Explique a política de substituição de importações implantada no Brasil do pós guerra

O Comércio Exterior Brasileiro tem lidado com diversas mudanças nos últimos tempos, desde a implantação de uma nova forma de operar as importações e exportações através do Portal Único de Comércio Exterior até mudanças no âmbito político e econômico.

Há décadas existem políticas de industrialização por substituição, que incentivam o crescimento do mercado interno e que ajudaram o Brasil a passar de uma nação cafeeira para um dos maiores parques industriais da América Latina.

Para o governo atual é hora do Brasil diversificar sua economia e competir de forma igual com outras nações.

O que é a industrialização por substituição?

A industrialização por substituição das importações, é um procedimento que eleva a produção interna de um país, ao passo que, diminui as suas importações.

Em geral essas medidas são tomadas por fatores protecionistas, para proteger ou desenvolver algum setor econômico do país, como por exemplo, após a crise de 1929 no Brasil, essa política foi implantada para que o segmento de manufatura se desenvolvesse e parasse de depender de outros países.

O cenário atual de políticas por substituição das importações

Hoje no Brasil ainda vigoram muitas leis protecionistas que colaboram para a substituição das importações, que, por meio de barreiras tarifárias, cotas e incentivos internos fomentam a produção local.

Esse tipo de regime ajudou e ajuda diversos países em desenvolvimento a “andarem com as próprias pernas”.

As mudanças no novo governo e o que esperar dos próximos anos

De acordo com o governo atual, o Brasil trabalha para abandonar o modelo de substituição das importações e ampliar o comércio internacional com o objetivo de ter uma economia mais diversificada e competitiva.

Medidas que já foram tomadas para ampliar o comércio exterior brasileiro e em especial as importações:

  • Acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
  • Esforço do Brasil para entrar na lista da OCDE (países desenvolvidos).
  • Retirada do nome do Brasil da lista de nações em desenvolvimento.
  • Esforços para firmar acordos bilaterais entre Brasil e outros países (Índia, Canadá, Singapura e Coréia do Sul, Suíça, Islândia, entre outros).

A intenção desse novo modelo é que o Brasil se desenvolva também de outras formas, trazendo uma fatia maior do comércio exterior brasileiro para o PIB (Produto Interno Bruto).

As importações tendem a aumentar

Com esse novo modelo de políticas que estão sendo implantadas o setor de importação tende a crescer cada vez mais.

Considerar a importação em seu plano empresarial de estratégia de crescimento é uma consequência quase certa, quem não importa produtos estrangeiros atualmente para diversificar o seu portfólio de produtos, sentirá essa necessidade em breve.

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Explique a política de substituição de importações implantada no Brasil do pós guerra

RESENHA

Da substituição de importações a substituição de exportações*

André Luiz Reis da Silva

Professor das Faculdades Porto-Alegrenses _ Fapa, pesquisador associado do Núcleo de Estratégia e Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Nerint-UFRGS e Doutorando em Ciência Política pela mesma universidade

O Modelo Substitutivo de Importações constituiu um conceito analítico "consagrado" de análise do processo de desenvolvimento brasileiro no século XX, em especial após a Revolução de 1930 e do período pós-Segunda Guerra Mundial. Também foi um modelo perseguido pelos sucessivos governos nesse mesmo período, impulsionado pelo desenvolvimento do capitalismo brasileiro. Entretanto, seus impasses e vicissitudes não haviam ainda sido inteiramente analisados, bem como sua alteração para um Modelo Substitutivo de Exportações, quando o amadurecimento do desenvolvimentismo brasileiro. Nesse sentido, o livro da professora de Relações Internacionais Heloísa Machado da Silva procura desvendar as articulações entre modelo de desenvolvimento, política externa e comércio exterior, a partir dos conceitos de Substituição de Importações e Substituição de Exportações.

O livro, baseado na tese de doutorado da autora, defendida na UnB, inicia com um prefácio de Amado Cervo, que orientou a pesquisa. Conciso e provocador, o prefácio abre, de forma contundente, o debate-guia do livro (e, portanto, da pesquisa) de Heloísa Machado. Na introdução, a autora desvela as correntes teóricas sobre comércio internacional e desenvolvimento, dos clássicos aos neoclássicos, passando pelos keinesianos e cepalinos. O fio condutor é tentar observar as principais teses que orientam os governos nas conseqüências e resultados da política de comércio exterior.

No meio desta controvérsia econômica, o objetivo do trabalho é, recuperando a perspectiva histórica, precisamente permitir uma avaliação mais abrangente de temas centrais da política de comércio exterior brasileira neste período, cujos interesses giravam em torno do nacional-desenvolvimentismo, no rearranjo da pauta de importações, da necessidade de diversificação da pauta de exportações e do papel desempenhado pela diplomacia como instrumento de promoção comercial. A recuperação histórica permitiu caracterizar a política de comércio exterior brasileira pela idéia-força do nacional-desenvolvimentismo.

