Estudo bíblico sobre a Páscoa pdf

O que é a Páscoa?

Contexto histórico:

O ambiente em que estavam inseridos os israelitas no Egito era de perfeita profanação ao Senhor Deus. Os egípcios eram idolatras,  politeístas e adoravam criações deixando de lado o que é mais importante, que é o criador. Toda espécie de animal, principalmente os gatos era considerado deuses para os egípcios. Além da idolatria dos egípcios, os israelitas foram forçados a fazerem trabalhos escravos na mão de faraó. Até a época de José no Egito, os israelitas eram tratados bem em terra estrangeira, mas com a morte de José governador do Egito e com a sucessão de novos faraós, a história de José foi esquecida. O povo que foi para o Egito com apenas 70 pessoas de uma única família cresceu bastante a ponto de amedrontar faraó. 
Aqui começa a opressão do povo com trabalhos escravos, o gemido do povo chega até Deus, Deus ouve o clamor dos que clamam por justiça. O Senhor vê e se compadece com a situação em que se encontram este povo, povo que logo será chamada de povo de Deus. Deus não estava longe para que não visse essas coisas, pelo contrário, ele permitiu que isso acontecesse e preparou um homem dentre o povo para libertar os oprimidos das mãos de faraó.

  • Moises: Este homem foi treinado por Deus durantes seus quarenta anos. O restante de sua vida passou com o povo peregrinando no deserto, confeccionando a tenda do encontro (tabernáculo), ensinando seus compatriotas, intercedendo por eles,  recebendo a lei de Deus, selando aliança entre muitas outras coisas…

No dia em que Deus decidiu punir os egípcios e seus deuses com as dez pragas, não sobrou nada para aqueles que achavam que isso seria impossível. A última praga mortal, foi a morte de todo primogênito egípcio. O sangue do cordeiro pascal que foi selado e aspergido nos batentes das portas, protegeram o povo contra o exterminador.
Aqui começa nossa saga para compreender essa festa tão importante para os judeus e cristãos.

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No dia em que os israelitas saíram do Egito (Êxodo 12:37), eles saíram apressados. O povo saiu durante a noite, depois que o exterminador passou por toda a terra do Egito.

Deus instruiu Moises e Arão a comemorarem essa festa como um memorial eterno (Êxodo 12:14), todas as próximas gerações deveriam participar e consagrar a Deus a libertação do seu povo do Egito.

Ritual da festa:

Deus alertou Moisés dizendo que todos deveriam comemorar a festa de Pascoa no décimo quarto dia daquele mês (mês que seria a primavera), (o primeiro mês do ano: abib – antes do exílio ou  nisân – depois do exílio babilônico),  no décimo dia pegariam o cordeiro e preparariam até o décimo quarto dia, na noite deste dia imolariam o cordeiro e comeriam com suas famílias. Essa festa deveria ser comemorada com todos os familiares, quem tivesse uma pequena família deveria se juntar com a do vizinho e consagrar a Deus como memorial a libertação da escravidão do Egito. Isso se tornou tradição para os judeus e passado de geração a geração até os dias de Cristo na terra. Nos trinta e três anos de vida de Jesus, ele comemorou essa festa em honra ao Senhor do mesmo modo que seus antepassados.

O que comemos na Páscoa:

Na festa da Páscoa há uma observância na alimentação. Primeiramente por sete dias é retirado das casas o “fermento”. Este é um mandamento retratado em Êxodo 12:15. Nenhuma massa será feita com fermento, pois ele simboliza distorção e pecado. A farinha com fermento e água torna o pão levedado e isso deve ser levado em conta de forma literal. O pão ázimo (matzá) utilizado na ceia é o sem fermento, o pão que dá forma naturalmente. O cordeiro é preparado com quatro dias de antecedência e somente no dia 14 de nisã ele é queimado por inteiro. Com certeza e com clareza essa é a mais pura referência do cordeiro de Deus que tinha o pecado do mundo, dita por João Batista (João 1:23). Há nas comemorações a ingestão de ervas amargas. Estas ervas representam a situação deplorável de Israel escravos no Egito.

