São funções da CCIH Comissão de Controle de infecções hospitalares exceto?

I - INTRODUÇÃO

Historicamente, o controle das infecções bacterianas sistêmicas teve início em 1935, com o emprego da sulfanilamida e a seguir, com a descoberta da penicilina por Fleming.

Novas investigações levaram a aumentar de muito a eficácia da quimioterapia bacteriana. Porém, um grande número de microrganismos adquiriu resistência a muitos agentes antimicrobianos, por um ou mais dos seguintes mecanismos: mutação, transdução, transformação e, conjugação.

Este problema de resistência bacteriana aos antibióticos é um dos mais importantes e que mais preocupa aos pesquisadores, bem como aos profissionais da área de saúde. As soluções para o mesmo, apóiam-se geralmente, sobre o desenvolvimento de novos e mais eficazes agentes antimicrobianos.

"As infecções hospitalares, segundo estimativas consideradas otimistas, matam mais de 50 mil pessoas por ano no Brasil". (O jornal "O Estado de São Paulo").

Segundo ZANON e colaboradores, "são conhecidas até a presente data, taxas de infecção hospitalar de apenas 4 hospitais brasileiros, que se situam entre 4,1 a 13,2%, e nos Estados Unidos variam entre 3 a 15%.

"Pela gravidade do problema é necessário instituir-se, no" Hospital, medidas de controle e tratamento da infecção hsopitalar, com a finalidade primordial de zelar pelo bem-estar do paciente, conseguindo a diminuição da permanência do mesmo no hospital, e conseqüentemente a diminuição do custo/paciente"

Para tais medidas visamos neste trabalho:

  1. - promover a conscientização de pessoas, em nível de decisão, para a importância da constituição de comissões de controle de infecção hospitalar, órgão normativo, que centraliza o problema permitindo o pronto reconhecimento dos surtos nas diversas áreas do hospital, bem como, determinação das medidas de prevenção e controle;

  2. - conscientizar os administradores sobre a importância de existir uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (C.C.I.H.), considerando os graves riscos de morbidade e mortalidade, bem como o custo do tratamento e média de permanência dos pacientes nas Instituições de Saúde;

  3. - oferecer subsídios para a implantação de comissões de controle de infecções nas Instituições de Saúde.

II - DESENVOLVIMENTO

1. Fontes e causas de infecção hospitalar

A interação entre os agentes mórbidos com o meio ambiente e o homem pode determinar uma infecção a partir do memento em que diminuem as defesas naturais do organismo em relação ao agente agressor.

A infecção hospitalar, segundo a maioria dos autores, inclui os processos infecciosos adquiridos no hospital e os não identificados na admissão do paciente por dificuldade diagnostica ou prolongado período de incubação, e que se manifestem durante a sua permanência e até mesmo depois de sua alta.

No hospital, as principais fontes de infecção decorrem de causas ligadas ao ambiente, pessoal, equipamento, material, veículos, desempenho deficiente das técnicas de trabalho e uso indiscriminado de antibióticos.

2. Constituição de uma C.C.I.H.

Paralelamente aos avanços tecnológicos na área da Saúde aumenta o problema das infecções nos ambientes hospitalares, particularmente das infecções cruzadas, agravado pelas novas amostras de bactérias resistentes aos antibióticos.

Medidas efetivas devem ser adotadas visando a redução e eliminação das infecções, proporcionando maior segurança aos pacientes, visitantes e servidores do hospital, destacando-se como medida prioritária a criação de uma C.C.I.H.

2.1. Estrutura fisica

A área física destinada para o funcionamento de uma C.C.I.H. dependerá do tamanho e condições de cada hospital, bem como do número e gravidade da ocorrência de infecções. Acredita-se que a C.C.I.H. deva dispor no minimo de uma sala para chefia e reuniões, secretaria e arquivo, laboratório para bacteriologia epidemiológica.

2.2. Estrutura funcional

2.2.1. Posição da C.C.I.H. no organograma

A C.C.I.H. deve estar diretamente subordinada a Administração superior, o que favorecerá a comunicação e resolução imediata dos problemas referentes às infecções.

