Psiquiatra revela quais são as principais causas, os sinais e o momento certo de procurar tratamento para as doenças, como a depressão
Em 27/09/2021 às 10:23 2 minutos de leitura
Sabia que há uma conexão entre o seu estado de humor e a sua alimentação? Na edição 217, da revista PROTESTE, do mês de outubro, você descobre quais são os nutrientes certos que ajudam na produção de serotonina, o hormônio da felicidade. Mas você sabe quando o mau humor pode se transformar em transtorno? De acordo com Marcus Schwartz, psiquiatra da clínica Jorge Jaber, no Rio de Janeiro, e professor de pós-graduação da PUC-Rio, algumas pessoas apresentam um mau humor crônico e passam a maior parte do tempo se sentindo infelizes e insatisfeitos. Nestes casos, trata-se de transtornos do humor, que são doenças e requerem tratamentos. Veja na entrevista, a seguir, quais são os principais sinais desses problemas, como a depressão, e qual o momento de procurar ajuda especializada.
Qual a diferença entre humor e transtorno de humor, já que hoje em dia é comum se considerar tudo como quadro de ansiedade e depressão?
O humor é definido como um “estado de espírito”, uma sensação generalizada que pode variar normalmente em todos os indivíduos. A pessoa pode se sentir bem ou mal-humorada, dependendo de circunstâncias externas. Algumas pessoas são portadoras de transtornos do humor. Nesse caso, trata-se de uma doença em que essas variações são muito acentuadas, podendo ser uma exaltação do humor ou oscilar muito para baixo, a depressão. Os portadores de transtorno afetivo bipolar podem apresentar essas variações de forma muito enfatizada. Assim, fica caracterizada uma doença, que requer tratamento.
Quando o mau humor pode se transformar em transtorno?
Qualquer pessoa pode manifestar o mau humor fisiológico normal, dependendo principalmente de fatores externos da vida, como problemas do dia a dia ou questões familiares ou profissionais. Alguns indivíduos são acometidos de um mau humor crônico e passam a maior parte do tempo se sentindo infelizes e insatisfeitos. Pode ser um tipo de depressão chamado de distimia, que também precisa de tratamento.
Quais são as causas que podem ser mais comuns das alternâncias de humor?
A perda de uma pessoa próxima pode desencadear um sentimento de tristeza, por exemplo. Mas é algo esperado. A resposta é que vai determinar se será alternância temporária e mais superficial. Se a pessoa tiver uma predisposição para o transtorno psíquico, esse luto pode precipitar um quadro depressivo. O paciente deixa de se cuidar, não sai da cama, não toma banho e ou não se alimenta. Isso começa a caracterizar um quadro depressivo, ou seja, um luto, que seria um sentimento normal e esperado, mas que pode evoluir para o que se chama de luto patológico, que, na realidade, é um quadro depressivo que precisa de acompanhamento.
Quais são os principais sinais que ajudam a reconhecer o momento de procurar ajuda para um tratamento?
Quando a resposta ao fator que precipitou o sentimento, seja de alegria, seja de tristeza, torna-se extremamente acentuada, disfuncional, o caso pode se tornar patológico. Se a pessoa é realmente portadora de uma doença depressiva ou bipolar, não é necessário um fator externo para desencadear a crise. Como sempre, nesses casos cabe um tratamento.
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Diferença está na palavra mal com L e mau com U
No programa Cotidiano desta segunda-feira (27), a escritora, editora e autora de colunas com dicas de Português em jornais de circulação nacional, Dad Squarizi, tira duvidas sobre a língua portuguesa. Ela explica que mau com U é o contrário de bom e o mal com L é o contrário de bem. "Então na dúvida deve-se apelar para o troca-troca. O contrário de mau humor é bom humor, o contrário de lobo mau é lobo bom. Então bom é o contrário de mau, escrito com U", explica.
