Por que os preços das commodities?

Abstract:  Os estudos sobre o comportamento dos preços de commodities, geralmente, visam antecipar informações que permitam os participantes do mercado – produtores, investidores, consumidores e governo – posicionar-se estrategicamente no planejamento da produção, investimento, consumo e políticas econômicas, respectivamente. Nesse sentido, este trabalho procurou modelar o comportamento dos preços de commodities, especialmente agrícolas, por meio do modelo vetorial autorregressivo VAR/VEC. Em geral, as variações nos preços das commodities são explicadas pelos fundamentos do mercado, mas este estudo procurou investigar se outros fatores, tais como financeirização, taxa de câmbio, taxa de juros e preços de outras commodities (a exemplo do petróleo) afetam a dinâmica dos preços das commodities agrícolas. Sendo o Brasil um grande produtor e exportador destas commodities, o objetivo principal deste trabalho foi analisar a dinâmica dos preços internacionais de commodities com ênfase no caso brasileiro no período 2000 a 2016. Especificamente, buscou-se: i) estudar os efeitos da taxa de câmbio e dos preços do petróleo nos preços internacionais das commodities brasileiras; ii) examinar a relação entre os preços do milho, petróleo e taxa de câmbio no Brasil; iii) investigar a influência de um conjunto de variáveis, representadas por taxa de câmbio, preços domésticos, exportações e importações agrícolas, no processo de fixação dos preços internacionais da soja e; iv) identificar a existência de indícios de financeirização dos preços do café. Nesse sentido, foram realizados vários procedimentos econométricos, nomeadamente, testes estatísticos de significância dos coeficientes, raiz unitária, causalidade de Granger, cointegração de Johansen, função impulso-resposta e decomposição de variância dos erros de previsão. Os resultados obtidos indicaram, através dos testes de raiz unitária, que todas as séries são integradas de ordem 1. Os testes de cointegração de Johansen apontaram relação de longo prazo entre taxa de câmbio, preços domésticos e internacionais tanto para soja quanto para o café. Contudo, para os preços do milho, petróleo e taxa de câmbio, a relação de longo prazo não foi observada. No que concerne a causalidade de Granger, os resultados demonstraram relação de causalidade entre os preços domésticos e internacionais da soja e café e que os preços das commodities e a taxa de câmbio causam os preços do petróleo. Importa salientar que os preços das commodities agrícolas não causaram a taxa de câmbio indicando por sua vez, ausência do fenômeno commodity currency para essas variáveis. Além disso, a função impulso-resposta e a decomposição da variância dos erros de previsão deixam claro o poder explanatório dos preços das commodities sobre sua própria variância, especialmente para os preços internacionais da soja. Constatou-se para o café que os erros estimados no mês doze são explicados em 46% pelos próprios preços internacionais do café e em 41% pelos preços domésticos do café brasileiro, sendo as taxas de câmbio e juros pouco relevantes para explicar as variações ocorridas razão pela qual, pode-se inferir que não houve indícios de um processo de financeirização nos preços internacionais do café. Assim, os resultados obtidos nesta investigação com base no caso brasileiro, podem contribuir para uma melhor compreensão das relações entre todas as variáveis examinadas, tendo uma aplicação pragmática para os agentes (produtores, comerciantes, financiadores, etc.) envolvidos no mercado de commodities.


Studies on commodity prices generally focus on investor participation in the market, firms, investors, consumers, and governments, with an emphasis on production planning, investment, consumption and economic policies, respectively. In this sense, this work sought to model the behavior of commodity prices, especially those of agriculture, through the VAR/VEC autoregressive vector model. In general, commodities are explained by the fundamentals of the market, but other factors are also investigated, such as financing, exchange rate and prices of other commodities (particularly oil), which may affect the dynamics of agricultural commodity prices. As Brazil is a major producer and exporter these commodities, the main objective of this work was to analyze the dynamics of international commodity prices with emphasis on the Brazilian case over the period from 2000 until 2016. Specifically, we sought to: i) study the effects of the exchange rate and the oil on international price of Brazilian commodities; ii) examine the relationship between corn prices, oil and exchange rate in Brazil; (iii) investigate the influence of a set of variables, represented by exchange rates, domestic prices, agricultural exports and imports, in the process of setting for international prices of soybeans; iv) verify if there is evidence of the role of finance items on coffee prices. In this sense, several econometric procedures were performed, namely statistical tests of significance of the coefficients, unit root, Granger causality, Johansen cointegration, response function and variance decomposition of prediction errors. The results obtained are compared by means of the unit root tests, that all series are integrated of order 1. Johansen's cointegration tests showed the relation between the exchange rate, domestic and international prices for both soybean and coffee. However, for the corn, oil and exchange rate prices, the long-term relationship was not Elenildes Pereira – A dinâmica dos preços internacionais de commodities: uma abordagem do caso brasileiro vii observed. With regard to a causality of Granger, the results demonstrated a causal relationship between domestic and international prices of soybean and coffee and the commodities prices and exchange rates cause oil prices. The prices of agricultural commodities did not cause the exchange rate indicating, in turn, absence of the commodity currency phenomenon for these variables. Moreover, the impulse-response function and the decomposition of the variance of forecast errors make clear the explanatory power of commodity prices on their own variance, especially for international soybean prices. In addition, it was found for coffee that the errors estimated in the month twelve are explained in 46% by the international coffee prices themselves and 41% by the domestic prices of Brazilian coffee, with exchange rates and interest rates being little relevant to explain the variations occurred in the ratio by which it can be inferred that there was no evidence of a financialization process in the international coffee prices. Thus, the results obtained in this investigation based on the Brazilian case, will may contribute for a better understanding of the links between all the variables that have been examined, and beyond researchers, it also has a pragmatic application to the agents (producers, traders, financiers, etcetera) involved in the commodities market

Porque as commodities estão caras?

Não bastasse, com o início da crise de covid-19 e a adoção de lockdowns, as matérias-primas, principalmente petróleo e derivados de energia, deixaram de ser consumidas e também produzidas. Posteriormente, com a reabertura gradual das economias e a retomada da atividade, os preços das commodities subiram.

O que influencia o preço das commodities?

Negociadas no mundo todo, as commodities têm preços dependentes das cadeias de produção e consumo globais. As commodities estão base da economia brasileira e mundial. Servem para consumo direto e também como matérias-primas na produção de outros produtos.

Como funcionam os preços das commodities?

No caso das commodities, um país ou uma empresa não determina o preço referentes a ela, como acontece em outros setores do mercado. Na prática, as commodities não possuem um preço fixo, mas valores que acompanham a demanda e a capacidade de oferta global.

Porque o preço das commodities caiu?

Preço de commodities desacelera e provoca queda no custo dos alimentos. Após mais de dois anos de alta por conta da pandemia da Covid-19 e o conflito entre Rússia e Ucrânia, as commodities agrícolas estão em desaceleração de preço, e a queda nos valores já chega ao consumidor final.