Quais são os principais objetivos da Educação Física no contexto escolar?

1.     Introdu��o

    O mundo contempor�neo passa por um processo de constru��o de constantes e inovadoras produ��es, em todas as �reas do conhecimento humano, que s�o expostas � cr�tica da sociedade para serem ou n�o aceitas, assimiladas e incorporadas no cotidiano de todos.

    Nesse contexto, observando a realidade atual da Educa��o F�sica Escolar brasileira (agora muito mais din�mica, pesquisadora e cr�tica), percebe-se que os profissionais encontram certa dificuldade em posicionarem-se ou adotarem metodologias de trabalho adequadas e condizentes com sua clientela, dada a diversidade de opini�es, experi�ncias pessoais e estudos realizados na �rea. Tais profissionais v�m confundidos por diferentes tend�ncias e abordagens pedag�gicas. Esta �confus�o� persegue a Educa��o F�sica desde sua inclus�o como componente curricular obrigat�rio no Ensino Fundamental e em outros n�veis de ensino, pois, por vezes, faltou-lhe objetividade e clareza na exposi��o e defini��o de seus conte�dos espec�ficos, fato este que dificultou a firma��o de sua identidade, com fun��o e caracter�sticas pr�prias. (Vygotsky, 1991)

    Isso tudo, aliado � falta de compromisso e �tica de alguns profissionais, acabou por denegrir a imagem da Educa��o F�sica na escola, desqualificando-a a ponto de se questionarem sua validade e contribui��o na forma��o hol�stica do indiv�duo. Ou seja, necessitava-se averiguar se o trabalho desenvolvido pelos professores vem atingindo seu objetivo de provocar mudan�a no saber do aluno e se esse saber � utilizado na vida pr�tica de cada um.

    No que tange a quest�o do m�todo, Lib�neo (1985) alerta ao dizer que o professor tem o m�todo � mais do que dizer que ele domina procedimentos e t�cnicas de ensino, pois o m�todo deve expressar tamb�m uma compreens�o global do processo educativo na sociedade. Deve explicitar, tamb�m, os fins sociais e pedag�gicos do ensino, as exig�ncias e desafios que a realidade social coloca as expectativas de forma��o dos alunos para que possam atuar na sociedade de forma cr�tica e criadora, as implica��es da origem de classe dos alunos no processo de aprendizagem e a relev�ncia social dos conte�dos de ensino.

    Desde 1o de setembro de 1998, data da regulamenta��o profissional, percebe-se uma corrida na (re)conquista pela qualidade na presta��o de servi�os, visto que a sociedade seleciona os profissionais, dando prefer�ncia �queles mais qualificados, atuantes e mais eficientes. A partir da�, n�o houve mais espa�o para profissionais sem informa��o, conhecimento, criatividade e compet�ncia, pois os resultados de seus trabalhos passaram a ser amplamente analisados e discutidos nas escolas (por professores, alunos e dire��o), comunidade e pela sociedade em geral.

    Conforme Steinhilber, presidente do Conselho Federal de Educa��o F�sica (CONFEF), na Carta Brasileira de Educa��o F�sica (2001, 4):

    �Entendemos que, doravante, cabe ao coletivo de nossa profiss�o, ampliar a discuss�o, modificar comportamentos, adotar novos paradigmas,..., e refletir sobre os novos rumos que legitimam nossa categoria, visando a melhoria do estilo de vida da sociedade.�

    O presente artigo pretende abordar a import�ncia da motricidade no �mbito pedag�gico-escolar, apontando suas contribui��es e interven��es nos desenvolvimentos social, emocional e cognitivo da crian�a, conferindo-lhe, desta maneira, uma identidade e garantindo sua relev�ncia no processo de desenvolvimento integral do indiv�duo.

    Pela pr�tica cotidiana, pelos conhecimentos adquiridos durante tr�s anos de forma��o acad�mica e baseando-nos em Wallon (1995), Barbosa (1997), Garcia et al (2002) e Barreto e Zoboli (2002), queremos aqui explicitar que:

  1. as emo��es possuem um envolvimento direto na qualidade do movimento, como meio de express�o e relacionamento com o meio social;

  2. a maneira mais apropriada de se alcan�ar estes objetivos (sociais ) � por meio de uma metodologia preferencialmente l�dica;

  3. a contribui��o do movimento intencional e expressivo � fundamental para o desenvolvimento cognitivo do educando.