Ouça também: Dúvidas de português? Não perca as dicas de Dad Squarisi
Ela explica ainda que o mal com L se opõe a bem, e acrescenta: "mal-humorado se opõe a bem humorado, um verbo mal conjugado, um verbo bem conjugado, uma lição bem feita, uma lição mal feita". E continua: "na questão do mal-humorado, além de ser escrito com L ele se grafa com hífen, porque os prefixos seguidos de H, se grifam com hífen", informa.
Outra dúvida de ouvinte no programa Cotidiano desta segunda-feira (27) foi sobre a palavra exceção.
Ouça outras dicas com a professora Dad Squarizi, no programa Cotidiano, com a jornalista Luiza Inez Vilela, na Rádio Nacional de Brasília.
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Os males da vida moderna são vários e conhecidos: trânsito, barulho, poluição, violência, inflação, o tempo cada vez mais curto, a pressão do trabalho, cobranças da família, o estresse do dia-a-dia... Mesmo assim, não é normal passar o tempo todo reclamando de todas as coisas ao redor, se esquecendo do que a vida oferece de melhor.
Se o seu mau humor é frequente de uma maneira quase desesperadora, há grandes chances de isso ser algo mais sério do que você imagina: uma doença real, que atrapalha a sua convivência social e que precisa sim de um tratamento adequado.
Segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), 3% da população mundial – cerca de 180 milhões de pessoas – sofre de um distúrbio psicológico, a chamada distimia. Se ultimamente você tem se sentido desanimado, triste, sem energia, irritado, com estima baixa e com dificuldades para dormir, fique alerta: você pode fazer parte dessa estatística.
Para entender melhor o assunto, conversamos com duas especialistas, a psicoterapeuta holística Myriam Durante e a psicóloga Camila Lameira. Elas explicam os sintomas, identificam as causas, descrevem os tratamentos e dão dicas para o bem estar.
SINTOMAS
O mau humor frequente é uma característica dos transtornos de humor, que incluem depressão, distimia e transtorno bipolar. “O sintoma principal é a irritabilidade, mas existem outros fatores, como baixa auto-estima, desânimo, tristeza, predominância de pensamentos negativos, alterações do apetite e do sono, além de falta de energia pra agir, isolamento social e até mesmo tendência ao uso de drogas lícitas, ilícitas e tranquilizantes”, diz a psicoterapeuta Myriam Durante.
CAUSAS
Segundo a psicóloga Camila Lameira, as pessoas podem apresentar sintomas relacionados ao estresse de forma diferenciada, pois a vulnerabilidade varia de acordo com a estrutura psíquica de cada indivíduo. “As mudanças de humor dos homens pode ser resultado da queda súbita dos níveis do hormônio masculino, a testosterona”.
Existem outras causas determinantes que afetam o humor: 10% são as circunstâncias da vida, isto é, acontecimentos felizes ou não, 50% é genética e 40% são as atividades intencionais. Entre estas atividades estão ser otimista, focar nas metas pessoais, cultivar relação com outras pessoas, práticas espirituais e ações relacionadas com o corpo.
DISTIMIA
A distimia é uma palavra que vem do grego. Significa mau humor e durante muito tempo foi usada para caracterizar a pessoa mal humorada, que está sempre irritada e de mal com a vida. Hoje em dia o termo já é empregado para assinalar um distúrbio. “Na verdade a distimia é um tipo de depressão crônica de moderada intensidade e que se manifesta já na adolescência. Por ter sintomas mais leves do que a depressão, às vezes leva mais tempo para as pessoas procurarem tratamento” afirma Myriam.
Diferente da depressão, que se instala subitamente, a distimia não tem essa marca brusca de ruptura. Nela, o mau humor é constante. Os portadores do transtorno são pessoas de difícil relacionamento, com baixa estima e elevado senso de autocrítica. “Estão sempre irritados, reclamando de tudo, só enxergam o lado negativo das coisas e, na maior parte das vezes, tudo fica por conta de sua personalidade e temperamento complicado” diz Camila.
