Que percentual o modal rodoviário representa das cargas transportadas no Brasil?

As primeiras rodovias brasileiras surgiram no século XIX, mas a ampliação da malha rodoviária ocorreu no governo Vargas (1932), com a criação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) em 1937 e, mais tarde, com a implantação da indústria automobilística, na segunda metade da década de 1950, a aceleração do processo de industrialização e a mudança da capital federal para Brasília.
A partir daí a rede rodoviária se ampliou de forma notável e se tornou a principal via de escoamento de carga e passageiros do país.
Na década de 1980, o crescimento acelerado deu lugar à estagnação. A perda de receitas, com a extinção, em 1988, do imposto sobre lubrificantes e combustíveis líquidos e do imposto sobre serviços de transporte rodoviário, impediu a ampliação da rede e sua manutenção.
No setor rodoviário, de cargas, o caminhão é o principal meio de transportes. A frota nacional de caminhões em circulação representa 70% e tem mais de 15 anos de idade.
A idade avançada da frota implica em quebras constantes, acidentes muitas vezes fatais com um custo estimado de 4 bilhões de dólares ano e um alto consumo de óleo diesel, por isso se faz necessária uma renovação da frota existente buscando eficiência e avanço tecnológico.
Principal modal do transporte de cargas, representando hoje aproximadamente 60 % das cargas transportadas no país, é praticado por três tipos de operadores: empresas transportadoras, empresas de cargas próprias e transportadores autônomos. Os autônomos representando 70% da frota existente.
O transporte público urbano é responsável pelo deslocamento de 59 milhões de passageiros diariamente, respondendo por mais de 60% dos deslocamentos mecanizados nas cidades brasileiras.

Tamanho do setor
Somente o segmento de ônibus atende 90% da demanda de transporte público coletivo, gerando aproximadamente 500 mil empregos diretos, com uma frota de 95 mil veículos. A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) estima que esse segmento responda por mais de 1,0% do PIB brasileiro, movimentando cerca de R$ 17 bilhões por ano (considerando os sistemas de ônibus urbanos e metro-ferroviários), influindo diretamente no desempenho de outros setores econômicos.

Roubo de cargas
O roubo de cargas é um dos principais problemas nas rodovias brasileiras e acarreta um prejuízo de US$ 32 milhões anuais, em média, segundo a CNT.
As cargas mais visadas são: produtos têxteis e confecções (15,7%), alimentícios (12%), eletroeletrônicos (10,6%) e de higiene e limpeza (7,1%).
Cerca de 97,2% de toda carga roubada no país, concentra-se no Rio de Janeiro (63,6%) e São Paulo (33,6%), principalmente, nas rodovias Presidente Dutra, Régis Bittencourt, Fernão Dias e Transbrasiliana.
A frota nacional de veículos é superior a 33 milhões de veículos (2001). A maioria dos veículos tem mais de 14 anos de uso (52,5%), a média dos ônibus é de 12,5 anos e dos caminhões é de 13,8 anos.
A cidade brasileira com o maior número bruto de veículos é São Paulo (quase 9 milhões), entretanto, a maior média per capita é da capital federal, Brasília.

Legislação insuficiente
A atual legislação é praticamente nula sobre roubo de carga. A lei 10.446, de 8 de maio de 2002, surgiu após a CPI no Congresso, determinando que a Polícia Federal passasse a atuar nas questões que envolvam o roubo de carga. Atualmente, tramita no Congresso o Projeto de Lei 187/97, de autoria do deputado Mário Negromonte, que visa a criação do Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas.
O projeto, que ainda não foi votado, estabelece procedimentos legais para atuação policial, autorizando a tomada de bens envolvidos em roubo de carga, obteve pareceres favoráveis nas comissões competentes, mas não tem previsão para votação.
O artigo 144 da Constituição Federal estabelece que a segurança pública é dever do Estado, portanto, imputa ao setor privado, via legislação, a regulamentação de medidas na área da segurança pública.

Fonte: Caderno de Resoluções 6º Congresso da CNTT-CUT.

O transporte rodoviário é um dos mais relevantes para a economia brasileira e, diariamente, vários tipos de cargas circulam por nossas estradas e rodovias. Como grande parte de nossa produção é distribuída por esse modal, é essencial que os gerentes logísticos estejam sempre em busca de novos conhecimentos e aperfeiçoamento profissional.

Nesse contexto, as cargas relacionadas ao agronegócio merecem destaque. Isso porque, mesmo com a crise econômica, o setor foi fundamental para a elevação do PIB nacional e redução da inflação, sendo, portanto, um protagonista na emergente recuperação econômica.

