Qual a importância de Lamarck e Darwin para a construção do conhecimento atual sobre a evolução?

Quando falamos em evolução biológica, geralmente o primeiro nome que nos vem à mente é o de Charles Darwin. Entretanto, não podemos atribuir todos os méritos a ele, já que Alfred Wallace também havia percebido muitos dos aspectos que Darwin apontou em suas observações e que guardou basicamente em segredo por mais de vinte anos. Apenas quando Wallace enviou a Darwin seus manuscritos – devemos nos lembrar de que este voltou da expedição bastante reconhecido como cientista – é que ele foi impulsionado a publicar suas ideias. Seguindo o conselho de amigos, a teoria foi revelada com a autoria dos dois em 1858.

O diferencial de Darwin era o conjunto de evidências e argumentos a favor da evolução que possuía. Esse fato, somado à sua posição de destaque no meio científico e à publicação do livro “A origem das espécies por meio da seleção natural, ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida”, é o que faz com que, na maioria das vezes, apenas ele seja lembrado.

Naquela época, os mecanismos de hereditariedade e mutação não eram conhecidos e, por isso, temos a teoria sintética da evolução (ou neodarwinismo) como uma versão aprimorada desses princípios desenvolvidos por Darwin e Wallace.

Agora que já sabemos quem são os autores, vamos conhecer os aspectos dessa teoria:

Principais aspectos da Teoria da Evolução

- Em qualquer grupo de espécies, todos os indivíduos possuem ancestrais em comum em algum momento da história evolutiva. Assim, são descendentes deles com modificações e resultam da seleção natural;

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

- Indivíduos da mesma espécie, mesmo que parentes próximos, possuem variações entre si, o que é resultado de mutações e/ou reprodução sexuada. Algumas dessas variações são hereditárias, ou seja, podem ser transmitidas para a geração seguinte;

- A limitação na disponibilidade de recursos faz com que indivíduos de uma população lutem, direta ou indiretamente, por esses recursos e pela sua sobrevivência. Dessas variações, algumas podem ser vantajosas, permitindo que alguns, nesse cenário, destaquem-se e outros não. Esses últimos podem não sobreviver e, tampouco, reproduzir-se;

- Aqueles que sobrevivem (os mais aptos) podem transmitir à prole a característica que permitiu sua vitória, caso seja hereditária;

- Esse processo, denominado de seleção natural, resulta na adaptação de determinados indivíduos ao ambiente e também no surgimento de novas espécies.

A seleção natural é bastante parecida com a artificial, só que essa última é o resultado de ações humanas (diretas ou indiretas) sobre determinado organismo. A penicilina, por exemplo, foi bastante usada há algumas décadas como principal agente de combate a bactérias e, atualmente, não é eficaz no tratamento de algumas doenças, uma consequência da seleção das bactérias resistentes em razão do uso indiscriminado dessa substância.
 

Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia

A evolução das espécies é um tema bastante discutido em Biologia desde a antiguidade. Anteriormente era bem difundida a ideia de que as espécies eram fixas, ou seja, não sofriam nenhuma mudança em seus corpos com o passar do tempo. Segundo essa hipótese, todas as espécies que vivem hoje já existiam no passado e não passaram por modificação. Com o avanço dos estudos em paleontologia e o conhecimento maior a respeito dos fósseis, dúvidas começaram a surgir a respeito desse fixismo. Entretanto, apesar de alguns cientistas afirmarem que ocorriam mudanças, eles não conheciam os mecanismos que levavam à evolução.

O primeiro pesquisador a formular uma hipótese a respeito da evolução das espécies foi Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829). Em sua obra intitulada Philosophie Zoologique (1809), Lamarck afirmava que existiam transformações nas espécies em direção a uma maior complexidade em decorrência de pressões externas, isto é, o meio ambiente influenciava um organismo, provocando a necessidade de modificação.

Segundo Lamarck, de acordo com as suas necessidades, um organismo passava a utilizar com maior frequência alguns órgãos, fazendo com que estes se desenvolvessem mais que os outros. Essa lei ficou conhecida como “Lei do uso e desuso” e, além de destacar o maior desenvolvimento de estruturas usadas com frequência, enfatizava que aquelas pouco utilizadas atrofiavam-se.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Para explicar sua teoria, Lamarck utilizou como exemplo o pescoço longo das girafas. Segundo esse pesquisador, existiam inicialmente girafas com pescoço curto, todavia, elas tinham de esticar-se para alcançar o alimento em árvores altas. Diante do esforço constante para conseguir alimento, o pescoço foi aumentando de tamanho progressivamente e, a cada geração, apresentava-se maior do que na geração anterior. Lamarck concluiu, portanto, que o uso levou ao aumento do pescoço.

Além do uso e desuso, Lamarck propôs que as características adquiridas durante a vida eram repassadas para as gerações futuras. Essa lei ficou conhecida como “Lei da herança dos caracteres adquiridos”, que, junto à “Lei do uso e desuso”, forma a teoria conhecida hoje como Lamarckismo.

Lamarck, em razão principalmente da falta de tecnologia e conhecimento na época, pecou em vários aspectos de sua teoria. Primeiramente devemos ter em mente que o uso e o desuso não provocam o surgimento de características que podem ser transmitidas aos descendentes. Se uma pessoa faz exercícios com frequência, por exemplo, não conseguirá passar seu porte atlético aos seus filhos. Além disso, nenhuma característica adquirida durante a vida pode ser repassada para os descendentes, uma vez que apenas alterações a nível genético podem ser herdadas.

Apesar de todos os erros, Lamarck também teve sua contribuição para o desenvolvimento da biologia evolutiva. Ele foi o primeiro a perceber que o meio poderia provocar mudanças nos seres vivos, apesar de estar errado a respeito da forma como isso acontece. Além disso, suas ideias impulsionaram a discussão sobre o assunto, abrindo assim o caminho para novas descobertas.


Por Ma. Vanessa dos Santos

Qual a importância de Lamarck e Darwin?

Lamarck também foi responsável por introduzir a palavra biologia no nosso dia a dia. Charles Darwin foi um naturalista inglês. Seu trabalho sobre a teoria da evolução através da seleção natural, publicado no livro A Origem das Espécies em 1859, deu início ao nosso entendimento de como a evolução das espécies ocorre.

Qual é a importância de Lamarck para a Teoria da Evolução atual?

Lamarck foi muito importante para o desenvolvimento das teorias evolucionistas, uma vez que naquela época, dominavam as ideias fixistas ou criacionistas. Acreditava-se, por exemplo, que o número de espécies era fixo e definido no momento da criação por Deus. As espécies eram consideradas imutáveis.

Qual a principal semelhança entre as teorias de Lamarck e Darwin?

São duas, a primeira é a lei do uso e desuso e a segunda é a lei de transmissão de características adquiridas. Lamarckismo e Darwinismo. São duas linhas de teorias evolutivas, onde a darwinista é a mais aceita, apesar de ambas terem contribuído para a ciência.