A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um evento que oficializou o modernismo no Brasil. Artistas de diversas áreas reuniram suas obras entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, em São Paulo, para amostragem do que havia de mais novo no universo da arte. Show
Contexto históricoO ano de 1922 era o centenário da Independência do Brasil. Para os artistas envolvidos na programação da Semana, havia um nacionalismo preponderante: a proposta era atualizar a intelectualidade brasileira e muni-la de uma consciência nacional, pautada por uma necessidade de “redescobrir” o Brasil, que se transformava e se modernizava aos passos lentos da República Velha, sem perder os velhos padrões oligárquicos coloniais, agora com a roupagem da burguesia industrial. As primeiras indústrias que chegavam a São Paulo e a produção de café eram os principais eixos de giro financeiro, motivo pelo qual a cidade foi escolhida para sediar o evento, que contou com o patrocínio de diversos membros da alta sociedade paulistana. Ao mesmo tempo, estava presente o internacionalismo das vanguardas europeias, que influenciaram diretamente os artistas envolvidos na Semana. Novos formatos, materiais e um novo entendimento do que era a arte e a produção artística dominavam a Europa do início do século, e chegavam ao Brasil em nova roupagem: a do uso dessas novas linguagens e da atualização das ideias artísticas em prol de uma renovação da arte brasileira. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) O acontecimento da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e o rastro de morte e destruição que assolou a Europa também marcaram profundamente as relações sociais e a percepção filosófica da humanidade, o que impactou diretamente as produções artísticas do período. Leia também: Modernismo em Portugal: orfismo e presencismo Como foi a Semana de Arte ModernaAnúncio de um dos festivais da Semana de Arte Moderna de 1922.Graça Aranha era intelectual conhecido e, embora não fosse modernista, apadrinhou o movimento, cuja ideia original não se sabe de quem foi. Alguns pesquisadores apontam para o pintor Di Cavalcanti, que teria pensado pela primeira vez em fazer, em São Paulo, algo parecido com os festivais culturais de Deauville.
Independentemente disso, além de promover o encontro entre as várias tendências estéticas que floresciam em São Paulo e no Rio de Janeiro desde o início do século, a Semana instituiu-se também como programa que consolidou grupos novos, bem como novas publicações em livros e revistas, tornando a arte moderna uma realidade cultural. Trata-se de um marco para uma nova maneira de pensar as produções artísticas e intelectuais brasileiras, até então dominadas oficialmente pela estética parnasiana. As apresentações e mostras da Semana aconteceram no Theatro Municipal de São Paulo, em cujo saguão instalou-se uma exposição de obras de pintura e escultura que escandalizaram o público brasileiro, desacostumado à nova proposta estética da arte no século XX. Congregando áreas diversas, o evento promoveu três festivais, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro. A abertura da Semana ocorreu com a conferência “A emoção estética da arte moderna”, proferida por Graça Aranha, ilustrada com versos de Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho e com músicas executadas pelo maestro Ernani Braga. Heitor Villa-Lobos apresentou composições para música de câmara. O próprio Ronald de Carvalho também conferenciou sob o título “A pintura e a escultura moderna no Brasil”, ao que se seguiram as apresentações de piano de Ernani Braga e de três danças africanas de Villa-Lobos. O festival do dia 15 foi marcado pelas palestras de Mario de Andrade – trecho do que depois se tornaria o livro “A Escrava que Não é Isaura”, uma defesa do abrasileiramento da língua portuguesa – e de Paulo Menotti del Picchia, que versava sobre arte e estética e provocou grande algazarra e um sem número de vaias. Houve um sarau do qual participaram diversos escritores, embora nem todos tenham conseguido falar, devido à grande balbúrdia que se tinha estabelecido. A calma apenas se reestabeleceu depois, com as apresentações de dança de Yvonne Daumerie e o piano de Guiomar Novais. O encerramento, no dia 17, ocorreu com as apresentações de peças musicais de Villa-Lobos, executadas pelos diversos músicos participantes. Principais artistas da Semana de Arte Moderna de 1922
Consequências da Semana de Arte ModernaA Semana foi um divisor de águas para a arte brasileira. Paulo Mendes de Almeida a define como “um clamor em coro, um movimento de grupo, [...] um safanão naquele adormecido em berço esplêndido Brasil”. O evento teve duplo campo de atuação: a divulgação da arte moderna que já se fazia no país, por meio das conferências, exposições e debates públicos, levando aos jornais o trabalho dos artistas, e o solo fértil para uma revolução artística e literária, que culminou nas inúmeras produções que se seguiram ao evento. Foi a partir de 1922 e até o fim da década que surgiram obras fundamentais para a inteligência do modernismo, como Memórias Sentimentais de João Miramar (1923), de Oswald de Andrade; O Ritmo Dissoluto (1924), de Manuel Bandeira; Manifesto Pau-Brasil (1925), também de Oswald de Andrade, entre outras inúmeras publicações, além da circulação de revistas e periódicos, que difundiam poemas, artigos e demais produções modernistas. Nas palavras de Mario de Andrade, o modernismo que se propunha na Semana “é, a meu ver, a fusão de três princípios fundamentais: o direito permanente à pesquisa estética; a atualização da inteligência artística brasileira; e a estabilização de uma consciência criadora nacional”. Quais foram as consequências da Semana de 22 na arte?A semana causou um grande impacto entre os artistas mais conservadores da época pois trazia uma dura crítica às regras importadas e à falta de liberdade de expressão dos artistas brasileiros. Através da arte moderna muitos puderam trazer o Brasil para suas artes e o nativismo que faltava em muitas obras anteriores.
Quais foram as consequências da Semana da arte?A Semana fez o papel de divulgação da arte moderna, que, por sua vez, cultivou o terreno para a consolidação de uma revolução artística e literária que tomou forma após 1922, quando foram lançados os manifestos de Oswald de Andrade e as obras fundamentais do Primeiro Modernismo brasileiro, tais como Macunaíma (Mario de ...
Qual o impacto da Semana de Arte Moderna para a arte no Brasil?Alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só ganhou sua importância com o passar dos anos, e o seu principal legado foi desprender a arte brasileira da reprodução de padrões europeus, dando início à construção de uma cultura essencialmente nacional.
Quais as consequências da Semana de Arte Moderna ocorrida em 1922 para a política brasileira?Consequências da Semana de Arte Moderna de 1922: Houve uma revolução na linguagem artística, já que se obteve uma ruptura com o passado. Certas novidades artísticas surgiram na Semana e se incorporaram à cultura nacional. Um exemplo é a poesia, que antes era apenas escrita, mas passou a ser declamada.
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