A Educa��o F�sica surgiu concomitantemente com o surgimento do homem sobre a Terra. Quando o homem sentiu a necessidade de lutar, conquistar, fugir e ca�ar para sobreviver come�ou tamb�m a procura pela melhoria de sua condi��o para executar estas tarefas. Mesmo sem saber, estava praticando uma educa��o f�sica, natural e utilit�ria. Assim, com esta pr�tica realiza os movimentos corporais mais b�sicos e naturais desde que se colocou em p�: nadar, correr, trepar, empurrar, saltar, arremessar e puxar. A evolu��o da Educa��o F�sica acontece gradativamente � evolu��o cultural dos povos, estando interligada aos sistemas pol�ticos, sociais, econ�micos e cient�ficos das sociedades. Unitermos : Educa��o F�sica. Hist�ria. Exerc�cios f�sicos. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - A�o 15 - N� 145 - Junio de 2010
Introdu��o A Educa��o F�sica � vista hoje como agente de sa�de, est�tica, melhoria da condi��o atl�tica, recupera��o f�sica, dentre outras fun��es, mas nem sempre se pensou assim. Os relatos mais prim�rdios de atividades f�sicas v�m desde a �poca pr�-hist�rica, quando j� se percebia uma preocupa��o pelo f�sico mais forte, por�m, n�o com o intuito da beleza ou exerc�cio e sim de prote��o. Desde ent�o a Educa��o F�sica se adaptava �s �pocas e sociedades na medida em que passava por mudan�as e est�gios, evoluindo a cada s�culo para chegar � Educa��o F�sica que conhecemos atualmente. A evolu��o da Educa��o F�sica acontece gradativamente � evolu��o cultural dos povos, estando interligada aos sistemas pol�ticos, sociais, econ�micos e cient�ficos das sociedades. Por�m, � necess�rio ressaltar que nem todos os povos atravessavam os mesmos est�gios simultaneamente. Enquanto o Egito dos Fara�s j� estava numa �poca Hist�rica, muito pr�ximo dele, muitas civiliza��es viviam no maior primitivismo. Ainda hoje, em pleno s�culo XXI podemos encontrar aglomerados humanos que vivem em estado selvagem, como algumas tribos isoladas na floresta da Amaz�nia, interior da �frica ou nos desertos da Austr�lia. Estas tribos vivem na verdadeira idade da Pedra. Evolu��o da Educa��o F�sica ao longo dos tempos Desde a pr�-hist�ria a Educa��o F�sica vem sendo influenciada pela sociedade. Nessa �poca as atividades f�sicas ficaram restritas a defender-se e atacar. A luta pela sobreviv�ncia levou a movimentos naturais. Para desenvolver estudos sobre a �poca, os pesquisadores se baseavam em todos os tipos de objetos, como pedras trabalhadas ou rudimentares, f�sseis de animais e de humanos, pinturas rupestres, monumentos e, um pouco mais tarde, objetos e monumentos de bronze e ferro, c�maras mortu�rias, estradas, dentre outros. Todos os exerc�cios f�sicos, qualquer que seja sua forma de realiza��o, possuem suas ra�zes, de forma hipot�tica ou verdadeira nas mais primitivas civiliza��es. Pode - se afirmar que todos os tipos de exerc�cios f�sicos s�o provenientes de quatro grandes causas humanas: luta pela exist�ncia, ritos e cultos, prepara��o guerreira e jogos e pr�ticas atl�ticas. O homem primitivo deslocava-se de um lugar para outro a procura de alimentos, marchando, subindo em �rvores, escalando penhascos, nadando, saltando e lan�ando as suas diferentes armas de arremesso. Assim o homem executa os seus movimentos corporais mais b�sicos e naturais desde que se colocou de p�. Pela repeti��o cont�nua desses exerc�cios, na luta pela sobreviv�ncia, aperfei�oava as fun��es, educando-as gradativa e inconscientemente. Por�m, todo esse contexto � algo natural e cotidiano. E, como Educa��o F�sica propriamente dita, os primeiros registros tardaram a aparecer. Em cada sociedade, povo ou pa�s a Educa��o F�sica apresentava focos diferentes de interesse e utiliza��o. Na China a Educa��o F�sica era praticada em car�ter de guerra, al�m da finalidade terap�utica e higi�nica. Na �ndia, a Educa��o F�sica era vista como uma doutrina a ser seguida, de foco fisiol�gico e com indispens�veis necessidades militares. Foi onde teve origem a Yoga e exerc�cios gin�sticos