Quais as principais características do mercantilismo exercido pelos europeus?

Conheça as principais características do Mercantilismo, a forma de organização econômica vigente na Idade Moderna.

Quais as principais características do mercantilismo exercido pelos europeus?

O mercantilismo foi a forma de organização econômica vigente na Idade Moderna

O mercantilismo, ou o sistema mercantilista, foi o modelo econômico que esteve vigente no mundo ocidental durante a Idade Moderna, isto é, do século XVI até meados do século XVIII. O termo mercantilismo deriva de mercante, que está associado ao comércio e ao mercado. Portanto, diz respeito aos meios de troca, compra e venda de mercadorias. Você já deve ter ouvido esse termo mais de uma vez nas aulas sobre a formação dos Estados Nacionais Europeus, como Portugal e Espanha, e sobre a época das Grandes Navegações Ultramarinas. Todavia, é preciso que o conceito fique bem esclarecido.

Para começar, o mercantilismo não foi igual em todos os lugares. Cada Estado que se envolveu na aventura da colonização teve um desenvolvimento mercantilista muito peculiar, de modo que é mais acertado dizer “práticas mercantilistas” do que “mercantilismo”, entendido como um sistema único. Nesse sentido, houve a prática mercantilista holandesa, a portuguesa, a espanhola, a francesa, a inglesa etc. Mas o que tais práticas apresentaram em comum? Quais características podem ser elencadas para a definição de uma prática mercantilista?

As práticas mercantilistas estavam associadas, todas elas, ao poder político central de seus países. O modelo político dessa época era o absolutismo monárquico. Cada uma das coroas monárquicas procurava expandir seu império para além do continente europeu, isto é, pretendia, via navegação ultramarina, explorar as riquezas de outros continentes. Sendo assim, o que esses Estados possuíam em comum era: a busca por metais preciosos (busca essa que se convencionou denominar por “metalismo”); a busca pela balança comercial favorável e a busca pela proteção alfandegária (conhecida como protecionismo), que visava a enriquecer o Estado e a controlar toda a atividade econômica.

Essas três características em comum associavam-se a outras, de acordo com a nação na qual a prática mercantilista estava envolvida. No caso de Portugal e Espanha, o sistema mercantil tinha o viés colonialista e exclusivista, isto é, praticava-se o Exclusivo Colonial, ou o Pacto Colonial. O exclusivismo colonial exigia que os colonos sob o jugo da Metrópole não se articulassem economicamente com outras nações. O que era produzido era negociado apenas com o Estado que o colonizara.

Outros Estados, como o francês e o inglês, lançaram-se a outros modelos de prática mercantil, como o industrialismo e o comercialismo, que visavam ao estímulo do desenvolvimento das fábricas manufatureiras e do comércio interno. A Holanda, que desempenhou um papel fundamental na economia mercantilista, com as duas companhias comerciais, a das Índias Ocidentais e a das Índias Orientais, elaborou uma forma mesclada de mercantilismo que combinava o industrialismo e o estímulo ao sistema financeiro, haja vista que os bancos holandeses forneciam crédito por meio de seus bancos a vários outros Estados.


Por Me. Cláudio Fernandes


Aproveite para conferir nossa videoaula relacionada ao assunto:

O ABSOLUTISMO MONÁRQUICO

CONCEITO: Entende-se por Absolutismo, o processo de centralização política nas mãos do rei. É resultado da evolução política das Monarquias Nacionais, surgidas na Baixa Idade Média; fruto da aliança rei – burguesia.

FATORES DO ABSOLUTISMO

1.Aliança rei – burguesia:

A burguesia possuía um interesse econômico na centralização do poder político: a padronização monetária, dos pesos e medidas. Adoção de mecanismos protecionistas, garantindo a expansão das atividades comerciais; a adoção de incentivos comerciais contribuía para o enfraquecimento da nobreza feudal e este enfraquecimento-em contrapartida- garantia a supremacia política do rei.

2.Reformas Religiosas:

A decadência da Igreja Católica e a falência do poder papal contribuíram para o fortalecimento do poder real.

Durante a Idade Média, o poder estava dividido em três esferas:

-poder local, exercido pelo nobreza medieval;

-poder nacional, exercido pela Monarquia;

-poder universal, exercido pelo Papado.

Assim, o processo de aliança rei -burguesia auxiliou no enfraquecimento do poder local; as reformas religiosas minaram o poder universal colaborando para a consolidação do poder real.

