Qual é o órgão do sistema nervoso central que ajuda na manutenção do equilíbrio do corpo?

Índice

Introdução

O cerebelo é um órgão do sistema nervoso localizado entre o cérebro e a região do tronco encefálico. Fibras nervosas conectam o cerebelo à medula espinhal e ao tálamo. É um órgão de aproximadamente 150 gramas e ocupa em média 10% do volume do encéfalo.

Função

O cerebelo tem como função manter o equilíbrio do corpo, controlar os movimentos musculares e é responsável pelas aprendizagens motoras.

O equilíbrio e a postura são de responsabilidade do cerebelo, que coordena os movimentos corporais, unindo e articulando os movimentos musculares de modo que estes mantenham o corpo equilibrado e mantenham sua postura.

  A característica que diferencia o funcionamento do cérebro e do cerebelo é que o cerebelo funciona involuntariamente e em nível inconsciente. Além disso, atua exclusivamente nas funções motoras.

Quando ocorrem lesões no cerebelo, o corpo costuma perder seu equilíbrio, tônus muscular e a coordenação dos movimentos.

Funcionamento

O cerebelo é o principal responsável pela regulação da postura e do equilíbrio do corpo humano. Todas as habilidades motoras, como desenhar ou dançar, são regidas pelo cerebelo.

Para isso, ele recebe informações de todos os músculos, tendões e articulações, bem como de receptores visuais e dos receptores responsáveis pela percepção do equilíbrio.

Ao receber essas informações, o cerebelo compara as que foram recebidas dos músculos com as do córtex cerebral e, assim, coordena as atividades musculares.

Anatomia

O cerebelo pode ser divididos em três regiões: o vérmis e os dois hemisférios cerebelares, um do lado esquerdo e outro do lado direito.

  • Vérmis:  é a região do cerebelo localizada na parte média do órgão. É um faixa estreita que une o hemisfério direito ao hemisfério esquerdo.
  • Hemisférios: os hemisférios direito e esquerdo do cerebelo são massas localizadas lateralmente, ambas são constituídas de tecido nervoso.

Além disso, o cerebelo é composto por uma parte central de substância branca, que é formada por fibras próprias, fibras de projeção e axônios mielínicos das células de Purkinje (neurônios altamente diferenciados, presentes apenas no cerebelo).

Superficialmente, o córtex cerebelar é coberto pela substância cinzenta, formando as fissuras.

Camadas

A substância branca do cerebelo é envolvida pelo córtex cerebelar. Esse córtex se divide em três camadas:
 

  • Camada molecular: está localizada mais superficialmente no órgão. Contém poucos neurônios mas é rica em fibras nervosas amielínicas. Estas são fibras envolvidas por apenas uma camada de bainha de mielina. Também é uma região pobre em glóbulos brancos, responsáveis pelo combate de doenças.
  • Camada de células de Purkinje: é a camada média do cerebelo. Está localizada entre a camada molecular e a camada granular. É constituída por células muito grandes e distribuídas em uma única camada bastante fina.
  • Camada granular: é a camada mais interna do cerebelo. É onde estão localizados os menores neurônios do corpo humano.

Exercício de fixação

UFPI

Um tumor na cabeça que causa distúrbio no equilíbrio postural de um indivíduo, provavelmente, está localizado no:

A Bulbo raquidiano.

B Hipotálamo.

C Cerebelo.

D Lobo olfativo.

E Lobo óptico.

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Introdu��o

    Quando se refere a equil�brio, especifica-se aquela situa��o na qual o corpo adota uma determinada posi��o em rela��o ao espa�o, o qual a cabe�a � dirigida para cima e a face para frente com ere��o do corpo todo com o intuito de posicionar a cabe�a na parte alta, essa posi��o em p� � a posi��o ortost�tica ou ereta (DOUGLAS, 2002). Sendo assim, mesmo um comportamento cotidiano como a manuten��o da posi��o ereta, ao contr�rio do que parece, � uma tarefa complexa que envolve um complexo relacionamento entre informa��o sensorial e atividade motora (BARELA, 2000).

    Enoka (2000) afirma que um sistema est� em equil�brio mec�nico quando a somat�ria de for�as que atuam sobre ele � igual a zero, entretanto essa n�o � uma tarefa f�cil. Barela (2000) afirma que mesmo quando uma pessoa que procura manter-se em p� o mais est�vel poss�vel, ocorrem oscila��es constantes para a manuten��o da posi��o (b�pede), decorrentes da dificuldade em manter os muitos segmentos corporais alinhados entre si sobre uma base de suporte restrita, utilizando um sistema muscular esquel�tico que produz for�as que variam ao longo do tempo, portanto os segmentos corporais controlados pela a��o muscular s�o incapazes de permanecer em orienta��es constantes, sendo que o mesmo foi encontrado por De Luca; LeFever; McCue; Xenakis, citados por Barela (2000).

    Bankoff (1992) cita que existe uma rela��o entre equil�brio e as posi��es posturais, onde a manuten��o do equil�brio corporal postural se modifica numa velocidade de mil�simos de segundo, que em rela��o ao equil�brio e manuten��o do equil�brio corporal postural, pequenas diferen�as s�o significativas em fun��o da oscila��o, durante a marcha, a locomo��o e tamb�m nas posturas est�ticas.

    A manuten��o da postura vertical do corpo humano se assemelha a um p�ndulo invertido como afirmam Oliveira; Imbiriba; Garcia (2000), n�o sendo f�cil equilibr�-lo, especialmente na presen�a de perturba��es externas buscando mant�-lo em uma orienta��o contra o campo gravitacional (LATASH, 1998). Al�m disso, a postura ortost�tica � influenciada por diversos fatores fisiol�gicos, como a respira��o, os batimentos card�acos e retorno venoso como afirmam Imbiriba e Inamura et. al. (1996) citados por Oliveira; Imbiriba; Garcia (2000).