aprofundados da medicina com t�cnicas de respira��o e massoterapia. Buda atribu�a aos exerc�cios o caminho da energia f�sica, pureza dos sentimentos, bondade e conhecimento das ci�ncias para a suprema felicidade do Nirvana, (no budismo, estado de aus�ncia total de sofrimento). No Jap�o, a Educa��o F�sica possu�a fundamentos m�dicos, higi�nicos, filos�ficos, morais, religiosos e guerreiros. Os samurais s�o um exemplo de guerreiros feudais originados da pratica da Educa��o F�sica no Jap�o. J� no Egito, os exerc�cios G�mnicos formaram a gin�stica eg�pcia dotada de equil�brio, for�a, flexibilidade e resist�ncia. A exist�ncia da gin�stica eg�pcia foi revelada em pinturas nas paredes de tumbas. Mas foi na Gr�cia que encontramos a civiliza��o antiga que mais contribuiu para a Educa��o F�sica. Novamente � vis�vel a liga��o que a sociedade e sua cultura t�m com a hist�ria da Educa��o F�sica. Foi na Gr�cia que surgiram os grandes pensadores, que contribu�ram com v�rios conceitos, at� hoje aceitos pela Educa��o F�sica e pela pedagogia. Grandes artistas, pensadores e fil�sofos como Mir�n, S�crates, Hip�crates, Plat�o e Arist�teles criaram conceitos como o de equil�brio entre corpo e esp�rito ou mente, citados por Plat�o. Tamb�m nasceram na Gr�cia os termos halteres, atleta, gin�stica, pentatlo, entre outros. Ap�s a tomada militar da Gr�cia, Roma absorveu a cultura desta civiliza��o, por�m a Educa��o F�sica se caracterizou pelo esp�rito pr�tico e utilit�rio, tendo assim uma vis�o voltada para a prepara��o dos soldados e da popula��o para a guerra. Foi no per�odo romano que surgiu a famosa frase �Mens sana in Corpore Sano�. A Idade M�dia foi marcada pelo impacto do Cristianismo, repleta de ascentismo. Mesmo com isso, estudantes continuavam a seguir as teorias de Arist�teles, enriquecendo o patrim�nio dos conhecimentos. Nesta �poca floresceu a arte g�tica, surgiram as primeiras universidades, e com elas personalidades geniais como Santo Tom�s de Aquino. Considerada como �a Idade das Trevas�, o culto ao corpo era considerado pecado e com isso, houve uma grande decad�ncia da Educa��o F�sica. Os exerc�cios F�sicos ficaram retidos em torneios muito sangrentos. No Renascimento, a Educa��o F�sica deu um salto em busca do seu pr�prio conhecimento. O per�odo da renascen�a fez explodir novamente a cultura f�sica. A admira��o e dedica��o pela beleza do corpo, antes proibida, agora renasce com grandes artistas como Leonardo da Vinci (1432-1519). A escultura de est�tuas e a disseca��o de cad�veres fizeram surgir a anatomia, grande passo para a Educa��o F�sica e a Medicina. A introdu��o da Educa��o F�sica na escola, no mesmo n�vel das disciplinas tidas como intelectuais, se deve nesse per�odo a Vittorino da Feltre (1378-1466) que, em 1423, fundou a escola �La Casa Giocosa� onde o conte�do program�tico inclu�a os exerc�cios f�sicos�. (PEREIRA; MOULIN, 2006, p. 19-20). O Iluminismo na Inglaterra era contra o abuso do poder no campo social. Esse per�odo trouxe novas id�ias e, como destaque nessa �poca, temos dois grandes nomes: Rousseau e Pestalozzi. Rousseau prop�s a Educa��o F�sica como necess�ria � educa��o f�sica infantil, introduzida nas escolas. Pestalozzi foi o primeiro educador a chamar a aten��o para 2 (dois) elementos fundamentais na pr�tica dos exerc�cios, a posi��o e a execu��o perfeita, sem os quais os praticantes n�o conseguiriam os objetivos visados. O marco da idade contempor�nea teve como principal tema o surgimento da gin�stica localizada, onde tiveram como respons�veis quatro grandes escolas: a alem�, a n�rdica (escandinava), a francesa e a inglesa. Deste per�odo podemos citar grandes personalidades de destaque. Na escola alem� como pai da gin�stica pedag�gica moderna Johann Cristoph Friederick Guts Muths, not�vel pedagogo. O fundador e fomentador da gin�stica s�cio-patri�tica foi Friedercik Ludwing Jahn, cujo fundamento era a for�a. Seu lema era �vive quem � forte�. �Foi ele quem inventou a Barra fixa, as barras