Anuario Colombiano de Historia Social y de la Cultura
Print version ISSN 0120-2456
Abstract
CALMETTES, XAVIER. A Primeira Guerra Mundial nas Antilhas espanholas (Cuba, Porto Rico e República Dominicana): uma história intelectual. Anu. colomb. hist. soc. cult. [online]. 2020, vol.47, n.1, pp.327-351. Epub Mar 05, 2020. ISSN 0120-2456. //doi.org/10.15446/achsc.v47n1.83157.
Os estudos sobre o impacto da Primeira Guerra Mundial na América Latina se diversificam no século XXI. Estes trabalhos mostram que o conflito representou uma ruptura na evolução interna das sociedades latino-americanas por seus efeitos económicos, diplomáticos e intelectuais. A economia extrovertida e o cosmopolitismo das elites antilhanas foram vistos fortemente impactados pela conflagração. Apesar da importância da problemática, não existe abundante bibliografia a respeito das Antilhas espanholas. A difusão das ideias de uma nova geração de pensadores nacionalistas na década de 1920 deveria dar espaço a um novo sistema interpretativo que valorizasse o impacto das circulações intelectuais, dos debates na imprensa e do espetáculo gerados pelo "suicídio da Europa". Apesar de contextos políticos desiguais, o método comparatista dá a oportunidade de observar de que maneira foram produzidas convergências intelectuais induzidas pela situação geopolítica. De fato, as reformas promovidas pelas elites, que consistiam em seguir reforçando os modelos europeus e norteamericanos, foram postas em julgamento devido às intervenções estadunidenses, à tragédia europeia e ao repentino enriquecimento seguido de uma profunda crise económica desses três países.
Keywords : Antilhas; beligerância; Cuba; geopolítica; nacionalismo; neutralidade; Primeira Guerra Mundial; Porto Rico; relações internacionais; República Dominicana.
A primeira guerra representa para a industrialização brasileira um momento de desenvolvimento acelerado. Por ser o Brasil geograficamente complexo, com suas unidades distantes e pobres, representava um mercado interno incipiente. Somente através das medidas fiscais e protecionistas de certos governos, pode-se localizar uma indústria caseira nos fins do século XIX e início do XX. Com a Guerra dificultam-se as importações de produtos, incentivando-se o surgimento de novos ramos industriais. Por ser este um processo de transformação das estruturas de certas zonas geográficas é um processo lento. Esta expansão é liderada pelas regiões Sul e Leste, por serem ricas e variadas climaticamente.
Os elementos da acumulação capitalista são a aplicação de pequeno capital e o baixo salário, que acrescia, além dos lucros normais, pela inflação e pela aplicação de parte dos lucros do café, devido à proibição de novos plantios em 1902.
Depois de 1914 surgem as grandes
indústrias e uma concentração operária. Dá seus primeiros passos a indústria pesada e vai ocupar parcialmente um mercado que demanda uma auto-suficiência, somente alcançada no período da Segunda Guerra, em Volta Redonda. Paradoxalmente, desenvolvem-se as indústrias subsidiarias estrangeiras de petróleo e derivados, químicos e farmacêuticos, que conjuntamente aos trustes estrangeiros, crescem acompanhando as necessidades do país.
As classes dominantes não apóiam esta expansão, por ser formada basicamente por proprietários de terras. A indústria só superará a atividade agrária após a Segunda Guerra. Somente no governo de Afonso Pena que se compreendeu a necessidade de um equilíbrio entre indústria e consumidor. No Governo de Hermes da Fonseca e de Venceslau Brás, tentava-se rever as taxas alfandegárias. A guerra precipita a solução, onde, nota-se a necessidade de desenvolver os recursos industriais de energia e ferro próprios.
Devido à guerra, ocorrem grandes
dificuldades fiscais, levando o país a uma inflação acelerada, onde a moeda circulante ultrapassa a casa de um milhão de contos de réis de emissão do tesouro, sem contar as emissões bancárias. O presidente Epitácio Pessoa (1919- 1922), adota uma política de baixa cambial. Com esta situação, aumenta as reivindicações operárias e pequeno-burguesas com relação a custo de vida e moradia. Este governo foi o último que tentou uma política antiindustrialista. Os governos posteriores tiveram de
reconhecer a necessidade da industrialização.
Diferentemente da produção industrial, exclusivamente de consumo interno, a produção industrial, exclusivamente de consumo interno, a produção agrícola é basicamente de exportação.
Esta produção primária aumenta progressivamente, acarretando em um saldo credor para o Brasil, onde, se permitia cobrir compromissos externos e suprir algumas necessidades internas. Com a concorrência das plantações africanas e asiáticas, onde ocorre aplicação
de grandes capitais e uso de técnica racional, com mão-de-obra mais barata e clima propício, fizeram com que certos produtos de exportações brasileiras a partir da Primeira Guerra fossem declinando.
Por sua vez, o café, teve vários fatores a seu favor. O Brasil que possuía ¾ da produção mundial expandia-se nas terras roxas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, principalmente. Aumenta continuamente sua produção devido a interesses capitalistas estrangeiros, que participaram
principalmente de sua distribuição. Devido ao consumo ser menor que a produção, sente-se à conseqüência da acumulação que se dá a partir da Crise de 1893.
Com estas ações protecionistas, que garantia a estabilidade, guerra, em um país como o Brasil, um circulo vicioso entre bons preços e mais aplicações de capitais em novas lavouras, tendo como resultado um acúmulo de estoque que tendia à crise, desenrolada e m 1929. (esta crise de 1929 foi uma crise mundial que assolou em especial os EUA com o Crack da bolsa de Nova York que depois da primeira guerra viveram um fortalecimento da suas economias por tudo que produzirem ser exportado para a Europa que ficou destruída com a Guerra neste período já estavam quase que recuperada e não precisava mais nem dos empréstimos em dinheiro americano ou de produtos dos demais paises os excedentes de produção levaram muitos destes países à crise econômica). Em continuação aos prósperos anos de guerra, as mercadorias agrícolas e industriais atingem um superávit, com relação às importações. Passada a euforia econômica de 1919, segue uma paralisação e a crise de 1920, acelerada devido à política titubeante e antiindustrialista do governo.
Referencias Bibliográficas:
FAORO, Raymundo. (1985), Os Donos do Poder (6ª ed.). Porto Alegre, GLOBO.
VINHOSA, Francisco Luiz Teixeira. O Brasil e a Primeira Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1990.
Texto escrito por Patrícia Barboza da
Silva
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