Hist�ria das Rela��es Internacionais no Mundo Moderno A REVOLU��O FRANCESA, A ERA NAPOLE�NICA E O CONGRESSO DE VIENA Prof. D. Freire e Almeida A Revolu��o FrancesaA revolu��o francesa de 1789 surgiu na esteira do iluminismo franc�s. Em causa estavam o Antigo Regime e a autoridade do clero e da nobreza na Fran�a. A Guerra da independ�ncia nos EUA, que vimos em estudo anterior, tinha servido de exemplo aos ideais de liberdade e igualdade. Ademais, a Fran�a passava por um per�odo de crise econ�mica ap�s anos de prosperidade. A participa��o francesa na guerra da independ�ncia americana e os elevados custos da corte do rei Luis XVI tinham deixado as finan�as do pa�s em mau estado. A convoca��o de cortes pelo rei, com o fim de anunciar o aumento dos impostos para fazer face �quelas dificuldades financeiras, acabaria por desencadear a Revolu��o. A revolu��o d� in�cio � era moderna na Fran�a. Acaba com o feudalismo em Fran�a e proclama os princ�pios de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Libert�, Egalit�, Fraternit�). Acabam tamb�m os privil�gios da nobreza e de castas e come�am a imperar os ideais igualit�rios. A revolu��o francesa marca o fim da Idade Moderna e o in�cio da Contempor�nea. A seu turno, nos EUA, George Washington torna-se o primeiro presidente norte-americano. Tamb�m chamada de "Revolu��o de 1789", � a subleva��o pol�tica iniciada em 1787 que derrubou a monarquia dos Bourbon na Fran�a e representou um divisor de �guas na hist�ria ocidental, marcando o fim da Idade Moderna e o come�o da Idade Contempor�nea. Ainda h� diverg�ncias sobre o que ocasionou a revolta, mas alguns motivos principais podem ser identificados. Em primeiro lugar, diversos grupos da sociedade francesa, e sobretudo a burguesia, opunham-se ao seu sistema de privil�gios e � monarquia do chamado antigo regime. Al�m disso, a Fran�a, na �poca com a maior popula��o da Europa, enfrentava um per�odo de escassez de alimentos, principalmente por causa do rigoroso inverno do ano anterior. Outro fator importante foi o impacto, no imagin�rio da �poca, da independ�ncia norte-americana e da propaga��o das id�ias iluministas. Em prosseguimento, a inquieta��o social e pol�tica e os problemas financeiros levaram Lu�s XVI a convocar os Estados Gerais em 1789, ato que ajudou a desencadear os acontecimentos. Dos Estados Gerais emergiu a Assembl�ia Nacional que, entre outras medidas, aboliu o sistema feudal, nacionalizou as terras da Igreja e dividiu o pa�s em departamentos, a serem governados por assembl�ias eleitas. O medo de uma rea��o da realeza levou a uma grande convuls�o social, � queda da Bastilha, no dia 14 de julho, e � captura do rei pela Guarda Nacional. No dia 26 de agosto, a Assembl�ia Nacional proclamou Os Direitos do Homem e do Cidad�o, com os ideais de igualdade, liberdade, direitos � propriedade e de resistir � opress�o. A Assembl�ia Nacional ainda tentou criar um sistema mon�rquico, em que o rei dividiria o poder com uma assembl�ia eleita. Contudo, ap�s a fracassada fuga do rei para Varennes, em 1791, e a mobiliza��o dos exilados a ele ligados, os revolucion�rios sofreram derrotas militares para a �ustria e Pr�ssia, fato que levou � guerra externa e a uma pol�tica interna mais dura. Em 1792, a monarquia foi abolida, a rep�blica foi criada e a execu��o, na guilhotina, de Lu�s XVI, foi sucedida pelo per�odo do Terror (de setembro de 1793 a julho de 1794), um dos mais sangrentos ha hist�ria francesa. Nesse curto per�odo, mais de 300 mil pessoas foram presas, e outras 17 mil, condenadas � morte, a maioria por guilhotina. A Revolu��o fracassou em produzir uma forma est�vel de governo republicano e diversas fac��es (girondinos, jacobinos, cordeliers, Robespierre) lutaram pelo poder. Depois de diversas tentativas de administra��o, a �ltima, o Diret�rio, foi finalmente derrubada pelo jovem general Napole�o Bonaparte, em 1799. A Revolu��o Francesa de 1789 Cronologia 1789 Mar�o: os camponeses se revoltam nos departamentos de Proven�a, Picardia e Cambresis; 5 de maio: sess�o de abertura dos Estados Gerais, que foram convocados pelo Rei Lu�s XVI, para resolver a crise; 17 de junho: o Terceiro Estado (povo e burguesia), um dos tr�s grupos dos Estados Gerais, se proclama Assembl�ia Nacional; 9 de julho: a Assembl�ia Nacional proclama-se Constituinte; 11 de julho: demitido o ministro das Finan�as, Jacques Necker, um progressista; o descontentamento cresce; 12 de julho: v�rios amotinamentos e inc�ndios; 13 de julho: formada uma mil�cia burguesa; 14 de julho: o povo toma a Bastilha - o s�mbolo do absolutismo franc�s; 20 de julho: inicia o chamado "grande medo", p�nico geral e mais revoltas; 4 de agosto: a Assembl�ia vota a aboli��o parcial de privil�gios feudais; 26 de agosto: vota��o da Declara��o dos Direitos do Homem e do Cidad�o; 5 e 6 de outubro: as mulheres marcham a Versalhes e trazem Lu�s XVI para Paris. 