Como não ter medo de uma pessoa

Qualquer situação considerada uma ameaça, seja ela física, psicológica, entre outras, despertam nas pessoas o sentimento de medo. No entanto, é preciso que não deixemos que esse sentimento nos domine. Deste modo, é muito comum nos questionarmos como vencer o medo? 

É importante entender que o medo é uma emoção normal e continuará existindo, pois, é ele que faz a pessoa evitar se expor a grandes riscos. Porém, em algumas circunstâncias é possível trabalhar esses medos, para que ele não te impeça de experimentar novas experiências e superar desafios.

Sendo assim, abaixo iremos entender melhor sobre esse sentimento que muitas vezes pode se tornar um problema na vida de algumas pessoas.

No dicionário, medo significa um estado emocional que surge em resposta à consciência perante uma situação de perigo. Esse sentimento é natural e necessário para a sobrevivência humana. 

Além disso, ele pode ser interpretado também como um estado alerta para algo ruim que possa vir a acontecer. Uma pessoa sem medo pode se expor a situações de extremo perigo, podendo causar consequências trágicas para a própria vida.

O medo não se trata de um sinal de fraqueza, mas sim, de uma reação natural com a qual uma pessoa precisa conviver e isso é fundamental. 

É possível dizer que existem níveis dessa emoção que podem ser sentidos desde mais leve, como por exemplo levar um susto, até o mais grave, que chegam a paralisar a pessoa, como por exemplo o que é sentido por pessoas que têm medo de altura ou de andar de avião.

Portanto, o medo pode ser interpretado como uma trava, que ajuda o ser humano a pensar antes que ele tome qualquer atitude nos riscos e nas consequências que podem existir. Mas, às vezes, o medo pode te impedir de topar novos desafios ou viver novas experiências. 

Qual a diferença entre medo e fobia?

Como já mencionamos acima, o medo se trata de uma emoção natural, que está presente na vida do ser humano e poder se manifestar através de diversas situações. O medo também é considerado um mecanismo de defesa que bloqueia o ser humano de colocar sua própria vida em risco.

Já a fobia, se trata de um medo extremo de algo ou de uma situação, despertando em uma pessoa o sentimento de pânico, ansiedade, terror e até mesmo perturbação. 

A fobia não possui causas específicas, mas, de acordo com estudos, algumas delas estão relacionadas a fatores genéticos ou experiências vividas que possam ter sido traumáticas. Dentre todas as fobias, as mais comuns são:

• Aracnofobia (medo de aranhas)
• Acrofobia ( medo de altura)
• Claustrofobia (medo de lugares fechados)
• Zoofobia (medo de animais)
• Coulrofobia (medo de palhaço)
• Tripofobia (medo de buracos, imagens de buracos ou padrões irregulares)
• Agorafobia (medo de lugares abertos e multidões)
• Fobia social ou transtorno de ansiedade social (medo de interagir com pessoas desconhecidas)
• Astrofobia ou brontofobia (medo de relâmpagos e trovões)

É recomendado que a pessoa procure ajuda de um psicólogo, para tentar entender melhor essa situação tanto de medo como de fobia, assim esse profissional irá ajudar a trabalhar essa questão e possivelmente fazer com que a pessoa enfrente aquilo que lhe causa desconforto.

Sinais que o seu medo pode estar além do normal

Mesmo tendo fácil acesso a qualquer tipo de informação, ainda existem pessoas que permitem que o medo as conduza. É comum que a maioria dessas pessoas não tenham consciência disso, mas também, existem pessoas que possuem essa consciência e negam que esse medo as afetam.

Geralmente, essas pessoas que negam ser afetadas pelo medo, costumam sentir ansiedade com mais frequência e buscam ações apenas para aliviá-las naquele momento, ao invés de tratar diretamente aquilo que desencadeia essa ansiedade.

Abaixo separamos alguns sinais de que seu medo pode estar além do normal.