Vamos aos significados de cada alimento:

  • Matzá: é um pão sem fermento. Na tradição hebraica, os judeus, quando foram autorizados a saírem do Egito, não conseguiram esperar o pão fermentar (naturalmente) e, por isso, ele é feito de uma massa bem fina;
  • Vinho: é um vinho especial para Pessach (Páscoa) e que também não é fermentado. São servidas quatro taças de vinho durante o Sêder (jantar);
  • Zeroá: é pedaço de osso com carne que foi tostado e simboliza o sacrifício;
  • Maror: é uma raiz amarga que simboliza a amargura do tempo da escravidão. A alface (chazeret) também é utilizada para simbolizar essa amargura;
  • Charósset: é uma pasta que mistura maça, uva e nozes (pode ter também tâmaras, canela e vinho). Simboliza a argamassa que era usada pelos judeus para fazer tijolos;
  • Água salgada: simboliza as lágrimas e o suor derramado pelos judeus durante a escravidão. É usada para o consumo de batatas cozidas;

No Sêder (jantar) de Páscoa, Jesus e seus discípulos se alimentavam (Mateus 26:20), todos estes elementos acima descritos fazem parte da refeição, pois Cristo celebra seu último jantar de Páscoa (Mateus 26:17-29).Todos os elementos acima representavam algo do futuro, e no tempo de Cristo se concretizou. Jesus dá um novo rito em seu Memorial Eterno compartilhando o pão ázimo e o vinho, simbolizando seu corpo (pão sem fermento) e o vinho (sem fermento) simbolizando seu sangue.

Entendendo os paralelos:

Surpreendentemente, Êxodo explica por que Jesus entrou em Jerusalém no domingo. No capítulo 12 de Êxodo, Deus instruiu que o cordeiro que seria morto na véspera do Êxodo fosse separado quatro dias antes. Isso significa que no dia 10 de nisã, o cordeiro da Páscoa era escolhido, separado e os preparativos começavam: No décimo dia deste mês todo homem deverá separar um cordeiro… um para cada casa (Êxodo 12:3). A preparação começa: Por essa mesma razão, Jesus teve que entrar em Jerusalém no dia 10 de nisã (Mateus 21). Jesus foi crucificado no décimo quarto dia do mês. Quatro dias antes disso, no domingo, no décimo dia do mês, ele entrou em Jerusalém e começaram os preparativos para o Seu sacrifício, para se tornar o Cordeiro da Páscoa no dia 14 de nisã: Guardem-no até o décimo quarto dia do mês… Assim, Jesus entrou em Jerusalém no mesmo dia em que o cordeiro perfeito deveria ser selecionado e separado. Os relatos dos evangelhos correspondem perfeitamente ao cenário estabelecido por Deus durante o tempo do Êxodo.

Significado da festa:

A Pascoa torna o significado da libertação dada por Deus ao seu povo. Toda a narrativa do Êxodo se desenvolve com a ideia central da libertação de um povo escravo pelo inimigo, até que Deus desce a terra para libertar da opressão desse inimigo, o mal aqui é personificado na pessoa de faraó. Nos tempos de Jesus Cristo homem na terra, o simbolismo da festa começa a ter forma. Se para os judeus nativos a ideia da libertação era do Egito opressor, para os novos seguidores de Jesus, judeus e os intitulados “gentios”, torna-se outro significado mais completo. A morte e ressureição de Cristo, a passagem da morte para a vida. Este é o significado de Pessah (Pascoa). Isso não tira o verdadeiro significado da Pascoa bíblica dos tempos de Moisés, pelo contrário, ela se mostra ter o significado completo dessa consagração a Deus, agora na vida e ressurreição de Cristo.
Na última ceia de Jesus Cristo junto aos seus discípulos, eles comemoram a festa judaica de Pascoa e se instaura um novo rito sacramental: A Santa Ceia. As ações de graças dos judeus dadas a mesa, distribuindo o pão sem fermento (matzá) e o vinho aos discípulos é o mesmo praticado á séculos. Na Santa Ceia com Cristo, toma outro significado com o pão sem fermento significando o corpo de Jesus Cristo e o vinho representando o seu sangue, que é a renovação da Aliança dada por Deus para remissão dos pecados.