2.2.2. Número e qualificação do pessoal

A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (C.C.I.H.) é atualmente uma necessidade sentida em muitos hospitais e recomendada desde há muito pela Associação Americana de Hospitais, através de seu Conselho especialmente formado para estudar as infecções e seu controle.

Conscientizados da problemática da infecção hospitalar, suas repercussões negativas e graves conseqüências, tais como aumento da taxa de mortalidade, morbidade, taxa elevada de ocupação, média de permanência, é que hospitais de pequeno, médio e grande porte criaram sua C.C.I.H. O número de componentes de uma Comissão depende de uma série de fatores, tais como: tipo de hospital, número de leitos, taxta de ocupação e taxa de infecção. Assim, em hospitais pequenos, a responsabilidade poderá ser confiada apenas a um profissional, que reúna conhecimentos de bacteriologia, epidemiologia e de enfermagem.

Em hospitais de médio e grande porte, fazem parte da comissão, vários profissionais da área da saúde a saber:

  1. - Administrador do hospital

  2. - Enfermeiro

  3. - Médico clínico e/ou cirurgião

  4. - Becteriologista

  5. - Sanitarista ou Epidemiologista

  6. - Secretária.

A primeira vista pode parecer onerosa a existência de uma C.C.I.H. Atualmenmente, as poucas comissões já em funcionamento e a vasta bibliografia a respeito, provam ser um investimento para o hospital.

Não é necessário lembrar que os membros da Comissão devem ter horas disponíveis para estas atividades por se tratar de um trabalho difícil que requer muito tempo, eficiência e vigilância permanente para que possa atingir seus objetivos.

Como o Serviço de Enfermagem representa mais de 50% do pessoal hospitalar, é aconselhável que tenha um representante Enfermeiro, em tempo integral, para atuar como um dos membros executivos e fiscalizadores da Cimissão.

2.2.3. Setores e competência da C.C.IH.

Para maior dinamismo e eficácia dos trabalhos, a Comissão pode ser estruturada em vários setores com atribuições definidas, a saber:

  1. - Setor normativo: ao qual compete estudar e aprovar os recursos usados ou a serem usados para o controle e profilaxia de infecções.

  2. - Setor informativo e de estatistica: compete notificar todos os casos de infecção ou sugestivos a infecção e as transgressões das normas e rotinas da C.C.I.H., ao setor executivo e fiscalizador.

  3. - Setor executivo e fiscalizador: ao qual compete executar, fazer executar e fiscalizar as normas estabelecidas e aprovadas pelo setor normativo.

  4. - Setor laboratorial: ao qual compete executar testes laboratoriais, quer esclarecedores de diagnóstico ou de controle geral.

A introdução destes setores na estrutura da C.C.I.H. não significa maior número de participantes na Comissão, mas uma maior organização e divisão de responsabilidade. Os membros constituintes poderão fazer parte d,e vários setores.

3. Funções da C.C.I.H.

As funções da C.C.I.H., estão diretamente ligadas às fontes e causas da infecção.

Ao se organizar uma Comissão, esta deve evidentemente montar o seu programa, partindo de um minucioso diagnóstico situacional de seu hospital, dando prioridade às áreas chamadas críticas.

É sumamente importante a conscientização geral de todos os servidores do hospital através da Educação e Orientação nas práticas de técnicas assépticas, atingindo desde o servente de limpeza até a Administração Geral. O bom êxito na profilaxia e controle das infecções, depende do esforço permanente e sistematizado de todo pessoal hospitalar e não apenas da C.C.I.H., isoladamente, pois trata-se de um trabalho difícil que exige a colaboração contínua e eficiente de todos.

As atividades de relevância da C.C.I.H. podem ser agrupadas em:

  1. 3.1. Controle do ambiente

  2. 3.2. Controle do pessoal

  3. 3.3. Controle de produtos químicos

  4. 3.4. Elaboração de normas e rotinas

  5. 3.5. Investigação epidemiológica

  6. 3.6. Reuniões periódicas.

