Qual foi a importância de Gutenberg para o desenvolvimento do humanismo?

Nos dia de hoje, estamos cercados de dispositivos eletrônicos que facilitam nossa vida. Entre esses dispositivos, estão os meios de comunicação escritos, sejam os impressos, sejam os eletrônicos (e tanto um quanto o outro dependem do computador – invenção recentíssima). Pois bem, por trás de tamanho conforto material proporcionado pela tecnologia há sempre muitas e muitas histórias – histórias de invenções tecnológicas, sobretudo. As primeiras e mais decisivas dessas invenções ocorreram na Idade Moderna. A invenção da imprensa, por Johannes Gutenberg, foi uma das mais notórias.

O alemão Johannes Gutenberg (1398-1468) desenvolveu a primeira máquina de impressão feita com tipos móveis por volta de 1439 (século XV, portanto). Quando falamos em imprensa, vem-nos à mente o aparato jornalístico que registra e transmite à população as notícias do dia. Mas, aqui, a palavra imprensa tem o significado de origem, isto é, remete ao fenômeno de impressão em papel, impressão de caracteres ou tipos móveis (letras e demais sinais gráficos – como acento, vírgula, ponto etc.) em folhas de papeis que eram dobradas, amarradas e coladas, formando um “códice”, ou seja, um livro tal como o conhecemos hoje.

Gutenberg revolucionou o modo de se produzir livros. Isso se justifica pelo fato de que, antes da imprensa, os livros eram construídos à mão, artesanalmente, com escrita cursiva, geralmente à pena. Claro que, antes da máquina de tipos móveis, havia outros sistemas de impressão, como o chinês, no qual se usava a tinta nanquim. Mas a grande novidade da imprensa de Gutenberg foi a capacidade mecânica de produzir e reproduzir textos e livros. Enquanto, à mão, um códice demorava um mês para ficar pronto, com os tipos móveis, dezenas de códices (ou livros) eram feitos na mesma margem de tempo.

No século XVI, a máquina de imprensa tornou-se muito popular e útil nos principados da Alemanha em virtude da Reforma Protestante, levada a cabo por Martinho Lutero. Lutero traduziu a Bíblia do latim para o alemão, tornado o acesso às Escrituras mais fácil. A Bíblia foi o primeiro grande livro a ser impresso em tipos móveis e a circular entre a população, inicialmente na Alemanha, onde a imprensa foi inventada, e, posteriormente, no restante da Europa, quando outras traduções foram feitas. Os panfletos reformistas também foram impressos em tipos móveis, em grande quantidade, e passaram a circular na Alemanha com velocidade impressionante para a época.

Nos séculos XVII e XVIII, nos principais centros urbanos da Europa, formaram-se grandes comunidades de leitores, exatamente pelo fato de a impressa ter possibilitado a produção em massa de livros, jornais, panfletos etc. Desse modo, o que fez Gutenberg tem o mesmo peso dos inventos científicos da modernidade, como a invenção do telescópio, por Galileu Galilei.

A Invenção da Imprensa ocorreu no século XV por obra do alemão Johannes Gutenberg. Essa invenção foi uma das maiores revoluções da modernidade.

Qual foi a importância de Gutenberg para o desenvolvimento do humanismo?
Na imagem acima, Gutenberg (à direita) manuseia um panfleto impresso em tipos móveis

Por Me. Cláudio Fernandes

Do mesmo modo que a invenção do telescópio por Galileu Galileu, no século XVII, revolucionou a astronomia, a invenção da máquina de impressão em tipos móveis, mais conhecida como imprensa, pelo alemão Johannes Gutenberg, no século XV, provocou uma enorme revolução na modernidade: o processo de aceleração da produção de livros. Após a invenção da imprensa, imprimir e compor livros deixaram de ser práticas manuais e artesanais e tornaram-se uma produção em série mecanizada.

