Introdu��o Show A motricidade acompanha a crian�a desde a sua concep��o, at� a vida adulta. � primordial no desenvolvimento da mesma, que a utiliza a todo instante, no andar, engatinhar, correr, pular, saltar, rolar, trepar, etc. A corporeidade � natural do ser humano, que aprende pelo resultado da intera��o entre corpo e meio, sendo necess�ria na Educa��o Infantil, para o desenvolvimento de diversas habilidades, dentre elas: f�sicas, sociais, cognitivas e afetivas. As atividades l�dicas como: brincadeiras, jogos e brinquedos, proporcionam as crian�as uma sensa��o de encantamento, por serem pr�prias de seu universo, propiciando assim, uma aprendizagem significativa e prazerosa. O estudo objetiva-se em ressaltar a relev�ncia da Educa��o corporal e atividades l�dicas na vida da crian�a na Educa��o Infantil. Sendo assim, prop�em-se compreender o conceito de motricidade e seu papel na rela��o com a aprendizagem na inf�ncia; destacar as atribui��es da corporeidade e do movimento para o universo infantil e a contribui��o do educador e da escola, al�m de salientar como o trabalho contextualizado com atividades l�dicas como: brincadeiras, brinquedo e jogos cooperam expressivamente para o desenvolvimento de habilidades f�sicas, sociais, cognitivas e afetivas da mesma. Observamos em diversas escolas e at� mesmo em educadores da Educa��o Infantil, uma desvaloriza��o da Educa��o corporal e das atividades l�dicas como suporte no desenvolvimento de diversas habilidades da crian�a, que tamb�m, por muitas vezes n�o � considerada um ser integral (corpo-mente). Deste modo, o estudo se justifica pela tentativa de estimular e auxiliar os educadores, quanto � utiliza��o do l�dico, no intuito de demonstrar o quanto estas atividades contribuem significativamente e quantos benef�cios trazem para a crian�a at� sua vida adulta. Para tais afirma��es, o estudo foi realizado atrav�s de uma revis�o da literatura, abordando a tem�tica sobre Educa��o corporal e atividades l�dicas: contribui��o para o desenvolvimento de habilidades f�sicas, sociais, cognitivas e afetivas na Educa��o Infantil, na vis�o de autores como Nista-Piccolo e Moreira (2012); Oliveira (2010) dentre outros. A partir destas leituras, tem-se referencial te�rico suficiente para esclarecimentos sob uma perspectiva geral do tema. Como proposto, o estudo aborda a conceitua��o da motricidade, enfatizando sua contribui��o no desenvolvimento da aprendizagem, e como sua utiliza��o correta, considerando a crian�a um ser integral. Em seu curso se atenta para os aspectos relevantes sobre corporeidade e movimento. H� tamb�m uma breve an�lise sobre a concep��o de corpo da antiguidade at� a atualidade. Al�m disto, se pontua papel do educador, quanto � utiliza��o dos trabalhos corporais na Educa��o Infantil. Concluindo como as pr�ticas l�dicas no universo infantil contribuem expressivamente na aprendizagem. Ainda se destaca como brinquedos, brincadeiras e jogos, por fazerem parte do cotidiano das crian�as, est�o relacionados ao desenvolvimento de habilidades: f�sicas, sociais, cognitivas e afetivas. Motricidade na Educa��o Infantil: atribui��es e contribui��es no desenvolvimento da aprendizagem da crian�a Toda crian�a possui sua percep��o de mundo, seja na maneira de ser, agir ou pensar. Ela estrutura sua personalidade a partir de suas experi�ncias com os outros e de sua rela��o com o meio e os objetos. Assim a motricidade � percept�vel por toda nossa vida e � vital para o desenvolvimento da crian�a at� a fase adulta, prevenindo certas dificuldades futuras. Para defini-la, Mello (1989, p.5) nos apresenta uma defini��o comum institu�da em 1982, pelo 1� Congresso Brasileiro de Terapia Psicomotora, onde especialistas colocam que �, �na condi��o de unidade (corpo-mente) uma ci�ncia que tem por objetivo o estudo do homem, atrav�s do seu corpo em movimento, nas rela��es com seu mundo interno e externo.