Estas desdobram-se em várias outras, das quais apresentaremos alguns aspectos sob forma de sugestão:

3.1. Controle do ambiente

As ações da C.C.I.H. devem estar planejadas para manter o controle das infecções em todas as áreas do ambiente hospitalar, dando, porém, prioridade às áreas críticas. Assim os esforços da Comissão estarão voltados para:

  1. - Elaboração, controle e atualização de normas e rotinas referentes à limpeza e desinfecção dos ambientes, estabelecendo a freqüência, tipo de desinfetante, dando ênfase especial às áreas críticas: centros cirúrgico, obstétrico, berçário, sala de recuperação pós anestésica, unidade de terapia intensiva, pediatria, isolamento, serviço de Nutrição e Dietética.

  2. - Programas de treinamento e atualização sobre limpeza e desinfecção de ambiente.

  3. - Controle das desinfecções concorrentes.

  4. - Controle das desinfecções terminais.

3.2. Controle de pessoal

A maioria dos autores consideram o elemento humano, servidores do hospital, visitantes e em particular o paciente, como sendo a maior fonte de infecção hospitalar. É também sabido, no que se refere aos servidores, que, independente da escala hierárquica, aqueles que estão em contato direto com o paciente são fontes de infecção hospitalar.

A atenção da C.C.I.H. deve estar voltada para os três aspectos de pessoal e programar suas ações no sentido de proteger esta mesma população, bem como prevenir e comb ter os agentes infecciosos.

Cada hospital através de sua C.C.I.H. deve estabelecer as prioridades e a freqüência dos exames que julgar necessários ao controle sanitário de seu pessoal, levando em consideração as fontes de infecção e tipos de agentes identificados e as possibilidades de recursos materiais e humanos do Serviço de Análises Clínicas.

Entre outras atividades no controle de pessoal a Comissão deverá executar:

Em relação ao paciente:

  1. - Controle permanente de qualquer caso suspeito ou confirmado através da investigação epidemiológica.

  2. - Educação para a Saúde dos pacientes internados e de ambulatório; supervisão e controle do comportamento esperado.

  3. - Isolamento de todos os pacientes com suspeita ou infecção instalada.

  4. - Supervisão e controle da realização dos exames indicados na admissão estabelecidos pela Comissão: cultura de secreção de rino e orofaringe, de lesões cutâneas, e exame de fazes.

  5. - Supervisão do preparo do campo operatório em pacientes cirúrgicos.

Em relação aos visitantes:

  1. - Programas de Educação para a Saúde.

  2. - Controle dos horários e número de visitas por paciente.

  3. - Limitação de idade para visitantes.

  4. - Orientação sobre a transmissão de infecções e infecção cruzada.

Em relação aos servidores:

  1. - Programas permanentes de profilaxia, controle de infecções hospitalares.

  2. - Programas de Educação para a Saúde.

  3. - Treinamento de todos os servidores na prática de técnicas assépticas desde o Servente de limpeza até o Administrador no sentido de proteger, prevenir e controlar as infecções.

  4. - Controle dos exames periódicos estabelecidos pela comissão no ato da admissão dos servidores.

  5. - Controle periódico da saúde dos servidores e pesquisa bacteriológica de material de naso-faringe, pele, fezes, mãos, de acordo com a necessidade sentida.

  6. - Elaboração, supervisão e atualização de rotinas referentes às técnicas de assepsia: degermação, desinfecção, sanificação, desinfestação, higiene, limpeza, esterilização, escovação das mãos, uso de aventais. máscaras, pró-pés, manipulação de medicamentos, eliminação do material de curativos, de dejetos, de secreções do paciente e do lixo em geral.

  7. • transporte, separação e lavagem da roupa, cobertores e colchões, sujos e/ou contaminados;

  8. • objetos utilizados nos cuidados higiênicos dos pacientes;

  9. • limpeza e desinfecção de pratos, copos e talheres, de uso comum dos pacientes;

  10. • limpeza, desinfecção e esterilização de todo o equipamento e material hospitalar, como por exemplo: máscaras, nebulizadores, cânulas de traqueotomia, bolsas de água quente e gelo, aspiradores, frascos de drenagem, respiradores artificiais, seringas, agulhas, material cirúrgico, aparelhos de anestesia, catéteres e sondas;

  11. • empacotamento de material e instrumental a ser esterilizado;

  12. • controle periódico do funcionamento dos aparelhos de esterilização e câmaras frigorificas;

  13. • lavagem e preparo de alimentos crus, frutas e demais gêneros alimenticios;

  14. • destino das sobras de alimentos.

