O que impulsionou a industrialização no Brasil no período de Vargas?

A Indústria Brasileira é ainda muito jovem. O ciclo da indústria de base, com as Siderúrgicas, tem início somente com Getúlio Vargas na década de 1930. Confira no resumo completo.

O país é considerado um país atrasado em  função da industrialização brasileira ser tardia, de ter acontecido pratiamente dois séculos depois do início da Revolução Industrial na Inglaterra, em 1760. O salto do Brasil acontece somente na década de 1930, nogoverno de Getúlio Vargas.

O Brasil, portanto, caminha para completar o seu primeiro século de indústria pesada. Durante a época do Brasil Colônia, o governo de Portugal impedia o país de produzir manufaturas. E mesmo na fase do Império ficamos afastados da inovações da Revolução Industrial.

Com a Proclamação da República (1889) é até o fim da República Velha o poder central estava atrelado às oligarquias fundiárias. As mudanças profundas só vieram acontecer em 1930, com Getúlio Vargas na Presidência.

Os ciclos econômicos do Brasil desde os tempos da chegada dos portugueses às nossas praias em 1500 estiveram atrelados aos interesses de Portugal por quatro longos séculos. Por isso temos um país de “industrialização tardia”.

Confira agora no resumo com o professor Raphael Carrieri, do canal do Curso Enem Gratuito, como aconteceu o lento processo de Urbanização na sociedade brasileira, ligado ao ciclo tardio da chegada da indústria pesada.

Como você conferiu no vídeo, durante a colonização portuguesa era praticamente proibido criar indústrias em nosso território. Apenas as economias de exploração da madeira (Ciclo do Pau Brasil); do Ouro, do Açúcar ocorreram porque eram de interesse da Coroa Portuguesa.

O Ciclo do Café tem início ainda sob o Brasil Colonial, e atravessa o período do Império e início da República. Mas, como nos ciclos anteriores, tinha foco na exportação, e não em um mercado interno ou criação de indústria de bens.

As primeiras indústrias  no Brasil tinham base tecnológica mais simples, direcionadas para a produção de alimentos, roupas, velas e sabão.

O que impulsionou a industrialização no Brasil no período de Vargas?
Foi no período do governo de Getúlio Vargas, entre 1930 e 1945, e depois entre 1951 a 1954 que o Brasil teve uma grande explosão de indústrias de base.

A industrialização brasileira e a Era Vargas

Dentre as grandes empresas abertas durante a Era Vargas, os maiores destaques são: Companhia Siderúrgica Nacional (CSN);  Companhia Vale do Rio Doce (Vale); e a Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás). Posteriormente, Getúlio Vargas criou também o o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A ideia inicial para o BNDES era financiar o setor industrial e a tão promissora empresa exploradora de petróleo, a Petrobrás. Essa fase foi primordial para industrialização brasileira, pois sem essas indústrias de base, nada poderiam produzir aqui.

A industrialização brasileira e o governo de Juscelino Kubitschek

Já com o governo de Juscelino Kubitschek, o crescimento ocorreu de uma forma diferente, pois foi feita a abertura de investimentos, ou seja, as empresas estrangeiras poderiam investir no país. Veja com o professor Felipe Oliveira como foram os 50 anos em 5, do governo JK. Foram os “anos dourados’ do Brasil.

Além do presidente JK ter “aberto” milhares de quilômetros de estradas pelo país inteiro, incentivando a vinda de indústrias do setor automotivo, foi criada a cidade de Brasília. A capital desenvolveu a construção civil naquele período. Juscelino também impulsionou a criação de hidrelétricas.

Nesse contexto, as multinacionais invadiram o país, investindo em indústrias de bens de consumo, com tecnologia importada, mas mão-de-obra nacional na maior parte. É claro que os brasileiros ocupavam os postos de trabalho que exigem menor qualificação. Veja todo o ciclo da economia e da política brasileira nas aulas de História e Geografia do Curso Enem Online.

Resumo sobre a Industrialização da Região Sudeste:

Muito boa esta aula do professor Carrieri.

 A industrialização brasileira e o Governo Militar

Com a entrada dos militares, o nacionalismo fez com que esses investimentos externos reduzissem consideravelmente e passamos por uma fase “obscura” da economia e industrialização do país.

Apesar investimento dos governos militares em infraestrutura estatal, aumentando o número de universidades, e fortalecendo a tecnologia para o meio rural, com apoio às pesquisas da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o ciclo da indústria privada não se destacou, salvo por segmentos protegidos por reservas de mercado contra a concorrência de produtos importados.

Esse ciclo de baixo desenvolvimento da indústria privada no país perdurou no início da Nova República, após o fim dos governos militares, com José Sarney no governo entre 1985o início de 1990, quando tomou posse na Presidência da República o alagoano Fernando Collor de Melo.

Ele abriu o mercado brasileiro para o mundo, com ações que permitiram a maior importação de automóveis e outros bens de consumo.

