A Lenda do Boto cor-de-rosa, ou simplesmente a Lenda do Boto, é uma lenda de origem indígena que faz parte do folclore brasileiro. Ela surge na região amazônica, no Norte do País.
Reza a lenda que o boto-cor-de-rosa, animal inteligente e semelhante ao golfinho que vive nas águas amazônicas, se transforma num jovem belo e elegante nas noites de lua cheia.
Normalmente ele aparece nas festividades de junho, nas comemorações dos Santos Populares (Santo Antônio, São João e São Pedro), as chamadas Festas Juninas.
Vem vestido de branco e com um grande chapéu a fim de esconder suas narinas, pois sua transformação não ocorre totalmente.
Dono de um estilo comunicativo, galã e conquistador, o boto escolhe a moça solteira mais bonita da festa e a leva para o fundo do rio. Lá a engravida e depois a abandona.
Na manhã seguinte ele se transforma em boto novamente. Por esse motivo, a Lenda do Boto é utilizada muitas vezes para justificar uma gravidez fora do casamento.
Ademais, costuma-se dizer que “a criança é filho do boto” quando é filho de pai desconhecido.
Curiosidades sobre a lenda do boto-cor-de-rosa
Uma maneira de confirmar se os homens presentes na festa não são o boto é retirando os seus chapéus a fim de atestarem as identidades.
Na cultura popular amazônica acredita-se que a pessoa que comer a carne de boto ficará louca e enfeitiçada.
Com direção de Walter Lima Jr., a Lenda do Boto inspirou o filme “Ele, o Boto” (1987).
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Quiz do Folclore
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.
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O boto cor-de-rosa.
Pink dolphins, also popularly known as Boto, Bouto or Amazon river dolphin are a type of dolphin species
living in the Amazon rainforest with bodies well adapted to the Amazon river.
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O boto-cor-de-rosa é uma lenda do folclore brasileiro, sendo muito influente na região Norte do país. Fala de um boto que se transforma em um homem belo e sedutor. Na forma humana, o boto seduz mulheres para engravidá-las. Essas mulheres são abandonadas pelo ser, que retorna para o rio em sua forma animal.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Conhecendo a lenda do boto
- 2 - Origem da lenda
Conhecendo a lenda do boto
O boto-cor-de-rosa é um dos seres do folclore brasileiro, sendo sua lenda muito comum na região Norte. O boto-cor-de-rosa é um animal presente nos rios amazônicos, e, na sua história, ele tem uma conotação negativa.
A lenda do boto-cor-de-rosa fala que esse animal se transforma em um homem muito bonito e conquistador, que parte à procura de mulheres para seduzi-las. Existem diferentes versões da lenda, sendo que algumas falam que ele se transforma durante qualquer festa nas comunidades ribeirinhas, e outras, que a transformação só acontece na Lua cheia do mês de junho, durante as festividades de Santo Antônio, São João e São Pedro.
O boto, como mencionado, transforma-se em um homem muito bonito, com boa conversa e galanteador. Durante a transformação, ele passa a usar roupas e sapatos brancos, além de um chapéu que tampa o topo de sua cabeça. Esse chapéu seria um disfarce, pois a transformação não é completa: no topo da cabeça estariam as narinas do boto.
Sendo assim, o chapéu esconde a grande evidência de que aquele homem é, na verdade, o boto. Existem versões da lenda que falam que o boto procura a mulher mais bonita da festa para seduzi-la, e outras, que ele não procura necessariamente a mais bonita, mas sim uma mulher virgem.
Depois de seduzir a mulher, o boto deita-se com ela e, antes do fim da noite, ele a abandona. Essa mulher engravida, e seu filho cresce sem pai, uma vez que o boto voltou para suas águas. Essa lenda era muito utilizada na tradição popular para explicar os filhos sem pai. Assim, todo filho que cresce sem saber quem é o pai fica conhecido como filho(a) do boto.
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Origem da lenda
O antropólogo Luís da Câmara Cascudo aponta que a ligação da lenda de cetáceos com atos carnais é antiga e remonta à Grécia Antiga. Câmara Cascudo aponta para o fato de que o golfinho (espécie que se assemelha ao boto) era um símbolo de luxúria para gregos e romanos, que o associavam com o culto de Afrodite (Vênus, para os romanos), a deusa do amor|1|.
Além disso, existia literatura que narrava a paixão de golfinhos por homens e mostrava o animal como parte de um fetiche ictiofálico, isto é, a visão do peixe como um falo. Pode ser ressaltado também que os movimentos do golfinho na água eram assemelhados aos do ato sexual.
Essa associação do golfinho com a luxúria permaneceu e foi aplicada, no Brasil, ao boto-cor-de-rosa. No entanto, a lenda do boto-cor-de-rosa não estava presente na cultura indígena até o século XVII, e o boto encarado como animal sedutor só se estabeleceu na cultura popular em meados do século XIX.
A visão grega do boto como um animal afrodisíaco, símbolo da luxúria, repercutiu em determinadas práticas populares no Brasil. Luís da Câmara Cascudo aponta que partes do corpo dos botos-cor-de-rosa eram tidas como portadoras de poderes mágicos|2|. O olho seco de um boto, por exemplo, era tido como um poderoso amuleto amoroso.
Por fim, lendas parecidas com a do boto estão presentes em outros locais da América do Sul, como a Argentina e o Chile, e também em determinados locais da Europa.
|1| CÂMARA CASCUDO, Luís da. Geografia dos mitos brasileiros. São Paulo: Global, 2012.
|2| CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Ediouro, s/d, p. 183.
Por Daniel Neves Silva
Professor de História