3.3. Controle dos produtos químicos

ZANON e colaboradores afirmam que "na maioria dos hospitais brasileiros, desinfetantes e antissépticos são escolhidos em função do preço, de avaliações bacteriológicas inadequadas como exposição de placas de meio de cultura ou de preferências individuais subjetivas, pois as empresas não declaram a composição quantitativa de seus produtos".

Embora se saiba que as soluções desinfetantes e antissépticas podem sofrer contaminação, acarretando infecções graves e, até mesmo fatais, e/ou ainda apresentarem-se com atividade antimicrobiana não satisfatória ou mesmo nula, não é dada a devida atenção a esse problema.

Cabe, portanto, à C.C.I.H.:

  1. - a Seleção dos produtos químicos - germicidas, desinfetantes, antissépticos, agentes de limpeza;

  2. - o controle da sua aquisição e emprego;

  3. - o teste bacteriológico periódico;

  4. - a elaboração de normas e rotinas quanto ao uso dos mesmos.

3.4 Elaboração de Normas e rotinas

- Normas:

As normas estabelecem em princípios científicos e de autoridade o que e como deve ser feita em determinada situação.

Vários aspectos importantes devem ser considerados, como:

  1. - Normas da organização da C.C.I.H.

  2. - Normas referentes ao Pessoal.

  3. - Normas referentes ao orçamento.

  4. - Normas referentes ao relacionamento interno e externo de comissão.

  5. - Normas técnicas relacionadas às características e classificação das infecções.

ZANON e colaboradores em trabalho elaborado para o I Encontro Nacional de Diretores dos Hospitais Próprios do INPS e IPASE, apresentam em apêndice um resumo de normas técnicas aprovadas pelo CDC - Center for Disease Control, do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, consagradas e aceitas internacionalmente. (Anexo)

- Rotinas:

As rotinas consistem na descrição sistematizada dos passos a serem dados para a execução das ações componentes de uma atividade. São o produto do estudo e vivência adquiridas nas rotinas diárias, no trabalho de planejamento, na orientação e no treinamento do pessoal.

A C.C.I.H. é responsável pela elaboração de rotinas administrativas, relacionadas ao material, equipamento, produtos químicos e procedimentos.

3.5. Investigação epidemiológica

A vigilância epidemiológica possibilita a tomada de decisões corretas em tempo oportuno.

A C.C.I.H. atuará através de:

  1. - levantamento e análise de um conjunto de indicadores:

  2. • taxa de incidência e de prevalência de infecções hospitalares;

  3. • taxa de infecção em cirurgias não contaminadas;

  4. • taxa de infecção em cirurgias potencialmente contaminadas;

  5. • taxa de letalidade por infecções hospitalares;

  6. • taxa de infecção por microrganismo específico;

  7. • coeficientes de sensibilidade aos antimicrobianos;

  8. • indice de consumo de antimicrobianos;

  9. - notificação compulsória pelos médicos, dos casos de infecção mediante preenchimento de Ficha de Notificação de Infecções, constante de todos os prontuários;

  10. - identificação, pelos enfermeiros, dos prontuários de pacientes em uso de aritimicrobianos, com ou sem infecção;

  11. - encaminhamento, após alta, dos prontuários dos pacientes (íom infecção, à C.C.I.H. para estiicio;

  12. - pesquisas periódicas de prevalencia de infecção;

  13. - levantamentos bacteriológicos da freqüência e dos coeficientes de sensibilidade de microrganismos isolados em pacientes, visitantes e funcionários;

  14. - levantamento e controle do consumo de antimicrobianos.

Este conjunto de ações de investigagação epidemiológica dá à C.C.I.H. maior possibilidade de controle das infecções, e conseqüentemente de eliminar as causas.

3.6. Reuniões periódicas

Periodicamente a C.C.I.H. deve reunir-se para analisar e avaliar programas, número, natureza e quantidade de infecções e programar novas ações. Para que os objetivos da C.C.I.H., sejam atingidos, é imprescindível a participação nestas reuniões de representantes médicos, enfermeiros, chefes de serviço, principalamente quando novas medidas deverão ser implantadas.