Essa situação fez com que muitas indústrias “quebrassem” por não conseguirem ter preços competitivos. Por outro lado, as que conseguiram se manter, tiveram que melhorar a qualidade de seus produtos e deixarem seus os preços competitivos. A forte inflação do período Collor, e mesmo após o seu Impeachment em 1992 não deixaram boas lembranças para a indústria brasileira.

Em 1994, sob a presidência de Itamar Franco o país lança o Plano Real, tendo Fernando Henrique Cardoso como o ministro da fazenda liderando o processo de realinhamento da economia do país, o que viria abrir um novo ciclo econômico de estabilidade da moeda.

A  situação industrial brasileira nas décadas de 2000 e de 2010 refletiram os altos e baixos da economia do país, repercutindo em grande parte as políticas públicas e expansão ou contração da economia.

O país não teve uma nova explosão industrial, mas sim uma migração das indústrias mais significativas que passaram a deixar o eixo tradicional das capitais de São Paulo e Rio de Janeiro, e suas respectivas Regiões Metropolitanas para migrar em direção a outras áreas que ofereciam melhores condições para se instalarem.

Ganharam nesta corrida as cidades que ofereciam vários pontos positivos, como os citados abaixo:

  1. – Boa infraestrutura;
  2. – Acesso logístico aos Mercados consumidores;
  3. – Impostos mais baratos ou com isenção;
  4. – Salários mais baixos;
  5. – Relação amigável com Sindicatos de trabalhadores;
  6. – Propriedades mais baratas;
  7. – Menos violência;
  8. – Menos trânsito.

Industrialização das Regiões Sul, Norte, e Nordeste

E aí, conseguiu acompanhar o processo de industrialização brasileira?  Com certeza que sim. Estas aulas do professor Carrieri são um show!

Quer ver mais sobre o Brasil? Então, aproveita o momento de concentração para revisar o Governo Militar.

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Exercícios sobre a industrialização brasileira

1 – (FUVEST) A desconcentração industrial verificada no Brasil, na última década, decorre, entre outros fatores, da:

a) ação do Estado, por meio de políticas de desenvolvimento regional, a exemplo da Zona Franca de Manaus.

b) elevação da escolaridade dos trabalhadores, o que torna o território nacional atraente para novos investimentos industriais.

c) presença de sindicatos fortes nos estados das regiões Sul e Sudeste, o que impede novos investimentos nessas regiões.

d) isenção fiscal oferecida por vários estados, o que impede novos investimentos nessas regiões.

e) globalização da economia que, por meio das privatizações, induz o desenvolvimento da atividade industrial em todo o território.

2 – (UFRS) Sobre o processo de industrialização brasileiro, são feitas as seguintes afirmações.

I – A partir de 1930, começa um importante projeto de criação de infraestrutura para o desenvolvimento do parque industrial.

II – A partir da Segunda Guerra Mundial, acentua-se o processo de estatização das indústrias na Região Sudeste.

III – A partir de 1964, amplia-se o parque industrial para atender à demanda da modernização da agricultura.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas III.

d) Apenas I e III.

e) Apenas II e III.

3 – (Ufam) O período comumente denominado de “anos dourados” marcou uma etapa da recente história brasileira associada ao desenvolvimentismo (abertura de rodovias, expansão da rede hidrelétrica, implantação da indústria automobilística, descentralização da capital) e à atmosfera cultural marcada pelo surgimento da Bossa Nova. A que governo tal período está associado:

a) Juscelino Kubistchek

b) João Goulart

c) Getúlio Vargas

d) Eurico Gaspar Dutra

e) Jânio da Silva Quadros

GABARITO

1 – A

2 – D

3 – A

O que Vargas fez para estimular a indústria no Brasil?

Vargas foi o responsável por iniciar efetivamente uma política industrial de substituição de importações. Seu governo priorizou a implantação de indústrias estatais para atuarem em setores estratégicos, especialmente na área de bens de produção e de infraestrutura.

Que fato histórico impulsionou a industrialização brasileira?

A industrialização no Brasil ocorreu de forma tardia por meio da política de substituição das importações no contexto de ocorrência da Primeira Guerra Mundial. Os capitais oriundos de cultivos agrícolas, com destaque para o café, foram primordiais para o desenvolvimento da indústria brasileira.

O que impulsionou a industrialização brasileira entre 1930 e 1955?

A concentração de infraestrutura, mercado consumidor e mão de obra qualificada tornaram a Região Sudeste pioneira na industrialização do país. Entre 1930 e 1955, as indústrias produziram tanto bens de consumo duráveis - como automóveis - quanto bens de consumo não duráveis - desde calçados e roupas até alimentos.

Quais são os fatores que contribuíram para a intensificação do processo de industrialização no Brasil?

Vários foram os fatores que contribuíram para a intensificação da indústria brasileira, entre os principais estão: crescimento acelerado dos grandes centros urbanos graças ao fenômeno do êxodo rural, Page 3 promovido pela queda do café.