossa e pele seca, com... leia mais

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frequentemente provoca sintomas de depressão e é comum, principalmente entre idosos. A doença de Parkinson Doença de Parkinson A doença de Parkinson é uma doença lentamente progressiva e degenerativa caracterizada por tremores em repouso, rigidez muscular, movimentos lentos e diminuídos (bradicinesia) e, com o tempo... leia mais , em particular, pode se manifestar com sintomas que mimetizam a depressão (p. ex., perda de energia, falta de expressividade, pobreza de movimentos). Exame neurológico completo Introdução ao exame neurológico O exame neurológico começa com a observação cuidadosa do paciente que entra no ambiente de exame e durante a anamnese. O paciente deve ser assistido o mínimo possível, de tal modo que as dificuldades... leia mais é necessário para excluir o transtorno.

Vários questionários breves estão disponíveis para triagem da depressão. Eles ajudam a identificar alguns sintomas depressivos, mas não podem ser usados isoladamente para o diagnóstico. Mas muitas dessas ferramentas são úteis para identificar pessoas em risco que precisam de avaliação mais detalhada. Algumas das ferramentas de triagem mais amplamente utilizadas são o Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) e o Beck Depression Inventory (BDI).

Nenhum achado laboratorial é patognomônico para transtornos depressivos. Entretanto, são necessários exames laboratoriais para excluir condições físicas que podem causar depressão (ver tabela Algumas causas da depressão Algumas causas dos sintomas de depressão e mania*

Como sair de um episódio depressivo?
). Os exames são hemograma completo, níveis de hormônio tireoestimulante e níveis de eletrólitos, vitamina B12 e folato de rotina; em idosos, níveis de testosterona. Algumas vezes, testes para uso de drogas ilícitas são apropriados.

  • Suporte

  • Psicoterapia

  • Fármacos

A depressão, em especial em pacientes que já tiveram > 1 episódio, provavelmente recorrerá; dessa forma, casos graves quase sempre necessitam de farmacoterapia de manutenção a longo prazo.

Muitas pessoas com depressão são tratadas ambulatorialmente. Pacientes com ideação suicida significativa, principalmente na ausência de suporte familiar, exigem hospitalização, assim como aqueles com sintomas psicóticos ou debilidade física.

Se um distúrbio físico ou toxicidade por fármaco puder ser a causa, o tratamento é direcionado primeiro para a causa subjacente. Entretanto, se o diagnóstico for duvidoso ou se os sintomas forem incapacitantes ou incluírem ideação suicida ou desesperança, uma tentativa terapêutica com antidepressivo ou estabilizador do humor pode ajudar.

Pessoas com transtorno por luto prolongado podem se beneficiar de psicoterapia especificamente voltada a esse transtorno.

Até que melhora clara comece, um médico pode precisar ver o paciente semanalmente ou a cada duas semanas a fim de fornecer suporte e educação, além de monitorar o progresso. Ligações telefônicas podem complementar as visitas ao consultório.

Pacientes e seus entes queridos podem estar preocupados ou constrangidos com a ideia de ter um transtorno mental. O médico pode ajudar explicando que a depressão é um transtorno médico sério causado por distúrbios biológicos que requer tratamento específico e que o prognóstico com tratamento é bom. Pacientes e seus entes queridos devem ser assegurados de que a depressão não reflete falha de caráter (p. ex., preguiça, fraqueza). Contar aos pacientes que o caminho para a recuperação muitas vezes oscila, os ajuda a colocar os sentimentos de desesperança em perspectiva e melhorar a adesão.

Incentivar os pacientes a gradualmente aumentar atividades simples (p. ex., caminhar, exercitar-se regularmente) e elevar interações sociais deve ser balanceado com o reconhecimento do seu desejo de evitar atividades. O médico pode sugerir que os pacientes evitem se culpar e deve explicar que pensamentos obscuros são parte do transtorno e desaparecerão.

Inúmeros estudos controlados mostraram que a psicoterapia, particularmente a terapia comportamental cognitiva e terapia interpessoal, é eficaz em pacientes com transtorno depressivo maior, tanto para tratar os sintomas agudos como para diminuir a probabilidade de recaída. Pacientes com depressão leve tendem a apresentar resultados melhores do que aqueles com depressão mais grave, mas a magnitude da melhoria é maior em pacientes com depressão mais grave.

Várias classes farmacológicas e fármacos podem ser usados para tratar depressão:

A eletroconvulsoterapia (ECT) envolve a indução elétrica de uma convulsão sob condições controladas. Seu mecanismo de ação é incerto, mas a produção de atividade convulsiva parece ser essencial para seus efeitos antidepressivos. A ECT moderna, administrada sob sedação profunda/anestesia geral, costuma ser bem tolerada, mas agudamente podem ocorrer confusão mental e comprometimento da memória. Parte disso melhora e desaparece em 6 meses depois do tratamento com ECT, mas a amnésia retrógrada pode persistir a longo prazo. Isso é particularmente verdadeiro para as memórias dos vários meses anteriores à ECT. Pacientes com déficits cognitivos de base, aqueles que recebem tratamentos bilaterais, pacientes idosos e pacientes em uso de lítio têm maior risco de confusão mental e comprometimento da memória.

