Ester�ides anabolizantes: mecanismos de a��o Show e efeito sobre o sistema reprodutor masculino Esteroides anabolizantes: mecanismo de acci�n y efecto sobre el sistema reproductor masculino P�s Graduando em Fisiologia do Esporte Treinamento e Perfomance-ICPG Graduado em Educa��o F�sica pelo Centro Universit�rio do Planalto de Arax�, 2007 Leonardo Geamonond Nunes (Brasil) Resumo O uso indiscriminado de ester�ides anabolizantes andr�genos (EAA) vem crescendo cada vez mais em atletas de alto n�vel e atletas recreacionais. A procura de um corpo perfeito e musculoso tem estimulado homens e mulheres a usufruir da droga e alcan�ar seus objetivos em um curto espa�o de tempo. Os ester�ides anabolizantes s�o drogas sint�ticas derivadas da testosterona, desenvolvida para fins terap�uticos, por�m estas drogas est�o sendo de grande uso por atletas para adquirir melhores resultados em suas respectivas modalidades. Sendo assim doses excessivas de ester�ides anabolizantes podem acarretar poss�veis complica��es ao sistema reprodutor. Nesse sentindo o objetivo do estudo foi realizar uma revis�o bibliogr�fica para analisar as poss�veis causas do uso de ester�ides anabolizantes e a��o no sistema reprodutor masculino. Unitermos : Ester�ides Anabolizantes. Sistema Reprodutorhttp://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - A�o 14 - N� 136 - Septiembre de 2009
Introdu��o Horm�nios Esteroid�cos e Ester�ides Anabolizantes Os horm�nios ester�ides apresentam um n�cleo b�sico derivado da estrutura qu�mica do colesterol, portanto s�o horm�nios de natureza lip�dica. A bioss�ntese dos horm�nios ester�ides � restrita a alguns poucos tecidos, como o c�rtex das gl�ndulas adrenais e g�nadas, os quais expressam diferentes formas do complexo enzim�tico P-450, respons�vel pelo processamento da mol�cula de colesterol. Os andr�genos s�o horm�nios sexuais masculinos e representam uma das classes de horm�nios ester�ides, s�o produzidos, principalmente, pelos test�culos e, em menores propor��es, pelas adrenais. O principal horm�nio produzido pelo test�culo � a testosterona (Bianco, Rabelo, 1999). A testosterona exerce efeitos designados como androg�nicos e anab�licos em uma extensa variedade de tecidos-alvo, incluindo o sistema reprodutor, o sistema nervoso central, a gl�ndula pituit�ria anterior, o rim, o f�gado, os m�sculos e o cora��o (Hebert et al, 1984; Shahidi, 2001; Sinha-Hikim et al, 2002). Os efeitos androg�nicos s�o respons�veis pelo crescimento do trato reprodutor masculino e desenvolvimento das caracter�sticas sexuais secund�rias, enquanto que os efeitos anab�licos estimulam a fixa��o do nitrog�nio e aumentam a s�ntese prot�ica (Shahidi, 2001). A atividade anab�lica da testosterona e de seus derivados � manifestada primariamente em sua a��o miotr�fica, que resulta em aumento da massa muscular por aumentar a s�ntese prot�ica no m�sculo (Kam, Yarrow, 2005) e por controlar os n�veis de gordura corporal. O potencial valor terap�utico da atividade anab�lica da testosterona em v�rias condi��es catab�licas t�m levado � s�ntese de muitos derivados que tem como objetivo prolongar a sua atividade biol�gica, desenvolvendo produtos cada vez menos androg�nicos e mais anab�licos, chamados ester�ides androg�nicos anab�licos. Portanto, os ester�ides anabolizantes s�o um subgrupo dos andr�genos, ou seja, sint�ticos derivados da testosterona (Kam, Yarrow, 2005; Weineck, 2005). Os ester�ides anabolizantes foram inicialmente desenvolvidos com fins terap�uticos, como exemplo, para o tratamento de pacientes com defici�ncia natural de andr�genos, na recupera��o de cirurgias e atrofias musculares, por melhorarem o balan�o nitrogenado em estados catab�licos, prevenindo a perda de massa magra e reduzindo o aumento de tecido adiposo, e, tamb�m, no tratamento da osteoporose, do c�ncer de mama e anemias, uma vez que estimulam a eritropoiese (Celotti, Cesi, 1992; Creutzberg et al, 2003; Hebert et al, 1984). Entretanto, o uso dessas drogas destacou�se principalmente no meio esportivo, devido �s propriedades anab�licas que promovem o aumento de massa muscular, do desenvolvimento de for�a, da velocidade de recupera��o da musculatura e o controle dos n�veis de gordura corporal melhorando o desempenho f�sico (Evans, 2004), sendo que a a��o tr�fica do horm�nio ex�geno � mais pronunciada do que aquela observada pelos n�veis normais de testosterona na circula��o (Celotti, Cesi, 1992). Embora utilizados por atletas de alto rendimento e recreacionais em busca de melhores desempenhos, os ester�ides anabolizantes s�o considerados drogas proibidas pela Ag�ncia Mundial Antidoping-WADA (2006) e classificados como doping. Os ester�ides anabolizantes representam mais de 50% de casos positivos de doping entre atletas (Fineschi et al, 2001). Estudos epidemiol�gicos sobre a preval�ncia do uso il�cito de ester�ides anabolizantes por seres humanos no Brasil ainda s�o muito escassos. Embora n�o sejam numerosos estes estudos, os mesmos indicam problemas de sa�de para a popula��o que faz o uso cr�nico da droga. Mecanismos de a��o e principais efeitos dos Ester�ides Anabolizantes Os ester�ides anabolizantes s�o drogas sint�ticas