� Para analisar a motricidade no universo infantil, Nista-Piccolo e Moreira (2012, p.62) se valem das id�ias de Kolyniak Filho (2007), que ressalta que ela � exclusiva do ser humano, se diferenciando do movimento que � �um conceito f�sico aplicado sobre um corpo�, a motricidade � tida como �um conjunto de possibilidades que o ser humano tem para movimentar-se, considerando-o como indiv�duo ou esp�cie�. As capacidades e habilidades motoras dos indiv�duos s�o resultados da aprendizagem dos mesmos, em determinado tempo, lugar e grupos sociais. Ou seja, resulta das heran�as biol�gicas e hist�rico-socioculturais. Todo movimento tem uma intencionalidade, �s vezes mais claras ou mais encobertas, sendo que em ambos os casos est� relacionada ao significado que tem para o indiv�duo e para os grupos sociais que s�o inseridos. Seja na express�o de sentimentos ou emo��es est� sempre presente. � natural que a crian�a corra, pule, salte, logo, disp�e de sua motricidade a todo instante. De acordo com Ferreira (2007), a crian�a se estabelece a partir do desenvolvimento de elementos b�sicos da motricidade dentre eles, est�o:
Corporeidade e movimento: contribuindo para o desenvolvimento infantil A corporeidade � pr�pria da exist�ncia humana, nosso corpo se relaciona com o meio e interage de acordo com suas necessidades, mantendo-se dessa intera��o e se enquadrando em v�rias situa��es. Segundo os Par�metros Curriculares Nacionais (2001, p.46), para a Educa��o F�sica, �o corpo � vivo, interage com o meio f�sico e cultural, que sente dor, prazer, medo, etc.�. Ainda nos deparamos com discursos dualistas, no que diz respeito sobre corpo-mente, vis�o esta, que � erroneamente colocada, sabendo que toda a��o pretendida, parte da express�o corporal. Esse dualismo, segundo Mattos e Neira (2006, p.9) nos leva a colocarmos �em cheque toda a a��o pedag�gica centrada unicamente na cogni��o que, em conseq��ncia, deixe de fora a dimens�o corporal dos atos humanos. Sabe-se que, na escola, na sala de aula � o espa�o exclusivo do racioc�nio e da intelig�ncia, como se ambos n�o passassem pela corporeidade�. Logo, destacamos que:
Gon�alves (1994, p.152-153) nos coloca alguns pontos sobre o corpo, onde diz que:
Lima; Santos e Ara�jo (2015) salientam que a corporeidade pode ser compreendida por suas diversas rela��es internas e externas, que interligadas ao corpo, mant�m um conhecimento de si pr�prio, do outro e do ambiente de conv�vio. Logo,
E � atrav�s de sua intera��o com o meio, que a crian�a tende a construir-se como sujeito e o movimento � uma dessas formas de intera��o. Para Lima; Santos e Ara�jo (2015) ela come�a a explorar o meio e vai construindo seu conhecimento sobre as rela��es que pode estabelecer nele aprende limites, interage com a cultura utilizando objetos ou participando das atividades l�dicas que fazem parte desse universo. Cabe a escola ent�o, ser um lugar prop�cio para que o desenvolvimento motor possa ser trabalhado no intuito de ser algo ben�fico e n�o sup�rfluo. Lima; Santos e Ara�jo (2015, p.4) salientam que em um ambiente onde os la�os afetivos s�o bem estabelecidos, �movimento ocorre com mais liberdade e maior rendimento, quando a personalidade � respeitada e afetividade atribui significados, o comportamento faz mais sentido�. Logo, ressalta-se assim a necessidade de o professor utilizar o l�dico, para que o desenvolvimento integral da crian�a seja bem estruturado, refor�ando a import�ncia da intera��o com o meio e seus benef�cios propiciados pelo movimento e corporeidade, automaticamente