O sistema respiratório é composto por músculos. Ao fortalecer a musculatura respiratória você melhora a capacidade pulmonar, prevenindo e minimizando complicações provocadas por viroses, pneumonias e pela Covid-19. A Assessoria de Comunicação Social e o setor de fisioterapia do Núcleo de Saúde do Tribunal do Trabalho da Paraíba (13ª Região) produziram um vídeo ensinando exercícios respiratórios simples, porém muito eficazes.
Técnicas que podem ser praticadas em casa dão mais resistência ao pulmão para encarar a Covid-19 e ajudam a diferenciar sintomas de doenças
Paula Lacerda
12/04/2020 - 04:30 / Atualizado em 16/04/2020 - 09:59
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Época do ano de maior incidência de doenças respiratórias, o outono se desenrola, este ano, com uma preocupação a mais: a pandemia do coronavírus, que faz com que se confundam sintomas e tratamentos de resfriados e gripes comuns com os da Covid-19 e que pacientes acumulem enfermidades, com complicações pulmonares.
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— Com a chegada do frio e da umidade, há a tendência de se ventilarem menos os ambientes, fechando janelas e portas. Com isso, a taxa de contaminação do grupo familiar que coabita uma residência tende a ser nitidamente maior, se houver alguém que esteja contaminado naquela casa — acrescenta o pneumologista José Miguel Chatkin, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
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O médico chama a atenção para o período crítico de avanço do novo coronavírus, que, por entrar e agir no aparelho respiratório, faz com que “indivíduos que já tenham alguma doença pulmonar e apresentam reservas respiratórias limítrofes tenham maior risco de evolução desfavorável”.
Sem vacina ou medicamentos de comprovada eficiência, a Covid-19 exige medidas de prevenção que vão do distanciamento social a cuidados com a higienização do corpo e de superfícies. Mas se não chegam a ser uma medida de prevenção da doença, exercícios de fisioterapia pulmonar podem ajudar na diferenciação de sintomas respiratórios (que podem ou não ser frutos da Covid-19) e no fortalecimento da musculatura respiratória dos indivíduos, que, em caso de adoecimento, pode ser bastante requisitada.
— Entender o funcionamento da respiração é importante para não confundir alguns sintomas de ansiedade com sintomas do coronavírus, como por exemplo a falta de ar. Na ansiedade, ela pode ceder muito mais facilmente com os exercícios de conscientização respiratória que a falta de ar pelo coronavírus. Já os pacientes crônicos respiratórios precisam manter em dia seu tratamento de fisioterapia respiratória, a fim de evitar uma descompensação em um momento onde a falta de leitos hospitalares é uma preocupação — diz Roberta Correia, fisioterapeuta respiratória do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
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O fisioterapeuta Rodrigo Peres, sócio-fundador da empresa Central da Saúde, também defende que os exercícios respiratórios “deixam os pulmões mais fortes e resistentes para combater qualquer sintoma” e podem ser praticados por qualquer pessoa saudável que tenha o receio de contrair a doença.
— A orientação é realizar exercícios respiratórios diários simples e básicos, como inspirar o ar pelo nariz e expirar pela boca inúmeras vezes. Estes exercícios têm o objetivo de manter a ventilação pulmonar normal e fortalecer a musculatura respiratória, como o diafragma e músculos acessórios da respiração. Com isso, diminui o risco de infecção pulmonar e, consequentemente, de acúmulo de secreção que diminuiria a capacidade pulmonar, podendo levar a pessoa a uma insuficiência respiratória — explica o fisioterapeuta, que sugere, a seguir, uma série de exercícios de fortalecimento da musculatura respiratória que podem ser feitos em casa.
Exercícios para fortalecer a musculatura respiratória e aumentar a capacidade pulmonar:
Exercite a respiração normal: inspire pelo nariz (puxe o ar) uma vez e expire pela boca (solte o ar) uma vez. Faça três séries de dez repetições duas vezes ao dia (de manhã, após o café, e à noite, antes de dormir), com intervalo de um minuto entre as séries.
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Puxe o ar duas vezes pelo nariz sequencialmente e solte-o duas vezes pela boca da mesma forma. Faça duas séries de dez repetições, com intervalo de um minuto entre elas, duas vezes ao dia (manhã e noite).
Amplie o exercício anterior: puxe o ar três vezes pelo nariz sequencialmente e solte-o três vezes pela boca da mesma forma. Faça duas séries de dez repetições duas vezes ao dia (manhã e noite), com intervalo de um minuto entre elas.
Para manter o ar por mais tempo nos pulmões, incentivando o aumento da ventilação, puxe o ar pela boca uma vez e o segure de cinco a dez segundos. Libere o ar de uma vez pela boca, na sequência, de forma rápida. Faça duas séries de dez repetições pela manhã e à noite, com intervalo de um minuto entre as séries.
Para expandir a caixa torácica, puxe o ar pela boca uma vez enchendo bem o tórax, elevando os braços simultaneamente. Solte o ar lentamente, abaixando os braços. Faça duas séries de dez repetições pela manhã e à noite.
Sente-se, segure uma bola plástica leve entre as mãos e estique os braços para a frente, formando um ângulo de 90 graus com seu corpo. Levante e desça a bola, sempre com o braço esticado, associando o movimento à respiração, puxando o ar pelo nariz e o soltando pela boca. Faça duas séries de dez repetições.
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Segurando a mesma bola entre as mãos e também sentado, estique os braços para a frente e dobre-os em direção ao tórax, sucessivas vezes e associando o movimento à respiração. Faça duas séries de dez repetições.
Em posição deitada, de barriga para cima e com o corpo esticado totalmente, flexione uma das pernas deixando-a apoiada no chão e eleve a outra, contando até cinco. Faça duas séries de dez repetições associando o movimento à respiração, puxando o ar quando a perna sobe e soltando quando desce.
Sentado em uma cadeira estável, encha bexigas lentamente.
Caminhe dando passos em que o pé desencoste totalmente do chão com leve inclinação, associando o movimento à respiração normal, puxando o ar pelo nariz e soltando pela boca.