Gutenberg desenvolveu o seu invento por volta do ano de 1430. A máquina de imprensa de Gutenberg contava com uma prancha onde eram dispostos os tipos, ou caracteres, móveis. Esses tipos móveis nada mais eram que símbolos gráficos (letras, números, pontos etc.) moldados em chumbo. Um só molde desses tipos, alimentado com tinta, poderia imprimir inúmeras cópias de um mesmo texto em questão de horas. Se na elaboração manual dos livros (que eram chamados de códex, ou códice), o tempo gasto era enorme; com a imprensa, esse tempo foi amplamente reduzido.

No início do século XVI, os efeitos provocados pela imprensa de Gutenberg já eram perceptíveis nos principados alemães, sobretudo quando, por meio da imprensa, houve a popularização dos panfletos críticos do reformista Martinho Lutero. A Reforma Protestante deflagrada por Lutero em 1517 passou a ter uma grande recepção entre a população letrada da Alemanha, em virtude da circulação das teses e dos panfletos impressos. Posteriormente, uma contribuição ainda maior de Lutero para a história da leitura estaria de “mãos dadas” com a imprensa de Gutenberg: a tradução da Bíblia do latim para o alemão.

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Com a Bíblia traduzida para uma língua vulgar (no sentido de que não era clássica, como o latim), a demanda por sua leitura também se tornou grande, já que nem toda a população letrada do século XVI dominava o latim. O papel da impressão em tipos móveis foi decisivo para suprimir essa demanda no menor tempo possível. Do século XVI para cá, as máquinas de imprensa (ou impressão, como é mais comumente dito hoje) tornaram-se ainda mais sofisticadas, bem como o público leitor mais amplo, diversificado e sofisticado, o que gerou novas perguntas e novas problemáticas a respeito de se estamos ou não passando por uma nova revolução no campo da leitura, como bem sugere o historiador francês Roger Chartier:

“A revolução do nosso presente é, com toda certeza, mais que a de Gutenberg. Ela não modifica apenas a técnica de reprodução do texto, mas também as próprias estruturas e formas do suporte que o comunica a seus leitores. O livro impresso tem sido, até hoje, o herdeiro do manuscrito: quanto à organização em cadernos, à hierarquia dos formatos, do libro da banco ao libellus; quanto, também, aos subsídios à leitura: concordâncias, índices, sumários etc. Com o monitor, que vem substituir o códice, a mudança é mais radical, posto que são os modos de organização, de estruturação, de consulta do suporte do escrito que se acham modificados. Uma revolução desse porte necessita, portanto, outros termos de comparação.” [1]

NOTAS

[1] CHARTIER, Roger. Do códice ao monitor: a trajetória do escrito. Estud. av.[online]. 1994, vol.8, n.21, pp. 187.

Qual a importância da invenção de Gutenberg para a humanidade?

Importância da invenção da imprensa Apenas com a invenção de Gutenberg a propagação de livros passou a ficar mais intensa, como o caso da Bíblia – o primeiro dos livros inteiros publicados pela técnica da imprensa. Isso se dava, fundamentalmente, em razão da facilidade que havia na reprodução dos textos.

Qual a importância de Gutenberg?

Gutenberg revolucionou o modo de se produzir livros. Isso se justifica pelo fato de que, antes da imprensa, os livros eram construídos à mão, artesanalmente, com escrita cursiva, geralmente à pena.

Qual a importância da imprensa para o desenvolvimento do humanismo?

Os ideais renascentistas foram transmitidos graças à invenção da Imprensa; pois do contrário, seria difícil atingir tantas pessoas (leitores) em escala. Por isso a imprensa foi vital para que as ideias do período fossem transmitidas para as pessoas.

Qual é a relação entre a invenção da empresa gráfica de Gutenberg e o humanismo?

A invenção da imprensa permitiu que mais pessoas fossem alfabetizadas e tivessem acesso mais amplo à ideias resgatadas de textos da antiguidade clássica, que estimulavam a introspecção e a investigação do intelecto, dos sentidos e das relações humanas em um nível íntimo. Foi isso que influenciou o humanismo.