Questão 1
A ocupação do território colonial português ocorreu a partir de algumas localidades do litoral rumo ao interior do continente. Indique qual das alternativas é incorreta em relação a este processo histórico.
- A partir do litoral nordestino, seguindo o curso do rio São Francisco.
- A partir do litoral paulista, alcançado a região de Minas Gerais e do atual Centro-Oeste brasileiro.
- A partir do litoral paulista, alcançando a atual Região Sul do Brasil.
- A partir do litoral nordestino, alcançando a atual Região Sul do Brasil.
Questão 2
(UEL-PR) No Brasil colônia, a pecuária teve um papel decisivo na:
- ocupação das áreas litorâneas.
- expulsão dos assalariados do campo.
- formação e exploração dos minifúndios
- fixação do escravo na agricultura
- expansão para o interior.
Questão 3
(Cesgranrio- RJ) A ocupação do território brasileiro, restrita, no século XVI, ao litoral e associada à lavoura de produtos tropicais, estendeu-se ao interior durante os séculos XVII e XVIII, ligada à exploração de novas atividades econômicas e aos interesses políticos de Portugal em definir as fronteiras da colônia. As afirmações abaixo relacionam as regiões ocupadas a partir do século XVII e suas atividades dominantes.
- No vale amazônico, o extrativismo vegetal – as drogas do sertão – e a captura de índios atraíram os colonizadores.
- A ocupação do Pampa gaúcho não teve nenhum interesse econômico, estando ligada aos conflitos luso-espanhóis na Europa.
- O planalto central, nas áreas correspondentes aos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, foi um dos principais alvos do bandeirismo, e sua ocupação está ligada à mineração.
- A zona missionária no Sul do Brasil representava um obstáculo tanto aos colonos, interessados na escravização dos indígenas, quanto a Portugal, dificultando a demarcação das fronteiras.
- O Sertão nordestino, primeira área interior ocupada no processo de colonização, foi um prolongamento da lavoura canavieira, fornecendo novas terras e mão de obra para a expansão da lavoura.
As afirmações corretas são:
- somente 1, 2 e 4.
- somente 1, 2 e 5.
- somente 1, 3 e 4.
- somente 2, 3 e 4.
- somente 2, 3 e 5.
Questão 4
Durante o período Imperial houve uma onda de ocupação do interior do Brasil em função de uma nova atividade econômica, que iria se tornar a principal fonte de riquezas do país no final do século XIX. A partir desta afirmação, responda o seguinte:
- Quais foram as regiões ocupadas?
- Qual a atividade econômica que motivou esta ocupação?
Questão 1
Letra d. A ocupação originada no litoral do Nordeste não chegou a alcançar a região Sul do Brasil, limitando-se à região da caatinga e ao litoral norte da região.
Questão 2
letra e. A pecuária foi inicialmente a primeira atividade econômica que proporcionou o desbravamento do interior do Brasil.
Questão 3
letra c. A afirmação 2 está incorreta, pois havia interesse econômico em relação à pecuária na ocupação do Pampa gaúcho. E a 5 está incorreta pelo fato de a ocupação do sertão nordestino não ser decorrente da lavoura canavieira, mas também da pecuária.
Questão 4
letra a: Inicialmente, a ocupação ocorreu no Vale do Paraíba, numa área situada entre as províncias de Rio de Janeiro e São Paulo. Posteriormente, irradiou-se no sentido oeste na província de São Paulo, atingindo a região de Campinas e alcançando Ribeirão Preto, o sul de Minas Gerais e o estado do Paraná.
letra b: A atividade econômica que motivou a expansão foi a lavoura cafeeira, que cresceu durante o século XX, tornando-se por muitas décadas a principal fonte de riqueza do Brasil.
No decorrer do processo de colonização do Brasil, observamos que a economia baseada no latifúndio, na monocultura, na exportação e na mão-de-obra escrava foi predominante durante todo esse período. O mais claro exemplo onde contemplamos esse tipo de experiência econômica está presente na economia açucareira desenvolvida desde o século XVI.
De certa forma, esse modelo de desenvolvimento econômico impediu a diversificação da economia brasileira. O Brasil conviveu historicamente com a formação de pequenas elites agro-exporatodoras responsáveis por subjugar todo espaço de exploração econômica do país a um modelo visivelmente limitador. Conforme alguns historiadores, esse seria o principal “sentido da colonização” brasileira.
No entanto, o interesse exploratório da metrópole lusitana e a demanda interna dos colonos possibilitaram o aparecimento de outras atividades econômicas. Também conhecidas como atividades complementares ou secundárias, tais modalidades de empresa foram responsáveis pela dinamização econômica e a ampliação dos territórios coloniais.
As primeiras atividades complementares implementadas na colônia foram o cultivo da mandioca e atividades pecuaristas. A mandioca era um item alimentar primordial entre os colonos, principalmente os escravos. Sua importância era tamanha que a Coroa Portuguesa chegou a exigir que parte das terras dos senhores de engenho fosse destinada a esse tipo de cultura. Muitos deles não aceitavam perder recursos e mão-de-obra nesse tipo de atividade, tendo em vista os melhores lucros obtidos na exploração açucareira.
A pecuária típica nas regiões nordeste e sul trouxeram o surgimento de outras classes sociais e a ampliação dos territórios coloniais. No nordeste, o gado era criado em regiões fora das áreas de plantação açucareira. Criado de forma livre, o gado avançou em regiões do Maranhão, Ceará e ao longo do Rio São Francisco. No sul, as pradarias gaúchas também propiciaram o desenvolvimento da atividade pecuarista, que atingiu seu auge com o comércio do charque destinado às regiões mineradoras.
Além de abastecer as populações coloniais, a pecuária também representou um peculiar instrumento de mobilidade social. Ao contar com brancos não-proprietários de terras, mestiços e mulatos a pecuária remunerava-os com parte dos restos das tropas de gado. De tal maneira podiam usufruir de uma melhor condição financeira.
Na região do Recôncavo Baiano, o fumo era plantado por pequenos lavradores que comercializavam a produção obtida com a metrópole portuguesa. Tal atividade era de suma importância na realização do escambo entre as tribos africanas que aprisionavam os escravos a serem comercializados no Brasil. A produção de aguardente e rapadura foram outras duas atividades que também se desenvolveram com esse mesmo intuito.
O algodão, que era primordial para a confecção da vestimenta dos escravos, também passou a entrar na pauta de exportações da economia colonial. O advento das primeiras manufaturas e a posterior consolidação da indústria têxtil européia foi responsável pela inserção do algodão entre as atividades de interesse da metrópole.
Por fim, a extração das drogas do sertão foi outro importante ramo da economia colonial. Ervas aromáticas, plantas medicinais, cacau, canela, baunilha, cravo, castanha e guaraná eram buscados pelos bandeirantes que circulavam as regiões do interior do Brasil e a região amazônica. Tais artigos eram consumidos no mercado europeu para o uso alimentício e medicinal.
Ao mesmo tempo em que essas atividades possibilitaram o alargamento das fronteiras coloniais, principalmente com a União Ibérica (1580 – 1640) e a invalidação do Tratado de Tordesilhas, demonstraram como a economia e a sociedade colonial não sobreviveram somente à custa do controle e das determinações do pacto colonial.
Por Rainer Sousa
Mestre em História