4. Areas críticas do hospital

A C.C.I.H. deve preocupar-se com todas as áreas, considerando o Hospital com uma unidade. Algumas áreas, porém, pela finalidade a que se destinam, merecem atenção especial, tais como:

  1. - bercário;

  2. - centro cirúrgico;

  3. - centro obstétrico;

  4. - centro de recuperação pós-anestésica;

  5. - unidade de terapia intensiva;

  6. - centro de material e esterilização;

  7. - pediatria;

  8. - isolamento;

  9. - serviço de nutrição e dietética;

  10. - lavanderia.

5. O Administrador na C.C.I.H.

O Administrador do hospital, responsável pela segurança dos pacientes conscientizado da gravidade do problema da infecção hospitalar, deve, não somente incentivar a criação da C.C.I.H., como também, tomar parte da mesma.

Entre as suas atividades como membro da comissão, destacam-se:

  1. - manter um serviço de vigilância sanitária para o pessoal;

  2. - oferecer condições para identificação dos agentes etiológicos pelos Serviços de Análises Clínicas;

  3. - estimular os serviços médicos, de enfermagem, Nutrição e Dietética, Lavanderia, Limpeza e Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento a tomarem parte na elaboração de normas e rotinas referentes à prevenção e controle das infecções;

  4. - estabelecer critérios exigentes para a indicação dos responsáveis pelos Serviços de Limpeza e Lavanderia, para através da qualificação destes, reduzir a freqüência das infecções:

  5. - permitir a compra de antissépticos e desinfectantes que atendam os critérios estabelecidos pela Comissão;

  6. - tomar compulsória, a notificação das infecções à C.C.I.H. pelos profissionais da equipe de saúde;

  7. - dar condições materiais e humanas para que a comissão possa desenvolver seus trabalhos;

  8. - assessorar nas construções e reformas do Hospital para facilitar a implantação das medidas de redução de infecções.

6. A chefia de Enfermagem na C.C.I.H.

A Enfermagem representa papel importante no controle de infecções porque mantém maior contato com os pacientes. Assim, a Enfermagem através de sua chefia, poderá prestar valiosa colaboração à C.C.I.H. assumindo responsabilidades como as que seguem:

  1. - cooperação consciente na elaboração das normas, rotinas e técnicas adotadas pela Comissão;

  2. - orientação e supervisão do pessoal na execução das normas e rotinas elaboradas pela comissão;

  3. - eleboração das normas e rotinas referentes às técnicas de Enfermagem;

  4. - realização de trabalhos de investigação para certificar-se da observância das normas e rotinas;

  5. - programação e realização de cursos de atualização no que concerne à prevenção e a controle de infecções;

  6. - assessoria nas construções e reformas do Hospital para possibilitar a implantação das medidas de prevenção e controle das infecções;

  7. - ampliação dos conhecimentos sobre antissépticos e desinfetantes;

  8. - conscientização dos pacientes, visitantes e servidores sobre os perigos das infecções hospitalares e a importância de sua participação na prevenção das mesmas.

III - CONCLUSÕES

Acreditamos que:

  1. - o problema das infecções hospitalares se reveste, na nossa realidade, de uma importância transcendental;

  2. - as Instituições de Saúde, desde que adequadamente concientizadas, usufruirão de vantagens sócio-econômicas e políticas na implantação de uma C.C.I.H.;

  3. - a existência de uma C.C.I.H. proporciona a elevação da qualidade da assistência aos pacientes nos níveis de promoção, proteção, recuperação e reabilitação);

  4. - economicamente, a existência de uma C.C.LH. elevará a produtividade em função da diminuição da média de permanência e da maior rotatividade e ocupação dos leitos;

  5. - independente do número de leitos e de profissionais lotados em cada Instituição de Saúde, é viável a implantação e funcionamento de uma C.C.LH., desde que sejam feitas adaptações de acordo com a realidade;

  6. - as condições para o ensino, na área da saúde serão diretamente proporcionais ao nível de atuação da C.C.LH.