contribuindo para o desenvolvimento integral da crian�a na Educa��o Infantil. A import�ncia das pr�ticas l�dicas na Educa��o Infantil As atividades l�dicas ganham cada vez mais espa�o e significado positivo na Educa��o Infantil, mas tem-se ainda, uma necessidade de coloc�-las em pr�tica corretamente. Silveira (2011) afirma que inserir estas atividades em sala de aula, utilizando-as como meio de �extravaso� da crian�a, n�o � v�lido, faz-se necess�rio uma jun��o entre teoria e pr�tica, vivenciando o l�dico de maneira contextualizada, para que o trabalho d� bons resultados. Para Nista-Piccolo e Moreira (2012) a escola deve ser um ambiente que propicie o l�dico, sendo alegre, atrativo, onde a crian�a sinta prazer em suas descobertas, pois � atrav�s do brincar que a mesma, utilizando diversas linguagens, aciona a capacidade de se expressar. Marinho et al (2007) citam Freire (1989), que acredita que a crian�a passa a estabelecer sua compreens�o e rela��o com o mundo atrav�s do l�dico. H� a atividade simb�lica e o mundo concreto que a crian�a vive, logo, a atividade corporal � um elo que liga esses dois fatores, onde a mesma usa de s�mbolos para representar aquilo que experimenta corporalmente. Desta forma, o movimento pode ser utilizado como facilitador da aprendizagem dos conte�dos ligados ao cognitivo. Segundo o Referencial Curricular Nacional (1998, p.22) para a Educa��o infantil:
O brincar e o l�dico em sua totalidade, n�o podem ser compreendidos como �coisa de crian�a�, e sim como atividade humana, fundamentados nessa id�ia, Nista-Piccolo e Moreira (2012) citam Winnicot (1975) que apresenta o brincar como parte da ess�ncia humana, sendo chamada de �impulso l�dico�, que est� incorporado no brincar e garante que o brincar se manifeste por toda nossa vida. Ou seja, o que � trabalhado na Educa��o Infantil, utilizando a ludicidade, influencia significativamente o desenvolvimento da crian�a, at� a vida adulta. Desde a antiguidade, j� havia uma preocupa��o com o brinquedo. Ischkanian (2012) ao citar Kishimoto (1995) diz que Plat�o j� abordava essa necessidade de aprender atrav�s da brincadeira, para evitar a opress�o e a viol�ncia que eram impostas na �poca. J� Arist�teles destacava a utiliza��o de jogos, para preparar as crian�as para a vida. A autora diz que, a mem�ria do adulto, sempre traz uma alus�o a algum brinquedo que marcou sua inf�ncia, que tem uma dimens�o material, cultural e t�cnica, � um aux�lio da brincadeira, que faz com que a imagina��o da crian�a seja despertada e que surjam novas brincadeiras a partir da�. Kishimoto (2010) salienta que o brincar � livre, a crian�a come�a uma brincadeira em qualquer momento, por ser instigante, n�o exige muito, mas consegue desenvolver habilidades, ensinar regras e valores, trabalhar a linguagem dentre diversos outros aspectos. Ela passa a se expressar, a se conhecer, exprime sua identidade atrav�s do movimento.
Cebalos et al (2011) salientam que muitas escolas n�o v�em essas atividades l�dicas como um importante caminho para o desenvolvimento da crian�a. Os autores ainda citam Freire (2007, p.20) que diz que �de nada vale esse enorme esfor�o para a alfabetiza��o se a aprendizagem n�o foi significativa. E o significado nessa primeira fase de vida depende mais do que qualquer outra, da a��o corporal�. Ou seja, atrav�s da ludicidade, de atividades como pular corda, dan�ar com comandos, ela desenvolve aspectos intelectuais, sociais, afetivos, progredindo significativamente no dia-a-dia. Ao falarmos de jogos, Huizinga (2005) nos diz que s�o mais antigos que a cultura, ele salienta que at� mesmo os animais brincam, respeitam regras impostas pelos donos e se convidam para brincar atrav�s de comandos.