3.Elementos Culturais:

O desenvolvimento do estudo de Direito nas universidades e a preocupação em legitimar o poder real. O Renascimento Cultural contribuiu para um retorno ao Direito Romano.

MECANISMOS DO ABSOLUTISMO MONÁRQUICO

A) Criação de um Exército Nacional: Instrumento principal do processo de centralização política. Formado por mercenários, com a intenção de enfraquecer a nobreza e não armar os camponeses.

B) Controle do Legislativo: Todas as decisões do reino estavam controladas diretamente pelo rei, que possuía o direito de criar as leis.

C) Controle sobre a Justiça: Criação do Tribunal Real, sendo superior aos tribunais locais ( controlados pelo senhor feudal ).

D) Controle sobre as Finanças: intervenção na economia, mediante o monopólio da cunhagem de moedas, da padronização monetária, a cobrança de impostos, da criação de Companhias de Comércio e a imposição dos monopólios.

E) Burocracia Estatal: corpo de funcionários que auxilia na administração das obras públicas, fortalecimento o controle do Estado e, conseqüentemente , o poder real.

TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO MONÁRQUICO

Nicolau Maquiavel ( 1469/1525 ) – Responsável pela secularização da política, ou seja, ele supera a relação entre ética cristã e política. Esta superação fica clara na tese de sua principal obra, O Príncipe ­segundo a qual “os fins justificam os meios”.

Maquiavel subordina o indivíduo ao Estado, tornando-se assim no primeiro defensor do absolutismo.

Thomas Hobbes ( 1588/1679 ) -Seu pensamento está centrado em explicar as origens do Estado. De acordo com Hobbes, o homem em seu estado de natureza é egoísta. Este egoísmo gera prejuízos para todos.

Procurando a sociabilidade, os homem estabelece um pacto: abdica de seus direitos em favor do soberano, que passa a Ter o poder absoluto. Assim, o estado surge de um contrato.

A idéia de contrato denota características burguesas, demonstrando uma visão individualista do homem ( o indivíduo pré-existe ao Estado ) e o pacto busca garantir e manter os interesses dos indivíduos.

A obra principal de Hobbes é “Leviatã”.

Jacques Bossuet ( 1627/1704 ) e Jean Bodin ( 1530/1596 )

Defensores da idéia de que a autoridade real era concedia por Deus. Desenvolvimento da doutrina do absolutismo de direito divino – o rei seria um representante de Deus e os súditos lhe devem total obediência.

Absolutismo na península Ibérica

PORTUGAL

-Primeiro país a organizar o Estado Moderno. Centralização política precoce em virtude da Guerra de Reconquista dos ­cristãos contra muçulmanos.

A centralização do Estado Português ocorreu em 1385, com a Revolução de Avis, onde o Mestre da Ordem de Avis ( D. João ), com o apoio da burguesia mercantil consolidou o centralismo político.

ESPANHA

– O processo de centralização na Espanha também está relacionado com a Guerra de Reconquista e foi fruto de uma aliança entre o Reino de Castela e o Reino de Aragão, em 1469 e consolidado em 1492 – com a expulsão definitiva dos mouros da península.

Absolutismo na França

A consolidação do absolutismo francês está relacionado com a Guerra do Cem Anos: enfraquecimento da nobreza feudal e fortalecimento do poder real. A principal dinastia do absolutismo francês foi a dos Bourbons:

Henrique IV ( 1593/1610 ) precisou abandonar o protestantismo para ocupar o trono real. Responsável pelo Édito de Nantes (1598 ) que concedeu liberdade religiosa aos protestantes.

Luís XIII ( 1610/1643 ) Em seu reinado, destaque para a atuação de seu primeiro-ministro o cardeal Richelieu.

A política de Richelieu visava dois grandes objetivos: a consolidação do absolutismo monárquico na França e estabelecer, no plano externo, a supremacia francesa na Europa. Para conseguir este último objetivo, Richelieu envolveu a França na guerra dos Trinta Anos (1618/1648), contra a os Habsburgos austríacos e espanhóis.

Luís XIV ( 1643/1715 ) -O exemplo máximo do absolutismo francês, denominado o “rei-sol”. Organizou a administração do reino para melhor controle de todos os assuntos. Governava através de decretos e submeteu a nobreza feudal e a burguesia mercantil.

Levou ao extremo a idéia do absolutismo de direito divino.

Um dos principais nomes de seu governo foi o ministro Colbert, responsável pelas finanças e dos assuntos econômicos.