IV - RECOMENDAÇÕES

1. Considerando as vantagens que oferece a redução das infecções hospitalares, entre outras diminuição do risco de mortalidade e morbidade, do custo do tratamento e da média de permanência dos pacientes o que resulta na maior rotatividade dos leitos, recomenda-se:

1.1. Aos órgãos deliberativos das Instituições de Saúde que:

  1. - Criem Comissões de Controle de Infecção Hospitalar, a curto e médio prazo levando em consideração os problemas específicos de infecção de cada Unidade Hospitalar;

  2. - Promovam cursos para Administradores, sobre infecção hospitalar, conscientizando-os do problema;

  3. - Forneçam os subsídios necessários a manutenção do funcionamento das C.C.I.H. em nível adequado.

1.2. Aos administradores dos Hospitais que:

  1. - mantenham-se atualizados sobre o problema das infecções hospitalares ;

  2. - participem das C.C.LH. dos seus hospitais;

  3. - apoiem e estimulem os membros da comissão;

  4. - liberem elementos participantes da Comissão, para suas atividades, de acordo com o volume de seus trabalhos;

  5. - Providenciem recursos materiais e financeiros para garantir o funcionamento da Comissão;

  6. - colaborem na educação e orientação formal e informal, permanente e obrigatória, de todos os servidores do hospital através de programas de atualização e/ou de treinamento.

2. Considerando a importância da existência de normas e rotinas que determinem a atuação do pessoal de Enfermagem na execução de procedimentos técnicos; a necessidade da orientação e supervisão na execução das mesmas, recomenda-se:

Aos chefes de Serviços de Enfermagem que:

  1. - tomem parte ativa na Comissão designando um enfermeiro em horário integral;

  2. - colaborem na elaboração de normas e rotinas especificas de Enfermagem;

  3. - supervisionem e orientem a execução fiel das mesmas;

  4. - Colaborem na atualização e treinamento do pessoal de Enfermagem.

3. Considerando que os servidores da Instituição de Saúde constituem a massa crítica diretamente responsável pela execução de atividades visando diminuir os riscos de infecção hospitalar, recomenda-se:

A todos os servidores do Hospital que:

  1. - mantenham-se atualizados sobre o problema das infecções hospitalares;

  2. - participem dos cursos de atualização e/ou treinamento oferecidos;

  3. - cumpram rigorosamente as normas estabelecidas pela comissão;

  4. - sigam rigorosamente as rotinas estabelecidas pela comissão.

4. Considerando que as Instituições de saúde se caracterizam como "campo" de elevada importância na formação de futuros profissionais da área da saúde e que a presença de acadêmicos deverá contribuir para manutenção no controle das infecções hospitalares recomenda-se:

As Instituições de Ensino que:

  1. - instruam seus professores e alunos acerca das normas e rotinas estabelecidas pela comissão;

  2. - providenciem para que as mesmas sejam rigorosamente cumpridas pelos corpo docente e discente.

CRITÉRIOS PARA IDENTIICAÇAO DE INFECÇÕES HOSPITALARES

I - INFECÇÃO NAO INSTITUCIONAL, não hospitalar ou comunitária, define-se como a Infecção constatada no ato da admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital.

II - INFECÇÃO INSTITUCIONAL, hospitalar ou nosocominal, define-se como. qualquer infecção que não tenha sido diagnosticada no ato da admissão do paciente e que tenha se manifestado durante a internação ou mesmo depois da alta quando puder ser correlacionada com a hospitalização.

III - CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO INSTITUCIONAL

1. Normas gerais

  1. 1.1. Quando, depois de internado com infecção comunitária, o paciente apresentar sinais e sintomas clínicos de uma infecção em local diferente, ainda quando se tratar do mesmo germe, o, caso deverá. ser classificado como infecção hospitalar.

  2. 1.2. Quando, no mesmo local da infecção diagnosticada no ingresso do paciente no hospital, for isolado um geme diferente, o caso deverá ser considerado como infecção hospitalar.

2. Infecção urinária

  1. 2.1. Assintomática: confirma-se o diagnóstico com a presença de 100.00 micro-organismos por mililitro de urina, recente, na ausência de qualquer sintoma clinico. Caso o paciente tenha tido admitido com bacteriúria e a cultura posterior revelar a existência de um micro-organismo diferente em número significativo, será considerada infecção urinária institucional.