2.     O movimento e as emo��es

    De acordo com Wallon (1995) e Barreto e Kammers (2002), desde o nascimento, e at� antes disso, a crian�a come�a a se relacionar com o mundo. Este relacionamento est� pautado principalmente em dois grandes fatores, diretamente ligados � sensibilidade, � percep��o, � integra��o entre as fun��es biol�gicas, sociais e intelectuais do indiv�duo:

  • A subjetividade �s emo��es (afetividade, prazer, satisfa��o, paix�o, compreens�o, medo, raiva, frustra��o, submiss�o, agressividade, etc.), ou seja, o modo como reage �s emo��es, sentimentos e desejos.

  • A capacidade de comunica��o e express�o.

    Antes de aprender a falar, a crian�a j� se expressa atrav�s de gestos, caretas e movimentos, estabelecendo uma comunica��o n�o verbal, inicialmente imitativa, e � medida que vai incorporando s�mbolos, torna-se cada vez mais criativa, intencional e racional. Na men��o de Wallon (1986,72):

    �A crian�a reage corporalmente aos est�mulos exteriores, adotando posturas ou express�es; isto �, atitudes, de acordo com as sensa��es experimentadas em cada situa��o. � como se a excita��o provocada se espalhasse pelo corpo, imprimindo-lhe determinada forma e consist�ncia e resultando numa impregna��o perceptiva, por meio da qual a crian�a vai tomando consci�ncia das realidades externas. [...] O gesto precede a palavra. [...] A imita��o � uma forma de atividade que revela, de maneira incontest�vel, as origens motoras do ato mental.�

    Com o passar dos anos, a crian�a vai estabelecendo possibilidades entre recursos expressivos e conte�dos a ser expressos. Por isso, dentro desta perspectiva, emo��es, express�o e movimento s�o indissoci�veis. O corpo e o movimento passam a ser compreendidos como formas privilegiadas de express�o. Neste sentido Salzer (1982), Barreto (2000), afirmam que, em se considerando mais amplamente a express�o corporal, a crian�a, atrav�s da experimenta��o dos mais diversos movimentos, al�m de construir enorme vocabul�rio motor, constr�i tamb�m seu vocabul�rio afetivo (a partir da intera��o com colegas e adultos).

    Dentre todas as disciplinas do curr�culo escolar, a Educa��o F�sica � uma das mais privilegiadas. Isto porque todos os t�picos mencionados anteriormente est�o entre os seus principais �conte�dos de ensino�. � a �nica disciplina que pode, com tamanha liberdade, envolver o movimento e o sentimento humanos, dando-lhes os enfoques de acordo com os mais variados objetivos. Al�m disso, a crian�a sente necessidade de movimentar-se, extravasar suas energias, muitas vezes acumuladas em extenuantes horas passadas em cima de uma cadeira na sala de aula, o que Paulo Freire(1989) denominava �educa��o banc�ria�.

    O prazer que a crian�a sente ao participar da aula de Educa��o F�sica est� provavelmente ligado aos seguintes fatores:

  1. � troca de ambiente (sa�da da sala de aula � espa�o este, que a remete � quietude, submiss�o e � n�o �perturba��o da ordem�);

  2. � qualidade e quantidade de experi�ncias vivificadas, quando da maior liberdade de express�o, movimenta��o e toque;

  3. � ampla intera��o social/afetiva que ocorre durante as atividades.

    Conforme Prista (1993), Gaiarsa (1995) e Barbosa (1997),normalmente a educa��o escolar n�o v� a crian�a; � insens�vel � emo��o, aos interesses e �s necessidades dos alunos. Os professores esquecem e n�o percebem que, ao limitar o movimento, estar�o automaticamente limitando tamb�m a intelig�ncia, pois corpo e mente n�o est�o separados, como demonstra a epistemologia moderna.