A partir de seu reinado a França inicia uma crise financeira, em razão das sucessivas guerras empreendidas por Luís XIV. A crise será acentuada com o Édito de Fontainebleau, decreto real que revogou o Édito de Nantes. Com isto, muitos protestantes abandonam a França, contribuindo para uma diminuição na arrecadação de impostos.

A crise do absolutismo prossegue no reinado de Luís XV e atingirá

o a ápice com Luís XVI e o processo da Revolução Francesa.

Absolutismo na Inglaterra

O apogeu do absolutismo inglês deu-se com a Dinastia Tudor, família que ocupa o poder após a Guerra das Duas Rosas:

Henrique VIII ( 1509/1547 ) – Empreendeu a Reforma Anglicana, após o Ato de Supremacia ( 1534 ). Com a reforma, o Estado controla as propriedades eclesiásticas impulsionando a expansão comercial inglesa.

Elizabeth I ( 1558/1603 ) -Implantou definitivamente o anglicanismo, mediante uma violenta perseguição aos católicos e aos protestantes.

Iniciou uma política naval e colonial – caracterizada pela destruição da Invencível Armada espanhola e a fundação da primeira colônia inglesa na América do Norte – Virgínia ( 1584 ).

Em seu reinado a Inglaterra realiza uma grande expansão comercial, com a formação de Companhias de Comércio e fortalecendo a burguesia.

Com a morte de Elizabeth I ( 1603 ), inicia-se uma nova dinastia ­Stuart – marcada pela crise do absolutismo inglês.

Quais as principais características do mercantilismo exercido pelos europeus?

O MERCANTILISMO

CONCEITO: Política econômica do Estado Moderno baseada no

acúmulo de capitais.

A acumulação de capitais dá-se pela atividade comercial, daí o mercantilismo apresentar uma série de práticas para o desenvolvimento das práticas comerciais.

OBJETIVOS: A intervenção do estado nos assuntos econômicos visava o fortalecimento do Estado e o Enriquecimento da burguesia.

PRÁTICAS MERCANTILISTAS

Para conseguir o acúmulo de capitais, a política mercantilista apresentará os seguintes elementos:

Balança comercial favorável: medida que visava a evasão monetária. A exportação maior que a importação auxiliava a manter as reservas de ouro.

Metalismo (bulionismo): necessidade de acumular metais preciosos (ouro e prata ).

Intervencionismo estatal: forte intervenção do Estado na economia, com o intuito de desenvolver a produção agrícola, comercial e industrial. O Estado passa a adotar medidas de caráter protecionista ­estimular a exportação e inibir a importação, impondo pesadas tarifas alfandegárias.

Monopólios: elemento essencial do protecionismo econômico. O Estado garante o exclusivismo comercial sobre um determinado produto e/ou uma determinada área.

TIPOS DE MERCANTILISMO

Cada Estado Moderno buscará a acumulação de capitais obedecendo suas próprias especificidades.

PORTUGAL – Mercantilismo agrário, o acúmulo de capitais virá da atividade agrícola na colônia ( Brasil ).

ESPANHA: Metalismo, em razão da grande quantidade de ouro e prata da América. O grande afluxo de metais trouxe uma alta dos preços das mercadorias e desencadeou uma enorme inflação. Este processo é conhecido como revolução dos preços.

FRANÇA: Produção de artigos de luxo para a exportação. Também conhecido como colbertismo, por causa do ministro Jean Colbert.

INGLATERRA: Num primeiro momento, a Inglaterra consegue acúmulo de capitais através do comércio, principalmente após o Ato de Navegação de 1651. O grande desenvolvimento comercial vai impulsionar a indústria. Esta última se tornará na atividade principal para a Inglaterra conseguir o acúmulo de capitais.

HOLANDA: desenvolve o mercantilismo misto, ou seja, comercial e industrial.

MERCANTILISMO E FORMAÇÃO DO SISTEMA COLONIAL

A principal dificuldade do mercantilismo residia na necessidade que todos os países tinham de manter uma balança comercial favorável, ou seja, todos queriam exportar, porém nenhum gostava de importar.

Para solucionar este problema e que será montado o Sistema Colonial. As áreas coloniais, mediante o denominado pacto colonial, auxiliava a Europa no processo de acumulação de capitais ao vender – a preços muito baixos – matéria-prima e comprar – a preços elevados, os produtos manufaturados.

