O sistema nervoso é um dos sistemas fisiológicos mais importantes na processo de homeostasia do nosso corpo, já que ele participa de forma direta ou indiretamente da regulação e controle de todos os outros sistemas, seja de forma consciente ou autônoma. Essa manutenção homeostática pode acontecer tanto pelo recebimento e do envio de estímulos neurais, quanto pela produção de hormônios pelo próprio sistema nervoso. Porém, para que o sistema
nervoso funcione de forma harmônica desde a infância até a fase adulta, seu desenvolvimento durante a fase de embriogênese tem que acontecer de forma correta.
O endoderma está localizada mais no interior das células, e é responsável pela formação do sistema respiratório e alguns órgãos do sistema digestório, como o fígado e o pâncreas. O mesoderma é o folheto intermediário, ou seja, aquele que se localiza entre a ectoderma e a endoderma e origina a derme, os ossos e os músculos, bem como os sistemas circulatório e reprodutor. Já a ectoderme é a camada das células que se localiza mais no
exterior. Ela é a responsável pela formação da epiderme e anexos epidérmicos (unha, pelo), das cavidades (boca, nariz, ânus) e do sistema nervoso a partir da formação da placa neural.
O desenvolvimento do sistema nervoso como um todo começa em 3 semanas, com a
diferenciação celular que forma a placa neural ao longo do dorso do embrião, que se amplia e sofre uma invaginação dando origem ao tubo neural, cujo a cavidade interna é cheia de líquido amniótico, que se tornará o encéfalo e a medula espinhal. O primeiro começa a se desenvolver em 4 semanas como um diminuto bulbo na extremidade superior do tubo neural; a segunda é formada pela parte inferior do tubo. As principais partes cerebrais, incluindo o córtex, são visíveis em 7 semanas e a partir de
então o cérebro começará a crescer e se desenvolver.
Desenvolvimento do cérebro:
Desenvolvimento da medula espinhal:
No terceiro mês de desenvolvimento, a medula abrange toda a extensão do embrião e os nervos raquidianos atravessam os buracos intervertebrais no seu nível de origem. No entanto, com o crescimento do embrião, verifica-se que a coluna vertebral e a dura máter crescem a um ritmo mais acelerado que o tubo neural e a extremidade terminal da medula espinhal desloca-se progressivamente para um nível mais cranial (ao nascimento a sua extremidade situa-se ao nível da terceira vértebra lombar). Devido ao crescimento desproporcional, os nervos raquidianos dirigem-se obliquamente do seu segmento de origem na medula espinhal para o nível correspondente da coluna vertebral. A dura máter permanece fixa à coluna vertebral a nível coccígeo. Em adultos a medula espinhal termina ao nível de L2/L3, enquanto a dura máter e o espaço sub-aracnoideu se estendem até S2. Abaixo de L2 e L3 uma extensão filiforme da pia máter forma o filamento terminal que se fixa ao periósteo da primeira vértebra coccígea e que marca o tracto de regressão da medula espinhal. As fibras nervosas abaixo da extremidade terminal da medula espinhal constituem colectivamente a cauda de cavalo ou cauda equina (uma punção lombar é feita a um nível lombar inferior evitando assim a extremidade inferior da medula espinhal).
Assista o vídeo abaixo e veja um resumo do desenvolvimento do sistema nervoso:
Referências:
MOORE. K.L. Embriologia Humana. 9ªEd. Elsevier. Rio de Janeiro. 2013.
MORAES, Alberto Parahyba Quartim de - O Livro do cérebro. Vol 4. São Paulo. SP, Editora Duetto - 2009. Pag 228.
FRANCO S. Norma – Descomplicando as praticas de laboratório de neuroanatomia -2005
Nolte, J. The Human Brain: An Introduction to its Functional Anatomy. Mosby; 6th edition, July 2008.
Standring, S. Gray's Anatomy: The Anatomical Basis of Clinical Practice. Churchill Livingstone; 40th edition, November 2008.
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