Em que parte da amazônia o problema das secas tem se tornado mais grave e reincidente

Se em 2018 a corrupção deu o tom da campanha eleitoral, tornado as discussões sobre o tema vital para a vitória de Jair Bolsonaro, então no PSL, na eleição de 2022, esta não é a preocupação central dos brasileiros na hora de definir o voto.  Com as graves crises sociais, econômicas e ambientais vividas desde a posse de Bolsonaro, outras questões preocupam o eleitorado, incluindo a preservação da Floresta Amazônica. 

Para 83% dos entrevistados, as propostas para a proteção da Floresta Amazônica devem ser prioridades para os candidatos à Presidência da República, enquanto 14% afirmaram não haver essa necessidade; 3% responderam não saber.

É o que aponta pesquisa do Poder Data, encomendada pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS). Para 4% do público entrevistado, a Amazônia está entre os principais temas do futuro que devem ser debatidos nas eleições de 2022. O número pode parecer pequeno, mas supera a corrupção (3%), que definiu os rumos da disputa eleitoral de quatro anos atrás.  

Em que parte da amazônia o problema das secas tem se tornado mais grave e reincidente

Em que parte da amazônia o problema das secas tem se tornado mais grave e reincidente

A pesquisa quis saber qual seria a influência de propostas para a preservação do bioma, apresentada nas propostas dos candidatos a presidente, na hora do eleitor decidir o voto. De acordo com os resultados, 69% afirmam que isso aumentaria as chances de voto, enquanto 23% afirmaram que não faria diferença. 

Assim, como na avaliação geral do governo Jair Bolsonaro – considerada ruim ou péssima pela maioria da população – o mesmo se dá em suas políticas (ou a falta delas) de proteção da mais importante floresta tropical do mundo. Mais da metade, 51%, de entrevistados avaliaram como ruim e péssima as ações do governo federal para a Amazônia. Para 22% estas são regulares, e 18% a definiram como ótimo e bom.   

No momento em que o Brasil enfrenta grave crise social, com mais de 33 milhões de pessoas em insegurança alimentar e o retorno do país ao mapa da fome, o Poder Data/ICS quis saber como a população relaciona essa questão com a proteção da Amazônia. Para 69%, proteger a floresta impacta positivamente a questão da fome no Brasil. Já 17% disseram não ter impactos. 

Além de ser essencial para a sobrevivência da humanidade por sua regulação do clima, a proteção da Amazônia é essencial para a economia brasileira. As relações comerciais do país com o exterior tem como uma das condicionantes a manutenção da floresta em pé. Durante a gestão Bolsonaro, o país enfrentou ameaças de sanções a compra de commodities agrícolas por conta do aumento da devastação do bioma. 

Portanto, preservar o maior patrimônio natural do país é importante para a economia, levando a uma recuperação que possibilite o combate à fome. Essa é a percepção de 74% dos entrevistados pelo Poder Data/ICS. Na outra mão, 17% dizem que a Amazônia não é importante para o desenvolvimento econômico.  

A desastrosa condução da política ambiental pelo governo Bolsonaro, que resultou no aumento do desmatamento em todos os biomas,  pode ser a causa para colocar a proteção da Amazônia entre as preocupações da população nas eleições de 2022. Foi durante seu mandato que o bioma registrou o aumento das taxas de desmatamento e os maiores índices de queimadas das últimas décadas. 

Em que parte da amazônia o problema das secas tem se tornado mais grave e reincidente
Incêndio florestal em área do Parque Nacional de Mapinguari, em Porto Velho, setembro de 2022. Foto: Douglas Magno/AFP.

Apenas em 2021, de acordo com o Relatório Anual de Desmatamento (RAD0, elaborado pelo Mapbiomas, o bioma perdeu mais de 977 mil hectares de vegetação nativa. O avanço da devastação da Amazônia acontece ao mesmo tempo em que o mundo vive a aceleração dos processos de mudanças climáticas, com secas e enchentes extremas. Tudo isso fez ressuscitar o debate sobre a importância da floresta para o equilíbrio do clima no Brasil e no Planeta.  

Jovens pela floresta

Essa conscientização, como mostra a pesquisa Poder Data/ICS, se dá entre os mais jovens. A faixa etária que aponta a Amazônia como um dos principais temas a serem debatidos nas eleições está entre 16 e 24 anos: 17%. São os jovens que mais tendem a ser impactados com as mudanças do clima num futuro não tão distante. 

A análise ainda aponta que a preocupação com a proteção do bioma se dá entre a fatia da população com renda de cinco salários mínimos ou mais: 11%. Quando se avalia a localização, vê-se que os moradores da região Norte, onde está a maior parte da Amazônia, são os que mais apontam a necessidade de inserir a floresta entre as questões mais importantes no debate eleitoral: 15%. 

Quando se considera a religião dos entrevistados, aqueles que se definem sem religião são os que mais colocam a Amazônia como prioridade: 10%. 

Perguntados sobre a importância da Floresta Amazônica para o futuro do Brasil, 77% responderam ser muito importante; outros 13% disseram mais ou menos importante, seguido por pouco importante (6%), não tem importância (1%) e não sabe (3%). 

Apesar de a maioria considerar a preservação da floresta muito importante, a proporção dos que afirmam não estar muito bem informados sobre os acontecimentos da região é maior do que as de quem alega estar por dentro dos fatos: 58% a 42%. Chama a atenção o fato de a maior quantidade de desinformados estar no Norte: 69%.  

Indagados sobre com qual frequência sabem de notícias relacionadas ao bioma, 43% responderam sempre. Outros 40% falaram de vez em quando, e 11% raramente. A maior parte (28%) diz ter ouvido falar sobre a Amazônia por meio da televisão. Redes sociais (20%) e portais de notícia (19%) surgem logo em seguida. O WhatsApp é citado por 7% do público pesquisado, mesmo percentual do rádio. 

Entre as faixas de idade, a que mais afirma se informar sobre a Amazônia é a entre 45 e 59 anos: 29%. Já os jovens afirmam usar mais os sites e portais de notícia: 19%.     

Em que parte da Amazônia o problema das secas tem se tornado mais grave?

O ponto mais crítico dessa seca se encontra na parte central da Amazônia, mas ele se alastra por toda a área sul da Amazônia e somente mais ao norte que encontramos uma área livre se secas. Esse problema é causado pelas mudanças climáticas que estamos vivendo, além também de ser causado pelo desmatamento.

Quais são os quatro estados que se encontram nas áreas mais afetadas pelas secas deste século na Amazônia?

Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia registraram 8213km² de área desmatada entre agosto de 2018 e julho de 2019. Quatro estados da Amazônia Legal foram responsáveis por 84,13% do desmatamento na região, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Por que a floresta amazônica está correndo risco?

São eles: Desmatamento: desmatamento com solo exposto, desmatamento com vegetação e mineração. Degradação: degradação, cicatriz de incêndio florestal.

Como a destruição da Amazônia pode interferir no clima do planeta?

Isso porque o bioma tem papel decisivo na regulação do clima e na distribuição de chuvas de toda a América do Sul. Além disso, a redução da área de floresta faz com que mais carbono seja emitido para a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.