CONSEQÃœÊNCIAS

O processo de acúmulo de capitais, impulsionado o capitalismo; A formação do Sistema Colonial Tradicional ( séculos XVI/XVIII); O desenvolvimento do escravismo moderno, onde o escravo é

visto como mão-de-obra e mercadoria.

EXERCÍCIOS

1) (Unitau-SP) São características do mercantilismo:

a) livre cambismo, fomento às indústrias, balança comercial favorável

b) fomento às indústrias, tarifas protecionistas, metalismo, leis de mercado

c) livre cambismo, pacto colonial, intervencionismo estatal

d) monopólio, livre cambismo, tarifas protecionistas, metalismo

e) balança comercial favorável, metalismo, tarifas protecionistas, intervencionismo estatal.

2) (FGV-SP) Acerca do absolutismo na Inglaterra, NÃO é possível afirmar que:

a) fortaleceu-se com a criação da Igreja Anglicana

b) foi iniciado por Henrique VIII, da dinastia Tudor, e consolidado no longo reinado de sua filha Elizabeth I;

c) a política mercantilista intervencionista foi fundamental para a sua solidificação;

d) foi conseqüência da guerra das Duas Rosas, que eliminou milhares de nobres e facilitou a consolidação da monarquia centralizada;

e) o rei reinava mas não governava, a exemplo do que ocorreu durante toda a modernidade.

3) (UFRN) O sistema de colonização objetivado pela política mercantilista tinha em mira:

a) criar condições para a implantação do absolutismo;

b) permitir à economia metropolitana o máximo de auto-­suficiência e situá-la vantajosamente no comércio internacional, pela criação de complementos à economia nacional;

c) evitar os conflitos internos, resultantes dos choques entre feudalismo e capitalismo, que entravavam o desenvolvimento dos países europeus;

d) ganhar prestígio internacional

e) obter a garantia de acessos às fontes de matérias-primas e aos mercados consumidores no ultra-mar.

4) (FUVEST) No processo de formação dos Estados Nacionais da França e da Inglaterra, podem ser identificados os seguintes aspectos:

a) Fortalecimento do poder da nobreza e retardamento da formação do Estado Moderno

b) Ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja

c) Desagregação do feudalismo e centralização política

d) Diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial

e) Enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre Estado e Igreja.

5) (PUC) Na obra O Príncipe , Maquiavel defendia o absolutismo como forma de consolidar e fortalecer o Estado. Entre seus argumentos destaca-se:

a) a necessidade de o governante cercar-se de bons conselheiros, com os quais dividiria o poder; b) a idéia de que somente a lei moral e religiosa limitaria os poderes do rei

c) a constante utilização da guerra como meio de demonstrar a força do Estado;

d) o reconhecimento de que todos os meios utilizados para defender os interesses do governante e do Estado seriam justificados;

e) o princípio da constante mudança das instituições , para que elas se adequassem sempre às novas situações.

6) (FUVEST) O Estado Moderno absolutista atingiu seu maior poder de atuação no século XVII. Na arte e na economia suas expressões foram, respectivamente:

a) rococó e liberalismo

b) renascentismo e capitalismo

c) barroco e mercantilismo

d) maneirismo e colonialismo

e) classiscismo e economicismo.

RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS

1 E

2 E

3 B

4 C

5 D

6 C

Como foi o mercantilismo na Europa?

O mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas que existiu na Europa entre os séculos XV e XVIII. É considerado pelos historiadores como um momento de transição entre o feudalismo e o capitalismo. Visava garantir o enriquecimento do reino e contribuir para o fortalecimento do monarca.

Qual é a principal característica do mercantilismo?

Mercantilismo foi um conjunto de práticas econômicas que vigorou entre os séculos XV e XVIII, sendo adotado pelos Estados nacionais, no intuito de acumular riquezas para o rei. Uma das características do mercantilismo foi o metalismo, ou seja, o acúmulo de metais preciosos, como o ouro.

O que o mercantilismo permitiu aos países europeus?

O mercantilismo nos diferentes países europeus Colbert procurou desenvolver o comércio na França, ao mesmo tempo que dificultava a entrada de produtos estrangeiros. Também foi responsável por impulsionar a fabricação de manufaturas e artigos de luxo para abastecer o mercado europeu.

Quais são os 7 características do mercantilismo?

Características do Mercantilismo.
Balança comercial favorável. ... .
Protecionismo. ... .
Colonialismo. ... .
Intervenção estatal. ... .
Metalismo. ... .
Monopólio econômico. ... .
Criação de manufaturas..