Conhecemos bem os problemas brasileiros. Entra ano, sai ano e a insegurança continua por aqui. O carro precisa ser protegido, porque pode ser roubado. A cada fim de viagem, experimentamos duas sensações: o alívio por termos saído ilesos das péssimas estradas ou o desespero por não termos chegado ao destino. Não bastasse tudo isso, ainda é necessário pedir pela consciência de todos os condutores. Isso porque somos nós os principais responsáveis pelos acidentes de trânsito.
Um levantamento realizado pela Seguradora Líder, empresa responsável pelo Seguro DPVAT, mostra que, em 2018, os acidentes de trânsito mataram mais que os crimes violentos em nove Estados do país. O estudo compara o total de indenizações pagas por morte pelo seguro obrigatório e os dados das Secretarias Estaduais de Segurança Pública.
São Paulo e Minas Gerais lideram a lista, com 5.462 e 4.127 sinistros pagos por acidentes fatais no trânsito contra 3.464 e 3.234 óbitos por crimes violentos, respectivamente.
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Juntas, as nove unidades federativas somaram mais de 17 mil mortes por acidentes de trânsito, representando 46% do total de acidentes fatais. Já os crimes violentos foram responsáveis pela perda de 12.559 pessoas.
Ao todo, em 2018, 46.848 brasileiros perderam a vida em acidentes ocorridos em ruas e ou estradas.
No país, as motocicletas foram os veículos com maior participação em acidentes fatais. No Piauí, elas foram responsáveis por 73% dos pagamentos de indenização do seguro obrigatório para este tipo de cobertura.
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Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram que, no ano passado, as principais causas dos acidentes de trânsito foram falta de atenção à condução, desobediência às normas de trânsito pelo condutor e velocidade incompatível com o limite da via. Razões que poderiam ser evitadas e que representam desrespeito às leis de trânsito.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, 90% dos acidentes de trânsito acontecem por falhas humanas.
Para tentar amenizar as estatísticas e garantir a segurança das vias, o mês de maio foi escolhido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária como mês da conscientização do trânsito. Neste ano, a campanha do Maio Amarelo é “no trânsito, o sentido é a vida”. Clique aqui para conhecer melhor as iniciativas do Maio Amarelo.
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Número de vítimas por acidentes de trânsito e crimes violentos em 2018
São Paulo | 5.462 | 3.464 |
Minas Gerais | 4.127 | 3.234 |
Paraná | 2.712 | 2.088 |
Santa Catarina | 1.537 | 840 |
Mato Grosso | 1.143 | 978 |
Piauí | 1.111 | 615 |
Mato Grosso do Sul | 601 | 480 |
Tocantins | 593 | 412 |
Rondônia | 505 | 448 |
Total | 17.791 | 12.559 |
Foto Shutterstock | Reprodução
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Última Atualização: 24 Novembro 2021
De acordo com o ONSV (OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária), as três principais motivações dos acidentes de trânsito estão relacionadas e podem ser agrupadas em “Fator Humano, Fator Veículo e Fator Via”.
Segundo a entidade, 90% dos acidentes ocorrem por falhas humanas – que podem envolver desde a desatenção dos condutores até o desrespeito à legislação. Os exemplos são claros, excesso de velocidade, uso do celular, falta de equipamentos de segurança como o cinto de segurança ou capacete, o uso de bebidas antes de dirigir ou até mesmo dirigir cansado.
Para a entidade de segurança viária, apenas 5% dos acidentes têm motivação em falhas no veículo. E como as manutenções preventiva e corretiva são responsabilidades do condutor, até mesmos as falhas no veículo estão vinculadas ao fator humano, esclarece o OBSERVATÓRIO.
O OBSERVATÓRIO complementa, porém, que em 5% das ocorrências de acidentes, as causas estão associadas ao “Fator Via”. Neste caso, são problemas que envolvem estradas mal sinalizadas, mal projetadas ou mal conservadas. “As condições de onde se trafega podem induzir a acidentes como; por exemplo, falta de passarelas pode levar a atropelamentos, vias esburacadas e sem acostamentos induzir a acidentes”.