A hematose é um mecanismo de trocas gasosas que ocorre nos alvéolos pulmonares. Esse processo é fundamental para garantir o transporte de oxigênio pelo corpo e a remoção do gás carbônico. O gás oxigênio é utilizado pelas nossas células para a realização da respiração celular, processo no qual a célula consegue produzir energia.
→ O que são os alvéolos pulmonares?
Os alvéolos pulmonares são estruturas em formato de pequenos sacos que estão localizadas no final dos bronquíolos. Os alvéolos são responsáveis por deixar o pulmão com uma aparência esponjosa e por aumentar a superfície de contato desse órgão.
Cada alvéolo apresenta uma parede epitelial fina e, ao seu redor, está presente uma grande quantidade de capilares sanguíneos. Essa organização do alvéolo é fundamental para garantir que ocorra a difusão dos gases no momento da hematose.
→ Como ocorre a hematose?
A hematose é um processo de trocas gasosas que ocorre nos alvéolos
A hematose acontece quando o oxigênio proveniente da respiração pulmonar chega aos alvéolos pulmonares. Nesse local, o oxigênio difunde-se para o sangue presente nos capilares à sua volta e o gás carbônico presente no sangue dos capilares difunde-se para o interior dos alvéolos (trocas gasosas).
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O oxigênio que passa para o sangue entra nas hemácias e liga-se à hemoglobina, proteína que, entre outras funções, está relacionada com a cor vermelha do sangue. Ao se ligar à hemoglobina, forma-se a oxi-hemoglobina, que garante o transporte de oxigênio para as células. O sangue, agora oxigenado (sangue arterial), segue em direção ao coração, onde será impulsionado para o corpo.
Nos nossos tecidos, o oxigênio é utilizado pelas células, transformando-se, na maioria das vezes, em gás carbônico. Esse gás entra para os capilares e pode combinar-se com a hemoglobina, formando carboemoglobina. Ele pode também entrar na hemácia, reagir com a água e transformar-se em ácido carbônico, que dá origem a íons H+ e bicarbonato, que posteriormente vão para o plasma, garantindo a manutenção da acidez do sangue. O sangue rico em gás carbônico é levado novamente para o coração, que o impulsiona para os pulmões. Nesse local, ocorre novamente o processo de hematose, transformando o sangue rico em gás carbônico (sangue venoso) em sangue rico em oxigênio.
Por Ma. Vanessa dos Santos
O oxigênio se dissolve no plasma, mas como é pouco solúvel, é transportada no sangue ligado à hemoglobina. Cada molécula de hemoglobina possui quatro sítios de ligação para o O2 e a ocupação total ou parcial desses sítios depende da concentração de O2 sanguínea.
O sangue que deixa os pulmões possui 95% das hemoglobinas ligadas ao O2. Esse sangue difunde-se pelos tecidos onde o O2 se
desprende da hemoglobina e passa para os tecidos.
– Resumidamente, nos tecidos o O2 participa da liberação de energia de substratos metabólicos.
– C6H12O6 (glicose) + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + ENERGIA
O papel da hemoglobina
As hemoglobinas também participam da retirada de CO2 formado no metabolismo da célula.
A concentração de CO2 é mais alta dentro das células do que na corrente sanguínea devido a constante produção metabólica. Os valores
aproximados de CO2 no sangue são:
- 10% permanecem em solução física, 30% unem-se a hemoglobina e 60% reage com água formando bicarbonato e hidrogênio.
- O hidrogênio livre liga-se a molécula de hemoglobina:
– Obs.: A hemoglobina é o principal sistema tampão sanguíneo.
- Sempre que a hemoglobina libera um oxigênio ela liga-se a um hidrogênio e vice-versa, mantendo assim o pH constante.
A importância da oxigenioterapia
A oferta de oxigênio deve ser realizada da forma mais confortável possível ao paciente, podendo-se usar cateteres sub-nasais, máscaras faciais com e sem reservatório, caixa de Hood, campânulas ou CPAP nasal.
Deve ser iniciada prontamente em todo paciente grave. Esta medida simples pode evitar a deterioração clínica e a parada cardiorrespiratória em um grande número de bebês.
Entenda algumas possíveis sequelas
O
atraso no início do uso da oxigenoterapia pode determinar sequelas importantes e até a morte devido ao fato da hipoxemia grave levar a lesões teciduais. A oxigenoterapia visa manter uma PaO2 acima de 60 mmHg ou uma saturação próxima de 90-95%.
Todavia, em algumas situações especiais (cardiopatias cianóticas, SARA em ventilação mecânica, etc.), podem-se tolerar níveis de oxigenação arterial menores. Deve-se avaliar a possibilidade de cardiopatias canais dependentes, pois o oxigênio
auxilia no fechamento do canal arterial podendo levar a deterioração do quadro cardíaco e respiratórios destes bebês.
Formas de administração da oxigenioterapia
cateter sub-nasal ou bigodinho (fluxo de até 3 l/min, FiO2= 0,25 a 0,30), caixa de Hood (FiO2 de até 0,9, o fluxo varia conforme o tamanho da caixa), na incubadora (fluxo de 3 a 5 l/min, FiO2= 0,4 a 0,6), ambu com reservatório (fluxo de 5 l/min, FiO2= 1).
Calculo da
FiO2 = [(litros de O2) + (litros de ar comprimido x 0,21)]
Total de litros de Ar e O2
Complicações da oxigenioterapia: retinopatia da prematuridade (em RNPT abaixo de 36 semanas de IG), displasia broncopulmonar (relacionada a FiO2 acima de 0,6).
SatO2 ideal em RNPT: 85 a 92%.
SatO2 ideal em RN de termo e pós-termo: 88 a 95%.
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