    Para o equil�brio corporal est�tico ser mantido � necess�rio um conjunto de estruturas funcionalmente entrosadas: o sistema vestibular, os olhos e o sistema proprioceptivo. A manuten��o do equil�brio geral � realizada pelo sistema vestibular, esse sistema detecta as sensa��es de equil�brio, sendo composto de um sistema de tubos �sseos e c�maras na por��o petrosa do osso temporal chamado de labirinto �sseo e dentro dele um sistema de tubos membranosos e c�maras chamado de labirinto membranoso (ou membran�ceo), que � a parte funcional do sistema vestibular (GUYTON, 1992).


Anatomia do sistema vestibular

    O labirinto �sseo est� contido na parte petrosa do osso temporal, de ambos os lados da cabe�a, medindo cerca de 20 mm de comprimento no seu eixo maior, paralelo � face posterior da por��o petrosa, e constitui o estojo que aloja o labirinto membran�ceo (COSTA; CRUZ; OLIVEIRA, 1994), � constitu�do por tr�s partes: a c�clea, o vest�bulo e os canais semicirculares (DANGELO; FATTINI, 2002) sendo revestido por uma membrana fibrosa excessivamente fina, com sua superf�cie de inser��o �spera, fibrosa e muito aderente ao osso, a sua superf�cie livre � lisa, p�lida, revestida por uma camada de epit�lio e secreta a perilinfa, um fluido pouco denso (GRAY, 1988).

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    Importante ressaltar que o labirinto �sseo ocupa a parte lateral da parte petrosa do osso temporal, sendo que suas paredes s�o feitas de osso mais denso do que o restante da parte petrosa do osso temporal e constitui a c�psula �tica, que � freq�entemente ilustrada e identificada como sendo o labirinto �sseo, contudo, o labirinto �sseo � o espa�o que cont�m l�quido, que � evolvido pela c�psula �tica (MOORE; DALLEY, 1999). Sendo assim, como descrito, o vest�bulo, a c�clea e os canais semicirculares constituem o labirinto �sseo, onde essas forma��es s�o cavidades escavadas na substancia do osso e revestidos por peri�steo, cont�m um l�quido claro (perilinfa), no qual o labirinto membran�ceo est� suspenso (GRAY, 1988).

    Como citado por Moore e Dalley (1999), o labirinto membran�ceo contendo endolinfa est� suspenso dentro do labirinto �sseo pela perilinfa e ambos os l�quidos transportam ondas sonoras para os �rg�os terminais para audi��o e equil�brio.

    O vest�bulo, parte do labirinto �sseo, � uma c�mara central de forma ov�ide medindo cerca de 4 mm de di�metro, sendo a parte mais volumosa do labirinto �sseo, como descrito por Costa; Cruz; Oliveira (1994). Situa-se entre a c�clea e os canais semicirculares e apresenta duas ves�culas membranosas: o s�culo e o utr�culo - que s�o partes do labirinto membran�ceo (DANGELO; FATTINI, 2002).

    A c�clea tem o aspecto de uma concha de caracol, consiste em um canal espiralado com cerca de 32 mm de extens�o com duas voltas (giros) e meia ou duas voltas e tr�s quartos, � a parte anterior do labirinto �sseo (COSTA; CRUZ; OLIVEIRA, 1994), perfurada por numerosas aberturas para a passagem de filetes da por��o coclear do nervo vest�bulococlear (GRAY, 1988). A c�clea cont�m o ducto coclear (parte relacionada com a audi��o) e o canal espiral da c�clea come�a no vest�bulo e contorna o mod�olo, que � um n�cleo de osso esponjoso em forma de cone que cont�m canais para vasos sang��neos e para a distribui��o do nervo coclear (MOORE; DALLEY, 1999).

    Outra estrutura que constitui o labirinto �sseo s�o os tr�s canais semicirculares �sseos que cont�m tr�s ductos semicirculares menbran�ceos. Os canais semicirculares est�o arranjados em �ngulos retos entre si, formando um canal semicircular anterior, um lateral e um posterior. Os canais semicirculares anterior e posterior s�o verticais e o canal semicircular lateral � horizontal, cada ducto semicircular menbran�ceo apresenta uma dilata��o chamada ampola membran�cea contendo c�lulas receptoras que detectam as movimenta��es da cabe�a captando informa��es referentes ao equil�brio (SPENCE, 1991). Como os canais semicirculares ocupam os tr�s eixos ortogonais do espa�o, formando �ngulos retos uns com os outros, permite a capta��o de informa��es referentes a movimentos da cabe�a em todos os planos, como afirmam Berne e Levy (2000).

    Gray (1988) afirma que o canal semicircular anterior � vertical, descreve quase dois ter�os de um c�rculo e a sua extremidade lateral � dilatada formando a ampola. Em rela��o ao canal semicircular posterior, Costa; Cruz; Oliveira (1994) dizem que � vertical (assim como o anterior), mede ente 18 e 22 mm de comprimento e seu ramo ampular abre-se na parte inferior do vest�bulo. Gray (1988) afirma tamb�m que o canal semicircular lateral � o mais curto dos tr�s, medindo cerce de 12 a 15 mm, com seu arco dirigido horizontal e lateralmente.

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    Como j� descrito anteriormente, o labirinto membran�ceo consiste em um composto de ves�culas e ductos comunicantes que est�o suspensos no labirinto �sseo, cont�m um l�quido aquoso chamado endolinfa, diferente da perilinfa que � o l�quido que preenche o restante do labirinto �sseo, como descrito por Moore e Dalley (2001), que classificam o labirinto membran�ceo em duas partes: o labirinto vestibular constitu�do pelo utr�culo, s�culo (duas pequenas ves�culas comunicantes situados no vest�bulo do labirinto �sseo) e tr�s ductos semicirculares (situados nos canais semicirculares) e a segunda parte do labirinto membran�ceo que � o labirinto coclear, constitu�do pelo ducto coclear, situado na c�clea.