  2. 2.2. Sintomática: confirma-se quando forem registrados pelo menos um dos seguintes elementos: a) 10.00 germes por mililitro de urina recente; b) presença de germes em esfregaço. de urina. recente não centrifugada corada pelo Gram; c) pruria, revelando número superior a 10 piócitos por campo.

3. Infecções respiratória

  1. 3.1. Do trato respiratório superior: manifestações clínicas do nariz, garganta ou ouvido, boladas ou combinadas.

  2. 3.2. Do. trato respiratório inferior: sinais é, sintomas clínicos, como tosse, dor pleural, febre e outras secreções, são consideradas suficientes para o diagnóstico, mesmo na ausência de exames radiológicos ou cultura, de escarro. A existência de escarro purulento, com ou sem Isolamento de micro-organismo patogênico com exame radiológico compatível, configura caso de infecção institucional.

4. Gastroenterites institucionais: nos casos em que o período de incubação for conhecido (salmonelose, por exemplo) somente serão considerados casos de infecção institucional aqueles em que o tempo de internação for superior ao tempo de incubação da doença.

5. Infecções cutâneas institucionais

  1. 5.1. Infecções em queimados: o simples isolamento de micro-organismos patogênicos é insuficiente para o diagnóstico, tornando-se Indispensável a existência de secreção purulenta na lesão bem como sinais de bacteriemla, para caracterizar a infecção.

  2. 5 .2. Infecções cirúrgicas: qualquer ferida cirúrgica que drene material purulento, com ou sem cultura positiva, deve ser considerada como uma infecção institucional, independente de cogitação quanto à origem dos micro-organismos, se endógenos ou exógenos.

  3. 5.3. Outras infecções cutâneas: dermatites, úlceras de decúbito, quando desenvolvidas depois da admissão do paciente, serão classificadas como infecções institucionais. Em pacientes admitidos com infecções cutâneas ou subcutâneas, o isolamento de um micro-organismo diferente deverá constituir elemento para classificar o caso como infecção institucional.

6. Outras infecções hospitalares

  1. 6.1. Bacteriemias: ocorrendo depois da admissão do paciente, documentadas com cultura, devem ser classificadas como infecção hospitalar.

  2. 6.2. Infecções por cateter intravenoso ou agulha: drenagem purulenta depois de manipulação e emprego de cateter intravenoso ou punção, deve ser considerada infecção hospitalar, mesmo na ausência de cultura positiva.

  3. 6.3. Endometrites: ocorrendo durante a internação, devem ser consideradas institucionais, caracterizando-se por supuração cervical acompanhada de cultura positiva de germe patogênico ou de manifestação sistêmica de infecção.

  4. 6.4. Infecções intra-abdominais: apendicites, colecistites e diverti-ticulites não devem ser consideradas infecções institucionais.

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Quais são as funções da CCIH?

À CCIH compete:.
Elaborar, implementar e monitorar o Programa de Controle de Infecção Hospitalar;.
Implantar um Sistema de Vigilância Epidemiológica para monitoramento das infecções relacionadas à assistência à saúde;.

Qual é a função do técnico de enfermagem no CCIH?

O estudo sobre o papel do enfermeiro na CCIH é de extrema importância, pois é ele o responsável pelo atendimento de maior contato com o paciente na unidade de saúde. Isso o torna responsável pela utilização de técnicas e rotinas que tanto previnem como minimizam o potencial de infecção dentro das unidades.

São critérios definidores das infecções hospitalares exceto?

São critérios definidores das infecções hospitalares, exceto: a) Qualquer infecção adquirida após a internação do paciente. b) Infecção que se manifesta durante a internação do paciente. c) Qualquer infecção adquirida 24 horas antes da internação do paciente.

Quais são as medidas de controle de infecção hospitalar?

A forma mais simples e efetiva de evitar a transmissão de infecções em ambiente hospitalar é a higienização de mãos. Pode ser por meio da lavagem com água e sabão ou por meio de fricção com álcool 70%. Essa recomendação vale tanto para profissionais de saúde quanto para visitantes e também pacientes.