O que diferencia a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) das referências anteriores para a Educação Infantil? Show
Em 1998, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) representou um avanço para a época, porém, era mais como uma orientação dos conteúdos e objetivos de aprendizagem e não fazia a criança e sua identidade o foco principal. Já as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), de 2009, já mostram um avanço na direção de colocar a criança em foco e serviram como fundamentação teórica para a BNCC. Nas DCNEI, a atenção já estava voltada para a criança, e o documento reforça a importância do acesso ao conhecimento cultural e científico, assim como o contato com a natureza, preservando o modo que a criança se situa no mundo. As DCNEI colocam o foco nas interações e na brincadeira como eixos estruturantes do currículo, além de considerar os princípios éticos, políticos e estéticos que deveriam nortear a produção do conhecimento nas escolas infantis. Outro ponto a ser observado é o marco conceitual da relação entre o cuidar e o educar das DCNEI, algo que a Base valida e reforça. O Referencial acabou sendo um marco, em termos de reforçar a importância da Educação Infantil. É necessário ressaltar que todas as idéias e propostas contidas no Referencial são tão-somente sugestões. Não há obrigação de segui-las. As Diretrizes são obrigatórias. O Referencial foi organizado em três volumes, sendo que o primeiro livro, denominado de Introdução, apresenta uma reflexão sobre creches e pré-escolas no Brasil. Na parte “Algumas considerações sobre creches e pré-escolas”, é apresentado um breve histórico sobre as creches e pré-escolas. Reforça-se a idéia da necessidade de integração entre educar/cuidar. Na parte denominada A criança, comenta-se sobre as diferentes concepções de infância. Outra parte é sobre “Educar”, que significa “propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis”. Sobre “As aprendizagens em situações orientadas”, o Referencial apresenta as seguintes condições gerais relativas às aprendizagens infantis: interação; diversidade e individualidade; aprendizagem significativa e conhecimentos prévios; resolução de problemas; proximidade com as práticas sociais reais; educar crianças com necessidades especiais. Na parte “O professor de Educação Infantil”, afirma-se que muitos dos profissionais ainda têm formação adequada, recebem remuneração baixa e trabalham sob condições bastante precárias. A estrutura do Referencial Curricular Nacional foi pensada na intenção de tornar visível esta articulação, relacionando objetivos gerais e específicos, conteúdos e orientações didáticas, conforme apresentamos abaixo. · Organização por idade – 0 a 3 e 4 a 6 anos. · Organização em âmbitos – de caráter instrumental e didático. Formação pessoal e social Identidade e autonomia 0 a 3 anos Auto-estima Escolha Faz-de-conta Interação Imagem Cuidados Segurança Cuidados pessoais Nome Imagem Independência e autonomia Respeito à diversidade Identidade de gênero Interação Jogos e brincadeiras Conhecimentos de mundo Motivo Equilíbrio e coordenação Música Apreciação musical Artes visuais Apreciação em artes visuais Linguagem oral e escrita (4 a 6 anos) Práticas de leitura Práticas de escrita Natureza e sociedade (4 a 6 anos) Os lugares e suas paisagens Objetos e processos de transformação Os seres vivos Os fenômenos da natureza
Grandezas e medidas Espaço e formas · Componentes curriculares – apresentam-se por meio dos objetivos, dos conteúdos e das orientações didáticas. Os objetivos explicitam as intenções educativas e estabelecem capacidades que as crianças poderão desenvolver como conseqüência de ações intencionais do professor; auxiliam na seleção de conteúdos e meios didáticos. Os conteúdos significam que as diferentes aprendizagens se dão por meio de sucessivas reorganizações do conhecimento. Nesses termos, há: · Conteúdos conceituais – conhecimento de conceitos, fatos e princípios; · Conteúdos procedimentais – significa saber fazer; · Conteúdos atitudinais – valores, atitudes e normas. Sobre a seleção de conteúdos, é destacado o fato de eles devem estar ligados ao grau de significado que têm para as crianças e para o professor. O documento também destaca a integração dos conteúdos. