Alimentação
22/10/2019
A infecção intestinal, diferente de uma simples dor de barriga, pode ser um quadro grave e requer cuidados preventivos. O agente infeccioso se manifesta no organismo de modo rápido, no mesmo dia ou no dia seguinte após a contaminação. A bactéria responsável pelo contágio é presente em diversos ambientes do convívio, principalmente onde há movimentação de pessoas e higiene precária, sobretudo na alimentação.
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O especialista em gastroenterologia, Dr. Marlus Morais, da Unimed Paraná, explica que os principais sintomas apresentados pela infecção intestinal são: cólicas abdominais, diarreia, vômito, flatulência e até mesmo febre. O médico também pede atenção a consistência da urina que para esse caso pode apresentar-se mais escura e em menor volume. Boca seca, língua saburrosa e pouca transpiração são também sinais emitidos pela infecção.
“Nos casos mais graves, quando a infecção é mais intensa, todos estes sintomas e sinais são aumentados e o paciente pode ter uma desidratação rápida que pode levá-lo a hipotensão, com sudorese profusa, palidez e estado de choque (chamamos de hipovolêmico) com perda da força muscular, desmaios e até a morte”, alerta.
A bactéria mais comum pela manifestação da doença é a Salmonella, “Mas além desta e outras bactérias, pode haver infecção por vírus, fungos, protozoários e outros agentes. A quantidade de carga infecciosa e a capacidade de resposta imunitária é que vão determinar a gravidade de cada caso, não devendo haver negligência para nenhum dos casos”, salienta.
Como evitar a infecção intestinal?
O desconforto causado pela doença atinge drasticamente a rotina do indivíduo, portanto medidas preventivas podem evitar o contágio da doença. O especialista reforça sobre a importância da higiene pessoal, sobretudo das mãos e dos alimentos consumidos.
“Lavar bem as mãos, manter a higiene dos dentes e da língua, lavar corretamente os alimentos antes do preparo ou da ingestão, usar “equipamentos” higienizados e buscar ambientes limpos são fundamentais para evitar a infecção”, recomenda.
É comum devido a correria da rotina diária e do tempo limitado para alimentar-se , carros, ônibus e transportes públicos tornam-se refeitórios. E não só isso, o especialista também alerta quanto ao consumo das refeições próximas ao banheiro, em ambientes como restaurantes, o que torna todos esses cenários bastante propícios para a manifestação dos agentes infecciosos.
“Até as pessoas com quem você está compartilhando o local precisam ser avaliadas. Um exemplo: lanchonete em frente ao hospital que trata de doenças respiratórias aumenta o risco de você estar em contato com pessoas contaminadas que ao falar emitem gotículas de saliva contaminantes (chamadas perdigotos)”, adverte.
Como tratar a infecção intestinal?
O médico recomenda a hidratação e repouso durante o tratamento. A alimentação deve ser leve, dê preferência às refeições de fácil digestão. “A alimentação na fase inicial deve se concentrar na hidratação (com soro caseiro, por exemplo). O clássico chá com torrada ou bolacha água e sal, pode ser boa alternativa para os casos leves. Sopas não gordurosas como canjas e caldo de legumes são também boas opções”, indica.
De acordo com o Dr. Marlus essas medidas são geralmente as mais adotadas para a cura da infecção, pois contribuem para que o organismo elimine os agentes infecciosos, e assim possibilitar a recuperação do quadro sem a necessidade da ingestão de medicamentos.
“Quando há necessidade de remédios, se usam medicações antiespasmódicas para reduzir as cólicas e o número de episódios de diarreia. Antieméticos (que são remédios para diminuir náuseas e vômitos), antitérmicos para casos de febre e hidratação oral ou endovenosa”, recomenda.
O especialista também cita os probióticos como auxiliares durante o tratamento da infecção, pois contribuem para recomposição da flora intestinal, ajuda a eliminar o inchaço e age na absorção saudável dos líquidos, que são comumente eliminados em casos de infecções intestinais. “Os casos mais graves exigirão antibióticos de acordo com a causa da doença e medidas suportivas orgânicas como hidratação endovenosa e medicações vasopressoras, entre outras”, conclui.
Participação do especialista em gastroenterologia, Dr. Marlus de Morais, da Unimed Paraná.
Referências:
//www.ans.gov.br/a-ans/sala-de-noticias-ans/qualidade-da-saude/625-ministerio-da-saude-faz-alerta-sobre-surto-de-infeccao-por-bacteria