Diante disso, elaboramos um post completo para apresentar os tipos de cargas mais frequentes nas rodovias do país e falar um pouco melhor sobre a contribuição do agronegócio para o setor de transportes. Continue com a leitura e aprenda um pouco mais!

Os 6 tipos de cargas mais encontrados nas rodovias brasileiras

Segundo o Anuário CNT do Transporte de 2017, o Brasil possui uma malha rodoviária de mais de 1.700.000 km, incluindo trechos pavimentados e sem pavimento. Toda essa estrutura é distribuída pelo país e possibilita que as cargas sejam encaminhadas a diversas localidades — um dos maiores motivos para sua grande utilização.

Em nossas estradas e rodovias circulam diversos produtos com destino a praticamente todas as cidades brasileiras. É por esse motivo que os gerentes logísticos precisam se informar melhor sobre o tema e conhecer a fundo as possibilidades de utilização do transporte rodoviário.

Assim sendo, com o intuito de contribuir com o seu crescimento profissional e atualizá-lo sobre as particularidades de cada tipo de carga, reunimos os 6 tipos mais comuns em nossas rodovias. Acompanhe!

1. Cargas Frigoríficas

As cargas frigoríficas fazem parte da realidade do setor de transportes e precisam de inúmeros cuidados extras por parte das transportadoras. Mais do que isso, é importante observar se a empresa responsável cumpre com as normas e exigências para esse tipo de serviço, uma vez que essas remessas estão relacionadas à alimentação humana.

De modo geral, esse tipo de carga é subdivido em duas categorias: perecíveis e congeladas. Veja a seguir um pouco de suas características:

1.1. Perecíveis

As cargas frigoríficas perecíveis, como o nome sugere, estão expostas ao risco de se perderem e estragarem com o tempo. Por isso, toda a logística de transporte deve ser muito bem planejada e executada. São exemplos dessa categoria:

  • frutas, como banana, uva, manga e pêssego;
  • legumes, como batata, cenoura e pimentão.

Diante de tantos desafios ao longo do trajeto, a carga precisa ser transportada em um caminhão específico, que possua um equipamento responsável pela redução da temperatura sem a formação de gelo. Por isso, é imprescindível que a transportadora invista em máquinas especiais, como as câmaras frias e equipamentos de refrigeração.

O transporte não pode ser demorado e, via de regra, as distâncias a serem percorridas também não podem ser muito longas. Outro ponto de destaque é que deve ser realizada uma higienização constante e eficaz dos caminhões, a fim de se evitar contaminação dos produtos.

Todos esses cuidados asseguram a vida útil do produto, tanto no ponto de venda como para o consumidor final, e ainda resguardam a sua qualidade, evitando riscos à saúde humana.

1.2. Congeladas

Os produtos perecíveis congelados são aqueles que passaram por um processo de resfriamento intenso até a formação de gelo, visando, principalmente, a preservação de suas propriedades. São bons exemplos:

  • carne bovina congelada;
  • aves e cortes congelados;
  • alimentos congelados, como lasanha e pão de queijo.

O transporte dessas mercadorias é bem complexo e minucioso, especialmente porque a temperatura precisa ser mantida do início ao fim do processo. Com isso, é necessário que sejam transportadas em veículos totalmente refrigerados, garantindo sua conservação e congelamento durante o trajeto.

O caminhão mais indicado para essa tarefa é o que possui o Baú Frigorífico, um modelo fechado que mantém a temperatura entre -15°C e -20°C.

2. Cargas a Granel

Os produtos a granel são assim chamados porque ainda não foram ensacados ou encaixotados e são extremamente comuns em regiões do país com grande concentração de fazendas e agronegócio.

Além disso, assim como nas cargas frigoríficas, existem dois modelos de cargas a granel. Conheça-as melhor:

2.1. Granel líquido

A carga a granel líquida não é considerada perigosa e, em geral, corresponde a sucos, leite, água potável e outros produtos líquidos transportados sem embalagem.

Naturalmente, o caminhão que executa esse transporte possui características específicas, sendo necessária uma carroceria com um tanque de aço devidamente higienizado. Em alguns casos, como no leite e sucos, é preciso assegurar que o compartimento seja refrigerado, uma vez que o produto pode se perder em razão do calor excessivo.

2.2. Granel sólido

Já a carga granel sólida é bem conhecida e, em sua grande maioria, é composta por matérias-primas, como a soja, arroz, milho e feijão. Portanto, são insumos fundamentais para a economia brasileira e também para o consumidor final.

