Referência : Lima, L.S., (2015) Princípio das proporções definidas (Lei de Proust), Rev. Ciência Elem., V3(2):142 Show A Lei das Proporções Definidas, também conhecida como Lei de Proust, refere que cada composto químico contém sempre a mesma proporção em massa dos elementos que o constituem. Por exemplo, numa mole de moléculas de CO2, 12,0107 g de carbono combinam-se com 31,9988 g de oxigénio para formar 44,0095 g de dióxido de carbono; isto é, no dióxido de carbono, o oxigénio apresenta-se sempre na proporção em massa de 72,7089% para 27,2911% de carbono (a proporção mássica é para ).Este princípio foi observado e enunciado pela primeira vez pelo químico francês Joseph Proust, baseando-se, para tal, nos resultados das muitas experiências por si efectuadas entre 1798 e 1804.[1] Apesar desta lei parecer algo óbvia actualmente, na realidade na altura em que foi enunciada foi bastante controversa. Isto porque no final do século XVIII não havia ainda uma noção concreta do que era um composto químico. Um dos principais opositores desta lei foi o químico Claude Berthollet, amigo e conterrâneo de Proust. Ele defendia que os elementos podiam combinar-se em qualquer proporção. Em 1803, contudo, surgiu a confirmação da veracidade do princípio defendido por Proust, com o desenvolvimento da teoria atómica pelo químico, físico e meteorologista inglês John Dalton que explicou que a matéria era composta por átomos, que havia um mesmo tipo de átomo para cada elemento e que estes se combinavam em proporções fixas para formar os compostos químicos.[2] A Lei das Proporções Definidas, ou lei de Proust, é um princípio basilar da estequiometria, juntamente com a Lei das Proporções Múltiplas e a Lei da Conservação da Massa ou Lei de Lavoisier. No entanto, esta lei não tem uma aplicação universal, pois há certos compostos que não obedecem a este princípio. Estes são designados por compostos não-estequiométricos e vieram a dar parcialmente razão à pretensão de Berthollet. Os compostos não-estequiométricos são, em geral, sólidos com defeitos pontuais na malha cristalina, tais como espaços vazios ou átomos que ocupam espaços intersticiais. Estes defeitos fazem com que o mesmo composto químico apresente um excesso ou defeito de um elemento. Por exemplo, a fórmula empírica do óxido de ferro(II), denominado wüstite, é FeO. No entanto, a fórmula química que melhor representa o composto é Fe1–xO, com 0,05 x0,17. Um outro exemplo é o sólido supercondutor de altas temperaturas óxido de bário, cobre(II) e ítrio(IV), YBa2Cu3O7–x. O valor de x pode variar entre 0 (composto estequiométrico) e 1, mas apenas aqueles os que possuem um valor de x0,65 apresentam propriedades supercondutoras.Referências1. Por exemplo, J.-L. Proust, Ann. Chim. 32 (1799) 26-54; (excerto em inglês em http://web.lemoyne.edu/~giunta/proust.html, consultado em 26/01/2010). 2. J. Dalton, A New System of Chemical Philosophy, Vol. 1 (1808); (excerto em inglês em http://web.lemoyne.edu/~giunta/dalton.html, consultado em 26/01/2010).
A construção do modelo atômico de Dalton teve como suporte a teoria do atomismo proposta por Demócrito e Leucipo. O modelo atômico de Dalton foi o primeiro na história da humanidade a ser proposto por um cientista. Todavia, desde a Grécia Antiga o homem pensa a respeito da constituição da matéria (tudo aquilo que ocupa lugar no espaço e tem massa). É o caso de Demócrito e Leucipo, que foram aqueles que, no século V a.C., afirmaram que a matéria seria formada por partes pequenas (partículas), indivisíveis e indestrutíveis, o que eles denominaram de átomo. Essas ideias marcaram o início do atomismo (estudo do átomo). O atomismo começou a tomar um caminho científico por intermédio de experimentos feitos pelo cientista britânico John Dalton entre os anos de 1802 e 1805, quando ele estava estudando a absorção de gases por alguns líquidos (como a água) e correlacionando-a com estudos feitos por vários outros cientistas. Seus experimentos e estudos levaram-no a concluir que:
Com todos os estudos e trabalhos realizados, Dalton formulou sua teoria atômica (essa teoria também trouxe à tona dizeres de Demócrito e Leucipo), que também é um modelo pelo fato de que a tecnologia precária não permitiu a ele, por exemplo, enxergar o átomo. O modelo atômico de Dalton traz os seguintes postulados:
A imagem a seguir ilustra bem como o modelo de Dalton pode ser representado:
A teoria atômica de Dalton também propôs desenhos esféricos para alguns elementos químicos conhecidos na época, como os representados a seguir:
O modelo atômico de Dalton foi também importante para a compreensão de alguns conceitos importantes dentro da Química, tais como:
C + O2 → CO2
CO2 = 12 u do carbono + 2. 16 u de cada carbono CO2 = 44 u é a massa da substância Os estudos de Dalton favoreceram ainda a compreensão das ideias presentes nas leis ponderais de Lavoisier e Proust:
Aproveite para conferir nossa videoaula sobre o assunto: Por que a lei das proporções constantes ou Lei de Proust?A Lei de Proust, também denominada Lei das Proporções Constantes ou Definidas, foi criada pelo químico francês Joseph Louis Proust (1754-1826) e diz que uma determinada substância composta é formada por substâncias mais simples, unidas sempre na mesma proporção em massa.
Por que a Lei da conservação das massas ou Lei de Lavoisier embasa a teoria atômica de Dalton Brainly?Resposta verificada por especialistas
A Lei de Conservação das Massas (também conhecida como lei de Lavoisier) embasa a Teoria Atômica de Dalton porque reforça o conceito de recombinação dos átomos para a formação dos produtos.
Em que Dalton se baseou para elaborar sua teoria atômica?Dalton baseou sua teoria na lei da conservação das massas e na lei das proporções constantes. A primeira parte de sua teoria afirma que toda a matéria é composta por átomos, que são indivisíveis. A segunda parte da sua teoria diz que todos os átomos de um determinado elemento possuem massa e propriedades idênticas.
O que diz a teoria atômica de Dalton?A teoria atômica de Dalton descreve o átomo como uma partícula esférica, maciça e indivisível, ideia que ficou conhecida como modelo da “bola de bilhar”.
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