BARATEANDO A DIETA
Resíduo de cervejaria, a cevada úmida pode ser usada na dieta do gado como complemento ao volumoso, com alto teor de proteína e fibras
Publicado em 03/10/2022 ÀS 10h30 Por Marcos Ribeiro - Atualizado em 03/10/2022 ÀS 15h24
A utilização da cevada na alimentação de bovinos tem ganhado força Brasil afora, tanto para animais de corte, quanto para o gado leiteiro.
O desafio é baratear os custos da dieta e diversificar o mix de ingredientes fornecidos no cocho.
Algumas matérias primas têm ganhado notoriedade na formulação das rações, de olho sempre no preço da logística.
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Logística e armazenagem da cevada
A cevada úmida é usada como complemento ao volumoso, ou alternativa a ingredientes do concentrado.
O primeiro passo é, justamente, avaliar se há uma indústria cervejeira próxima a propriedade.
Ela vai gerar esse subproduto da fabricação de cerveja, o residual úmido de cevada, que possui alto valor nutricional.
Outro ponto importante é a estocagem desse produto na fazenda, que pode ser feita em silos bolsa ou sobre uma camada de silagem de capim.
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Composição do resíduo úmido de cevada
A cevada úmida é um subproduto da fabricação de cerveja.
Recomenda-se o uso da cevada úmida no balanceamento nutricional da dieta, como complemento ao volumoso, ou como alternativa a outros ingredientes do concentrado.
A cevada úmida possui cerca de 65% de energia (NDT), algo entre 20% e 25% de matéria seca, um teor de proteína bruta que pode variar entre 23% e 28%, e aproximadamente 48% de fibras (FND).
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Gado Leiteiro
Suplementação de vacas leiteiras. Foto: Divulgação
A cevada úmida pode ser fornecida para vacas em lactação e animais em fase de recria, sem nenhum problema nutricional, desde que sejam suplementados adequadamente.
Não é indicado o uso da cevada úmida como ingrediente exclusivo da dieta, nem mesmo como componente principal. A baixa ingestão diária de nutrientes, principalmente energia, poderia comprometer a produção de leite.
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Gado de corte
Lote de bovinos em área de pasto com suplementação. Foto: Divulgação
Em linhas gerais, para vacas e animais de recria, o indicado é um percentual na casa de 30% a 40% da dieta consumida diariamente pelo animal.
Na alimentação de bezerros e bezerras, o fornecimento da cevada úmida é indicado apenas a partir dos seis meses de idade.
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Vale lembrar que é indicado que a fazenda faça uma adaptação do uso do novo ingrediente na alimentação do gado, introduzindo o produto aos poucos e cuidando de sua aceitação.
É sempre recomendado a ajuda de um profissional capacitado para ajustar o balanceamento da dieta.
Link externo:
//ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/142974/1/2010.pdf