O que a caracterizou como sendo a primeira revolução agrícola contemporânea foi a extinção do?

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O que a caracterizou como sendo a primeira revolução agrícola contemporânea foi a extinção do?

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| Agriculura Familiar · 11
INTRODUÇÃO
Nesta unidade vamos estudar a trajetória histórica do desenvolvimento da agricultura no mundo, enfocando para a discussão teórica sobre o conceito de Agricultura Familiar. Para iniciar, faremos um recorrido histórico, nos 
principais momentos da história mundial com o enfoque para o manejo dos recur-
sos naturais e como se deu os primórdios da agricultura. Se considerarmos que a 
agricultura foi desenvolvida a cerca de 10.000 ou 12.000 anos atrás, as mudanças 
ocorridas a partir da Revolução Industrial, vão impactar diretamente os recursos 
naturais e a forma de vida das populações rurais e urbanas. 
Com o passar dos anos, nos séculos Xiv ao XiX, ocorre o que Mazoyer e Roudart 
(2010) chamam de “a primeira revolução agrícola dos tempos modernos” que, de 
maneira geral, gerou os sistemas de cultivos baseados na cerealicultura com forra-
geiras e sem alqueive. A grande diferença deste período, e que a caracterizou como 
sendo a primeira revolução agrícola contemporânea, foi a extinção do Pousio e a 
introdução de novas variedades que podiam ser utilizadas para alimentação humana 
e animal. Neste período observa-se a emergência do capital atando no desenvol-
vimento da agricultura. Logo em seguida, com o avanço da Revolução Industrial, 
emerge o que os autores chamam de “Segunda Revolução agrícola contemporânea” 
que tem como princípio o aumento da industrialização na agricultura. É neste perí-
odo que aumentam a quantidade e especialização das maquinarias, da engenharia 
genética para homogeneizar os cultivos e a quimificação, características que vão 
comprometer a sustentabilidade da agricultura, discutida na próxima unidade.
Esta breve descrição sobre a história das agriculturas no mundo é fundamental 
para compreender como ocorreu a ocupação de terras no Brasil e a formação da 
classe social de agricultores. É fundamental compreender como se deu o avanço 
da modernização na agricultura, bem como do capitalismo para compreendermos 
a formação do Campesinato e da Agricultura Familiar enquanto categorias teóri-
cas, que está descrito na segunda subunidade do capítulo. Esta introdução sobre 
a Agricultura Familiar e a discussão teórico-analítica, bem como o espaço que ela 
adquire no contexto do mundo contemporâneo.
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TRAJETÓRIA HISTÓRICA 
DA AGRICULTURA
A origem do universo é até hoje um tema controverso. Estima-se que a vida na Terra 
começou a se desenvolver, em mais ou menos 3,5 milhões de anos. Desde então, a 
evolução produziu centenas de milhares de espécies vivas, das quais muitas desa-
pareceram no curso do tempo. Quanto ao homem, trata-se de uma espécie muito 
mais recente e que não nasceu agricultor ou criador. Ele assim se fez após centenas 
de milhões de anos de evolução biológica técnica e cultural. Foi no neolítico — há 
menos de 10.000 anos — que ele começou a cultivar as plantas e criar animais, que 
ele mesmo domesticou, introduziu e multiplicou, em todos os tipos de ambiente, 
transformando os ecossistemas naturais originais. Este foi um marco para a evo-
lução do homem e do planeta, pois modificou drasticamente os recursos naturais, 
aumentando a produção e a produtividade, favorecendo o aumento populacional 
e a formação de grupos organizados socialmente (mAZOYER; ROUdART, 2010).
Numerosos são os animais que constroem ninhos, abrigos e mesmo um ambiente 
artificial, tais como as abelhas, os castores, as formigas, entre outros. Segundo Mazoyer 
e Roudart (2010) essa artificialização do meio, é o produto de um trabalho que não 
é próprio da espécie humana. Quando falamos artificialização dos ecossistemas, 
significa a capacidade de alterar as condições naturais dos espaços para atender 
a um determinado fim. Se compararmos o surgimento do Homo sapiens sapiens, 
que é o nome científico da nossa espécie – o humano atual ou moderno, o humano 
pensador e inteligente – com o surgimento do planeta, é uma espécie muito recente, 
tendo surgido na terra há apenas 50.000 ou 200.000 anos segundo diferentes autores. 
Em seguida, ela se disseminou rapidamente por todos os continentes e há 10.000 
anos, aproximadamente, pratica o cultivo e a criação, modificando profundamente 
a maior parte dos ecossistemas do planeta, ou seja, pratica a agricultura. 
Considerando que a nossa espécie, biologicamente desprovidos de ferramentas 
anatômicas especializadas, que nos permitisse, desde a origem, uma intervenção 
vigorosa no meio exterior, ainda temos como instrumentos, as mãos, que mesmo 
sendo polivalente, nem se comparam a dos outros animais, garras, ganchos, pinças, 
etc. Desse modo, só podia sobreviver pela colheita dos produtos vegetais e pela 
captura de animais mais acessíveis, em meios pouco hostis ou dispondo de locais 
protegidos. “Sabendo pouco, pobre em instintos, mas imensamente educável, seu 
principal trunfo residia então na variedade dos regimes alimentares e dos modos 
de vida que podiam lhe convir. O homem é eclético, onívoro e adaptável. Essas são 
suas primeiras vantagens.” (mAZOYER; ROUdART, 2010, p. 58). 
E foi assim que os humanos viveram boa parte da sua vida evolutiva. Os humanos 
começaram a desenvolver uma série de instrumentos, a partir de pedras, ossos e 
fibras, para facilitar a coleta, pesca e caça. A utilização de pedras duras, cada vez 
mais finamente talhadas, por percussão, e por pressão e, em alguns casos, mesmo 
após aquecimento prévio, é cada vez mais variada e especializada. Fabricam-se, 
1.1
educação do campo | Agriculura Familiar · 13
então, diferentes tipos de buris, furadores, raspadores, facas, trinchetes, machados, 
lamparinas a óleo etc. Para conseguir o suprimento de alimentos para sobreviver, 
nesta época, as pessoas eram nômades.
1.1.1 O neolítico e a aparição do cultivo e da 
criação – Primeira revolução Agrícola
Há aproximadamente 12.000 anos antes de nossa Era começa a se desenvolver 
um novo processo de fabricação de instrumentos, o polimento da pedra. Essa 
novidade inaugura o último período da Pré-história, o neolítico. É nesta época 
que, graças aos novos descobrimentos, se iniciam a domesticação de espécies 
vegetais e animais, assim como o início do sedentarismo. O sedentarismo, oposto 
do nomadismo, significa que as pessoas começaram a permanecer no mesmo 
local, para poder cultivar. Quando o homem começou a praticar o cultivo e a cria-
ção, ele não encontrou na natureza nenhuma espécie previamente domesticada, 
mas domesticou um grande número delas. Dessa forma, estes povos conhecidos 
como caçador-coletores prestaram atenção em determinados grãos que, ao serem 
coletados com o intuito de alimentação, poderiam ser novamente enterrados, ou 
seja, semeados com a finalidade de produção de plantas novas e idênticas as que 
lhe deram origem, num processo que é chamado de domesticação e que ora antes 
nunca fora realizado por nenhuma espécie do planeta. 
Estes povos, ademais, não dispunham de instrumentos anatômicos adaptados 
ao trabalho agrícola, mas os fabricou de todas as maneiras e cada vez mais pode-
rosos. Esse processo levou anos e ocorreu graças à capacidade criativa da espécie 
humana, que ia ajustando suas invenções aos mais variados sistemas de cultivo e 
criação e assim, transformando os ecossistemas de acordo com suas necessidades 
e de acordo com suas ferramentas (Figura 01). A domesticação de espécies ocorreu 
de forma diversificada, ou seja, neste processo foram sendo manejadas muitas es-
pécies animais e vegetais ao mesmo tempo, e que variavam de região para região, 
formando um conjunto de espécies domesticadas em todo o mundo.
Figura 1 – Ferramentas utilizadas no Neolítico para a prática da agricultura
Fonte: Neolítico. Disponível em: https://www.sohistoria.com.br/ef2/periodos/p2.php 
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Esta simples prática permitiu que houvesse um aumento na oferta de alimentos 
para estas pessoas. Então teve início o plantio com a finalidade de prover as ne-
cessidades alimentícias das pessoas. As plantas passaram a serem cultivadas bem 
próximas umas das outras, desta forma