O jogo deve ser um aux�lio prazeroso na aprendizagem das crian�as, segundo Ischkanian (2012, p. 4) atrav�s dele, em sala de aula, elas se consideram parte integrante do processo de ensino, onde ocorre a assimila��o de valores, conceitos, atitudes. Mas �para que esta aprendizagem ocorra de forma natural � necess�rio respeitar e resgatar o movimento humano, respeitando a bagagem espont�nea de conhecimento da crian�a. Seu mundo cultural, movimentos, atitudes l�dicas, criaturas e fantasias�. Sendo um recurso metodol�gico, alguns aspectos importantes devem ser considerados, tais como: seu grau de complexidade (o jogo deve ser compreens�vel e ter regras simples para as crian�as), o car�ter desafiador, o interesse do aluno, o n�mero de participantes, o espa�o dispon�vel e o material did�tico. Nesta perspectiva, jogos, brinquedos e brincadeiras, por fazerem parte do universo infantil, podem ser considerados ricos recursos, que podem e devem ser utilizados pelos educadores. Transformando o processo de ensino-aprendizagem, em algo divertido, onde a crian�a passa a ter um desenvolvimento integral significativo. Considera��es finais Atrav�s deste estudo podemos observar que, ainda encontramos discursos dualistas na concep��o de crian�a. Acreditar que corpo e mente, podem ser vistos distintamente, � uma vis�o equivocada, pois o ser humano deve ser considerado um ser integral. Sendo assim, a motricidade est� extremamente ligada � crian�a, que utiliza a todo o momento, no engatinhar, andar, correr, pular, saltar, rolar, trepar, girar, etc. Logo, o movimento est�tico, n�o pode ser considerado padr�o de comportamento. A crian�a se estabelece a partir de elementos b�sicos da motricidade, dentre eles, o esquema corporal, que � a tomada da consci�ncia do pr�prio corpo, importante para a forma��o da personalidade da crian�a. Outro � a lateralidade, que � definida de acordo com o crescimento da crian�a, e ainda a orienta��o espa�o-temporal, onde a crian�a movimenta-se a partir de suas no��es de espa�o (frente, traz, um lado e outro). Ent�o, para que o trabalho na Educa��o Infantil seja bem estruturado, cabe ao educador saber a defini��o correta de motricidade, buscando a��es que n�o impe�am a liberdade corporal das crian�as. Quando nos atentamos a aspectos relacionados � corporeidade, podemos enfatizar que ela � pr�pria do ser humano, que se adapta a diversas situa��es, de acordo com o meio e com os outros, e o movimento � uma dessas formas de intera��o. Se ressaltarmos alguns pontos sobre o corpo, observamos que o mesmo sente, pois na intera��o com o meio nos expressamos (mesmo que involuntariamente o que estamos sentimos); comunicamos-nos (antes mesmo da express�o verbal, a corporeidade � nossa primeira forma de comunica��o); al�m de criar e significar, pois n�o h� repeti��o de movimentos nas variadas situa��es. Corpo e movimento ainda s�o vistos isoladamente. Sendo assim, o trabalho com corporeidade � deixado em segundo plano. O educador se esquece de que n�o h� atividades cognitivas e atividades corporais, mas sim atividades que partem sempre da express�o corporal. Os benef�cios trazidos pela valoriza��o da a��o corporal s�o in�meros, logo, h� necessidade de abord�-los de maneira correta, contextualizada. Por isso, inserir as atividades l�dicas somente com o prop�sito de distra��o, n�o � v�lido na Educa��o Infantil. Isto porque as mesmas podem e devem ser utilizadas no intuito de proporcionar a aprendizagem de maneira prazerosa. O brinquedo � considerado algo relevante, desde a Antiguidade, e � tido como representa��o de determinadas realidades. Mas ocorre certa confus�o, quanto � defini��o do mesmo com outras atividades l�dicas, como brincadeiras e jogos. Dissipando esta vis�o, podemos dizer que, o brinquedo � o objeto utilizado para o desenvolvimento da atividade l�dica, brincadeiras s�o atividades mais livres, j� os jogos possuem regras pr�-estabelecidas, mas que s�o flex�veis. Os benef�cios que o brincar traz para a crian�a s�o m�ltiplos. Atrav�s dos jogos e brincadeiras, � poss�vel contribuir para o desenvolvimento de habilidades f�sicas (reconhecendo e desenvolvendo atividades motoras); sociais (na intera��o e coopera��o propiciadas pelo l�dico); cognitivas (com seu aux�lio, poder trabalhar v�rios conceitos, prazerosamente); e afetivas (pelo ambiente agrad�vel vivenciado). No entanto, brinquedos, brincadeiras e jogos, o l�dico em geral deve estar presente na Educa��o Infantil, propiciando a contempla��o da crian�a em sua totalidade. Logo, cabe ao educador e a escola, valorizarem os trabalhos corporais na inf�ncia. Em virtude do que foi apresentado, o presente estudo, contribui para a forma��o e atua��o de profissionais da �rea educacional, por meio da valoriza��o da Educa��o corporal e atividades l�dicas. Al�m disso, h� a finalidade de servir de est�mulo e apoio, para que poss�veis estudos possam surgir. Bibliografia
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