A Europa é um dos seis continentes do mundo, e o segundo menor entre eles. Além disso, é o quarto continente mais populoso do mundo, após a Ásia, a África e a América. Dos cerca de 50 países da Europa, a Rússia é o maior - tanto em área quanto em população (sendo que a Rússia
se estende por dois continentes, a Europa e a Ásia) - e o Vaticano é o menor. A Europa é limitada pelo oceano Glacial Ártico e outros corpos de água no Norte, pelo oceano Atlântico a Oeste, pelo mar Mediterrâneo ao Sul, e pelo mar Negro e vias navegáveis interligadas ao Sudeste. O continente desempenha um papel importantíssimo na cena mundial a partir do século XVI, com o Colonialismo. Entre os séculos XVI e XX,
as nações europeias controlaram as Américas, a maior parte da África, a Oceania e grande parte da Ásia. Além disso, as Guerras Mundiais do século XX foram, em grande parte, centradas na Europa. Esses conflitos são considerados como o principal fator para o declínio do domínio da Europa Ocidental na política e economia mundial, com os Estados Unidos e a União Soviética ganhando maior protagonismo, principalmente durante a Guerra Fria. O desejo de evitar uma outra guerra
acelerou o processo de integração europeia e levou à formação do Conselho Europeu e da União Europeia, os quais existem desde a queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética, em 1991. 📚 Você vai prestar o Enem 2020? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚 O continente europeu distingue-se por ser muito recortado, com um grande número de penínsulas. Além disso, é circundado por mares interiores e tem a maior parte de suas terras situadas em latitudes médias, com o predomínio de climas temperados e de estações do ano melhor definidas. O
clima temperado continental, de invernos com frio mais acentuado, domina sobretudo no interior, enquanto o temperado oceânico, com invernos mais brandos devido à influência marítima, ocorre nas terras mais próximas da costa, no Norte e Noroeste do continente. Mais ao Norte começa a dominar o clima frio, em direção à Escandinávia e Islândia. Já no extremo oposto, no Sul do continente, próximo ao litoral do Mediterrâneo, aparece o chamado clima
mediterrâneo, com verões quentes e secos e invernos mais úmidos e mais brandos. Na Europa, as montanhas mais elevadas situam-se ao Sudoeste, como os Pirineus, ao Sul, como os Alpes e Apeninos, e a Sudeste, como os Balcãs e os Cárpatos. As planícies, por sua vez, dominam mais nas porções Centro-Oeste, em direção ao mar do Norte, mar
Báltico e aos Montes Urais, a Leste. Ao Norte do mar do Norte, dominam os planaltos mais antigos e desgastados. O domínio de terras baixas, o litoral extenso e recortado e o grande número de rios, navegáveis na sua maioria e que atravessam todo o continente
europeu, representam fatores favoráveis à comunicação na Europa. Entre os rios mais importantes do continente europeu, temos: O Rio Reno passa por Áustria, Alemanha, Suíça, França e Países Baixos. Índice
Introdução
Características
Clima
Relevo
Um continente desigualmente desenvolvido
A Europa pode ser considerada um continente formado por países geralmente desenvolvidos. No entanto, internamente, a Europa é diferente em termos de desenvolvimento socioeconômico, podendo-se distinguir:
- países e regiões mais desenvolvidos, mais industrializados e mais urbanizados, como Alemanha, França, Inglaterra, Norte da Itália, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Áustria, Suíça, Dinamarca e países escandinavos, como Suécia, Noruega e Finlândia;
- países menos desenvolvidos e menos industrializados, como Irlanda, países e regiões mais ao Sul, como Portugal, Espanha, Grécia, Sul da Itália, além dos ex-países socialistas, que adotaram a economia de mercado e enfrentam problemas de adaptação econômica e social. Todos, uns mais, outros menos, enfrentam muitos problemas nas diversas tentativas de modernizar e dinamizar suas economias, muito defasadas em relação aos padrões Europa Centro-Ocidental.
União Europeia
A União Europeia é a maior organização ou bloco econômico supranacional.
