Qual a importância dos rios para a fixação dos grupos humanos na Mesopotâmia?

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

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O crescente fértil foi uma importante região, especialmente para o início da sedentarização de diversos povos. Ela leva este nome porque, localizada entre os rios Tigre, Eufrates, Jordão e Nilo, tem um formato que se assemelha ao de uma lua crescente. Foi nessa região que se desenvolveram as primeiras populações sedentárias da humanidade, que passou pela revolução agrícola e, posteriormente, pela revolução urbana.

O local que chamamos de crescente fértil na antiguidade é onde hoje está hoje localizada a região da atual Palestina, Jordânia, Israel, Líbano, Kuwait e Chipre, além de algumas partes do Egito, da Síria, do Irã e da Turquia. É o berço da civilização.

As cidades mais antigas se desenvolveram próximas aos rios ali localizados. Mas, antes disso, grupos humanos passaram a dominar a terra e a desenvolver a agricultura, o que lhes permitiu viverem fixos em um só lugar. O crescente fértil foi uma região conhecida por ter uma terra fértil, irrigada pelos rios. Foram eles que possibilitaram a agricultura, a sedentarização e mesmo as trocas comerciais que se davam por meio da navegação dos rios.

Havia muitos núcleos urbanos já ao longo do Tigre e do Eufrates. Uma das primeiras civilizações que conhecemos é a Mesopotâmia. São de lá os primeiros registros de sedentarização do homem. Mas, para viverem fixos na região, foi preciso aprender a domar a natureza local. Como os rios enchiam, a população precisou desenvolver técnicas para aproveitar essa irrigação e torna-la constante, tornando contínuo também o abastecimento de alimentos. Como se sabe os grupos humanos passaram muito tempo vivendo de forma nômade. Isso não quer dizer que, a partir da Revolução Agrícola, todos os grupos humanos se sedentarizaram. Esse foi um processo lento e gradual. As primeiras experiências de vida fixa se deram na região do crescente fértil. A agricultura estabeleceu as primeiras formas de divisão social do trabalho, pois, enquanto os homens ficavam responsáveis pela colheita, as mulheres tinham a responsabilidade de semear, guardar, preservar e preparar os alimentos. Além disso essas sociedades também passaram a desenvolver sistemas hierárquicos.

Por isso, foi nessa região também que primeiro se desenvolveram os sistemas numéricos e a escrita. Isso porque a Mesopotâmia, por exemplo, viveu um período de desenvolvimento do conhecimento e das técnicas necessárias tanto para a vida sedentária como para a construção das grandes obras públicas. Para construir os canais, por exemplo, o desenvolvimento do pensamento matemático foi de extrema importância. Além disso, o comércio já avançado entre os rios exigia formas de comunicação que fossem mais objetivas.

Era necessário, portanto, estabelecer padrões numéricos para efetiva execução das obras públicas. Da mesma forma tornava-se necessário o desenvolvimento de um sistema de comunicação eficaz. A escrita cuneiforme – em forma de cunha na argila mole – foi o primeiro sistema de escrita registrado. Por isso os primeiros registros escritos da humanidade são dessa região e puderam chegar até os nossos dias.

O crescente fértil marca geograficamente o início da civilização humana, vivendo em sociedade e de forma fixa, sedentária. Uma região com solo fértil, com fauna e flora diversa e com irrigação constante, dominada pelos homens e pelas mulheres que passaram a desenvolver técnicas e ferramentas para tornar a vida fixa possível. O início da vida sedentária é marcado não só pela localização estratégica, mas também pelas formas como as populações encontraram para sobreviver.

Referência:

PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2011.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/crescente-fertil/

Desde o começo das civilizações, os rios tiveram papel fundamental para a formação de comunidades, cidades e para a sobrevivência dos homens. Até os dias atuais, os cursos de água doce são o sustento de milhares de famílias no Brasil e em todo o mundo. O professor Vinícius Ribeiro, de geografia, falou da potamologia, ciência que estuda os rios, na reportagem do Projeto Educação desta sexta-feira (10).

Em Pernambuco, o Rio Jaboatão tem 75 quilômetros de comprimento. Nasce em Vitória de Santo Antão e corre pela Zona da Mata Sul até chegar no mar, em Barra de Jangada, na cidade de Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. No local, José Ribeiro vai pescar pelo menos duas vezes por semana. “É um dos rios mais ricos em robalo no Nordeste. Nas enchentes, a gente pega peixes bem maiores. Para pegar de tamanho menor, na vazante sempre acontece”, disse o pescador.

“Vários países do planeta têm a base da economia ou uma das bases a atividade pesqueira, como Chile e Peru. O Brasil, por ter uma extensão de litoral de mais de 8 mil km, é um país que subaproveita a questão da pesca”, contou Vinícius Ribeiro.

Qual a importância dos rios para a fixação dos grupos humanos na Mesopotâmia?
Rios ainda são fonte de renda para muitas famílias
(Foto: Reprodução / TV Globo)

Hoje, o rio também é passatempo para muita gente, com banhos e esportes aquáticos. Mas eles também são sustento de milhares de famílias, o que acontece desde o início da humanidade. “As primeiras civilizações começaram a se fixar ao longo de rios, consequentemente esses rios não eram só para o abastecimento da sociedade, mas também na questão do arado, porque a  importância de algunas nas suas cheias, como o Nilo, Tigres e Eufrates, foram importantes para a sobrevivência do homem. A partir do momento em que a sociedade aumentou em número, a oferta da água se tornou limitada. Por isso, hoje, a preocupação é muito intensa sobre o uso e manejo dessa água”, destacou o professor.

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Com o aquecimento global, a água doce é uma riqueza cada vez mais escassa. “Nosso planeta visto do espaço tem dois terços de agua e um terço de terra. Dessas águas, 98% é salgada e 2% é doce. Boa parte da água doce está nas geleiras. Com o aquecimento global, a preocupação é intensa, porque com o desgelo das regiões montanhosas, consequentemente essa oferta de água doce- potável - se torna limitada para nossa sobrevivência”, destacou.

Outro fato que também causa impacto ambiental é a construção de usinas hidreelétricas. “Quando se faz as hidrelétricas, o rio é represado, alagando as regiões das margens. Se tiver uma cidade com 10 mil habitantes, a população tem que ser deslocada para outras áreas,  como exemplo Petrolândia, em Pernambuco, e Remanso, Casa Nova, Sento Sé e Pilão Arcado, na Bahia”, finalizou Vinícius.

Qual é a importância dos rios para os povos da Mesopotâmia?

A fertilidade do solo era garantida pelo ciclo de cheias dos dois rios que encharcavam o solo com material orgânico e permitia o desenvolvimento da agricultura e da criação de animais.

Qual a importância dos rios para o surgimento das primeiras civilizações da humanidade?

“As primeiras civilizações começaram a se fixar ao longo de rios, consequentemente esses rios não eram só para o abastecimento da sociedade, mas também na questão do arado, porque a importância de algunas nas suas cheias, como o Nilo, Tigres e Eufrates, foram importantes para a sobrevivência do homem.

Qual a importância dos rios para os povos da antiguidade?

De itinerantes que eram os povos antigos, tornaram-se fixos em determinadas áreas onde pudessem sobreviver por longo tempo, onde existisse água potável e áreas férteis para plantar. Rios sempre serviram para a integração de povos e até de nações, por oferecer base alimentar, viabilizar e interligar o comércio.

Por que os rios tem grande importância para a economia da Mesopotâmia?

Os mesopotâmicos usavam a água dos rios na irrigação, na adubação da terra após enchentes e para o transporte do comércio.