derivados da testosterona que podem ser utilizada de forma oral ou parenteral. A testosterona � metabolizada no f�gado em v�rios 17- cetoester�ides, atrav�s de duas vias, e os metab�litos ativos mais importantes s�o os estradiol e dihidrosterona (DHT). A DHT se liga com maior afinidade a globulina carreadora de horm�nios sexuais do que a testosterona. Em tecidos reprodutores a DHT � ainda metabolizada para 3-alfa e 3-beta androstenediol (Ferreira et al, 2007). Os compostos qu�micos s�o derivados de tr�s grupos: 17-β-hidroxil, alquilados na posi��o 17-α e com anel ester�ide alterado. A alquila��o na posi��o 17-α retarda marcadamente a metaboliza��o hep�tica, aumentando a afetividade oral. Estes derivados tem boa absor��o g�strica, sendo excretados rapidamente devido sua meia vida curta, sendo altamente potentes, por�m mais fortes ao f�gado do que os injet�veis. A esterifica��o � �til nas prepara��es parenterais (ciprianato ou propianato de testosterona, nandrolona). A esterifica��o do grupo 17-β-hidroxil com �cidos carbox�licos diminui a polaridade da mol�cula tornando-a mais sol�vel nos ve�culos lip�dicos para prepara��es injet�veis de libera��o lenta do ester�ide na circula��o e ocasionam menor toxicidade hep�tica que os orais, al�m de terem menor pot�ncia (Ellender, Linder, 2005). Todos os anab�licos agem sobre um �nico receptor celular que modula, de forma indissoci�vel, os efeitos androg�nicos e anabolizantes. O complexo droga-receptor ao ligar-se na cromatina induz a transcri��o de RNA e a produ��o de prote�nas espec�ficas oque ocasionam seus efeitos (Ellender, Linder, 2005) (Ghaphefy, 1995). Ester�ides Anabolizantes e efeitos delet�rios sobre o sistema reprodutor Com o grande crescimento na busca de um corpo perfeito os ester�ides anabolizantes s�o as principais drogas a ser buscadas e diversos estudos buscam salientar sobre os efeitos das drogas em diversos tecidos, com maior �nfase no sistema reprodutor masculino. A administra��o ex�gena dessas subst�ncias afetam o eixo hipot�lamo-hipofis�rio-gonodal, resultando num feedback negativo na secre��o do horm�nio fol�culo-estimulante (FSH) e do horm�nio luteinizante (LH) que, por sua vez, diminuem a produ��o de Testosterona end�gena, resultando na redu��o da espermatog�nese (LISE et al., 1999). Assim, a virilidade e a fertilidade normais do homem necessitam de um controle direto do eixo hipot�lamo-hipofis�rio-gonodal. Tradicionalmente, sabe-se que o diagn�stico da infertilidade masculina depende de uma avalia��o descritiva dos par�metros estudados ap�s ejacula��o, com �nfase na concentra��o, morfologia, motilidade e vitalidade dos espermatoz�ides (Guerra et al, 2005). O efeito dos ester�ides anabolizantes sobre a espermatog�nese se produz atrav�s de uma retroalimenta��o negativa do eixo hipot�lamo-hipof�se-gonodal, inibindo tanto a secre��o hipotal�mica de GNRH como � hipofis�ria de FSH e LH. Induzindo um hipogonadismo (Turek et al, 1995). Atuando tamb�m em um efeito gonadot�xico direto. Entre os efeitos indesejados sobre o sistema end�crino e reprodutivo destacam-se nos homens: a menor produ��o de testosterona, atrofia testicular, a oligo e azoospermia, genicomastia, carcinoma prost�tico, priapismo, impot�ncia, altera��o do metabolismo glic�dico, altera��o do perfil tireoidiano (Smurawa, Congeni, 2007) (Goldwire, Price, 1995) (Goldberg et al, 1996) (Gibson, 1994) (Burnett et al, 1994) (Neild, 1995) (Yoshida et al, 1994). Estudos comprovam que a administra��o ex�gena de EAA, a partir de 15 a 150 ml por dia, � respons�vel pela significativa diminui��o da testosterona plasm�tica, o que intensifica os efeitos feminilizantes. A inibi��o da secre��o de gonodotrofina e a convers�o de andr�genos em estr�genos podem provocar atrofia testicular levando a castra��o qu�mica e a azoospermia al�m de hipertofia prost�tica (Lize, Gama e Silva, Ferigolo, 1999). Outra caracter�stica feminilizante � a genicomastia subareolar, que pode ser uni ou bilateral, sendo provocada por convers�o de estr�genos em estradiol e estona no tecido extraglandular. Ao contr�rio do tamanho dos test�culos que tendem a normalizar ap�s a descontinua��o do uso, a genicomastia � frequentemente irrevers�vel, e quando o aumento da mama torna-se um problema psicol�gico ou est�tico a mastectomia � o tratamento recomendado (Neild, 1995). A menor concetra��o de testosterona end�gena induz por sua vez certo grau de disfun��o er�til e altera��o da libido (Goldberg, 1983). Alguns estudos demonstram os efeitos causados a n�vel esperm�tico, sendo defici�ncia no acrossoma e espermatoz�ides microc�falos (Menduluk et al, 2008). Conclus�o As informa��es presentes neste estudo, serve como alerta a popula��o que utiliza ester�ides anabolizantes sem prescri��o m�dica, para fins est�ticos, visando um corpo perfeito em curto tempo, levando os mesmos a utilizar doses emp�ricas sem ter o menor conhecimento de seus efeitos delet�rios sobre seu organismo com maior �nfase no sistema reprodutor. Por isso medidas de preven��o devem ser tomadas, para que essa popula��o n�o tenha complica��es futuras. Refer�ncias
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