Diferença entre os Jogos Olímpicos na antiguidade e atualmente

Pós-graduação lato sensu em Jornalismo (Faculdade Cásper Líbero, 2014)
Graduação em Educação Física (Complexo Educacional FMU, 2007)

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Apesar de sua essência mitológica permanecer viva, traduzindo a amizade e união pelo esporte, a Olimpíada sofreu mudanças ao longo dos anos. Nasceu no ano de 776 a.C. como uma espécie de treinamento para os soldados.

As disputas estavam diretamente ligadas as atividades de guerra, eram uma preparação aos combates. Um exemplo é a ginástica artística, o esporte possui uma modalidade chamada cavalo com alças, tinha como finalidade adquirir maior habilidade ao cavalgar.

Dentre os esportes praticados na época, a corrida foi a pioneira. As provas aconteciam em linha reta dentro do estádio e eram divididas em três distintas. Estádio, a primeira delas, correspondia a uma volta, diaulo, duas voltas e a dólico, corrida considerada de longa distância aproximadamente 20 vezes o comprimento do estádio.

Compondo as disputas de combate, a luta livre, denominada atualmente de luta greco-romana, trazia como objetivo derrubar por três vezes o oponente, e somente quando o competidor reconhecia a derrota, o embate finalizava. Um pouco diferente no boxe, onde os atletas utilizavam couro para proteger as mãos e não para aliviar o sofrimento do adversário, mais tarde introduziram pedaços de metal, o que tornava o esporte muito violento. Porém não mais que o pancrácio, uma junção da luta com o boxe, modalidade que poderia levar a morte de um deles, as únicas práticas não permitidas eram mordidas e arrancar um dos olhos.

Unindo cinco modalidades diferentes, o pentatlo, muito similar ao presente, era composto por corrida, salto em distância, lançamento de disco, dardo e luta. Todas finalizadas no mesmo dia, a corrida abria as disputas enquanto a luta encerrava. No salto em distância não se praticava corrida para ajudar no impulso, utilizava-se pesos nas mãos que eram arremessados a frente durante a execução.

Algumas provas eram realizadas fora do estádio, no hipódromo, como a corrida de bigas, que consistia em carros puxados a princípio por quatro cavalos, depois diminuiu para dois. Posteriormente inseriram a corrida de cavalos, com cavaleiros montados nos animais.

Homens livres, gregos e sem registro de crime eram autorizados a competirem e tinham como obrigatoriedade estarem nus durante os embates. Há várias suposições para esse fato, uma delas seria o clima quente de Olímpia. Outra hipótese é de um atleta chamado Orsipos, que durante sua prova percebeu que poderia adquirir melhor desempenho retirando suas roupas. E ainda, a teoria de que as mulheres não infringiriam as regras, como não podiam participar, não haveria a possibilidade de se passarem por homens.

Começavam a preparar os locais da competição com um ano de antecedência, por meio dos juízes, que acumulavam as funções de organizar o evento e verificar quem estava apto a competir. Esse processo de seleção, semelhante ao utilizado atualmente, os atletas intensificavam sua preparação para garantir a vaga após o anúncio da trégua aos combates.

O evento era marcado com muita festa, comida e bebidas. Uma oferenda aos deuses e um desfile dos competidores compunham o início dos jogos. Somente no último dia de provas, os vencedores recebiam seus prêmios em clima de comemoração.

Após mudar suas crenças para o cristianismo, Teodósio I, imperador romano, anulou todas as tradições gregas no ano de 393 d.C., pondo fim a Era Antiga dos Jogos Olímpicos. Uma época que consagrou o nome de Leônidas de Rhodes, atleta que garantiu 12 triunfos consecutivos nas três provas de corrida, estádio, diaulo e dólico, durante os anos de 164 e 152 a.C., ficou considerado um mito no esporte.

Referências bibliográficas:
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/verdade-olimpica-como-surgiram-jogos-grecia-antiga-435358.shtml
http://oglobo.globo.com/esportes/historia-dos-jogos-olimpicos-da-antiguidade-berlim-1936-19376961
http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/os-jogos-olimpicos-da-antiguidade/

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/esportes/jogos-olimpicos-da-antiguidade/

Do começo ao fim da cerimônia, os Jogos Olímpicos atuais são totalmente alinhados com o nosso tempo.

Como, então, eles se comparam às Olimpíadas originais? Perguntamos ao historiador de Grécia Antiga Paul Cartledge.

Veja como eram as competições naquela época:

Um evento para homens nus

As antigas Olimpíadas eram apenas para os homens, no que diz respeito a competições de atletismo e esportes de combate.

As mulheres sequer eram autorizadas a assistir. No entanto, algumas podiam competir nos eventos equestres, mas só no papel de substitutas dos donos dos cavalos e das carruagens.

A primeira vitória feminina de que se tem registro foi a de uma princesa espartana.

Acredita-se que uma possível razão para a exclusão das mulheres seja o fato de que os atletas, lutadores e boxeadores tinham que competir sem roupa.

A antiga palavra grega para 'exercitar-se' significava literalmente 'ser inflexível pelado', provavelmente por motivos religiosos, já que os Jogos eram uma festa de homenagem a Zeus.

