Quais são as principais características da Confederação do Equador?

Graduação em História (Universidade do Vale do Sapucaí, UNIVÁS, 2008)

Ouça este artigo:

A Confederação do Equador foi uma das muitas revoltas ocorridas no Brasil Imperial. Ocorreu no ano de 1824 na província de Pernambuco como um movimento de resistência ao governo e às medidas do Imperador D. Pedro I. Também tinha, entre seus objetivos, a intenção de separar-se efetivamente do território brasileiro, constituindo nova república.

A raiz da revolta pode ser explicada por vários fatores. Um deles era a clara divisão econômica e espacial de Pernambuco à época. A Província tinha em si um contraste entre um norte que se dedicou à multicultura, principalmente de algodão e açúcar, gerando uma economia diversificada, cidades populosas e economia mais robusta; e um sul monocultor açucareiro, com economia mais simples e numerosas pequenas vilas.

Assim como em todo o resto do Brasil, em Pernambuco crescia a influência do pensamento liberal. Esses ideais encontravam um espaço de divulgação e debate em jornais de duas personalidades da região. O jornal “Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata (baiano e notável jornalista e defensor das classes baixas) e a publicação “Tífis Pernambuco” de Frei Caneca (Discípulo de Cipriano) inseriam Pernambuco no debate político nacional.

Em 1823, percebe-se o avanço das ideias republicanas liberais como resposta a uma tendência conservadora e autoritária de D. Pedro I, expressas na Constituição outorgada em 1824.

Pernambuco não aceita essa Constituição e Manuel de Carvalho Pais de Andrade, presidente da província, proclama a Confederação do Equador, que unia Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Os idealizadores do novo Estado optam pela adoção da Constituição colombiana. O objetivo central era a criação de um Estado soberano separado do Império, com soberania e autonomia das províncias confederadas.

O Governo central, no Rio de Janeiro, observava com atenção do desenrolar da revolta e preparava desde o começo a repressão. Para esse intento, se utilizaram de uma força militar, organizada e liderada pelo brigadeiro Francisco de Lima e Silva, que chefiava as forças terrestres e o Lord Cochrane, mercenário inglês que estruturou e comandou a ofensiva naval.

Em 1824, forças governistas tomam dos rebeldes os dois maiores centros de resistência, Recife e Olinda. Dois meses depois, a ofensiva toma o Ceará. Os revoltosos são presos e recebem severas punições, sem direito a clemência do Imperador. Frei Caneca foi condenado à forca, mas diante da recusa do carrasco em executar a pena, acaba por ser fuzilado. Muitos outros rebeldes receberam a mesma pena, outros, poucos, fugiram.

O fim da revolta não representa o fim do descontentamento com o Imperador. O Jornal “Aurora Fluminense” de Evaristo Veiga era a voz da oposição, representado por seu líder, Bernardo Pereira de Vasconcelos. Através desse veículo, uma parcela da sociedade fazia a defesa da monarquia constitucional, críticas à autocracia do Imperador e ao favorecimento à aristocracia na distribuição de cargos públicos, uma vez que pregavam a conquista de cargos por mérito.

A Confederação do Equador, portanto, é parte do histórico de movimentos conflituosos de reivindicação social no período imperial do Brasil, semeando as condições para que movimentos futuros pudessem lutar por seus direitos.

Bibliografia:

LIMA SOBRINHO, Barbosa. Pernambuco: da Independência à Confederação do Equador. Recife: Conselho Estadual de Cultura, 1979.

CANECA, frei Joaquim do Amor Divino (1779-1825) Org. e introd. de Evaldo Cabral de Mello. 2001. (Coleção Formadores do Brasil).

http://escola.britannica.com.br/article/483190/Confederacao-do-Equador

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/confederacao-do-equador/

Criada como uma reação liberal radical ao centralismo do governo de Dom Pedro I, a Confederação do Equador foi um dos movimentos separatistas no Império brasileiro.

