Com estes exercícios, você pode testar seus conhecimentos sobre a economia açucareira durante o período colonial.
Publicado por: Daniel Neves Silva em Exercícios de História do Brasil
Questão 1
(UFRJ) Para garantir a posse da terra, Portugal decidiu colonizar o Brasil. Mas, para isso, seria preciso desenvolver uma atividade econômica lucrativa. A solução encontrada foi implantar em certos trechos do litoral:
a) a produção açucareira.
b) a exploração do ouro.
c) a extração do pau-brasil.
d) a criação de gado.
e) o comércio de especiarias.
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Questão 2
(Enem) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século VIII, durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua procura foi aumentando. Nessa época, passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras".
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.
Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por Portugal para dar início à colonização brasileira, em virtude de:
a) O lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.
b) Os árabes serem aliados históricos dos portugueses.
c) A mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.
d) As feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.
e) Os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo semelhante.
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Questão 3
O país que atuava como parceiro econômico de Portugal na produção do açúcar por meio do financiamento dos engenhos, refinamento do açúcar e distribuição da mercadoria pela Europa foi:
a) Holanda.
b) Espanha.
c) França.
d) Índia.
e) Cabo Verde.
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Questão 4
Qual era a estrutura básica da produção de açúcar implantada por Portugal no Brasil?
a) policultura, trabalho assalariado e grande propriedade.
b) monocultura, trabalho escravo e pequena propriedade familiar.
c) monocultura, trabalho assalariado e pequena propriedade familiar.
d) monocultura, trabalho escravo e grande propriedade.
e) policultura, trabalho escravo e grande propriedade.
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Respostas
Resposta Questão 1
Letra A
A solução encontrada por Portugal foi implantar a produção açucareira no Brasil baseada nos moldes que havia implantado nas ilhas atlânticas (Madeira e Cabo Verde). A escolha pelo açúcar também se deve ao fato de ser uma mercadoria muito valorizada na Europa. A implantação dos engenhos ocorreu a partir da criação das capitanias hereditárias.
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Resposta Questão 2
Letra A
A escolha pelo açúcar deveu-se muito à sua lucratividade na Europa. Além disso, o alto lucro do negócio fazia com que muitos portugueses dedicassem todas as suas terras para cultivar o máximo de cana-de-açúcar possível, mesmo com as recomendações da Coroa de que fossem produzidos itens de subsistência. O ganho era tão grande que foi a principal atividade econômica da colônia até o início do século XVIII.
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Resposta Questão 3
Letra A
A participação da Holanda na produção de açúcar foi muito grande, pois os banqueiros holandeses financiaram a construção de inúmeros engenhos por meio de empréstimos. Além disso, a Holanda realizou o refinamento do açúcar produzido por Portugal e garantiu a distribuição da mercadoria pela Europa.
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Resposta Questão 4
Letra D
A estrutura básica da produção de açúcar no Brasil era baseada na monocultura, ou seja, na produção exclusiva de um item agrícola. O trabalho na produção do açúcar foi, sobretudo, realizado por escravos de origem africana, que eram obtidos pelo tráfico negreiro. Além disso, a estrutura de produção baseava-se também na grande propriedade. Essa forma de produzir também é chamada pelos historiadores de plantation.
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Leia o artigo relacionado a este exercício e esclareça suas dúvidas
Crise do Açúcar no Brasil Colonial
A crise do ciclo açucareiro brasileiro teve início quando os holandeses foram produzir açúcar nas Antilhas.
Concorrência holandesa foi principal causa da crise do açúcar
Contexto histórico
A produção e exportação de açúcar para o mercado europeu foi a principal atividade econômica brasileira no século XVI e começo do XVII. Os engenhos de açúcar, instalados principalmente no Nordeste, fabricavam este produto que gerava muita riqueza para os senhores de engenho, para a coroa portuguesa (que recebia impostos) e também para os comerciantes holandeses (responsáveis pelo transporte, refino e comercialização de açúcar).
Principais causas da crise do
açúcar:
- A União Ibérica (1580 a 1640), que estabeleceu o domínio da Espanha sobre Portugal e suas colônias. Este fato fez com que os espanhóis tirassem os holandeses da lucrativa atividade açucareira brasileira, expulsando-os do Nordeste brasileiro. Após este fato os holandeses passaram a produzir açúcar em suas colônias nas Antilhas.
- Os holandeses conheciam o processo de fabricação de açúcar e tinham o controle sobre a distribuição e comercialização deste produto. Logo, conseguiram conquistar os grandes mercados consumidores rapidamente, deixando o açúcar produzido no Brasil em segundo plano no mercado internacional. A concorrência holandesa foi, portanto, uma das principais causas da crise do açúcar brasileiro no período colonial, pois eles conseguiram produzir açúcar mais barato e de melhor qualidade do que o brasileiro.
Vale ressaltar que, apesar da crise, a produção e exportação de açúcar permaneceram como principais atividades econômicas até o apogeu do Ciclo do Ouro (segunda metade do século XVIII).
Busca de novos recursos na colônia brasileira:
A crise do açúcar reduziu drasticamente os lucros dos senhores de engenho do Nordeste e também diminuiu a arrecadação de impostos, provocando uma crise financeira em Portugal. A coroa portuguesa rapidamente agiu em busca de uma nova forma de exploração colonial.
Neste sentido, a coroa portuguesa estimulou a produção de outros gêneros agrícolas no Brasil como, por exemplo, tabaco e algodão. Incentivou também a busca pelas drogas do sertão na região da Amazônia. Estas nada mais eram do que especiarias (canela, ervas aromáticas e medicinais, cacau, castanha-do-pará, baunilha, cravo e guaraná) muito apreciadas na Europa. O rei de Portugal viu, nesta atividade, uma nova fonte de renda e desenvolvimento de sua principal colônia. As entradas e bandeira tiveram papel fundamental na busca por estas especiarias.
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Artigo publicado em: 22/09/06 - Última revisão: 14/06/20121
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Fontes de Pesquisa e Bibliografia Indicada
Fontes de pesquisa utilizadas na elaboração do artigo:
- GOUVEA, Maria de Fátima. O Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
- CALDEIRA, Jorge. História da riqueza no Brasil: cinco séculos de pessoas, costumes e governos. Rio de Janeiro: Editora Estação Brasil, 2017.
Bibliografia indicada sobre o tema:
Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777 - 1808) - Coleção estudos Históricos
Autor: Novais, Fernando A.
Editora: Hucitec