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Com relação às orientações didáticas, remete-se ao “como fazer”. Assim, são explicitadas algumas considerações: · Organização do tempo; · Organização do espaço e seleção dos materiais; · Observação, registro e avaliação formativa. No capítulo dos “Objetivos Gerais da Educação Infantil” são apresentadas oito diferentes capacidades que as crianças devem desenvolver a partir da prática da Educação Infantil. São elas: · Desenvolver uma imagem positiva de si (independência e confiança); · Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites (hábitos de cuidado com a saúde e o bem-estar); · Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças (comunicação e interação social); · Estabelecer e ampliar as relações sociais (atitudes de ajuda e colaboração); · Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade (participante ativo do ambiente); · Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades; · Desenvolver e utilizar suas diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita); · Conhecer manifestações culturais demonstrando interesse, respeito e participação, valorizando a diversidade. Em outro capítulo, “A Instituição e o Projeto Educativo” é afirmado que, para a elaboração do projeto educativo de instituições de Educação Infantil, é preciso estar atento a duas dimensões complementares: · Condições externas – são as características socioculturais da comunidade e as necessidades e expectativas da população atendida; · Condições internas – são a estrutura de funcionamento (horário,turmas que atende etc.) e a proposta curricular (um dos elementos do projeto educativo e deve ser realizada coletivamente). Nas “Condições Internas”, há outros aspectos de grande relevância para o desenvolvimento do projeto pedagógico, que são: 1. Ambiente institucional – cooperação e respeito entre profissionais e entre esses e as famílias; 2. Formação do coletivo institucional; 3. Espaço para formação continuada; 4. Espaço físico e recursos materiais; 5. Versatilidade do espaço; Critérios para formação de grupos de crianças: no Referencial, aconselha-se esta relação criança/adulto: è 0 a 12 meses – 6 crianças para 1 adulto (com ajudante); è 1 a 2 anos – 8 crianças para 1 adulto (com ajudante); è 2 a 3 anos – 15 crianças para 1 adulto; è 3 a 6 anos – 25 crianças para 1 adulto. 6. Organização do tempo; 7. Ambientes de cuidados; 8. Parceria com as famílias; · Respeito aos vários tipos de estruturas familiares; · Acolhimento das diferentes culturas, valores e crenças; · Estabelecimento de canais de comunicação; · Inclusão do conhecimento familiar no trabalho educativo; · Acolhimento das famílias e das crianças na instituição; · Substituição de professor (deve ser pensado como projeto educacional); · Acolhimento de famílias com necessidades especiais. São estas as questões fundamentais apresentadas no importante documento do MEC, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, que precisam servir de balizamento mínimo à prática na Educação Infantil no nosso país. Publicado por: Renata Gonçalves O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Monografias. O Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com. Em que consiste o Referencial curricular Nacional para a Educação Infantil publicado em 1998?O Referencial foi concebido de maneira a servir como um guia de reflexão de cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os profissionais que atuam diretamente com crianças de zero a seis anos, respeitando seus estilos pedagógicos e a diversidade cultural brasileira.
O que diz o Referencial curricular Nacional para a Educação Infantil?Como definição, o RCNEI traz o seguinte texto: “A educação infantil é considerada a primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. ” (LDB ...
O que o Referencial curricular Nacional para a Educação Infantil de 1998 dispõe sobre o uso da música em sala de aula?Conforme consta no Referencial Curricular para a Educação Infantil- RCNEI (BRASIL, 1998) a música é uma das formas de expressão dos sentimentos, pensamentos e comunicação, que está presente em nossa cultura em formas de cantigas passadas de geração a geração, na educação estas devem ser cultivadas por proporcionarem a ...
Como o Referencial curricular Nacional de Educação Infantil 1998 p 21 traz a concepção de infância?A criança, como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. (BRASIL, 1998, p. 21).
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