Quais foram os principais grupos que deram início ao processo de formação do povo brasileiro?

Quais foram os principais grupos que deram início ao processo de formação do povo brasileiro?

Vamos entender, nesta matéria, como se deu o processo de formação da sociedade brasileira, essa mescla de culturas distintas vindas de várias partes do mundo.

Uma primeira perspectiva apresenta a história do Brasil a partir da chegada dos portugueses em 1500 e confere pouca importância às sociedades preexistentes, já que suas tradições teriam sido absorvidas e moldadas às necessidades econômicas europeias.

Uma segunda perspectiva, que consideraremos, usa o ano de 1500 como referência, mas interpreta o descobrimento como um processo de conquista e de interação de portugueses, indígenas, africanos e levas de imigrantes, inicialmente portugueses e, posteriormente, de outros grupos europeus e asiáticos que aportaram aqui ao longo do tempo.

Os primeiros habitantes foram chamados de índios, nativos ou aborígines. Contudo, não eram originários dessa terra, pois chegaram de outros lugares em migrações oriundas principalmente da Ásia.

Existem várias linhas de explicação de seus deslocamentos para o continente americano. Todas essas correntes levam em consideração a Era Glacial (28.000 a 10.000 anos), que teria congelado mares e diminuído o nível das águas do Pacífico, permitindo a passagem por ilhas hoje submersas e por conjuntos de água solidificados.

Quais foram os principais grupos que deram início ao processo de formação do povo brasileiro?

O que podemos afirmar é a existência de uma diversidade significativa de povos, de organizações sociais, de ordenamentos políticos e de desenvolvimento técnico no continente americano.

Quais foram os principais grupos que deram início ao processo de formação do povo brasileiro?

As civilizações Maia, Asteca e Inca, por exemplo, foram grupos humanos que atingiram o sedentarismo devido à sua complexidade organizacional, demonstrando essa diversidade anterior à presença europeia, além de grupos nômades e seminômades que desenvolviam uma agricultura de subsistência.

No Brasil, podemos assinalar a presença de um tronco humano conhecido por tupi. Dentre as comunidades que falavam variações da estrutura linguística tupi, destacaram-se os carijós, os tupinambás, os potiguaras, os caetés, os tapes e os tabajaras, entre outros. Os grupos que não tinham essa estrutura linguística eram chamados de tapuias (bárbaros).

As comunidades indígenas se organizavam em tribos, que se comunicavam entre si, mas eram autônomas. Cultivavam a mandioca, a batata-doce, a abóbora e o milho, mas eram atividades complementares que não os impediam de se deslocarem. Suas malocas eram produzidas com material orgânico.

As atividades das aldeias eram compartilhadas pelos homens, que defendiam a comunidade, caçavam e pescavam, e pelas mulheres, que cuidavam das crianças e dos idosos, preparavam os alimentos e trabalhavam na coleta e na agricultura.

A guerra era constante e incluía, em alguns casos, a realização de rituais antropofágicos.

Quais foram os principais grupos que deram início ao processo de formação do povo brasileiro?
              Inicialmente, é cediço reconhecer que o Brasil é um país multirracial devido ao processo de miscigenação, isto é, a mistura de etnias que ocorreu a partir do período de colonização. O referido período contribuiu para a formação do país, especialmente com a chegada dos navegantes portugueses ao território que mais tarde se chamaria Brasil, em 1500.

Essa população miscigenada, por sua vez, foi formada por meio de diversos processos ao longo da história, de modo que os principais povos que fizeram parte da formação do povo brasileiro foram os indígenas, os africanos, os europeus e os asiáticos.

Dessa forma, tem-se que levar em consideração duas premissas sobre a miscigenação no processo de formação do povo brasileiro, quais sejam, a colonização e a imigração. Indubitavelmente, a imigração fora um processo consequente da colonização portuguesa, conforme se verá adiante.

Por conseguinte, com a chegada dos portugueses ao território brasileiro, deparou-se com a presença da população indígena. Os povos originários do Brasil são os índios, os quais possuíam também diversas etnias e habitavam em diferentes locais do território.

Ademais, viviam em tribos e praticavam a cultura da produção de subsistência, ou seja, usufruíam daquilo que a natureza oferecia. Por isso, as práticas mais comuns à época eram a pesca, a caça e o plantio/colheita de alimentos.

Importante destacar que a Fundação Nacional do Índio – FUNAI estima que à época da colonização portuguesa, a população indígena possuía 03 (três) milhões de pessoas, as quais foram devastadas em cerca de 150 (cento e cinquenta) anos. Isso porque, no ano de 1650, a população indígena do Brasil contava com apenas 700.000 (setecentas mil) pessoas.

E, atualmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE aduz que o povo indígena conta com 800.000 (oitocentas mil) pessoas.

Ora, a partir do momento que se instala a colonização portuguesa, a qual dispõe de outra cultura, passa a existir uma influência muito grande dos colonizadores em detrimento da cultura originária do Brasil. O grande problema disso tudo, é o reflexo que essa absurda devastação dos povos indígenas causou na formação do povo brasileiro.

Isso porque, existem constantes conflitos políticos sobre os direitos dos povos indígenas no Brasil, como, por exemplo, a delimitação do território indígena e quilombola. Questiona-se: se durante o processo de colonização portuguesa que perdurou por séculos tivesse sido elevado a patrimônio nacional a cultura indígena, será que hoje em dia teríamos muito mais apreço por esse povo originário?

Ora, não somos senhores do tempo, porém, acredita-se que a resposta para a pergunta acima é positiva. A partir do momento que se devasta a maior parte da população indígena no processo de colonização portuguesa, com ela se vai o patrimônio cultural indígena.

Entretanto, verifica-se na história do Brasil, a falta de políticas públicas voltadas à efetivação do patrimônio cultural indígena, de modo que esse povo significa a nossa raiz e deve ser exaltada sob qualquer pretexto quando se pensa em progresso da sociedade brasileira.

Portanto, a presença dos índios no processo de formação do povo brasileiro é muito relevante, de modo que diversos aspectos de nossa cultura atual têm origem com os costumes e tradições de nossos povos originários.

Em sequência, outro povo fundamental no processo de formação do Brasil, foram os africanos. De início, ressalta-se a grande importância dos povos africanos na história do Brasil, sobretudo pelo fato negativo e mais absurdo da história que se fez presente aqui e no mundo, que foi a escravidão, de modo que ainda se tem uma dívida histórica para com os povos africanos.

Indubitavelmente, o tema sobre escravidão e racismo estrutural na sociedade será abordado em outro artigo, porém, é importante salientar que, conforme ocorreu com os povos indígenas, os povos africanos também foram devastados com o processo de escravização, de modo que faltam políticas voltadas à efetivação do patrimônio cultural africano no Brasil.

Posto isso e voltando ao tema central do presente artigo, tem-se que o povo originário da África chegou ao Brasil a partir do século XVI, sendo retirado de seu continente, escravizado e trazido ao nosso território para, principalmente, trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar e café, além das minas de ouro.

Infelizmente – e em tom de suprema indignação – os povos africanos foram escravizados durante séculos e, mesmo com a abolição da escravidão por meio da assinatura da Lei Áurea em 1888, ainda existiam locais com tais práticas.

Inclusive, com menos frequência, deparamo-nos com notícias de trabalhadores e trabalhadoras brasileiros que são forçados a trabalhar sob péssimas condições e em regime análogo à escravidão. Sobre o tema, indica-se o documentário “Menino 23”, do ano de 2016, o qual retrata a pesquisa do historiador Sidney Aguilar Filho sobre uma descoberta assustadora dos anos 1930 aqui no Brasil relacionada à escravidão mesmo após a Lei Áurea.

Apesar de tudo – e sem esquecer desse fato horrendo da história da humanidade – tem-se que os costumes trazidos pelos povos africanos são as mais fortes influências que temos no Brasil, sendo incorporados pelo processo de formação do povo brasileiro.

Por fim, ressalta-se que é evidente a importância de ações afirmativas com a finalidade de inclusão de afro-brasileiros na estrutura social, bem como garantir eficácia da diversidade cultural no Brasil.

Seguindo para a parte final do presente artigo, tem-se que a imigração europeia – além dos portugueses – começou ocorrer com maior frequência, sobretudo após a proibição oficial do tráfico de escravos no Brasil, aproximadamente no ano de 1850.

Dessa forma, chegaram ao Brasil, italianos, espanhóis alemães e, em menor quantidade, ingleses, suíços, russos, poloneses e húngaros, sendo que a imigração se fortaleceu por conta das guerras na Europa.

Ademais, tem-se que os japoneses também são importantes para o processo de formação do povo brasileiro, de modo que a imigração ocorreu por volta do início do século XX, instalando-se, principalmente, nos Estados de São Paulo e Paraná, com a finalidade de trabalhar nas plantações desses dois locais.

Conclui-se, portanto, que o processo de formação do povo brasileiro se deu por conta da miscigenação desde o período de colonização dos portugueses, de modo que contou com diversos outros povos para tanto, salientando que o Brasil é um país rico em cultura e que isso deve ser mais valorizado do que é, atualmente.