Pensando na promoção de saúde das gestantes, as educadoras Giovana, do Sesc Piracicaba, e Gabriela, do Sesc Bertioga, trouxeram dicas de exercícios que ajudam a fortalecer e preparar o corpo da gestante a cada trimestre, mostrando que grávidas também podem se movimentar.
>>> Importante: sempre que falamos em gestantes, qualquer atividade física deve ser autorizada pelo médico obstetra que a acompanha!
Primeiro Trimestre
Mudanças: adaptação do corpo à nova condição.
Sintomas: cansaço, sono e os famosos enjôos. O ritmo cardíaco e respiratório aumentam.
Indicações: é imprescindível a liberação do obstetra para praticar atividade
física!
Exercícios mais indicados: de intensidade leve a moderada, priorizando alongamento, mobilidade e fortalecimento muscular com objetivo de fazer a manutenção da massa magra.
Evitar: exercícios de alta intensidade e/ou com impacto, que aumentem a pressão interna.
Segundo Trimestre
Mudanças:
o coração da gestante trabalha duas vezes mais, a barriga já começou a crescer e o peso corporal aumenta. Pico do hormônio RELAXINA – ele relaxa os ligamentos e articulações para prepará-las para o parto.
Indicações: prevenção de dores lombares; exercícios de mobilidade articular e resistência muscular.
Evitar: grande amplitude de movimento devido à Relaxina e exercícios com impacto.
Terceiro Trimestre
Mudanças: o bebê, em crescimento, pressiona e restringe o diafragma, por isso, a gestante respira mais rápido e profundamente. É necessário abrir mais espaço para o bebê se posicionar.
Indicações: trabalhar músculos da pelve e exercícios preparatórios para o parto, como mobilidade de
quadril, alongamentos e agachamentos.
Evitar: exercícios com impacto e de alta intensidade.
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Uma das maiores preocupações no início da gravidez é de se exercitar no primeiro trimestre. A gestante tem receio de fazer esforço por um suposto risco de aborto. Vamos descobrir se realmente é perigoso a prática de exercícios nesse período.
Uma revisão sistemática publicada em 2016 e realizada por pesquisadores na área analisou os dados de cerca de 100 mil mulheres e trouxe informações interessantes sobre o risco de aborto espontâneo.
Em dois estudos chineses, com um total de mais de 2.000 mulheres, foi verificado que exercitar-se mais que duas vezes por semana reduzia o risco de aborto em comparação com quem não se exercitava.
Outros dois estudos não encontraram associação entre realizar atividades físicas, mesmo as intensas, e o risco de aborto espontâneo. No entanto, pesquisadores dinamarqueses verificaram aumento do risco de aborto quando houve uma elevação na quantidade de exercício.
A associação foi vista em atividades de alto impacto, como correr, esportes com bola e com raquete, mas não com atividades como pedalar e nadar.
Outro dado interessante foi que estudos retrospectivos superestimaram o risco, já que ao entrevistar mulheres após o evento, era mais comum elas reportarem que faziam atividade física.
Por outro lado, quando se acompanhava as mulheres com avaliações objetivas de atividade física, o risco não existia. Isso provavelmente ocorreu porque, após sofrer um aborto, as mulheres buscavam justificativas baseadas em suas crenças e percepções.
A conclusão dos autores é que fazer atividade física durante o primeiro trimestre de gestação não aumenta o risco de perder o bebê. Portanto, se a gestante for fisicamente ativa, não há necessidade em interromper. Caso não seja praticante de atividade física, é importante consultar o médico para avaliar.
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