A Demanda Química de Oxigênio, identificada pela sigla DQO, é um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e de efluentes industriais, ela avalia a quantidade de oxigênio dissolvido (OD) consumido em meio ácido que leva à degradação de matéria orgânica.
A análise dos valores de DQO em efluentes e em águas de superfície é uma das mais expressivas para determinação do grau de poluição da água, esta análise reflete a quantidade total de componentes oxidáveis, seja carbono ou hidrogênio de hidrocarbonetos, nitrogênio (de proteínas, por exemplo), ou enxofre e fósforo de detergentes.
A DQO pode ser considerada como um processo de oxidação química, onde se emprega o dicromato de potássio (K2Cr2O7). Neste processo, o carbono orgânico de um carboidrato, por exemplo, é convertido em gás carbônico e água.
Sabe-se que o poder de oxidação do dicromato de potássio é maior do que o que resulta mediante a ação de microrganismos. A resistência de substâncias aos ataques biológicos levou à necessidade de fazer uso de produtos químicos, sendo a matéria orgânica neste caso oxidada mediante um oxidante químico. É justamente aí que a DQO se diferencia da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), onde é medida a quantidade de oxigênio necessária para ocorrer a oxidação da matéria orgânica biodegradável, ou seja, na DBO não é necessário fazer uso de produtos químicos.
A DQO é muito útil quando utilizada juntamente com a DBO para observar a biodegradabilidade de despejos. O método químico é mais rápido que o da DBO, tem duração de 2 a 3 horas enquanto que o outro equivale ao tempo de cinco dias.
Ferramentas analíticas tradicionais são utilizadas para determinar o grau de poluição da água ou efluentes, medindo a demanda de oxigênio necessária para oxidar os contaminantes. A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio (DQO) são ferramentas tradicionalmente utilizadas. A DBO e DQO medem os efeitos da perda de oxigênio pelos contaminantes presentes nos efluentes. A exceção a esta norma é a medida de Carbono Orgânico Total (TOC), que mede diretamente o carbono inorgânico e orgânico. Abaixo está um resumo de cada parâmetro, o que eles medem e os prós e contras.
DBO, Demanda Bioquímica de Oxigênio
O que é medido?
DBO é um indicador da fração de matéria orgânica que pode ser degradada por microrganismos, tipicamente expressa como a quantidade de oxigênio consumido (mg/L) durante cinco dias a 20°C.
Contras
1. Tempo: A análise de DBO requer cinco dias, o que é lento para fornecer informações oportunas para o controle de um processo.
2. Precisão: Normalmente, os resultados de DBO apresentam amplas faixas de precisão na ordem de +/-10-20%, mostrando reprodutibilidade limitada, especialmente com águas tratadas.
3. Interferentes: Resíduos contendo supressores para atividade microbiológica pode inibir e limitar os resultados de DBO. Estes incluem antibióticos, cloro, produtos de sanitização e alguns sais.
4. Especificidade: A aplicação da DBO é específica para uma única amostra e não é linear.
DQO, Demanda Química de Oxigênio
O que é medido?
DQO é a quantidade de oxigênio necessária para o oxidação química de compostos orgânicos em água. Esta demanda é determinada usando um oxidante forte, com método padrão usando dicromato e a um grau menor o permanganato.
Contras
1. Tempo: Testes típicos de DQO exigem várias horas, o que é melhor que a DBO, mas muito lento para fornecer informações oportunas para fins de controle do processo.
2. Limitação de oxidação: algumas moléculas orgânicas (por exemplo, benzeno) são relativamente resistentes oxidação de dicromato e pode apresentar um falso resultado de DQO.
3. Carbono inorgânico: A oxidação não distingui os carbonos orgânicos e inorgânicos.
4. Adicionais inorgânicos: Cloretos, nitritos, compostos ferrosos e sulfeto podem interferir na medição da DQO.
5. Produtos químicos perigosos: o dicromato é tóxico devido a seu poder oxidante e seu uso está sendo restrito na Europa. Embora freqüentemente discutido, não há uma generalização na correlação entre DQO e DBO. É possível desenvolver uma correlação para um efluente específico, mas isso não pode ser aplicado a outros efluentes devido à variável composição de contaminantes nas águas residuais.
TOC, Carbono Orgânico Total
O que é medido?
TOC é uma medida direta de todo o carbono orgânico em uma amostra. É determinado pela oxidação dos compostos de carbono orgânico. Os analisadores de TOC podem ser configurados para medir diferentes frações do carbono orgânico incluindo: TOC, Carbono Orgânico Purgável (POC), Carbono Orgânico Não-Purgável (NPOC) e Dissolvido Carbono Orgânico (COD). Dependendo da técnica empregada, o Carbono Inorgânico (IC) pode ou não ser removido. Medindo o Carbono Inorgânico e o Carbono Total, o valor de Carbono Orgânico será fornecido.
Prós
1. Direto: os analisadores de TOC medem diretamente a quantidade de carbono orgânico sem interferências ou variáveis adicionais diferente dos métodos de DBO e DQO.
2. Versatilidade: os analisadores de TOC apresentam uma variedade de configurações para medir frações específicas de carbono para produzir as informações necessárias.
3. Tempo: os resultados do TOC podem ser obtidos em menos de 10 min.
4. Exatidão e Precisão: A análise de TOC geralmente resulta em exatidão e precisão dentro de +/- 5% em um grande gama de concentrações de 1 ppb a 50.000 ppm.
Os analisadores de TOC Sievers* InnovOx com a oxidação de água supercrítica (SCWO) fornece medição precisa do carbonato componente da demanda de oxigênio e pode ser correlacionado a esses métodos. As vantagens de medir carbono orgânico com o Sievers* InnovOx incluem:
1. Nenhuma interferência de cloretos.
2. Menos de 10 minutos de tempo de análise, com aplicações laboratoriais e on-line
3. Oxidação completa de moléculas orgânicas ao contrário da oxidação de dicromato (DQO).
4. Fornece dados diretos sobre o desempenho do processo, a carga, separação e remoção orgânica