    Dangelo e Fattini (1998) afirmam que o labirinto membran�ceo, constitu�do pelo s�culo, utr�culo e ductos semicirculares est� diretamente relacionado com o equil�brio, por esse motivo � dire��o do presente estudo.

    O utr�culo � a maior das duas ves�culas que ocupam o vest�bulo, sua por��o sensorial � denominada m�cula. Na por��o �ntero-medial do utr�culo nasce um fino tubo, o ducto utr�culo-sacular, que se interliga com o s�culo e com o ducto endolinf�tico (COSTA, CRUZ; OLIVEIRA, 1994).

    O s�culo � a menor das duas ves�culas vestibulares, � esf�rico e sua cavidade n�o se comunica diretamente com a do utr�culo, sua parede anterior apresenta um expessamento oval, que � a m�cula (recep��o sensorial) do s�culo, � qual os filamentos saculares do nervo vest�bulococlear s�o distribu�dos (GRAY, 1988).

    Segundo Dangelo e Fattini (2002) os ductos semicirculares se localizam dentro dos canais semicirculares e se abrem no utr�culo, a extremidade que se abre no utr�culo apresenta uma dilata��o chamada ampola, nesta situa-se um �rg�o sensorial espec�fico que � denominado crista ampular.

    Douglas (2002) descreve que um dos canais semicirculares est� disposto num plano horizontal, onde seus receptores captam varia��es posturais na rota��o da cabe�a, outro canal semicircular se disp�e no plano frontal e que seu receptor capta deslocamentos para direita ou para a esquerda e o terceiro canal, no plano sagital que tem seus receptores sens�veis � inclina��o da cabe�a para frente e para tr�s.

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Fisiologia do sistema vestibular

    Como descrito anteriormente, os tr�s canais semicirculares, o utr�culo e o s�culo formam o sistema vestibular que � o sistema de equil�brio (DOUGLAS, 2002). Friedman (1986) cita que o sistema vestibular, tamb�m chamado de labirinto, � a parte n�o ac�stica do ouvido interno, sendo respons�vel, em parte, da origem de atividades reflexas em rela��o � orienta��o do corpo no espa�o durante o repouso e o movimento.

    Existem c�lulas receptoras do sistema vestibular que est�o localizadas no s�culo, no utr�culo e no interior das ampolas dos ductos semicirculares, onde mudan�as na posi��o da cabe�a afetam o equil�brio est�tico e os movimentos da cabe�a afetam o equil�brio din�mico (SPENCE, 1991).

    O utr�culo e o s�culo s�o chamados tamb�m de �rg�o otol�ticos (BERNE; LEVY, 2000), ambos cont�m receptores que suprem informa��es sobre a posi��o da cabe�a relativamente � dire��o das for�as da gravidade e sobre qualquer acelera��o linear da cabe�a (VANDER; SHERMAM; LUCIANO, 1981), esses receptores s�o determinados m�cula, compostas por grupos de c�lulas pilosas cujos p�los est�o mergulhados numa subst�ncia gelatinosa. No interior desta est�o min�sculas part�culas de carbonato de c�lcio denominadas ot�litos, que tornam a substancia gelatinosa mais pesada que a endolinfa que preenche o labirinto membran�ceo, permitindo conforme a mudan�a de posi��o da cabe�a, a mudan�a da dire��o da for�a da substancia gelatinosa sobre as c�lulas pilosas, determinando a sa�da dos p�los de sua posi��o normal (Spence, 1991).

    Sendo assim, o utr�culo est� orientado de modo que, com qualquer inclina��o da cabe�a aciona a excita��o de uma popula��o de c�lulas ciliadas, ao mesmo tempo em que inibe outra, gerando um padr�o espec�fico de atividade aferente (SCHAUF; MOFFETT; MOFFETT, 1993). Segundo Douglas (2002) o utr�culo � importante para o reconhecimento da dire��o e orienta��o do movimento da cabe�a no espa�o e Tavares; Furtado; Santos (1984) dizem que os est�mulos para o utr�culo s�o as acelera��es gravitacionais e outros tipos de acelera��es lineares.

    Para Spence (1991) o utr�culo - nesse caso - � o �rg�o receptor principal e o papel do s�culo no homem ainda � desconhecido, mas Douglas (2002) afirma que existem argumentos de que o s�culo poderia participar na manuten��o do equil�brio em condi��es de aus�ncia da for�a gravitacional, como nas viagens de cosmonautas, para os quais, faltando gravidade, mant�m-se flutuando, mas conservando a cabe�a em certa posi��o elevada, que talvez poderia ser determinada por reflexos posturais iniciados presumivelmente na m�cula sacular. Caovilla et al (1997) sup�em que o s�culo seria um �rg�o destinado � percep��o de vibra��es, funcionalmente mais relacionado com a audi��o do que ao equil�brio corporal e que se sabe que sons explosivos muito intensos podem disparar um reflexo de sensa��o s�bita de deslocamento no espa�o, por excita��o sacular.

    Os canais semicirculares cont�m os ductos semicirculares que apresentam uma certa dilata��o chamada de ampola, que em cada uma existe as c�lulas receptoras ciliadas que juntamente com as c�lulas de sustenta��o formam a crista ampular, como descrito por Tavares; Furtado; Santos (1984), que tamb�m afirmam que a c�pula gelatinosa � uma estrutura acess�ria que faz sali�ncia no l�quido e enche o interior da ampola e como a c�pula preenche a ampola, a endolinfa n�o flui ao redor dela e os esteroc�lios e os quinoc�lios das c�lulas da crista est�o mergulhados na ampola.

    Em rela��o a essas estruturas, Douglas (2002) cita que os c�lios das c�lulas ampulares se orientam de forma paralela, estruturando uma disposi��o em pali�ada, correspondendo a dois tipos distintos: o quinoc�lio, que � uma estrutura �nica, mais alongada e com maior rigidez, e os esteroc�lios, s�o m�ltiplos, menores, paralelos na sua disposi��o quanto ao quinoc�lio e mais flex�veis.