Os seguintes são muitas vezes tratados com ECT se os fármacos são ineficazes:

  • Depressão suicida grave

  • Depressão com agitação ou retardo psicomotor

  • Depressão delirante

  • Depressão durante a gestação

Pacientes que pararam de comer podem precisar de ECT para prevenir a morte. A ECT é especialmente eficaz para depressão psicótica.

A resposta a 6 a 10 sessões de ECT, geralmente, é dramática e pode salvar a vida. Recaída após ECT é comum; muitas vezes, a farmacoterapia é mantida após a interrupção da ECT.

É mais conhecida por seus efeitos na depressão sazonal, mas parecer ser igualmente eficaz para depressão não sazonal.

O tratamento pode ser fornecido em casa com uma unidade de luz especial que fornece 2.500 a 10.000 lux a uma distância de 30 a 60 cm que os pacientes olham por 30 a 60 minutos/dia (mais tempo com uma fonte de luz menos intensa).

Para pacientes que vão dormir tarde da noite e acordam tarde de manhã, a fototerapia é mais eficaz pela manhã, algumas vezes complementada com exposições de 5 a 10 minutos entre 15:00 e 19:00. Para pacientes que dormem e levantam cedo, a fototerapia é mais eficaz entre 15 h e 19 h.

A estimulação do nervo vago envolve a estimulação intermitente do nervo vago por meio de gerador de pulso implantado. Pode ser útil para a depressão refratária a outros tratamentos, mas costuma levar 3 a 6 meses para ser eficaz.

O uso de estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) para o tratamento agudo do transtorno depressivo maior tem suporte substancial de estudos controlados. EMTr de baixa frequência pode ser aplicada ao córtex pré-frontal dorsolateral direito (CPDL), e EMTr de alta frequência pode ser aplicada ao CPDL esquerdo. Os efeitos adversos mais comuns são dores de cabeça e desconforto no couro cabeludo; ambos ocorrem mais frequentemente quando EMTr de alta frequência em vez de baixa freqüência é usada.

Grupos de suporte (p. ex., a Depression and Bipolar Support Alliance [DBSA] ) podem ajudar os pacientes fornecendo um fórum para compartilhar suas experiências e sentimentos comuns.

  • 1. McIntyre RS, Lee y, Zhou AJ, et al: The efficacy of psychostimulants in major depressive episodes: A systematic review and meta-analysis. J Clin Pscyhopharmacol 37 (4):412-418, 2017. doi: 10.1097/JCP.0000000000000723

  • 2. Bergfeld IO, Mantione M, Hoogendoorn MLC, et al: Deep brain stimulation of the ventral anterior limb of the internal capsule for treatment-resistant depression: A randomized clinical trial. JAMA Psychiatry 73 (5):456-64, 2016. doi: 10.1001/jamapsychiatry.2016.0152

  • A depressão é um transtorno comum que envolve humor deprimido e/ou perda quase completa do interesse ou prazer em atividades que eram anteriormente apreciadas; manifestações somáticas (p. ex., alteração de peso, distúrbios do sono) e cognitivas (p. ex., dificuldade de concentração) são comuns.

  • A depressão pode prejudicar acentuadamente a capacidade de funcionar no trabalho e interagir socialmente; o risco de suicídio é significativo.

  • Às vezes, os sintomas depressivos são causados por distúrbios físicos (p. ex., doenças tireoidianas ou da glândula suprarrenal, tumores cerebrais benignos ou malignos, acidente vascular encefálico, aids, doença de Parkinson, esclerose múltipla) ou uso de certos fármacos (p. ex., corticoides, alguns betabloqueadores, interferon, alguns fármacos recreativas).

  • O diagnóstico baseia-se em critérios clínicos; distúrbios físicos devem ser excluídos por meio de avaliação clínica e testes selecionados (p. ex., hemograma; eletrólitos, níveis de TSH, B12 e folato).

  • O tratamento envolve psicoterapia e geralmente fármacos; ISRSs são geralmente tentados primeiro e, se forem ineficazes, outros fármacos que afetam a serotonina, noradrenalina e/ou dopamina podem ser tentados.

Visão Educação para o paciente

O que fazer durante um episódio depressivo?

O tratamento depende da gravidade do caso de depressão e pode incluir aconselhamento, psicoterapia, e medicações antidepressivas. A maioria das pessoas se recupera bem desses episódios, mas em alguns casos, os sintomas podem persistir ao longo do tempo.

Como sair de uma crise de depressão sozinho?

Compartilhe suas emoções. A tristeza proporcionada pela depressão leva ao isolamento social. ... .
Procure acompanhamento psicológico. A depressão é uma doença atrelada à melancolia e à angústia sendo, portanto, um sofrimento psíquico. ... .
Tente dormir bem. ... .
Pratique meditação (Mindfulness) ... .
Procure fazer uma atividade física..

Quanto tempo dura um EP depressivo?

A duração de um Episódio Depressivo Maior também é variável. Um episódio não-tratado tipicamente dura 6 meses ou mais, não importando a idade de início. Na maioria dos casos, existe a remissão completa dos sintomas, retornando o funcionamento ao nível pré-mórbido normal.

Quais são as 5 fases da depressão?

Aqui estão os diferentes tipos de depressão que são mais comuns..
Depressão maior. A depressão maior é o tipo mais grave de depressão. ... .
Distimia. Entre os tipos de depressão, a distimia é menos grave que a depressão maior. ... .
Depressão ansiosa. ... .
Depressão Psicótica. ... .
Depressão pós-parto..