• Foge dos problemas ao invés de solucioná-los;
• Encontra diversos motivos para não fazer muitas coisas que sente vontade;
• Está insatisfeito com sua própria vida. porém não faz nada para mudar;
• Passa um tempo muito longo se preparando para eventos marcantes ou não;
• Não acredita ser capaz de enfrentar suas inseguranças;
• Evita ao máximo situações ou pessoas que despertam sensações desagradáveis;
• Se preocupa demais com que o outro irá pensar sobre você;
• Procura sempre se manter ocupado, para não ficar pensando em suas angústias.

Por isso, é importante buscar ajuda de um profissional para lidar com esses medos, afinal, a partir do momento que ele passa a interferir de forma significativa em sua vida, é sinal de que algo está errado e precisa ser solucionado.

Como vencer o medo? 

Agora que já entendemos um pouco melhor sobre o medo, é importante reforçarmos que ele é uma emoção natural que continuará existindo, para evitar que as pessoas se coloquem em situações de risco.

Porém, em algumas circunstâncias é totalmente possível trabalhá-lo, de modo que ele passe a não interferir mais em seu dia a dia de forma negativa.

Medo de palhaço, de altura, de locais fechados, de falar em público, entre outros, são possíveis de serem tratados. A seguir, iremos apontar 4 dicas que podem ser seguidas em busca de vencer o medo. Confira!

Entenda seu medo

O primeiro passo é entender o que é esse medo que você está sentindo, afinal, você não pode enfrentar algo que você desconhece.

Por isso, entender a origem desse medo é fundamental para dar início ao processo de “cura”. Neste momento, caso você ainda não tenha ciência dessa origem, pode ser necessário buscar ajuda de um psicólogo.

Pois, pode ser que o motivo pelo qual você desenvolveu esse sentimento, esteja além da sua capacidade de percepção e apenas através da psicoterapia você poderá descobrir.   

Não evite o medo

Evitar encarar esse medo não é a melhor maneira de lidar com ele, embora seja a mais confortável e fácil. O fato de toda vez evitá-lo, fará com que você o deixe cada vez mais presente em sua vida, podendo aumentar cada vez mais sua ansiedade.

Porém, é muito importante que você respeite seus limites e dê um passo de cada vez, afinal, encarar aquilo que te deixa desconfortável e assustado não é algo tão simples de se fazer.

Não vá com muita sede ao pote, se sentir necessidade pare, se distraia, relaxe e então quando se sentir preparado novamente volte para essa tarefa. Mas, é muito importante que você não desista.

Converse sobre o seu medo com amigos

Outra maneira que pode ajudar muito nesse processo para superar seus medos é falar abertamente sobre eles. No início, pode ser algo muito difícil e você pode querer desistir, porém, é nesse momento que você não pode e nem deve desistir.

Se falar perto de pessoas estranhas te causam um desconforto, comece falando com seus amigos de confiança e familiares. O fato de falar sobre esse medo em voz alta é uma forma para que você ouça e passe a pensar sobre e buscar outros caminhos para vencê-lo.

Faça terapia

Embora muitos não saibam, alguns medos e fobias surgem devido às situações que aconteceram no passado e até mesmo na infância. Praticar o autoconhecimento com a ajuda de um profissional capacitado pode abrir portas.

Por isso, procurar por um tratamento com psicólogo, pode trazer a tona esse trauma que te levou a despertar esse medo, além de colocar em evidência os sentimentos, gatilhos que te fazem sentir essa sensação que está interferindo de maneira negativa em sua vida.

Com isso, se você julgar necessário e entender que não será possível realizar essa tarefa sozinho, procure ajuda de um profissional, ele saberá como te orientar e conduzir, para que você possa vencer esse obstáculo. 

Conclusão

O medo é um sentimento normal que nos protege em situações de perigo, mas quando esse medo nos impede de topar novos desafios e ter novas experiências é necessário trabalhar para superá-los. 

A psicoterapia é uma ferramenta poderosa para identificar causas de medos extremos e pode proporcionar um avanço contínuo através do autoconhecimento.

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Referências 

BAUMAN, Z. Medo líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2008., 2008

PONDE, Danit Zeava Falbel. O conceito de medo em Winnicott. Winnicott e-prints,  São Paulo ,  v. 6, n. 2, p. 82-131,   2011.

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