paralelas e o cavalo, dando origem � Gin�stica Ol�mpica�. (PEREIRA; MOULIN, 2006, p. 20). J� na Escola Escandinava ou N�rdica, o grande destaque foi o sueco Per Henrik Ling, que teve de lutar com energia e tenacidade ao procurar estabelecer ramos cient�ficos aos exerc�cios f�sicos, levando para a Su�cia as id�ias de Guts Muths. A gin�stica sueca foi o grande trampolim para tudo o que se conhece como gin�stica atualmente. Como nos descreve em sua obra PEREIRA e MOULIN (2006, P. 21) �Per Henrick Ling (1766-1839) foi o respons�vel por isso, levando para a Su�cia as id�ias de Guts Muths ap�s contato com o instituto de Nachtegall. Ling dividiu sua gin�stica em quatro partes: a pedagogia � voltada para a sa�de evitando v�cios posturais e doen�as, a militar � incluindo o tiro e a esgrima, a m�dica � baseada na pedagogia, evitando tamb�m as doen�as e visando ainda a est�tica � preocupada com a gra�a do corpo�. Na Escola Francesa temos como elemento principal o espanhol naturalizado Francisco Amor�s y Ondeano. Ele dividiu a gin�stica em civil e industrial, militar, m�dica e c�nica. O m�todo conhecido como gin�stica natural teve um franc�s como seu defensor. Georges Herbert (1875-1957) defendia que a Educa��o F�sica deveria preconizar os movimentos naturais do ser humano, ou seja: correr, trepar, nadar, saltar, empurrar, puxar, dentre outros. J� a Escola Inglesa baseava-se nos jogos e nos esportes. Seu defensor era Thomas Arnold, quem recriou os jogos ol�mpicos. A escola inglesa tamb�m teve uma enorme influ�ncia no treinamento militar. Com a propaga��o das id�ias pelo mundo destas quatro grandes escolas, a Educa��o F�sica passou a ser mais estudada, organizada e reconhecida. Ela conquistou seu espa�o, ganhou cunho cient�fico e tornou-se indispens�vel na vida das pessoas, desde as crian�as menores at� as pessoas mais idosas. Considera��es finais � poss�vel perceber que a Educa��o F�sica passou por profundas modifica��es, conseq��ncias de todo o processo hist�rico e que, atualmente, ainda est� em muta��o, sendo que este processo continuar� ocorrendo com o passar dos anos. Em tempos atr�s, as mudan�as ocorriam de forma mais lenta. Hoje em dia, com a velocidade na transmiss�o de informa��es e com a facilidade ao acesso aos novos estudos e publica��es, acredita-se que as mudan�as acontecer�o de forma mais r�pida e mais abrangente. Todos os processos de evolu��o est�o interligados � hist�ria do mundo. � imposs�vel separar hist�ria, sociedade e pol�tica dos movimentos proporcionados pela classe defensora da Educa��o F�sica. Esses aspectos � hist�ria, sociedade, pol�tica e os movimentos proporcionados pelos educadores f�sicos - sustentam e formam a base do contexto atual da Educa��o F�sica Mundial. A evolu��o da hist�ria da Educa��o F�sica passou por v�rias fases; algumas positivas e outras negativas. Estas fases constru�ram o conceito que a educa��o f�sica possui atualmente, ocupando a posi��o de destaque que a mesma possui na sociedade. E as fases que vir�o, tornar�o a pr�tica da educa��o f�sica, seja ela escolar ou n�o, mais profissional e mais difundida, com objetivos cada vez mais definidos e espec�ficos, pois com a regulamenta��o da profiss�o em 1998, o acesso � Educa��o F�sica est� sendo defendida e proporcionada em escala maior para toda a popula��o, independente de classe social, idade, condi��o f�sica, cor, religi�o, op��o sexual ou alguma defici�ncia f�sica, motora ou mental. Refer�ncias bibliogr�ficas
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Qual o país que tem maior destaque para construção da Educação Física?Sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e desenvolveu a Educação Física foi a grega através da sua cultura.
Em qual país foi criado a Educação Física?A EDUCAÇÃO FÍSICA surgiu na Grécia antiga, por volta de 386 a.C. Na época, a disciplina estava incluída na Academia de Platão, considerada a primeira escola de Filosofia do mundo ocidental.
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