    Como descrevem Vander; Shermam; Luciano (1981), toda vez que a cabe�a � movida, a parede �ssea do canal semicircular, o saco membranoso nele inclu�do e os corpos a eles ligados das c�lulas ciliadas, naturalmente movem-se junto, a endolinfa que n�o est� unida ao cr�nio, devido � in�rcia, tende a manter sua posi��o original, pressionando contra a massa gelatinosa, incluindo os c�lios no seu interior, estimulando as c�lulas ciliadas, sendo assim a velocidade e a magnitude do movimento da cabe�a determina a dire��o na qual os c�lios ser�o inclinados e como e quanto �s c�lulas ciliadas ser�o estimuladas.

    Com todo esse processo descrito, como o quinoc�lio � pouco deform�vel, s�o os esteroc�lios que se deslocam junto com a c�pula, nesse fato, se aproximam ou se afastam do quinoc�lio, que se mant�m como um poste r�gido de refer�ncia. Caso os esteroc�lios se aproximem do quinoc�lio correspondente, ocorre um potencial gerador e posteriormente um potencial de a��o, produzindo despolariza��o da c�lula receptora, determinando-se descarga de impulsos pelas c�lulas aferentes, j� no caso de afastamento dos esteroc�lios em rela��o aos quinoc�lios produz-se uma hiperpolariza��o, diminuindo a freq��ncia de descargas de impulsos - inibi��o (DOUGLAS, 2002). Caovilla et al (1997) citam que o deslocamento dos esteroc�lios na dire��o do quinoc�lio estimula a c�lula e o deslocamento na dire��o contr�ria inibe a c�lula.

    Caovilla et al (1997) afirmam tamb�m que na crista ampular dos canais semicirculares laterais, todos os quinoc�lios est�o localizados do lado do utr�culo e na crista ampular dos canais superior e posterior os quinoc�lios est�o localizados do lado oposto ao utr�culo. As c�lulas ciliadas s�o semelhantes tanto nas cristas das ampolas dos ductos semicirculares, na m�cula utricular e na m�cula sacular, todas elas s�o os receptores sensoriais do sistema vestibular.

    As c�lulas sensoriais ciliadas se diferenciam em dois tipos: tipo I e tipo II. As c�lulas de tipo I s�o piriformes, s�o rodeadas por termina��o nervosa essencialmente aferente, em forma de c�lice, envolvendo a maior parte da c�lula, existem bot�es sin�pticos microvesiculosos encontrados no terminal em c�lice que correspondem �s fibras aferentes, como descrito por Caovilla et al (1997). As c�lulas do tipo II, que s�o cil�ndricas, com seu n�cleo colocado a v�rios n�veis, por�m em geral, mais centralmente do que na c�lula do tipo I. Esse tipo de c�lula cont�m bot�es sin�pticos, que podem ser granulados ou n�o-granulados, os granulados s�o considerados como derivados de fibras eferentes e os n�o-granulados s�o aqueles de fibras aferentes que conduzem informa��es sensoriais para o sistema nervoso central (GRAY, 1979).

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Neurofisiologia

    O sistema vestibular tem um papel importante na manuten��o do equil�brio, com intera��o com o sistema nervoso central, atrav�s das fibras nervosas aferentes que prov�m das cristas ampulares ou das m�culas otol�ticas, que atingem a cavidade craniana pelo meato ac�stico interno, onde se encontram os corpos celulares bipolares formando o g�nglio de Scarpa (ou g�nglio Vestibular), s�o essas fibras que v�o formar a por��o vestibular do oitavo par de nervos craniano (COSTA; CRUZ; OLIVEIRA, 1994).

    Caovilla et al (1997) afirmam que o nervo vestibular superior � o que recebe as fibras dos ductos lateral e superior, utr�culo e s�culo, o nervo vestibular inferior � o que recebe fibras do s�culo e ducto semicircular posterior, afirmam tamb�m que o nervo vestibular � constitu�do por cerca de 19 mil fibras nervosas (ax�nios de neur�nios) de di�metro vari�vel, a maioria mielinizada.

    O nervo vest�bulo-coclear, tamb�m chamado de estatoac�stico, � o VIII par craniano, divide-se num ramo anterior ou coclear e outro posterior ou vestibular (COSTA; CRUZ; OLIVEIRA, 1994). Bear; Connors; Paradiso (2002) afirmam que os ax�nios vestibulares prim�rios do VIII par de nervos craniano fazem conex�es diretas com os n�cleos vestibulares, que tamb�m recebem afer�ncias de outras partes do sistema nervoso, incluindo o cerebelo, os sistemas sensoriais som�tico e visual.

    As fibras aferentes do sistema vestibular terminam nos n�cleos vestibulares, localizados no bulbo rostral e na ponte caudal, os n�cleos vestibulares incluem os n�cleos vestibulares superior, lateral, medial e inferior, sendo que as fibras ampulares aferentes terminam nos n�cleos vestibular superior, lateral e medial, enquanto as fibras aferentes otol�ticas terminam nos n�cleos lateral e inferior, as fibras aferentes tamb�m geram colaterais para o cerebelo (BERNE; LEVY, 2000).

    Tavares; Furtado; Santos (1984) descrevem que os n�cleos vestibulares t�m associa��es com os n�cleos �culo-motores, medulares, neurovegetativos, completando o arco reflexo vest�bulo-efetor, muscular ou vegetativo.