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Compreendendo o significado do “corpo e sangue” de Jesus:

Como no Sinai (Êxodo 24:4-8) Moisés sela com o povo a aliança com Deus aspergindo o sangue dos touros, este rito perdoa os pecados do povo e torna o povo hebreu (israelita ou judeu), puros, sem pecados. Assim  da mesma forma acontece com Jesus sobre a cruz, o sangue da vítima perfeita, Jesus, selaria a “renovação da Aliança” entre Deus e os homens (cf. Lucas 22:20), a qual os profetas tinham anunciado (Jeremias 31:31). Jesus atribui a si a missão de redenção universal que Isaías havia atribuído ao “Servo Sofredor” (Isaías 42:6; 49:6; 53:12 + cf. Hebreus 8:8; 9:15; 12:24). A ideia da renovação da aliança está presente também em Paulo, não só em 1 Coríntios 11:25, mas em diversos outros contextos que mostram a grande importância dessa festa de Pascoa.

Como deve ser comemorar a Páscoa:

A Bíblia sempre foi o manual e direção para os judeus e os primeiros cristão, pois é nela que devemos ser norteados. Se é nela em que temos como princípio ser guiados, então temos que usá-la para obtermos o conhecimento necessário e não sermos enganados. Durante a história do cristianismo em seu nascimento em Jerusalém, os primeiros cristãos eram judeus. Eles seguiam fielmente o que diz as Escrituras Sagradas e recebera do mestre Jesus o ensino completo, coisa que os fariseus e mestres da lei no tempo de Jesus ainda estavam enraizados em tradições de homens. Jesus não ensinou algo diferente do que as Escrituras do antigo Testamento ensinara, ele deu sentido completo a ela, um exemplo disso está na carta de Paulo aos Colossenses. Antes de iniciarmos a questão, quero deixar claro que NÃO EXISTE à Páscoa judaica ou à cristã, ambas tem o mesmo sentido, a diferenças está nas crenças das duas partes. 

  • Judeus não crentes em Jesus, tem o simbolismo e significado da Páscoa no tempo de Moisés, com a libertação do Egito. Além do mais, é uma festa em comemoração de libertação de seu povo por Deus.
  • Cristãos rememoram a passagem do Êxodo, mas contemplam um significado muito maior, que é a vinda do Messias, sua missão de redenção e ressurreição.

Voltamos agora no entendimento sobre os judeus e gregos que viviam em Colosso. A carta aos Colossenses é endereçada por Paulo contra as práticas gregas do gnosticismo. Uma clara observância ao lermos a carta no capítulo dois, temos o relato de Paulo incentivando os fiéis crentes em Jesus a manterem suas práticas alimentares descritas em Levítico sobre alimentos puros e impuros, observância das festas bíblicas descritas na Torá e os sábados, pois essas coisas foram criadas com o propósito de anunciar Cristo, pois era sombra daquilo viria, ou seja, uma projeção do futuro na vinda do Messias. Paulo incentiva os fiéis a continuarem suas práticas baseadas nas Escrituras e não permitir que filosofias e doutrinas humanas venham a cegar as vistas dos crentes. Com o passar do tempo, o paganismo se misturou ao cristianismo e deu lugar ao sincretismo. Infelizmente a imagem da Páscoa foi deturpada por tradições de homens, que preferiram romper com os judeus suas tradições e criaram suas próprias. O dia da Páscoa mudou do dia 14 de nisã para o primeiro domingo depois da primeira lua cheia que ocorresse após o equinócio da primavera, por Constantino no concílio de Nicéia em 325 d.C. Só depois que o Cristianismo que antes era considerada seita virou império, é que mudaram a data da celebração e mudou o que já estava prescrito nas Escrituras Sagradas.

