- Diagnóstico da Sífilis
- Testes Diretos para a Sífilis
- Testes Imunológicos para a Sífilis
- Testes Não Treponêmicos
- Testes Treponêmicos
- Controle de Cura Pós Tratamento
- Falha do Tratamento
- Erro no Tratamento
- Neurossífilis
- Reinfecção
Existem 2 tipos de testes para o diagnóstico da sífilis:
- Testes diretos;
- Testes imunológicos.
Testes Diretos para a Sífilis
São exames que detectam o Treponema pallidum (bactéria causadora da sífilis) diretamente na lesão, seja ela uma úlcera (sífilis primária), ou lesão de pele (sífilis secundária). Veja mais sobre as fases da Sífilis Aqui.
São exemplos de testes diretos: exame em campo escuro, pesquisa direta com material corado.
Testes Imunológicos para a Sífilis
Este tipo de teste detecta anticorpos que o nosso organismo produz ao entrar em contato com T. pallidum. Embora o tempo para o seu surgimento varie de pessoa a pessoa, geralmente eles já podem ser detectados no sangue 10 dias após o aparecimento da úlcera sifilítica.
Existem 2 tipos de testes imunológicos:
- Testes não treponêmicos: anticorpos não específicos do treponema;
- Testes treponêmicos: anticorpos específicos do treponema.
Cada um deles tem um papel importante para o diagnóstico, controle de cura e avaliação de reinfecção, como veremos a seguir.
Testes Não Treponêmicos
Os testes não treponêmicos mais usados são:
- VDRL (do inglês, Venereal Disease Research Laboratory);
- RPR (do inglês, Rapid Test Reagin);
- TRUST (do inglês, Toluidine Red Unheated Serum Test) – este pouco encontrado no Brasil.
O resultado positivo quantitativo é dado através de titulações que significam diluições (1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32 etc).
Não se pode inferir o tempo de infecção e nem gravidade de doenças por estas titulações. Estes testes são ótimos para rastreio e devem ser os primeiros a ser solicitados.
Eles são muito sensíveis, mas por não serem específicos, seu resultado positivo pode ser um falso positivo e por isso, deve ser sempre realizado um teste treponêmico específico confirmatório. Ele também é o teste indicado para controle de cura e avaliação de reinfecção.
Testes Treponêmicos
Detectam anticorpos específicos contra componentes celulares do Treponema, eles são os primeiros a ficar positivos após a primeira infecção, cerca de 7 a 10 dias após a úlcera sifilítica.
Os testes treponêmicos mais usados são:
- FTA-abs (Teste de anticorpos treponêmicos fluorescentes com absorção);
- ELISA (Ensaio imunossorvente ligado à enzima), teste de quimioluminescência;
- Testes de hemaglutinação e aglutinação;
- Testes rápidos, etc.
Eles são usados para a confirmação diagnóstica quando o teste não treponêmico dá positivo, mas não servem para controle de tratamento nem para diagnóstico de reinfecção pois uma vez positivo, geralmente não voltam a ficar negativos, mesmo que a pessoa esteja curada.
Controle de Cura Pós Tratamento
Várias pessoas curadas podem chegar a ficar com os testes não treponêmicos negativos. Já a negativação dos testes treponêmicos é bem rara.
Contudo, a maioria das pessoas ficam com uma cicatriz ou memória sorológica (testes não treponêmicos positivos com baixas titulações) e isso deve ser monitorado para se confirmar a cura, para saber definir uma reinfecção caso haja uma reexposição e para confirmar falha terapêutica. O teste de controle deve ser realizado idealmente apenas 3 meses após o término do tratamento.
É indicação de sucesso de tratamento a ocorrência de diminuição dos títulos em torno de duas diluições em três meses, e três diluições em seis meses após a conclusão do tratamento. Por exemplo, quando o título da amostra era de 1:64 e cai para 1:16 no exame de controle pós-tratamento.
A persistência de resultados reagentes com títulos baixos (1:1 – 1:4) durante um ano após o tratamento, quando descartada nova exposição durante o período analisado, indica sucesso do tratamento (cicatriz sorológica).
Falha do Tratamento
Causas:
- Erro no tratamento;
- Neurossífilis;
- Reinfecção.
Erro no Tratamento
O tratamento de primeira escolha para a sífilis é a Penicilina Benzatina. O erro no tratamento pode ocorrer por várias razões:
- Má adesão do paciente (não pode haver mais que 2 semanas de diferença entre as doses);
- Erro na escolha do esquema (o esquema preferencial é a Penicilina Benzatina);
- Erro de dose (a dose deve ser SEMPRE 2 frascos de Penicilina Benzatina, uma em cada nádega);
- Erro no número de dose (o número da dose depende da fase da doença).
Neurossífilis
Treponema Pallidum resistente a Penicilina é muito raro. Contudo, a Penicilina Benzatina que é primeira escolha para o tratamento, não penetra no sistema nervoso central.
Por isso, quando há falha terapêutica, deve-se descartar a presença de Sífilis em Sistema Nervoso Central (neurossífilis), através do exame de Liquor.
Reinfecção
Como a sífilis não confere imunidade, quando uma pessoa já curada volta a entrar em contato com o treponema, ela pode se infectar novamente. Pensamos em reinfecção quando:
- Há uma historia de nova exposição em um paciente previamente tratado;
- Seus exames apresentam um aumento do título dos testes não treponêmicos em duas ou mais diluições, quando comparado aos resultados anteriores.
Por exemplo, o título de 1:4 estabilizado pós-tratamento sobe para 1: 16 no exame de controle.
Fontes:
- Manual do Ministério da Saúde
- Diagnóstico de Sífilis – CDC