    Em suma, os n�cleos vestibulares s�o esta��es de integra��o das informa��es enviadas pelas estruturas envolvidas na manuten��o do equil�brio corporal, controlando os tr�s reflexos fundamentais para o equil�brio: o vest�bulo-ocular, vest�bulo-espinhal e vest�bulo-cerebelar e tamb�m os demais reflexos oculares e espinhais coadjuvantes, � importante ressaltar que algumas fibras do nervo vestibular n�o se dirigem a estes n�cleos e terminam diretamente no cerebelo, principalmente no l�bulo fl�culo-nodular, constituindo a via vest�bulo-cerebelar diretamente (CAOVILLA et al, 1997).

    As c�lulas dos n�cleos vestibulares s�o classificadas em dois grupos: as c�lulas do tipo I, que recebem contatos monossimp�ticos com fibras aferentes do nervo vestibular, com efeitos sempre excitat�rios e as c�lulas do tipo II, que s�o c�lulas com conex�es polissimp�ticas que podem ser excitat�rias ou inibit�rias - esse efeito inibit�rio � mediado por c�lulas tipo II (ESB�RARD, 1991).

    Covian (1984) nomeia os quatro n�cleos vestibulares da seguinte forma: n�cleo vestibular principal ou mediano (para o n�cleo vestibular medial), n�cleo vestibular descendente ou espinhal (para o n�cleo inferior), n�cleo vestibular superior ou de Bechterew e n�cleo vestibular lateral ou de Deiters.

    Guyton (1992) afirma que os n�cleos vestibulares superior e medial recebem informa��es provenientes principalmente dos canais semicirculares, enviam grande n�mero de sinais nervosos para o fasc�culo longitudinal medial, para promover os movimentos de corre��o dos olhos, como tamb�m enviam sinais pelo feixe vest�buloespinhal medial, para promover os movimentos adequados do pesco�o e da cabe�a, o n�cleo vestibular lateral, que recebe sinais provenientes do utr�culo e s�culo, transmitem sinais de sa�da para a medula espinhal pelo feixe vest�uloespinhal lateral, para controlar o movimento corporal e o n�cleo vestibular inferior, que recebe sinais dos canais semicirculares e do utr�culo, envia sinais tanto para o cerebelo como para a forma��o reticular do tronco cerebral.

    Caovilla et al (1997) descrevem os n�cleos vestibulares, resumidamente da seguinte forma: o n�cleo vestibular superior recebe fibras das cristas ampulares, do n�cleo fast�gio e lobo fl�culo-nodular do cerebelo, envia fibras ascendentes para os n�cleos �culomotores e para outros n�cleos do tronco cerebral, via fasc�culo longitudinal medial.

    O n�cleo vestibular inferior recebe fibras das cristas ampulares e das m�culas, do n�cleo fast�gio e v�rmis cerebelar, da medula espinhal e das ra�zes posteriores cervicais, envia fibras para o fl�culo e o n�dulo cerebelar, constituindo o principal n�cleo vestibular quanto � inter-rela��o com o cerebelo.

    O n�cleo vestibular lateral recebe a maioria das fibras nervosas provenientes do utr�culo ipsilateral e do cerebelo, � um mediador da influ�ncia do cerebelo sobre os reflexos e o t6onus muscular, � ativado por impulsos proprioceptores no sistema somato-sensorial (tend�es, m�sculos e articula��es) que chegam pelos tratos vest�bulo-espinhais.

    Carpenter (1978) afirma que o n�cleo vestibular medial cont�m c�lulas pequenas ou de tamanho m�dio e que partem fibras que se incorporam ao fasc�culo longitudinal medial. Caovilla et al (1997) descrevem ainda que, ao atingir o fasc�culo longitudinal medial, as fibras vestibulares se bifurcam em vias ascendentes e descendentes, as ascendentes constituem as vias vest�bulo-oculomotoras, que geram movimentos compensat�rios dos olhos (nistagmo) e as descendentes constituem as vias vest�bulo-espinhais, relacionadas com os reflexos posturais.

    Machado (2003: p.300) descreve sobre as vias vestibulares conscientes e inconscientes dizendo que os receptores vestibulares s�o as cristas dos canais semicirculares e as m�culas do utr�culo e do s�culo, s�o considerados receptores proprioceptivos, pois assim como os fusos neuromusculares e �rg�os tendinosos, informam sobre a posi��o no espa�o da parte do corpo onde est�o localizados, no caso, a cabe�a. O autor divide os neur�nios em dois tipos: os neur�nios I, que s�o as c�lulas bipolares localizados no g�nglio de Scarpa e que seus prolongamentos perif�ricos, pequenos, ligam-se aos receptores, e os prolongamentos centrais, muito maiores, constituem a por��o vestibular do nervo vest�bulococlear, cujas fibras fazem sinapse com os neur�nios II. Os neur�nios II localizam-se nos n�cleos vestibulares, onde a partir destes n�cleos, considera dois trajetos:

  1. via consciente: apesar da controv�rsia que existe sobre o trajeto da via, admite-se que quando se refere � localiza��o da �rea vestibular no c�rtex, admite-se que ela est� no lobo parietal pr�ximo ao territ�rio da �rea somest�sica correspondente � face, admite-se tamb�m a exist�ncia de uma outra �rea vestibular no lobo temporal pr�ximo a �rea auditiva.

  2. via inconsciente: ax�nios de neur�nios II dos n�cleos vestibulares formam os fasc�culo vest�bulocerebelar que ganha o c�rtex do arquicerebelo, passando pela parte medial do ped�nculo cerebelar inferior, que constitui o chamado corpo justa-restiforme, fazem exce��o apenas algumas fibras que v�o diretamente ao cerebelo sem sinapse nos n�cleos vestibulares.

    Machado (2003: p.172) descreve tamb�m sobre as fibras eferentes dos n�cleos vestibulares que formam ou entram na composi��o dos seguintes tractos e fasc�culos:

    Fasc�culo vest�bulo-cerebelar � formado por fibras que terminam no c�rtex do arquicerebelo, esses impulsos provenientes do sistema vestibular associam-se aos impulsos proprioceptivos da sensibilidade profunda e est�mulos exteroceptivos e interoceptivos do organismo e deste modo, pela via cerebelo-vest�bulo-n�cleo vestibular lateral espinhal o cerebelo mant�m o t�nus muscular adequado para conservar o equil�brio e os movimentos (TAVARES; FURTADO; SANTOS, 1984).