Após a Segunda Guerra Mundial, os países europeus estavam diante de uma nova realidade político-econômica mundial, com a ascensão de duas novas potências, EUA e URSS, e com a perda de mercados que tradicionalmente dominavam.
Buscando reconstruir o continente europeu rapidamente, fazer frente às duas grandes potências, minimizar as rivalidades nacionais entre os países europeus - evitando assim novos conflitos -, e recolocar a Europa como polo econômico e político mundial, seis nações europeias (Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo) assinaram, em 1957, o Tratado de Roma, dando origem ao Mercado Comum Europeu (MCE).
Em 1985, os países do Mercado Comum Europeu assinaram o “Ato Único Europeu”, para a formação de mercado único entre os países da Comunidade Europeia, ou seja, a unificação econômica do MCE, em 1993.
Esta unificação representa o fim das barreiras alfandegárias entre os países do MCE, permitindo a livre-circulação de mercadorias e de mão de obra entre eles, além de políticas comuns nos setores de transportes, agricultura e assistência social.
Em 1991, o Tratado de Roma é substituído pelo Tratado de Maastricht, que o reafirma e amplia.
Para alcançar as metas estipuladas em Maastricht, os países da Comunidade Europeia enfrentam vários obstáculos, os quais podemos resumir nos seguintes pontos:
- Questão do desnível socioeconômico entre os países no interior da UE;
- Questão do sistema financeiro único e do ajuste fiscal (impostos padronizados e fixos);
- Questão das minorias nacionais de caráter político-cultural, levando a uma série de movimentos separatistas dentro da Comunidade Europeia.
A Nova Ordem Mundial
A chamada Nova Ordem Mundial, é a nova realidade político-econômica mundial que ocorre a partir do fim da Guerra Fria, com o colapso do Socialismo.
É marcada por uma indisfarçada ambivalência: intensifica-se, por um lado, o processo de globalização ou mundialização da economia, com a ampliação e extensão de blocos supranacionais e regionais; e, por outro lado, assiste-se a um impressionante surto de movimentos separatistas, ao recrudescimento de contenciosos e a conflitos étnicos, nacionais, religiosos e mesmo tribais.
Estes são os principais responsáveis pela crescente instabilidade política e fragmentação geopolítica - com o surgimento de mais de vinte países nos últimos três anos. A Europa Centro-Oriental, a CEI e a região dos Bálcãs são os lugares mais afetados por tais mudanças.
Divisão política da Europa.
Os movimentos separatistas e autonomistas da UE
Na União Europeia há manifestações de movimentos separatistase autonomistas no interior do Reino Unido, como na Escócia e na Irlanda do Norte.
Nesta última, os conflitos são entre a minoria católica, que quer o separatismo para a posterior união à Irlanda do Sul, de maioria católica, e os protestantes, que são predominantes e querem permanecer como membros do Reino Unido.
Além disso, existem movimentos separatistas na Espanha (País Basco e Catalunha) e na Ucrânia (região da Criméia), por exemplo.
Múltiplas nacionalidades
A Europa é um continente pequeno em relação ao grande número de países que o compõem. É extremamente fragmentado em termos geopolíticos, possuindo um grande número de pequenos países.
Essa fragmentação aumentou ainda mais com as mudanças políticas no Leste Europeu, a partir de 1991. Cerca de metade dos mais de vinte países novos que surgiram com o fim da URSS estão na Europa.
Até o início dos anos 1980, manteve-se a divisão política e ideológica típica dos anos da chamada Guerra Fria:
- Europa Ocidental: formada por países capitalistas, com economias de mercado com democracias representativas;
- Europa Oriental ou do Leste: incluindo Iugoslávia e Albânia, que situam-se mais ao Sul, é constituída por países socialistas, com economias de comando, umas mais, outras menos centralizadas.
Com a liberalização política, democratização e implosão do Socialismo do Leste Europeu, a tradicional divisão entre Europa Ocidental e Oriental voltou a ter o sentido original, isto é, de mera localização geográfica.
