ENEM 2021 -
Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
Êh, ô, ô, vida de gado
Povo marcado
Ê, Povo feliz!
ZÉ RAMALHO. A peleja do diabo com o dono do céu. Rio de Janeiro: Sony, 1979 (fragmento).
Qual comportamento coletivo é criticado no trecho da letra da canção lançada em 1979?
a) Militância política.
b) Passividade social.
c) Altruísmo religioso.
d) Autocontrole moral.
e) Inconformismo eleitoral.
RESPOSTA:
Letra B.
A letra da canção de Zé Ramalho, ao mencionar a “vida de gado”, remete à passividade social da massa que, mesmo diante das condições de vida precárias, mostra-se “feliz”.
Questão 85
Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito
mais do que receber
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado
Ê, povo feliz!
ZÉ RAMALHO. A peleja do diabo com o dono do céu.
Rio de Janeiro: Sony, 1979 (fragmento).
Qual comportamento coletivo é criticado no trecho da letra da canção lançada em 1979?
- a
Militância política.
- b
Passividade social.
- c
Altruísmo religioso.
- d
Autocontrole moral.
- e
Inconformismo eleitoral.
Resolução
A letra da canção de Zé Ramalho, ao mencionar a “vida de gado”, remete à passividade social da massa que, mesmo diante das condições de vida precárias, mostra-se “feliz”.
A prova do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) traz dores de cabeça para os candidatos todos os anos. Mas também há quem se divirta com os conteúdos da prova. O primeiro dia do exame, realizado neste domingo (21), ficou mais uma vez entre os assuntos mais comentados pelos internautas - até os que não fizeram a prova. Uma das questões que mais causou repercussão menciona trecho de "Admirável Gado Novo", música de Zé Ramalho.
"Vocês que fazem parte dessa massa / Que passa dos projetos do futuro / É duro tanto ter que caminhar / E dar muito mais do que receber / Êh, oô, vida de gado / Povo marcado êh / Povo feliz". O trecho da melodia foi abordado em uma questão da prova de Ciências Humanas acompanhado da pergunta "Qual comportamento coletivo é criticado no trecho da letra da canção lançada em 1979?".
As alternativas eram: militância política; passividade social; altruísmo religioso; autocontrole moral e inconformismo eleitoral.
Não demorou para que os internautas associassem a canção aos apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro. A oposição apelidou os seguidores fiéis de Bolsonaro de "gado". Alguns usuários de redes sociais como o Twitter resgataram a fala do chefe do Executivo sobre a prova começar a "ter a cara do governo".
“a prova do #Enem2021 vai ter a cara do meu governo”
— jυρiτєr (@jaguarmaniac) November 21, 2021
Questão 60: relacionar a condição social atual brasileira com um trecho de "Admirável Gado Novo", do Zé Ramalho KKKKKKKKKKKK pic.twitter.com/3fQwcVaIcZ
BEM QUE BOLSONARO DISSE QUE A PROVA DO ENEM IA TER A CARA DO GOVERNO, A MÚSICA ADMIRÁVEL GADO NOVO APARECEU NA PROVA!
— Luiz PATRIOTA (@LUIZPATRIOTA39) November 21, 2021
— Estudante não é gente (@Estudantegente) November 21, 2021
uma salva de palmas para os servidores do INEP que meteram um Ê Ô, Ô, VIDA DE GADO na prova do Enem pra trollar o presida pic.twitter.com/OMTErIvpxj
— detremura (@detremura) November 21, 2021
Ao G1, o cantor Zé Ramalho afirmou ter se sentido recompensado por ter sua música citada na prova. "É uma prova de que essa letra contém situações sociais e políticas atualizadas, acho que para sempre. Desde que o conceito de 'atualizada' refere-se à situação também 'para sempre' do povo brasileiro", comentou.
O alívio cômico vem em um momento de tensão: no início de novembro, 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pediram exoneração dos cargos que ocupavam. O órgão é responsável pelo Enem.
No pedido de dispensa encaminhado à diretoria do Inep, os funcionários justificaram a saída por "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima" do órgão. Além disso, mencionaram a ocorrência de episódios de assédio moral.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, atribuiu a debandada ao pagamento de gratificações. "Então, quando a gente vê toda essa discussão às vésperas do Enem, nada com educação, nada com as provas, tudo a ver com a questão administrativa, de pagamento ou não de gratificação", disse.
Professores e personalidades ligadas à educação afirmaram que a prova deste ano teve um nível mais elevado que nos anos anteriores. A deputada Tabata Amaral, por exemplo, declarou que "já é o Enem mais elitista da história". Essa alteração dificulta o acesso dos pobres à universidade.
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