O sangue humano é uma solução-tampão, ou seja, possui mecanismos que evitam que o seu pH sofra grandes alterações. Um desses mecanismos ocorre quando o CO2, um produto terminal de nosso metabolismo, dissolve-se no sangue e forma o seguinte equilíbrio químico:
CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H+ + HCO3-
Desse modo, o pH do sangue arterial é mantido em cerca de 7,4. O pH do sangue venoso é de 7,35, pois ele possui maior concentração de CO2.
Esquema com os teores de pH normal e patológico
Acidose respiratória
Algumas situações podem fazer com que essa concentração se altere, principalmente questões respiratórias. Quando uma pessoa tem enfisema pulmonar, pneumonia, bronquite ou asma, ela pode passar por momentos em que a respiração é deficiente. Em virtude dessa hipoventilação, a transferência de CO2 para o exterior é reduzida e a sua concentração aumenta no sangue, diminuindo o pH sanguíneo.
Método para evitar acidose respiratória
Se o pH do sangue arterial atingir valores menores que 7,4, desencadeia-se um quadro de acidose. Alguns sintomas são: falta de ar, diminuição ou supressão da respiração e desorientação, o que pode levar a pessoa ao coma. Se o pH ficar abaixo de 6,8, há risco de morte.
Outras situações que causam a acidose estão ligadas ao uso de drogas, alterações no sistema nervoso central e lesões no sistema respiratório.
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Alcalose
Se uma pessoa respirar muito rapidamente, como em casos de histeria, ansiedade, uso de drogas, exercícios físicos excessivos, overdose pelo uso de aspirina e doenças pulmonares, a concentração de CO2 diminui e o pH do sangue aumenta. Nos casos em que o pH do sangue arterial fica acima de 7,4, temos um quadro de alcalose. O risco de morte com relação à alcalose ocorre se o pH atingir valores acima de 7,8.
A alcalose pode acontecer também quando alpinistas, por exemplo, atingem altitudes muito elevadas. Nesses lugares, a pressão atmosférica é menor, e a baixa pressão parcial do oxigênio aumenta a ventilação pulmonar, levando à perda excessiva de CO2.
Subir uma montanha é uma situação que pode desencadear uma alcalose respiratória
Os principais sintomas da alcalose são: respiração ofegante, entorpecimento, rigidez muscular e convulsões.
Outras causas de acidose e alcalose
A alcalose e a acidose não são desencadeadas somente por problemas de natureza respiratória, mas também podem surgir em face de anormalidades metabólicas, como aumento da formação de ácidos metabólicos, perda excessiva de álcalis (eletrólitos) – como em diarreias e vômitos intensos –, doenças renais e diabetes.
Por Jennifer
Fogaça
Graduada em Química
Recursos do assunto A acidose respiratória caracteriza-se por elevação primária da pressão parcial do dióxido de carbono (Pc2), com ou sem aumento compensatório no HCO3−; o pH geralmente é baixo, mas pode estar próximo do normal. A causa é a
diminuição da frequência respiratória e/ou no volume (hipoventilação), tipicamente em razão de condições iatrogênicas, pulmonares ou do sistema nervoso central. A acidose respiratória pode ser aguda ou crônica; a forma crônica é assintomática, mas a forma aguda, ou mais grave, causa cefaleia, confusão e tonturas. Os sinais incluem tremor, abalos mioclônicos e asterixe. Gasometria arterial e eletrólitos séricos A causa é tratada; em geral, são necessários oxigênio (O2) e ventilação
mecânica. Condições que alteram o estímulo respiratório do sistema nervoso central Alteração da transmissão neuromuscular e outras causas de fraqueza muscular Doenças pulmonares obstrutivas, restritivas ou parenquimatosas
Hipóxia tipicamente acompanha a hipoventilação.
A acidose respiratória pode ser
Aguda
Crônica
A diferenciação se baseia no grau de compensação metabólica; o dióxido de carbono é, inicialmente, tamponado de forma não eficiente, mas em 3 a 5 dias os rins aumentam significativamente a reabsorção de bicarbonato.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas dependem da velocidade e do grau de aumento da Pco2. O CO2 se difunde rapidamente através da barreira hematocerebral. Os sinais e sintomas resultam do aumento das concentrações de CO2 e de baixo pH no sistema nervoso central e de qualquer hipoxemia concomitante.
Acidose respiratória aguda
(ou crônica agudizada) causa cefaleia, confusão, ansiedade, tontura e estupor (narcose por CO2). Acidose respiratória de desenvolvimento lento e estável (como na
DPOC [doença pulmonar obstrutiva crônica]
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Gasometria arterial e eletrólitos séricos
Diagnóstico da causa (geralmente clínico)
Ventilação adequada
O bicarbonato de sódio é quase sempre contraindicado, por causa do potencial de acidose paradoxal no sistema nervoso central. Uma exceção pode ocorrer nos casos de broncoespasmo grave, nos quais o bicabornato pode melhorar a resposta da musculatura lisa dos brônquios aos agonistas beta.
Acidose respiratória envolve uma diminuição na frequência e/ou volume respiratório (hipoventilação).
As causas comuns incluem impulso respiratório prejudicado (p. ex., devido a toxinas, doença do sistema nervoso central) e obstrução do fluxo de ar (p. ex., por causa de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, apneia do sono, edema das vias respiratórias).
Reconhecer a hipoventilação crônica pela presença de compensação metabólica (HCO3−elevado) e sinais clínicos de tolerância (menos sonolência e confusão do que o esperado para o grau de hipercapnia).
Tratar a causa e fornecer ventilação adequada, utilizando entubação endotraqueal ou ventilação com pressão positiva não invasiva como necessário.
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