Logo após a dissolução da constituinte e da promulgação da Constituição de 1824, o reinado de D. Pedro I teve que enfrentar uma revolta separatista no Nordeste do território imperial. A Confederação do Equador, iniciada em 02 de julho de 1824, propunha a formação de uma república nos moldes dos EUA, aglutinando as províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí. Seu nome decorria do fato das províncias rebeldes localizarem-se na Linha do Equador.

A Confederação do Equador foi certamente uma continuidade da Insurreição Pernambucana ocorrida em 1817. Os motivos de sua eclosão estavam relacionados à crise econômica da região, em decorrência da queda na venda do açúcar e do algodão, e também à insatisfação política com a centralização do poder político do Império, na figura de D. Pedro I.

Como na maioria dos conflitos sociais, essas insatisfações eclodem quando surge alguma ação que se torna a gota d‘água. No caso da Confederação do Equador, o estopim foi a nomeação de um presidente para a província de Pernambuco que não agradava grande parte da população. O governador deposto, Manuel de Carvalho Paes de Andrade, liderou o movimento republicano contra o Império. Os liberais radicais conseguiram o apoio da aristocracia rural, que estava em crise, além de angariar apoio popular e urbano para a República, adotando provisoriamente a Constituição da Colômbia.

A imprensa local cumpriu importante papel na divulgação dos objetivos do movimento republicano. Cipriano Barata, veterano de lutas contra os portugueses nas insurreições da Bahia, de 1798, e em Pernambuco, em 1817, dirigia vários jornais na região, principalmente o Sentinela da Liberdade. Joaquim do Amor Divino Rebelo, conhecido como Frei Caneca, divulgava suas ideias no Tifis Pernambucano.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Porém, a diversidade social dos membros que compunham o movimento republicano contribuiu para sua derrota. A Confederação do Equador extinguiu o tráfico negreiro em Pernambuco, descontentando a elite rural. A participação das massas populares também deixava temerosa a elite, não apenas nos territórios da Confederação. A radicalidade do movimento se traduzia ainda nas propostas de revolução similares à ocorrida no Haiti, no fim do século XIX, como as defendidas pelo major Emiliano Munducuru. Esses posicionamentos enfraqueciam a unidade dos envolvidos na revolta.

A reação de D. Pedro I foi violenta. Com empréstimo da Inglaterra para armar as tropas comandadas por Francisco Lima e Silva, conseguiu conter a revolta. Mesmo os ataques por mar e por terra deflagrados pelos confederados não foram capazes de manter a república.

D. Pedro I instaurou um tribunal para julgar e condenar os participantes da Confederação do Equador. Vários dos líderes foram condenados à morte. Frei Caneca havia sido condenado à morte por enforcamento, mas sua popularidade impedia que os responsáveis por sua execução a realizasse, mesmo sob torturas e ameaças. A solução encontrada pelos carrascos foi a execução por fuzilamento, pondo fim à Confederação do Equador.

Quais são as principais características da Confederação do Equador?

A Confederação do Equador tinha um caráter revolucionário e separatista. Ocorrido em Pernambuco, essa união reuniu políticos e revolucionários em prol da separação do Nordeste brasileiro. As características emancipacionistas e republicanas ganharam notoriedade e fama, sobretudo no centro do país.

Como a Confederação do Equador em 1824 se caracterizou?

Confederação do Equador foi um movimento revolucionário de caráter republicano e separatista que eclodiu no dia 2 de julho de 1824 em Pernambuco, se alastrando para outras províncias do Nordeste do Brasil.

Quais os fatores que levaram a Confederação do Equador?

Ocorreu no ano de 1824 na província de Pernambuco como um movimento de resistência ao governo e às medidas do Imperador D. Pedro I. Também tinha, entre seus objetivos, a intenção de separar-se efetivamente do território brasileiro, constituindo nova república.

Qual o resultado da Confederação do Equador?

O resultado final do confronto foi a execução e prisão da maioria de seus líderes, posto que fora reprimido pelas forças imperiais comandadas pelo almirante britânico Thomas Cochrane.