    Guiselini, (1985,23), ressalta que:

    �De acordo com Kephard, segundo Flinchun, crian�as com experi�ncias perceptivas e motoras limitadas encontram maiores dificuldades na leitura em rela��o �quelas que possuem melhores qualidades perceptivas. As atividades perceptivo-motoras podem ser valiosas para melhorar, enriquecer, incentivar e motivar a aprendizagem. [...] O movimento oferece experi�ncias sens�rio-motoras, as quais conduzem � percep��o, resultando na cogni��o.�

    Por isso � importante salientar neste artigo que os aspectos afetivos envolvidos na aula s�o determinantes na constru��o da personalidade do individuo e se refletem na qualidade do movimento corporal. Ent�o, al�m de fazer a crian�a entrar em contato com as mais diversas emo��es, a Educa��o F�sica Escolar ou Educa��o Motora deve fazer tamb�m com que ela aprenda a lidar com a afetividade, favorecendo assim o auto-controle e o auto- conhecimento. Este �estado de consci�ncia� se refletir� posteriormente no relacionamento com os outros, na forma de intelig�ncia emocional.

    Neste sentido, o professor tem oportunidade e dever de, al�m de desenvolver as qualidades f�sicas e motoras indispens�veis e foco de seu trabalho, desenvolver tamb�m qualidades sociais e ps�quicas, necess�rias ao completo crescimento e desenvolvimento humanos, principalmente no que toca � socializa��o.

    A crian�a cria e vive suas emo��es realmente atrav�s da a��o, do movimento, do seu corpo e sente necessidades de socializar suas conquistas e habilidades motoras. Da�, entendemos que uma das mais importantes fun��es da Educa��o F�sica � a promo��o da socializa��o. Ao oferecer oportunidades para a crian�a expressar-se adequadamente e, atrav�s de uma gama de atividades, entrar em contato com suas emo��es (e conseq�entemente sua representa��o perante o grupo), come�a a interiorizar e discernir comportamentos, criando um vocabul�rio afetivo, que � a base de sua �intelig�ncia emocional�, ou ainda, �intelig�ncia inter e intrapessoal�. Aprimora a capacidade de relacionar-se e manter o equil�brio emocional frente a diversas situa��es; e este aprendizado � de suma import�ncia na forma��o do indiv�duo adulto.(Brasil, 1998)

3.     Metodologia l�dica como proposta pedag�gica

    A inf�ncia � uma fase importante da vida do homem. � nela que se estabelecem os la�os familiares, as rela��es sociais, a crian�a se percebe como indiv�duo, inicia o processo de desenvolvimento cognitivo (em especial da linguagem ), afetivo e motor.(Guerra Filho, 1996)

    Em se considerando somente estes fatores, entre muitos outros, vemos como � grande a responsabilidade da institui��o escola e do professor. Tamb�m a Educa��o F�sica, enquanto disciplina curricular, tenta resgatar sua fun��o integralista no desenvolvimento do futuro cidad�o. Tem amplas e ricas possibilidades de trabalhar as mais diversas intelig�ncias (motora, l�gico-matem�tica, musical, art�stica, etc.), utilizando diferentes metodologias que favorecem o desenvolvimento das mais diversas potencialidades, desafiando limites. (Oliveira, 1993)

    Desta maneira, podemos tra�ar um paralelo entre a aprendizagem e o l�dico. O brincar � uma caracter�stica evolutiva, fundamental para o crescimento e desenvolvimento do ser humano. A influ�ncia do brincar tem liga��o direta no grau de desenvolvimento biopsicossocial da crian�a. Podemos citar aqui as atividades para o conhecimento do esquema corporal, o trabalho de explora��o do corpo e dos mais diversos materiais, o uso das percep��es e suas rela��es com o �mundo�, o uso da imagina��o e das linguagens verbal e n�o-verbal, imita��o, etc.

    Como j� citado anteriormente, a disciplina d� oportunidade � crian�a de entrar em contato com as mais diversas emo��es e aprender a lidar com elas (aprendizado afetivo).

    Percebemos que a forma mais adequada de aliar o movimento �s emo��es, criando no indiv�duo um padr�o soci�vel, � atrav�s da metodologia l�dica. Atrav�s dela, a crian�a encontra uma maior motiva��o, que facilita sua aprendizagem.

3.1.     A brincadeira e o jogo como estrat�gia educatica

    Tanto a brincadeira como o jogo podem n�o ter inicialmente um objetivo educativo ou de aprendizagem. A crian�a desenvolve estas atividades para sua satisfa��o pessoal, permitindo-se entrar em contato com os outros (colegas, pais e adultos ), com o espa�o, com o meio e com a cultura na qual vive. Est�o ampliadas as possibilidades de express�o, comunica��o e relacionamento. Mas, muito al�m disto, permite que aos poucos a crian�a desenvolva sua autonomia, pois seguidamente nestas atividades, toma decis�es, decide os rumos da atividade, define suas pr�prias a��es, diferencia e incorpora s�mbolos.