    O fasc�culo longitudinal medial � constitu�do em grande parte das fibras dos n�cleos vestibulares, esse fasc�culo est� envolvido em reflexos que permitem ao olho ajustar-se aos movimentos da cabe�a, as informa��es sobre a posi��o da cabe�a chegam ao fasc�culo longitudinal medial atrav�s de suas conex�es com os n�cleos vestibulares, Houssay (1984) afirma que as fibras desse fasc�culo terminam nos n�cleos dos nervos oculomotores (III, IV, VI pares de nervos cranianos) do mesmo lado e do oposto e isto explicaria a apari��o de transtornos oculares (nistagmo) na sintomatologia vestibular.

    As fibras do tracto vest�bulo-espinhal levam impulsos aos neur�nios motores da medula e s�o importantes para a manuten��o do equil�brio, Covian (1984) diz que essa � a via dos impulsos labir�nticos que regulam o t�nus postural e produzem as rea��es estatocin�ticas labir�nticas e Tavares; Furtado; Santos (1984) descrevem que com o n�cleo vestibular lateral recebe tamb�m fibras do cerebelo, estas estruturas podem regular o t�nus muscular do pesco�o, tronco e extremidades de ambos os lados.

    As fibras vest�bulo-tal�micas seriam as que levam impulsos ao t�lamo, de onde v�o ao c�rtex, sua localiza��o e significado s�o discutidos. Covian (1984) afirma que as fibras se incorporam ao lemnisco medial, chegam ao t�lamo oposto e da� ao c�rtex temporal contralateral.

Qual é o órgão do sistema nervoso central que ajuda na manutenção do equilíbrio do corpo?

    Costa; Cruz; Oliveira (1994) descrevem que as conex�es neurovegetativas vestibulares se fazem com o n�cleo vegetativo hipotal�mico, a subst�ncia reticular bulbar e mesencef�lica e com o n�cleo de pneumog�strico (vago). N�usea, altera��es na press�o sangu�nea, sudorese, palidez e v�mito s�o os acompanhantes bem conhecidos de excessiva estimula��o vestibular e, provavelmente, acontecem devido a reflexos mediados atrav�s de conex�es vestibulares no tronco cerebral, a vertigem � a sensa��o de se estar girando na aus�ncia de rota��o (GANONG, 1998).

    A mais importante via consciente parece ser a que envia ao cerebelo, regi�o tal�mica e cortical, o impulso proveniente de est�mulos proprioceptivos vestibulares e de sensibilidade profunda (COSTA; CRUZ; OLIVEIRA, 1994). Esses est�mulos de sensibilidade profunda, devidos � contra��o muscular, estiramentos de tend�es e posi��o das articula��es informam ao c�rtex as posi��es dos segmentos no espa�o, sendo que a via vestibular informa a posi��o da cabe�a, est�tica ou din�mica no espa�o devido a est�mulos do sistema vestibular, todo o conjunto desses est�mulos d� sensa��o de equil�brio em posi��o est�tica ou din�mica (TAVARES; FURTADO; SANTOS, 1984).


Cerebelo

    Filogeneticamente o cerebelo possui tr�s grandes divis�es, o cerebelo vestibular, cerebelo espinhal e o cerebelo cerebral. O cerebelo vestibular est� relacionado com os n�cleos vestibulares tendo uma rela��o fundamental para o controle dos movimentos e equil�brio (ESBERARD, 1991). O cerebelo vestibular tamb�m � conhecido como vestibulocerebelo, arquicerebelo e correspondem ao lobo floculonodular e por��es do v�rmis (DOUGLAS, 2002).

    O cerebelo exerce uma influ�ncia reguladora sobre a atividade muscular, recebendo impulsos originados em receptores das articula��es, tend�es, m�sculos, pele e tamb�m de �rg�os terminais do sistema visual, auditivo e vestibular, sendo que esses impulsos n�o s�o conscientes, mas s�o est�mulos essenciais para o controle do movimento (HENNEMAN, 1982).

    A manuten��o do equil�brio e da postura se faz basicamente pelo arquicerebelo e pela zona medial (v�rmis), promovendo a contra��o dos m�sculos axiais e proximais dos membros mantendo o equil�brio e a postura normal. Esta influ�ncia � transmitida aos neur�nios motores pelos tractos vest�bulo-espinhal e ret�culo-espinhal (MACHADO, 2003).

    Caovilla et al (1997) descrevem que as fibras vestibulares aferentes v�o ao lobo fl�culonodular, ao n�cleo fast�gio a ao v�rmis cerebelar, o lobo fl�culonodular � uma verdadeira �rea vestibular no cerebelo, pois a maioria de suas afr�ncias � de origem vestibular, j� as fibras cerebelares eferentes diretas (fasc�culo fast�gio-bulbar direto) e cruzadas (fasc�culo uncinado cruzado) se dirigem aos n�cleos vestibulares.

    Esberard (1991) enumera tr�s fun��es do cerebelo: a do equil�brio, do t�nus postural e do movimento. A fun��o do equil�brio � desempenhada pelas partes do cerebelo que se diferenciam a partir das estruturas de fun��o vestibular no bulbo: o l�bulo fl�culonodular e, secundariamente, as regi�es medianas do corpo do cerebelo (v�rmis), esse com suas proje��es, � respons�vel na participa��o da orienta��o do corpo no espa�o e no seu equil�brio.