TRATAMENTO
É possível conseguir bons resultados com a psicoterapia, que vai trabalhar os padrões de pensamentos, comportamentos, sentimentos e reações fisiológicas, mas em alguns casos apenas a psicoterapia não surte o efeito desejado. Nesse caso recomenda-se a combinação de psicoterapia e antidepressivos, um tratamento ideal para aliviar os sintomas da distimia.
O problema atinge uma série de neurotransmissores em regiões do cérebro que comandam o humor, como sistema límbico, o hipotálamo e o lobo frontal. “Os remédios ajudam a reestabelecer o equilíbrio da célula que conduz a transmissão de uma célula nervosa (neurônio) para outra, e está relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos, como a serotonina” explica Myriam.
A prática regular de exercícios físicos também está associada à melhora de diversas funções cognitivas, como memória e raciocínio, além de atuar também como um excelente ansiolítico e antidepressivo. A liberação de endorfina e serotonina em atividades esportivas são comprovadamente importantes também para o humor, além de melhorar a auto-estima.
ALIMENTOS COMO ALIADOS
Estudo mostra que determinados alimentam afetam o humor e podem até causar o bem estar, além de aumentar a produção do neurotransmissor serotonina. A psicoterapeuta Myriam nos listou alguns desses alimentos:
Alface – Ótima para amenizar a irritação. O talo tem lactucina, substância que funciona como calmante, e é rica em folato. A falta desse elemento no organismo causa depressão, confusão mental e cansaço.
Banana – Pode acreditar: essa fruta tão comum em terras brasileiras diminui a ansiedade e ajuda a garantir um sono tranqüilo. Ela tem esses poderes por ser rica em carboidratos, potássio, magnésio e biotina, e também dá o maior pique porque possui a vitamina B6, grande fonte de energia.
Carne – Esse alimento possui niacina, uma vitamina do complexo B que, quando está em falta no organismo, causa depressão. Também é rica em ferro e cobre, que combatem a anemia e transportam o ferro. O zinco, presente em sua composição, é antioxidante: combate os radicais livres e retarda o envelhecimento. Além disso, seus aminoácidos fazem o cérebro funcionar melhor.
Espinafre – A verdura contém potássio e ácido fólico, que previnem a depressão. Além disso, espinafre tem magnésio, folato e vitaminas A, C e do complexo B, que ajudam a estabilizar a pressão e garantem o bom funcionamento do sistema nervoso.
Laranja – Rica em vitamina C, cálcio e vitaminas do complexo B, a laranja ajuda o sistema nervoso a trabalhar adequadamente. O cálcio presente em sua composição é um relaxante muscular e combate o stress. E essa fruta ainda é energética, hidratante e previne a fadiga.
Leite – A falta de vitamina do complexo B pode acabar com seu bom humor. Além de estarem presentes no leite, essas substancias também são encontradas nas ervilhas, sementes de girassol, batata e peixe. Leite também tem cálcio – que ajuda a relaxar os músculos – e proteínas, que estimulam o sistema nervoso.
Uva – Essa fruta tem uma boa dose de vitaminas do complexo B, que ajudam no funcionamento do sistema nervoso. A vitamina C e os flavonóides da uva são antioxidantes, que retardam o envelhecimento da pele e ajudam a combater o colesterol. Além disso, são energéticos.
Tenha um tempo para você
“Estabeleça metas, faça uma lista das suas prioridades, dê um passo de cada vez e estabeleça metas mais realistas, assim você não desanima ou desiste antes de alcançar. Comece a meditar todos os dias, dedique meia hora do seu tempo apenas para você, pode ser o horário que você quiser. No começo, pode parecer difícil, por isso, pratique e seja paciente. Insista. Com a repetição você irá alcançar camadas cada vez mais profundas, até alcançar o nível de paz interior e tranquilidade onde acontece a mudança e a transformação” finaliza Myriam.