Em geral, os veículos possuem carrocerias abertas e são conhecidos como graneleiros. Porém, há a possibilidade da carga ser organizada em unidades, pallets e até em contêineres, facilitando seu manuseio e transporte.

3. Cargas Vivas

As cargas vivas também são encontradas com facilidade nas rodovias brasileiras, sendo compostas basicamente de animais, como vacas, galinhas e porcos.

Trata-se de um modelo de transporte muito delicado e que exige um alto nível de especialização e treinamento dos motoristas e operadores logísticos que lidam com a carga. Além disso, é importante utilizar uma carroceria fechada, como a boiadeira, que possua saídas adequadas para ventilação.

O maior objetivo é que os animais sejam transportados em segurança, com o menor nível de estresse possível e cheguem ao destino final com baixo índice de perdas. Lembrando que há uma alta fiscalização nesse sentido, uma vez que não se pode permitir que a carga sofra durante o transporte.

4. Cargas Indivisíveis e excepcionais de grande porte

O quarto tipo de carga apresentada neste material são as cargas indivisíveis e excepcionais de grande porte. Tratam-se de produtos que não podem ser divididos e que possuem grandes pesos e dimensões, como:

  • vagões;
  • guindastes;
  • máquinas agrícolas;
  • máquinas de uso industrial;
  • transformadores;
  • reservatórios de alimentos.

O deslocamento desses materiais é, também, muito delicado, demandando cuidados no manuseio, carregamento e descarregamento. Além disso, em muitos casos, é necessário contratar veículos batedores durante o trajeto para evitar acidentes e garantir a segurança dos demais automóveis nas rodovias.

Outro ponto que precisa ser enfatizado é com relação a frota que executa o transporte. Ela precisa possuir os requisitos de capacidade de carregamento, dimensão e suspensão capazes de suportar o peso e tamanho dos produtos transportados.

5. Cargas Secas

A carga seca é formada por produtos industrializados e não perecíveis. Sua principal característica é que não há a necessidade de refrigeração e o transporte pode ser executado independentemente do clima da região — calor, frio, sol ou chuva.

Dentro dessa categoria encontram-se uma infinidade de produtos, dos quais podemos destacar:

  • encanamentos;
  • madeiras;
  • móveis;
  • materiais para construção;
  • produtos alimentícios não perecíveis;

O caminhão mais utilizado nesse tipo de transporte é o que possui um baú, pois consegue acomodar caixas, sacos e fardos adequadamente, deixando-as protegidas e organizadas durante todo o trajeto.

6. Cargas Perigosas

Por último, trouxemos para a lista dos principais produtos transportados pelas rodovias as cargas perigosas. Esse tipo de material é um dos mais delicados de serem manuseados, pois geram risco à saúde, ao ambiente, à segurança e integridade física dos motoristas e caminhoneiros.

Diante do perigo e necessidade de fiscalização no manuseio e deslocamento dessas cargas, a ONU criou Recomendações para o Transporte de Produtos Perigosos e foi elaborada uma classificação desses produtos, de acordo com as características, nível de perigo e cuidados que demandam.

Assim, eles precisam ser transportados em caminhões especiais e seus motoristas precisam receber treinamento especial. Os principais produtos perigosos são:

  • explosivos, como fogos de artifício;
  • gases inflamáveis, como o gás de cozinha;
  • gases tóxicos, como o enxofre e amônia;
  • líquidos inflamáveis, como o álcool e a gasolina;
  • materiais radioativos.

O papel do agronegócio no desenvolvimento da logística brasileira

Ao analisar os tipos de cargas mais presentes nas rodovias brasileiras, é possível perceber que boa parte delas está ligada ao agronegócio. Esse fato não é mera coincidência, já que o setor é um dos mais produtivos e ativos do Brasil.

Com um território tão extenso e com características climáticas favoráveis, o cultivo de plantações dos mais diversos produtos e a criação de animais são fundamentais para a nossa economia — cerca de 21% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro é decorrente dessa atividade que também é responsável por metade de nossas exportações.

Além disso, o setor agrícola é um dos que mais gera renda e empregos no Brasil e só em 2017 abriu mais de 46 mil novos postos de trabalho.

Mas, não é só para a economia que o agronegócio é importante. Quando voltamos nossa análise para o setor de logística, percebemos que estamos diante de um dos maiores impulsionadores de seu crescimento.

A alta demanda de transporte apresentada faz com que as empresas de logística e as transportadoras estejam sempre se aperfeiçoando e investindo em estratégias que consigam acompanhar as demandas do setor.