    O autor segue afirmando que o t�nus postural - importante para um perfeito posicionamento do corpo no espa�o - juntamente com a regula��o do equil�brio e o controle dos reflexos posturais, constituem-se em dois componentes, o monossimp�tico segmentar, representados pelos "reflexos tendinosos" e outro, do qual participa o tronco cerebral, ambos os componentes recebem importantes proje��es cerebelares. O movimento tamb�m tem �ntima rela��o com o cerebelo j� que existe correla��o cl�nica bastante definida entre determinados dist�rbios do movimento e les�es de �reas cerebelares espec�ficas.

    Vander; Sherman; Luciano (1981) tamb�m descrevem sobre a rela��o das les�es cerebelares e seus dist�rbios, citando que as les�es cerebelares proporcionam dificuldades para manter o equil�brio e os movimentos desordenados podem se tornar t�o grave que a pessoa � incapaz de caminhar ou parar em p� sozinha.

    O n�cleo vestibular na por��o dorsal recebe afer�ncia do cerebelo e da medula espinhal, envia proje��es ipsilaterais ao corpo anterior da medula espinhal, por interm�dio do tracto vest�bulo espinhal lateral, essas proje��es apresentam um efeito facilitat�rio sobre motoneur�nios alfa e gama que inervam os m�sculos dos membros exercendo uma excita��o t�nica sobre os m�sculos extensores dos membros inferiores que contribuem para manuten��o da postura fundamental (ESBERARD, 1991).

    Guyton (1986) descreve a rela��o entre o sistema vestibular, os n�cleos vestibulares e o cerebelo. Afirma que a via prim�ria para os reflexos do equil�brio come�a nos nervos vestibulares, passando pr�ximo aos n�cleos vestibulares e ao cerebelo, ent�o ap�s um trajeto, em grande parte por duas vias de impulsos entre essas duas estruturas, os sinais s�o enviados aos n�cleos reticulares do tronco cerebral, assim como inferiormente para a medula espinhal vias feixes vest�buloespinhal e ret�culoespinhal, os sinais para a medula controlam as a��es entre a excita��o e a inibi��o dos m�sculos extensores, controlando automaticamente o equil�brio.


Sistema vestibular e vis�o

    O sistema vestibular � inervado por vias aferentes localizadas no g�nglio de Scarpa, os prolongamentos centrais juntam-se aos ax�nios que se originam no g�nglio espiral da c�clea, constituindo o nervo vest�bulo-coclear, VIII par de nervos craniano. A por��o vestibular projeta-se aos n�cleos vestibulares, sendo que esses n�cleos s�o compostos pela parte inferior, lateral, superior e medial (ESBERARD, 1991).

    Atrav�s desta estrutura fisiol�gica o reflexo vest�bulo-ocular � realizado, em que o sistema vestibular mant�m os olhos orientados para uma determinada dire��o, mantendo sua linha de vis�o firmemente fixa (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2002).

    A informa��o visual parece ser a mais importante das informa��es relacionada ao equil�brio, analisando pessoas cujo mecanismo vestibular foi totalmente destru�do, foi poss�vel verificar uma pequena inabilidade em suas vidas di�rias. Essas pessoas n�o apresentam s�rias dificuldades de equil�brio, enquanto, o sistema visual, receptores das articula��es e os cut�neos est�o funcionando (VANDER; SHERMAN; LUCIANO, 1981). Douglas (2002) afirma que o c�rtex visual sensibilizado determina modifica��es do t�nus postural, no qual predominam modifica��es t�nicas da musculatura antigravitat�ria.

    Barela (2000) descreve sobre a import�ncia da vis�o na manuten��o do equil�brio corporal, onde enquanto a qualidade da informa��o visual n�o � afetada o equil�brio corporal permanece constante, quando essa informa��o � manipulada, com deslocamento do campo visual ou diminui��o da acuidade visual ocorre o aumento da oscila��o corporal, existindo um preju�zo na manuten��o do equil�brio.

    Guyton (1986) descreve sobre a import�ncia da informa��o visual para a manuten��o do equil�brio, que mesmo ap�s uma destrui��o completa dos sistemas vestibulares, uma pessoa pode ainda utilizar de maneira efetiva os seus mecanismos visuais para a manuten��o do equil�brio, pois as imagens visuais auxiliam o indiv�duo na manuten��o do equil�brio apenas por detec��o visual de uma informa��o (vis�o) global e que muitas pessoas com destrui��o completa dos sistemas vestibulares apresentam equil�brio quase normal quando est�o com os olhos abertos ou quando executam movimentos lentos, mas na aus�ncia da informa��o visual ou na execu��o de movimentos r�pidos, perdem o equil�brio.

    Bear; Connors; Paradiso (2002) ressaltam a import�ncia de que para se obter uma vis�o precisa, � necess�rio que a imagem permane�a est�vel nas retinas, apesar do movimento da cabe�a, cada olho pode ser movido por um conjunto de seis m�sculos extra-oculares, o reflexo vest�bulo-ocular atua pela detec��o das rota��es da cabe�a e imediatamente comanda um movimento compensat�rio dos olhos na dire��o oposta, o movimento ajuda a manter sua linha de vis�o firmemente fixa em um alvo visual, como o reflexo vest�bulo-ocular � um reflexo disparado pela afer�ncia vestibular, ele opera surpreendentemente bem, inclusive mesmo no escuro ou quando os olhos est�o fechados.

    Esse movimento compensat�rio dos olhos � chamado nistagmo, � constitu�do por um conjunto de batimentos oculares com uma componente lenta (numa determinada dire��o) que pode originar-se do labirinto ou dos n�cleos vestibulares e outra componente, a componente r�pida, que consiste no retorno r�pido dos olhos � posi��o anterior que seria produzida na forma��o reticular do tronco cerebral (CAOVILLA et al, 1997).