Cavaleiros e condutores de carruagens usavam roupas nas competições, mas eles eram vistos como empregados, e não donos dos cavalos - que ficavam com os louros da vitória.

As provas que duraram e as que não existem mais

'Dos eventos de corrida antigos, só sobreviveram (nos Jogos Olímpícos atuais) os 200 metros rasos, os 400 m e a prova dos 5 mil metros', explica Cartledge.

A pista de corrida do século 4 a.C. ainda é visível na antiga cidade de Olímpia.

'Além deles, havia as provas de combate. Dessas, a luta romana e o boxe sobreviveram (mas em formato diferente).'

A luta também era um dos cinco eventos do pentatlo antigo, junto com a corrida de 200 m, o arremesso de dardos, o arremesso de disco e o salto em altura.

'As antigas provas equestres, de carruagem e de corrida de mula não têm equivalentes nas Olimpíadas modernas', diz o professor.

Também havia provas em que os atletas não precisavam competir pelados: seus corpos eram cobertos com um capacete e um protetor de canela para a corrida em armadura e para eventos equestres.

O local e o propósito dos jogos

As antigas Olimpíadas eram um festival explicitamente religioso, dedicado à veneração da mais poderosa divindade grega, Zeus, do Monte Olimpo, a mais alta montanha grega.

Os jogos sempre eram disputados no mesmo lugar, num local remoto e de difícil acesso a pé no noroeste do Peloponeso. Os competidores e espectadores vinham não apenas da Grécia, mas de todo o mundo grego, que na época se estendia da Espanha à Geórgia.

O local dos jogos era conhecido como Olímpia, em homenagem ao título de 'Olímpio' de Zeus, derivado do Monte Olimpo.

Os prêmios

A vitória já era um prêmio por si só, em teoria. Uma guirlanda simbólica de folhas de oliva, cultivadas em Olímpia, era a única recompensa, e destinada apenas ao campeão - não havia medalhas de prata ou bronze.

Mas a cidade natal de um campeão também poderia oferecer-lhe uma recompensa monetária ou o direito de fazer refeições gratuitas no centro administrativo. O campeão também podia encomendar versos a um poeta local para imortalizar a sua fama, ou pedir a um artista para esculpir uma escultura sua em bronze ou mármore - a qual seria dedicada a um deus.

Os vencedores também ganhavam em prestígio. No fim do século 4 a.C., o lutador Milo, originário do que hoje é o sul da Itália, era considerado o Usain Bolt de sua época: não só foi seis vezes campeão olímpico, como também ficou conhecido por seus dotes em carregar touros e em consumir carne.

Um evento internacional

A princípio e por muitos séculos, o evento permitia apenas a adesão de gregos, ou pan-helênicos. Na época, os 'bárbaros' (não-gregos) não podiam participar.

Mas quando Roma conquistou a Grécia, no século 2 a.C., os romanos rejeitaram o título de bárbaros e exigiram o status de grego para que pudessem competir - algo que conseguiram.

Os Jogos, assim, continuaram a acontecer a cada quatro anos, até 393 d.C., quando foram banidos por um imperador romano cristão, Teodósio I, que alegava que a competição era politeísta e pagã.

Outro imperador romano que punha à prova o espírito olímpico era Nero, morto em 68 d.C. Com ameaças e subornos, ele exigiu que o comitê pan-helênico adiasse a data das Olimpíadas por dois anos, para que o imperador pudesse combinar sua aparição na competição com seu tour imperial, em 67 d.C.

Ele caiu de sua carruagem de 16 cavalos, mas mesmo assim foi premiado com a guirlanda de oliva, dando mostras de seu poder imperial na época.

Quais as diferenças entre os jogos Olímpicos antigos e os atuais?

Diferente dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, os da Antiguidade aconteciam sempre na mesma cidade: Olímpia, que era considerada sagrada. O local, inicialmente, tinha templos dedicados a Hera e, mais tarde, também a Zeus, a maior divindade da Grécia Antiga.

Quais as principais diferenças e semelhanças entre os Jogos Olímpicos na Antiguidade e os Jogos Olímpicos da era moderna?

Que semelhança os Jogos Olímpicos atuais guardam com os originais? Provas da Grécia Antiga eram disputadas por homens nus, em homenagem a Zeus; veja outras curiosidades da disputa. Do começo ao fim da cerimônia, os Jogos Olímpicos atuais são totalmente alinhados com o nosso tempo.

Qual é a história dos Jogos Olímpicos antigos e modernos?

Originalmente, os jogos foram realizados em Olímpia, na Grécia, do século VIII a.C. ao século V d.C. Os registros históricos apontam o ano de 776 a.C. (Antes de Cristo) como a época em que os primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade foram realizados.

Qual é a diferença entre os Jogos Olímpicos?

As Olimpíadas são o maior evento esportivo do mundo, em que atletas de mais de 200 países participam de disputas em diferentes modalidades. Elas acontecem de quatro em quatro anos e são divididas entre Jogos Olímpicos de Verão e Jogos Olímpicos de Inverno (que ocorrem com dois anos de diferença entre si).