    Inicialmente, na esfera do faz de conta, a crian�a tem a possibilidade de imitar a realidade, ou ainda, num outro est�gio, atrav�s da sua imagina��o, criar um universo particular, refor�ando seus desejos, anseios ou autonomia. Nesta fase, esta diferencia��o, distin��o entre o real e a fantasia j� pressup�e aprendizado. Come�a-se desenvolver o pensamento abstrato.

    Outro aspecto importante a salientar � o potencial de explora��o e manipula��o de objetos que os jogos e as brincadeiras permitem. Dentro do aspecto pedag�gico, devem ser privilegiados os jogos de comunica��o, jogos motores e jogos simb�licos.

    Outro crit�rio importante � que o jogo n�o tem conseq��ncias, sempre pode ser terminado e/ou reiniciado. Neste sentido, Broug�re, (1998, 5) comenta que:

    �O fato de ganhar ou perder, ter mais ou menos prazer num jogo, tudo isto pode ter conseq��ncia sobre a crian�a, mas objetivamente n�o deixa marcas duradouras�.

    Num outro est�gio, come�am os jogos caracterizados pela constru��o das regras. As crian�as criam estrat�gias para solucionar uma situa��o problema ou desfavor�vel, criam regras/leis pr�prias, decidem conjuntamente os rumos do jogo ou brincadeira. Este �desenvolvimento cr�tico� tamb�m pressup�e aprendizado, pois como ressalta Wajskop (1995), o jogo tem caracter�sticas pr�prias, ele possibilita �s crian�as entrar em contato com costumes, com a cultura, atrav�s das pr�ticas de sociabilidade real, ou seja, constru�das socialmente e culturalmente em cada meio.

    A crian�a logo descobre seu poder de transformar coisas, criar outras, substitu�-las, e isso lhe agradar� de tal maneira que � quase s� o que ela far�, sempre que estiver livre. Entendemos que a utiliza��o de uma metodologia l�dica, fornece uma maior participa��o, na medida em que motiva, exercita a liberdade, a criatividade e o prazer. � um ponto positivo em favor da inclus�o. � claro que oportunamente no jogo ou brincadeira, caber� ao professor mediar situa��es.

    Exemplo disso, � quando ocorre supervaloriza��o de vit�rias ou derrotas. O que queremos deixar claro, � a import�ncia incondicional, por�m, ocasional, de situa��es que compreendem a coopera��o ou a competi��o, cada qual com sua relev�ncia nos aspectos cognitivo, afetivo e motor.

4.     A intera��o entre o movimento e o desenvolvimento cognitivo

Guiselini (1985,22) refletindo sobre a conex�o entre o movimento e o desenvolvimento cognitivo, comenta que:

    �Al�m de Piaget, outros estudiosos comprovaram que o movimento tem influenciado positivamente no desenvolvimento perceptivo e na aprendizagem de habilidades. [...] Isto torna a crian�a livre para bem aproveitar a instru��o e aprender com independ�ncia. Quanto maior o desenvolvimento das habilidades perceptivas, maior a capacidade para tornar a aprendizagem efetiva.�

    Comenta ainda na p�gina 23 que: �O aumento da fun��o cognitiva � provocado porque o movimento desenvolve a percep��o sens�rio-motora e estas auxiliam o indiv�duo a interpretar o seu ambiente e a formar conceitos, que � o caminho para o desenvolvimento cognitivo.�

    Percebe-se pelo exposto acima, que o autor compreende o movimento corporal como um meio educacional por excel�ncia e quando bem orientado, contribui para o desenvolvimento global da crian�a, atrav�s, entre outros, dos seguintes aspectos: desenvolvimento das capacidades intelectuais, do talento criativo e o favorecimento do auto-conceito, afinal, a educa��o se d� de corpo inteiro. (Freire, 1989 ; Barreto, 2002 e Garcia et al, 2002).

    � na escola que ocorre um aprendizado que pode tornar as pessoas mais inseridas em sua cultura, desenvolvendo o homem em sua totalidade; ou seja, org�nica, intelectual, social e politicamente. Deste modo, a Educa��o F�sica sugere a utiliza��o do movimento corporal, a linguagem corporal, seja atrav�s do jogo, brincadeira ou outras atividades din�micas, que possibilitem ao aluno aprender a relacionar-se com dignidade. Esta pedagogia, deve substituir o paradigma da educa��o mecanicista e autorit�ria, que ainda prevalece em muitas escolas brasileiras.