Assim, todos os dias surgem novas tecnologias, novos caminhões e novos processos logísticos que visam escoar todas essas cargas pelo país. É, de fato, um grande desafio, mas os dois segmentos estão em expansão e têm caminhado lado a lado em prol do crescimento ordenado e duradouro.

Falar em agronegócio sem uma logística de excelência seria impossível e, do mesmo modo, sem a contribuição por ele fornecida, nossos processos logísticos ainda estariam defasados e pouco eficientes.

Portanto, empresas que atuam diretamente com a produção, manufatura e distribuição de produtos que vêm do campo, podem contar e investir em uma logística moderna e inovadora, que permita um bom nível de produtividade desde a saída do produto de suas dependências até a entrega ao consumidor final.

[rock-convert-cta id="7195"]

A escolha de uma empresa especializada em logística

Diante de tudo o que foi exposto, é possível concluir que a logística é fundamental para que os diferentes tipos de mercadorias sejam distribuídos pelo país. Um gerente logístico eficiente sabe que aperfeiçoar suas rotinas e estratégias é o que garante a satisfação de sua clientela e o aumento de sua rentabilidade.

O transporte de cargas rodoviário é permeado de desafios, como a falta de infraestrutura das estradas e os altos índices de roubo e furto de cargas. Superá-los é uma tarefa que exige muita estratégia e processos logísticos eficientes.

Nesse contexto, é preciso enfatizar que encontrar uma empresa que presta serviços logísticos de maneira qualificada e profissional é muito importante. Esse tipo de parceria traz benefícios expressivos aos empreendimentos, principalmente no que diz respeito ao aumento da qualidade do transporte.

Conforme visto, cada tipo de carga possui características singulares e exige cuidados diferenciados, demandando investimentos em máquinas, equipamentos e caminhões adequados e modernos. Nem sempre esse tipo de gasto é interessante e, por isso, a terceirização tem sido uma opção recorrente de empresas dos mais diversos portes e segmentos de atuação.

Mas, é preciso pesquisar e comparar os fornecedores logísticos disponíveis no mercado. Firmar parceria com uma empresa séria, competente e experiente nesse tipo de processo é crucial para se alcançar bons resultados.

Assim sendo, fique atento e procure por uma transportadora que utiliza tecnologia de ponta e ofereça estratégias eficientes para transportar seus produtos de forma inteligente e econômica, proporcionando melhorias em seu serviço e simplificando seus processos operacionais.

Com a leitura deste material foi possível perceber que os diferentes tipos de cargas que circulam em nossas rodovias possuem características distintas. Conforme visto, boa parte delas é proveniente do agronegócio, setor que tem sido muito importante para o crescimento do país.

Esse setor deve se desenvolver em harmonia com a logística, uma vez que são imprescindíveis um para o outro. Assim sendo, esperamos que este post tenha contribuído para que você se informe melhor e tenha uma visão mais estratégia do transporte de cargas e de suas possibilidades, levando-o a alcançar seus objetivos como gerente logístico.

Gostou deste material? Ele lhe foi útil? Aproveite e baixe nosso infográfico sobre a influência do estado das rodovias no custo dos transportes.

FAÇA UMA COTAÇÃO COM A CARGOX

Tags: transporte, transporte rodoviário, cargas, agronegócio

Qual o percentual do modal rodoviário no Brasil?

Uma pesquisa dos Custos Logísticos no Brasil divulgada pela Fundação Dom Cabral mostra que 75% da produção brasileira são transportados por meio do modal rodoviário. O Brasil conta com 1,8 milhão de quilômetros de rodovias, sendo 146 mil deles asfaltados e de responsabilidade dos governos federais e estaduais.

Qual a participação do modal rodoviário no Brasil?

Como é o transporte rodoviário no Brasil? O transporte rodoviário aquece a economia do país. Isso porque ele é o principal meio da atividade logística, viabilizando a distribuição de cerca de 65% das cargas brasileiras.

Qual o percentual de participação do modal rodoviário na composição dos Transportes do Brasil?

Em relação à participação, de acordo com dados da CNT, o modal rodoviário dentro da matriz de transporte tem sua maior participação no setor, contando com 61,1% das cargas, seguido do ferroviário com 20,7% e aquaviário com 13,6%. Esses três modais representam 95,4% de toda a carga transportada no país.

Qual seria esse percentual que o transporte rodoviário de cargas utiliza para o transporte de bens?

O Ministério dos Transportes estima que 58% desse transporte é realizado através de rodovias, o que faz do transporte rodoviário no país um fator determinante da eficiência e da produtividade sistêmica da economia.