População
A Europa é um continente populoso - com mais de 750 milhões de habitantes - e povoado, com sua densidade demográfica em torno dos 72 hab/km².
Porém, a distribuição dessa população apresenta-se extremamente irregular. As áreas mais densamente povoadas estão localizadas, principalmente, na Europa Centro-Ocidental, nas concentrações urbano-industriais, junto às planícies fluviais mais importantes do continente.
Os vazios demográficos encontram-se nas porções setentrionais da Rússia, na península Escandinava, devido ao clima extremamente frio, nos domínios de tundra e de taiga (ou floresta boreal).
A maioria dos europeus, média superior a 73% da população, vive nas cidades, o que confere ao continente um elevado índice de urbanização.
Devido ao seu caráter econômico essencialmente urbano-industrial, a população economicamente ativa concentra-se, principalmente, nos setores secundário e terciário da economia.
A Europa é o único continente em que a população diminui. Tal fato deve-se ao baixo e lento crescimento vegetativo da população do continente. Isso ocorre principalmente devido às baixas taxas de natalidade, fecundidade e mortalidade e à elevada expectativa de vida.
Isso resulta numa mudança de estrutura etária continental, com a diminuição da proporção de jovens e o aumento da proporção de idosos, que pode trazer como consequências futuras uma dificuldade de reposição da população economicamente ativa e um desequilíbrio de caixa no sistema de seguridade social.
Crise Migratória
No continente europeu, principalmente a partir da segunda metade do século XX, passam a se destacar dois tipos de fluxos migratórios:
- Intracontinental: com o deslocamento da população das regiões menos desenvolvidas (Europa Oriental e Meridional) para as regiões mais desenvolvidas (Europa Centro-Ocidental e Setentrional).
- Intercontinental: com o deslocamento da população de países do mundo não desenvolvido (latino-americanos, asiáticos e principalmente africanos) para a Europa.
A maioria dos refugiados são, em sua maioria, do Leste Europeu, Norte da África, Oriente Médio e Ásia Meridional. Essa mão de obra é usada em trabalhos desprezados pela população local, como a colheita nos campos e a construção civil.
Com sua população envelhecida e o declínio na taxa de crescimento demográfico, os países europeus têm de olhar além de suas fronteiras, para construir uma força de trabalho grande o bastante para sustentar um crescimento econômico de longo prazo e, também, seu sistema de seguridade social.
Porém, a imigração gera descontentamento em parte da população, que teme a perda de emprego e a queda do padrão de vida. Esse medo, aliado à xenofobia, tem como consequência o aumento do apoio do eleitorado de vários países, como Áustria, Noruega, Bélgica, Itália, Espanha, Portugal, França e Holanda, a partidos de extrema direita, favoráveis à contenção da imigração; à ocorrência de atentados contra minorias, realizados por grupos neonazistas; e a elaboração de leis restritivas à imigração pela União Europeia.
Os imigrantes, na sua maioria, vêm em busca de trabalho, qualidade de vida e/ou fugidos de conflitos e perseguições de ordem ideológica, étnica ou religiosa.
Refugiados chegam à ilha grega de Lesbos, após atravessarem parte do Mar Egeu.
🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓
Exercício de fixação
ENEM/2009
A figura apresenta diferentes limites para a Europa, o que significa que existem divergências com relação ao que se considera como território europeu.
De acordo com a figura:
A a visão geopolítica recente é a mais restritiva, com um número diminuto de países integrando a União Europeia.
B a delimitação da Europa na visão clássica, separando-a da Ásia, tem como referência critérios naturais, ou seja, os Montes Urais.
C a visão geopolítica dos tempos da Guerra Fria sobre os limites territoriais da Europa supõe o limite entre civilizações desenvolvidas e subdesenvolvidas.
D a visão geopolítica recente incorpora elementos da religião dos países indicados.
E a representação mais ampla a respeito das fronteiras da Europa, que engloba a Rússia chegando ao oceano Pacífico, descaracteriza a uniformidade cultural, econômica e ambiental encontrada na visão clássica.