    Para Zurawski, (1998, 19),

    �O movimento � uma linguagem, a qual permite �s crian�as agirem sobre o meio f�sico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas de seu teor expressivo. Sendo assim, � t�o importante quanto qualquer outra�.

    A primeira fun��o do ato motor est� ligada � express�o, fazendo com que desejos, estados �ntimos e necessidades se manifestem. Isto auxilia na percep��o, dando sustenta��o ao pensamento.

    Deve-se entender aqui que os n�veis de desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor est�o intimamente relacionados. � medida que a crian�a incorpora s�mbolos, valores, se comunica, se relaciona, vai atingindo um n�vel de amadurecimento intelectual, que a levar� a se tornar um indiv�duo cr�tico, participativo, aut�nomo e transformador da realidade em que vive; pois � capaz de realizar uma leitura de mundo, que � o foco principal das tend�ncias pedag�gicas atuais.

5.     Considera��es finais e recomenda��es

    Com a qualifica��o profissional, t�o acentuada atualmente, o profissional est� mais consciente de sua fun��o no �mbito escolar, bem como das ferramentas que tem � disposi��o para o alcance de seus objetivos.

    No contexto atual, a Educa��o F�sica deixou de ser aula onde os alunos �apenas� brincavam ou jogavam para ocupar o tempo (j� que estava assegurada no curr�culo); ou quando muito, servia para auxiliar o trabalho desenvolvido em outras disciplinas.

    Como se por si s� n�o bastasse o desenvolvimento motor, seguramente tem fun��o definida nos desenvolvimentos afetivo e cognitivo, sendo a disciplina que possivelmente mais pode contribuir na forma��o integralista do indiv�duo. E mais, poucas disciplinas podem e conseguem, com tamanha facilidade, abranger tantos conte�dos e objetivos, numa s� aula onde os alunos mais se sentem livres para poderem se expressar, tomar decis�es, experimentar situa��es, se tocarem e darem vaz�o a seus sentimentos. Chegou a hora de recuperar o que lhe � devido, retomar seu espa�o. Pelo presente, baseando-nos em G�ller (1999), reiteramos que:

  • O movimento � a base da Educa��o F�sica.

  • O contato com as emo��es, durante as atividades propostas na aula, promove auto-conhecimento e auxilia nos relacionamentos, tornando a crian�a mais soci�vel.

    Se quisermos desenvolver toda a potencialidade de aprendizagem das crian�as, e ao mesmo tempo, proporcionar-lhes momentos de satisfa��o e alegria, devemos oferecer oportunidades para se expressarem.

  • A metodologia l�dica � que tem se mostrado mais eficiente na promo��o do desenvolvimento hol�stico do individuo; � mais flex�vel �s mudan�as e aos objetivos da aula.

    � preciso um equil�brio nas atividades cognitivas, afetivas e motoras, desenvolvendo-as numa perspectiva prazerosa, aprendendo atrav�s da ludicidade. Percebe-se pelo acima exposto que o modo de transmitir deve deixar espa�o para o jogo de a��es, abrindo aos aprendentes a possibilidade de agirem com autonomia, criatividade, di�logo e a coopera��o. Assim o aprendente se torna sujeito de seu pr�prio processo de aprendizagem.

  • A Educa��o F�sica � uma disciplina alheia, tem fins e objetivos claramente definidos. O movimento tem importante papel no desenvolvimento cognitivo. Diante do exposto, indagamos: Qual a finalidade da Educa��o F�sica Escolar ?

    � uma disciplina inserida no contexto pedag�gico e formativo da cidadania, com a finalidade de explicar a corporeidade, o sentido da qualidade de vida, atrav�s de um estilo de vida ativo, que ofere�a algumas viv�ncias tem�ticas para que os alunos possam experimentar exerc�cios e pr�ticas. Deve dar oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democr�tica e n�o seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos. Este conhecimento adquirido na escola deve depois ser transportado para o dia-a-dia do cidad�o, atendendo �s necessidades de aptid�o e sa�de f�sica e mental. Da� decorre sua import�ncia e relev�ncia social, desde que sempre encarada com seriedade e coer�ncia.

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