O papel da propriocep��o

    Importantes para a manuten��o do equil�brio corporal tamb�m s�o as informa��es proprioceptivas, que segundo Ganong (1998) a orienta��o do corpo no espa�o tamb�m dependem de impulsos de proprioceptores nas c�psulas das articula��es, que enviam dados sobre a posi��o relativa das v�rias partes do corpo e impulsos de exteroceptores cut�neos, especialmente os de tato e press�o. Por exemplo, os ajustamentos de equil�brio adequado devem ser feitos sempre que o corpo se angula no t�rax ou no abdome, ou em qualquer outro local, todas essas informa��es s�o algebricamente somadas no cerebelo e na subst�ncia reticular e n�cleos vestibulares do tronco cerebral, determinando ajustes adequados nos m�sculos posturais (GUYTON, 1986).

    Guyton (1986) descreve tamb�m que as sensa��es exteroceptivas s�o importantes na manuten��o do equil�brio, por exemplo, as sensa��es de press�o das plantas dos p�s podem expressar: se o seu peso est� distribu�do de maneira igual entre os dois p�s e se seu peso est� mais para frente ou para tr�s em seus p�s. Outro exemplo citado por Guyton � na manuten��o do equil�brio quando uma pessoa est� correndo, a press�o do ar contra a parte anterior do seu corpo mostra que a for�a se op�e ao corpo em uma dire��o diferente da que � causada pela for�a gravitacional, como resultado, a pessoa inclina-se para frente para se opor a ela.

    Bankoff (1992) cita que existe uma rela��o reflexa de sensibilidade, com a velocidade do olho durante os movimentos de condu��o das passadas na locomo��o humana, est�o diretamente ligadas tamb�m com a manuten��o da postura corporal, onde informa��es provenientes de captores sensitivos externos, como os situados no p� s�o importantes para a manuten��o do sistema t�nico-postural.

    A informa��o proprioceptiva mais importante, necess�ria � manuten��o do equil�brio, � a proveniente dos receptores articulares do pesco�o, pois quando a cabe�a � inclinada em determinada dire��o pela tor��o do pesco�o, fazem com que o sistema vestibular d� ao indiv�duo uma sensa��o de desequil�brio, isto se deve ao fato de eles transmitir sinais exatamente opostos aos sinais transmitidos pelo sistema vestibular, no entanto quando todo o corpo se desvia em uma determinada dire��o, os impulsos provenientes do sistema vestibular n�o s�o opostos aos que se originam nos proprioceptores do pesco�o, permitindo que nessa situa��o a pessoa tenha uma percep��o de uma altera��o de equil�brio de todo o corpo (GUYTON, 1992).


Considera��es finais

    H� uma depend�ncia direta do sistema vestibular e seus auxiliares (sistema visual, proprioceptivo e meio ambiente) em rela��o ao equil�brio corporal, manuten��o do equil�brio e posturas, � claro seguido pelos movimentos corporais. Vamos recordar aqui uma pessoa que sofre de labirintite, ou seja sofre em decorr�ncia de algum problema localizado no labirinto �sseo, o qual esta situada dentro da parte petrosa do osso temporal, e quando esta complexidade (labirinto) estrutural � atingida por algum problema (stress, ATM, cervicalgia e outros), ela reage provocando a perda do equil�brio, trazendo conseq��ncias graves. Ent�o � necess�rio este conhecimento considerado bastante b�sico, para se discutir equil�brio corporal. Outro fator importante para ganharmos mais equil�brio corporal, seria desenvolvendo algumas tarefas e atividades sem o campo visual, come�ando desde crian�a. Tamb�m, para proteger um pouco mais nosso sistema vestibular, seria se livrar mais do stress e das tens�es localizadas na cervical e na face. Por exemplo Guyton (1992), relata que informa��o proprioceptiva mais importante, necess�ria � manuten��o do equil�brio, � a proveniente dos receptores articulares do pesco�o, pois quando a cabe�a � inclinada em determinada dire��o pela tor��o do pesco�o, fazem com que o sistema vestibular d� ao indiv�duo uma sensa��o de desequil�brio, isto se deve ao fato de eles transmitir sinais exatamente opostos aos sinais transmitidos pelo sistema vestibular, no entanto quando todo o corpo se desvia em uma determinada dire��o, os impulsos provenientes do sistema vestibular n�o s�o opostos aos que se originam nos proprioceptores do pesco�o, permitindo que nessa situa��o a pessoa tenha uma percep��o de uma altera��o de equil�brio de todo o corpo. Ent�o, a �rea b�sica proporciona informa��es importantes para este entendimento, e ao longo do tempo percebemos que muitos pesquisadores n�o concentram este conhecimento, e at� mesmo quando emitem pareceres em projetos e trabalhos para publica��es, fazem coloca��es demonstrando esta falta de conhecimento da �rea b�sica sobre equil�brio e manuten��o do equil�brio corporal. Esperamos assim trazer algum tipo de contribui��o aos leitores.


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Qual é o órgão responsável pelo equilíbrio do corpo?

Sistema vestibular: Órgãos do equilíbrio localizados na orelha interna avisam o cérebro sobre movimentos e sobre a posição da sua cabeça. Existe 3 “anéis” (canais semi-circulares) em cada orelha, e estes canais sentem quando você movimenta sua cabeça e lhe ajudam a enxergar claramente durante estes movimentos.

Qual é o órgão do sistema nervoso central responsável pela coordenação motora e equilíbrio?

O cerebelo é responsável por coordenar o movimento dos músculos, pela coordenação motora, pela percepção da localização no espaço (equilíbrio) e pela postura corporal.

Quais os dois órgãos do sistema nervoso responsáveis pelo equilíbrio corporal?

Esse último sistema está dividido em duas partes opostas, mas que garantem o equilíbrio do corpo: o sistema nervoso simpático (estimula o funcionamento dos órgãos) e sistema nervoso parassimpático (inibe o funcionamento dos órgãos).

Qual a estrutura do sistema nervoso controla o equilíbrio e tem função extremamente motora?

Cerebelo. Essa estrutura, situada na parte posterior e abaixo do cérebro, responde pelo controle motor. Ou seja, é o cerebelo que garante o equilíbrio, o tônus muscular e a coordenação de movimentos.