A autora dividiu o livro em sete capítulos, correspondendo às diversas fases de comércio exterior elencadas. Assim, o primeiro capítulo é dedicado a reestruturação da economia brasileira no imediato pós-guerra (1945-1950), onde foram analisados os problemas relativos ao balanço de pagamentos, com o malogro da política econômica externa do governo Dutra, o estabelecimento do controle seletivo de importações e a implantação do regime de câmbio com licença prévia. No segundo capítulo, foram analisadas as dificuldades na relação com os Estados Unidos, a luta pela manutenção de uma política cafeeira rentável aos exportadores, o nacionalismo como opção para o desenvolvimento, o estabelecimento de um plano de metas, a deterioração dos termos de intercâmbio e a acentuação do recurso ao capital estrangeiro. Já no terceiro capítulo abordou a tentativa de captação de recursos para o desenvolvimentismo de Kubistschek, a Operação Pan-Americana, os primeiros passos da integração latino-americana, a rivalidade comercial com o continente africano e o ensaio multilateral do comércio exterior brasileiro.

Os três capítulos seguintes tratam da formulação e desenvolvimento do modelo substitutivo de exportações. Assim, o quarto capítulo analisa a Política Externa Independente, base inicial do Modelo Substitutivo de Exportações, a ampliação das relações comerciais no período, bem como as dificuldades e adversidades do colapso do populismo. No quinto capítulo, temos uma interessante abordagem do governo Castelo Branco, por meio da análise da interrupção da Política Externa Independente e a paulatina recuperação, sob novas bases, do Modelo Substitutivo de Importações. O sexto capítulo é dedicado à chamada concretização do Modelo Substitutivo de Exportações, correspondendo basicamente aos governos Costa e Silva e Médici. O sétimo capítulo trata do amadurecimento do Modelo Substitutivo de Exportações, ocorrido em uma conjuntura adversa, marcada pelas dificuldades que atingiram a economia brasileira na segunda metade da década de 1970. Em meio a essa conjuntura, verificam-se os crescentes atritos com Washington e a busca de consolidação de parceiras nos mais diversos continentes. Entretanto, a consolidação do Modelo Substitutivo de Exportações não fora capaz de reverter a grave e nociva distorção das contas externas do país, que causaram efeitos globais e nefastos para a fase posterior das relações internacionais do Brasil.

Para a autora, no período 1945-1979, as considerações ligadas ao comércio exterior/desenvolvimento tornaram-se o âmago das decisões diplomáticas. Nesse sentido, as opções de política externa e as grandes decisões foram regidas por essa dicotomia, o que acabou dando à diplomacia brasileira, em termos econômicos, um caráter universalista e estratégico. Esse caráter resultou do malogro do liberalismo econômico do governo Dutra e da constatação de que o multilateralismo do comércio internacional estabelecia princípios que os governos dos países desenvolvidos passariam rapidamente a burlar, protegendo os seus mercados. O marco na passagem da substituição de importações para a substituição de exportações foi o ano de 1961, com a inauguração da Política Externa Independente. A partir desse ano, o Itamaraty converteu-se no eixo fundamental para a promoção de manufaturas brasileiras no exterior. Justamente em 1961, foi criado, no Itamaraty, o Serviço de Propaganda e Expansão Comercial do Brasil (Sepro), modificando os escritórios comerciais e qualificando o corpo de diplomatas para essas funções no exterior. No período 1961-1979, com um parque industrial implantado que clamava por mercados externos, a política externa brasileira reforçou seu universalismo.

O livro traz, de forma bem fundamentada, as influências mútuas entre o comércio exterior, o modelo de desenvolvimento e a política externa brasileira. Mostra claramente o esforço de reconversão do Itamaraty na promoção comercial, tendo como eixo central o desenvolvimento do país. Não obstante, será interessante uma posterior análise sobre o período pós-1979, já que a diplomacia do nacional-desenvolvimentismo iria ser mantida pelo menos até meados dos anos 80, em meio a um contexto internacional adverso. Por outro lado, é relevante considerar o contexto analisado (1945-1979) como o período no qual o capitalismo assumiu uma maior concentração e centralização internacional do capital, com a ampliação das multinacionais e a transferência de parques industriais para regiões periféricas. Nesse sentido, é importante ponderar se a política de desenvolvimento industrial brasileiro constituía uma adaptação propositiva ou meramente passiva às transformações que o capitalismo vinha sofrendo em nível internacional.

Assim, a obra de Heloísa Machado da Silva nos oferece uma oportunidade ímpar para refletir sobre os impasses no modelo de desenvolvimento brasileiro, a partir das lições e questões suscitadas pelo estudo acurado das principais dimensões da política de comércio exterior e do papel da diplomacia neste processo. Enfim, constitui um livro que contribui decisivamente para a análise da política externa do período.

Que a política de substituição de importações implantada no Brasil do Pós

Por cerca de 5 décadas, o Brasil perseguiu uma política de substituição de importação, que consistia em proteger a indústria, com o objetivo de transferir recursos (capital e trabalho, principalmente) do setor agrícola para o setor urbano-industrial, reduzindo os custos da industrialização.

Qual foi o processo de substituição de importações no Brasil?

O processo de substituição de importações pode ser caracterizado por uma industrialização fechada, ou seja, ser voltada para dentro visando prioritariamente o mercado interno e dependente de políticas governamentais que protegessem a indústria nacional em relação aos seus concorrentes internacionais.

O que foi o processo de substituição de importações Brainly?

Substituição de importações, em economia, é um processo que leva ao aumento da produção interna de um país e a diminuição das suas "importações" . Suas principais idéias são: "Produzir internamente tudo aquilo que antes era importado ou aquilo que iríamos importar", fomentando a indústria nacional.

O que significa industrialização por substituição de importação que o Brasil?

O que é a industrialização por substituição? A industrialização por substituição das importações, é um procedimento que eleva a produção interna de um país, ao passo que, diminui as suas importações.