O que a caracterizou como sendo a primeira revolução agrícola contemporânea?

Resumo. A revolução agrícola contemporânea ocorreu com o incremento de tecnologias às técnicas até então aplicadas. O objetivo era aumentar a produção e a produtividade. Os resultados foram obtidos por meio de técnicas como a rotação de cultura, a diversificação das sementes e a equalização do espaço para a pecuária.

O que marcou a primeira revolução agrícola?

No Período Neolítico, em algum momento as comunidades nômades decidiram ficar em regiões férteis às marges de rios. Ali cultivaram as plantas que conheciam da coleta, além do que domesticaram os primeiros animais. Essa é considerada a 1ª Revolução Agrícola, que teria se dado por volta de 10 mil anos a.C..

O que caracterizou a revolução agrícola?

Designação do movimento de renovação da agricultura, verificado na Inglaterra do século XVIII, que resulta na transformação da propriedade rural (enclosures), na introdução de novas espécies vegetais e animais (ou seu apuramento) e na aplicação de novas técnicas e processos de produção.

O que foi a revolução agrícola quando aconteceu quais as consequências?

A revolução agrícola se iniciou no período da revolução industrial, século XVIII, tendo como razões a necessidade do aumento da produção agrícola devido à necessidade de abastecer o mercado consumidor inglês, por exemplo, e desde então ela passou por um processo de evolução, aprimoramento, de acordo com o avanço da ...