O paganismo:

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Outro fator que se infiltrou no cristianismo foi o paganismo. Misturar práticas consideradas por Deus como abomináveis é um grande pecado. Se já não bastasse Israel antes do exílio babilônico ser considerado por Deus como uma “prostituta” por seus profetas, vemos a igreja caminhando por este caminho até o século 16, antes da reforma por Lutero. Até os dias atuais temos com base nas tradições de homens esses costumes considerados pagãos sendo praticados, incentivados e compartilhado. Um exemplo disso é a comemoração com ovos de chocolate. Isso não representa nada a raiz da festividade de Páscoa e só traz distanciamento do seu real significado. O Senhor da festa é esquecido e dado lugar a deusa da fertilidade. Isso foi muito comum no mundo antigo e com o passar dos anos, com as explorações territoriais de vários povos, os romanos transliteraram o nome da deusa “Ishtar” (mesopotâmica) em Easter. Se fizer uma busca simples na internet por “easter” verá que aparecerá ovos de Páscoa. Os europeus mantiveram suas raízes pagãs e mudaram o nome da festa e isso foi levado a várias culturas pelo mundo, infelizmente, vivemos hoje  o que foi criado por mãos humanas, tendo nos distanciado do verdadeiro Evangelho.

O que devemos fazer como cristãos:

Primeiramente ler a Bíblia. Temos que parar de dar desculpas a prática da leitura e buscarmos aprendermos mais. Sei que as traduções muitas vezes não ajudam a ter o real sentido das palavras como no original. Sabemos disso, pois é difícil traduzir algo que foi escrito por condições diferentes da nossa. Hoje buscamos um conhecimento por qualquer área em nossa vida, seja nas redes sociais ou plataformas de vídeos, temos que buscar esse conhecimento das Escrituras nessas plataformas.  Quero deixar três dicas importantes:

  1. Antes de ler a Bíblia, ORE. Ore em pensamento, ninguém precisa saber que você está orando. Simplesmente ORE. Orar significa conversar com Deus, isso pode ser feito em forma de pedido, exemplo: “Senhor Deus, não sei como começar a ler ou ate mesmo orar, mas venho neste momento te pedir ajuda. Me ensine a aprender a ler e entender o que quer dizer estas palavras da Bíblia. Me ajude no entendimento e me faça viver isso todos os dias de minha vida. Peço em nome de Jesus, amém;
  2. Prepare um tempo em seu dia para ler. Ler em família é muito abençoador! Compartilhar a leitura em voz alta com outros participantes é fundamental para o aprendizado, mas não se esqueça da dica 1 acima;
  3. Ouça. Vá a igreja, se reúna com outras pessoas que vivem no ambiente onde se prega Cristo. Muito comum no dias de hoje, são as Lives das igrejas, rabinos e pastores compartilhando o Evangelho. Ouça Podcasts, veja vídeos de pregações e etc…

Se não conseguir atingir os objetivos de aprendizado e viver esse ensino em sua vida, fale conosco. Nosso objetivo é ajudar. Dê esse primeiro passo, que o Senhor fará o restante.

Há qualquer momento você pode escrever para nós, – Use o facebook ou nosso site.

Espero ter ajudado no esclarecimento sobre a Páscoa, que em um futuro próximo, possamos estar juntos e unidos em uma única causa, que a religião não seja a barreira entre nós e Deus.

O que é a Páscoa estudo bíblico?

Celebrar a Páscoa é resgatar os atos salvíficos de Deus no passado, acreditando que Ele possa fazer o mesmo, entre nós, no dia de hoje. A memória do passado salvífico - seja da libertação no Egito, seja da vida e obra de Jesus Cristo - restaura as forças dos/as crentes celebrantes para o testemunho.

Qual o verdadeiro significado da Páscoa Jesus e a Bíblia?

A Páscoa Cristã é uma das festividades mais importantes para o cristianismo, pois representa a ressurreição de Jesus Cristo, o filho de Deus. A data é comemorada anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul).

Qual o significado de Jesus Cristo na Páscoa?

Jesus Cristo deu novo significado à Páscoa. Ele trouxe a “boa-nova”, esperança de uma vida melhor, trouxe a receita para que o povo se libertasse dos sofrimentos e das maldades praticadas naquela época. A morte de Jesus Cristo representa o fim dos tormentos.

Quais os livros da Bíblia que fala sobre a Páscoa?

A origem da celebração da Páscoa está na história judaica relatada na Bíblia, no livro chamado “Êxodo” Êxodo significa saída, e é exatamente a saída dos judeus do Egito que esse livro relata.