Data: 05/02/2020Autor: Show
A floresta amazônica é fundamental para impedir o avanço das mudanças climáticas. Seus rios respondem por quase um quinto da água doce que deságua nos oceanos, e a umidade de parte da Bacia Amazônica atinge e regula o clima de países como a Argentina e Uruguai. Cientistas apontam que os efeitos do desmatamento na região são alarmantes e atinge níveis recordes desde o início de 2019. “Se passarmos de 20 a 25% de desmatamento, a Amazônia corre risco de se tornar uma savana degradada”, disse à EBC, Carlos Nobre – pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP. O físico Paulo Artaxo, da USP, comenta sobre o papel da Amazônia nos ciclos da água e do carbono no Brasil e no mundo: 16 marEssenciais para o controle de temperatura e diminuição de Gases de Efeito Estufa (GEE), as florestas são de grande importância para conter a velocidade das mudanças climáticas. Isso porque toda área florestal bem conservada tem ligação direta com a manutenção da concentração de CO2 estocado e com o regime de chuvas, pois é da floresta que emana parte da umidade que possibilita melhor qualidade de vida para a população. Além disso, em solos com pouca incidência de mata, a infiltração de água é consideravelmente menor, o que aumenta a velocidade e o volume das águas que vão diretamente para os rios, causando erosões, enchentes e assoreamento. Debates sobre as mudanças climáticas estão sempre ligados a ações de conservação das florestas existentes e, principalmente, à regeneração de milhares de hectares que já foram degradados pela exploração humana. “Parte significativa das emissões de carbono no mundo está, de alguma forma, ligada a florestas, e as soluções também estão nelas. A restauração é um dos principais compromissos da agenda global de mudanças climáticas, além de uma das metas mais difíceis que o Brasil assumiu junto ao Acordo de Paris: restaurar 12 milhões de hectares até 2030”, afirma Paulo Groke, diretor de Sustentabilidade no Ecofuturo. O Instituto Ecofuturo, organização criada e mantida pela Suzano Papel e Celulose, desenvolve projetos que contribuem para a conservação da Mata Atlântica e promoção da educação socioambiental. Saiba um pouco mais sobre eles: Parque das Neblinas Localizado nos municípios de Mogi das Cruzes e Bertioga, em São Paulo, o Parque das Neblinas, reserva ambiental da Suzano Papel e Celulose, gerida pelo Instituto, possui 6 mil hectares, sendo 4.500 em processo de restauração, e abriga mais de 1.200 espécies da biodiversidade. Entre as mais emblemáticas estão a onça-parda, a anta e o muriqui. O Parque cumpre um importante papel na conservação dos recursos naturais da Serra do Mar paulista, contribuindo para a proteção do maior contínuo de Mata Atlântica do Brasil, o Parque Estadual da Serra do Mar e a Serra de Paranapiacaba. Sua contribuição por meio da realização de ações de educação socioambiental, pesquisa, envolvimento comunitário e visitação visa fomentar a sensibilização ambiental, valorização de remanescentes florestais e o desenvolvimento sustentável da região. Desde 2006, devido aos programas que realiza, a reserva é reconhecida como Posto Avançado da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, pelo Programa Homem e Biosfera da UNESCO. O Parque abriga, também, mais de 400 nascentes do rio Itatinga. De vertente atlântica, o rio corre para o mar e é totalmente conservado por meio das estratégias de manejo desenvolvidas pelo Ecofuturo. Semeadura e manejo sustentável da palmeira juçara Importante para a conservação ambiental, para o equilíbrio da Mata Atlântica e ameaçada de extinção em razão do corte ilegal, a palmeira juçara acelera o processo de restauração das áreas onde é cultivada, pois atrai espécies da fauna que transportam e disseminam pólen e sementes de outras árvores. O Ecofuturo desenvolve ações com as comunidades do entorno para seu manejo sustentável, que se fundamentam na produção de polpa alimentar, mudas e distribuição de sementes no interior dos fragmentos florestais. Essas práticas sustentáveis servem como estratégia de conscientização e alternativa de geração de renda, também contribuindo para a valorização das florestas remanescentes. Até 2016, mais de 6 milhões de sementes de juçara já foram dispersadas na área do Parque das Neblinas. Educação Socioambiental O programa de Educação Socioambiental do Instituto Ecofuturo tem como objetivo estreitar a relação da comunidade com o meio ambiente, promover a sensibilização e o cuidado por meio de atividades práticas que complementam o aprendizado teórico e interdisciplinar. Em parceria com a Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, professores da rede pública desenvolvem de forma colaborativa um programa de atividades que começa na sala de aula e se estende a visitas ao Parque, onde as crianças interagem com a Mata Atlântica e com o ambiente natural. A programação da vivência no Parque Neblinas é definida de acordo com o conteúdo trabalhado em classe e é uma oportunidade para que os educadores participem de processos de ensino que os conduzam ao autoconhecimento e à difusão de seus conhecimentos pessoais, para o desenvolvimento de um projeto em conjunto com seus alunos e demais educadores. O programa atende, em média, 400 crianças por ano e, desde seu início em 2010, já reuniu mais de 110 educadores e 3.900 alunos de 40 escolas da região. Oficinas de Manejo Comunitário Com objetivo de promover a troca de experiências e informações relacionadas à gestão de propriedades rurais, contribuir para conservação e o desenvolvimento sustentável local, unindo geração de renda à valorização da floresta em pé, o Ecofuturo realiza, desde 2008, Oficinas de Manejo Comunitário do Parque das Neblinas, que reúnem proprietários rurais da região do entorno e especialistas na área ambiental. Mais de 900 pessoas já participaram da iniciativa. Como as florestas influenciam no clima?As árvores absorvem água e transpiram vapor d'água. Atraem chuva, modulam a temperatura e influenciam no clima, criando um ambiente favorável a elas mesmas e as demais espécies. Ao bombear água do solo para a atmosfera por meio da transpiração, as árvores auxiliam na regularidade das precipitações.
Qual a influência de uma floresta?A floresta propicia uma diminuição na evaporação do solo, já que ameniza as temperaturas e diminui as velocidades médias dos ventos.
Qual a influência da floresta amazônica no clima do Brasil?De acordo com os pesquisadores, a floresta emite vapores orgânicos para o ar por meio da evapotranspiração, provocando o condensamento e a formação das chuvas. O ar úmido que também é gerado pode precipitar-se e deslocar-se para outras regiões, incluindo o Centro-Oeste do país, o Sudeste e também o Sul.
Qual é a influência da vegetação sobre o clima?Vegetação: as florestas e demais formas de vegetação ajudam a absorver o calor proveniente da radiação solar, amenizando o aquecimento. Além do mais, através da evapotranspiração, elas ajudam a aumentar a umidade do ar, provocando mais chuvas.
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