1790 Maio: discutidos os direitos de paz e guerra. O conde de Mirabeau vende seus servi�os ao Rei; 31 de agosto: massacre dos soldados su��os que estavam amotinados em Nancy. 1791 20 a 21 de junho: Rei Lu�s XVI e sua fam�lia fogem de Paris, mas s�o detidos em Varennes; 15 de julho: a Assembl�ia Constituinte desculpa a fuga do Rei; 17 de julho: La Fayette � acusado de atirar contra os grupos que exigiam a deposi��o do Rei, no Campo de Marte; 14 de setembro: Lu�s XVI jura fidelidade � Constitui��o; dezembro: a Fran�a se prepara para enfrentar os ex�rcitos estrangeiros. 1792 23 de janeiro: agita��es contra a falta de caf� e a��car; 15 de mar�o: formado o minist�rio girondino; 24 de abril: Rouget de Lisle comp�e a Marselhesa; 13 de junho: cai o minist�rio girondino; 11 de julho: a Assembl�ia Legislativa (eleita ap�s a dissolu��o da Constituinte) declara: "A p�tria est� em perigo"; 10 de agosto: mais insurrei��es; o povo assalta o pal�cio das Tulherias, massacrando os guardas su��os do Rei; � convocada a Conven��o Nacional - o �rg�o m�ximo; 2 a 6 de setembro: o povo massacra os contra-revolucion�rios que est�o nas pris�es; 20 de setembro: o Estado rompe com a Igreja Cat�lica; fica institu�do o div�rcio; 21 de setembro: aboli��o da monarquia; 11 de dezembro: inicia o processo de acusa��o contra Lu�s XVI. 1793 21 de janeiro: guilhotinamento de Lu�s XVI; 10 de mar�o: institu�do o Tribunal Revolucion�rio, Danton � o ministro da Justi�a; 5 de abril: instalado o Comit� de Salva��o P�blica - um dos bra�os da Conven��o Nacional; 31 de maio a 2 de junho: 27 deputados girondinos s�o presos em Paris, acusados de conspira��o; 10 de julho: reforma do Comit� de Salva��o P�blica; Danton � afastado; 13 de julho: Marat � apunhalado dentro de uma banheira; 17 de julho: aboli��o definitiva, sem indeniza��es, dos privil�gios feudais; 27 de julho: Robespierre assume o Comit� de Salva��o P�blica; 4 e 5 de setembro: o "Terror" entra na ordem-do-dia; 17 de setembro: aprovada lei que permite executar suspeitos; 5 de outubro: entra em vigor o calend�rio republicano; 16 de outubro: execu��o da Rainha Maria Antonieta; 31 de outubro: execu��o dos girondinos. 1794 24 de mar�o: executados os seguidores de Jacques H�bert; 30 de mar�o: guilhotinamento dos dantonistas; 10 de junho: reorganiza��o do Tribunal Revolucion�rio; in�cio do "Grande Terror"; 22 e 23 de junho: falham as tentativas de concilia��o; 27 de julho: Golpe do 9 Termidor. Robespierre � acusado de tirania e guilhotinado, com 22 dos seus partid�rios, no dia seguinte. Napole�o e o Congresso de Viena A essa �poca, o elemento de maior lideran�a no ex�rcito era um jovem general, Napole�o Bonaparte, celebrizado especialmente depois da vitoriosa campanha da It�lia, em 1796. Napole�o Bonaparte tornou-se uma figura importante no cen�rio pol�tico mundial da �poca, j� que esteve no poder da Fran�a por 15 anos e nesse tempo conquistou grandes partes do continente europeu. Os bi�grafos afirmam que seu sucesso deu-se devido ao seu talento como estrategista, seu talento para empolgar os soldados com promessas de riqueza e gl�ria ap�s vencidas as batalhas, al�m de seu esp�rito de lideran�a. A sociedade francesa estava passando por um momento tenso com os processos revolucion�rios ocorridos no pa�s, de um lado com a burguesia insatisfeita com os jacobinos, formados por monarquistas e revolucion�rios radicais, e do outro lado as tradicionais monarquias europ�ias, que estavam temendo que os ideais revolucion�rios franceses se difundissem por seus reinos. O governo do Diret�rio foi derrubado na Fran�a sob o comando de Napole�o, que, junto com a burguesia, instituiu o "consulado", primeira fase do governo de Napole�o. Este golpe ficou conhecido como Golpe de 18 Brum�rio (data que corresponde ao calend�rio estabelecido pela Revolu��o Francesa e equivale a 9 de novembro do calend�rio gregoriano) em 1799. O fim do processo revolucion�rio na Fran�a, com o Golpe de 18 Brum�rio, marcou o in�cio de um novo per�odo na hist�ria francesa, e conseq�entemente, da Europa: a Era Napole�nica. Seu governo pode ser dividido em tr�s partes: Principais feitos Napole�nicos Consulado (1799-1804) Reequilibro das finan�as atrav�s do Banco Franc�s ; Cria��o do C�digo Napole�nico ( aspira��o da classe burguesa ) Assinatura da uma concordata com a Igreja Seguidas vit�rias contra as coliga��es Anti - Francesas Enorme popularidade de Napole�o, que em 1804, atrav�s de um plebiscito se faz coroar Imperador dos Franceses Imp�rio (1804 -1814/15) Vit�rias Francesas ; Forma��o de um Enorme Imp�rio ; Organiza��o do Bloqueio Continental (1806), com objetivo de arruinar economicamente a Inglaterra e favorecer as manufaturas Francesas ; Expans�o das id�ias revolucion�rias nos Pa�ses Absolutistas ; Invas�o da R�ssia (1812) marca o in�cio da derrota Napole�nica ; Outubro de 1813 - Derrota Napole�nica na Batalha de Leipzig ( "Batalha da Na��es" ) Invas�o da Fran�a e abdica��o de Napole�o Bonaparte em Fontainebleu ( 20 de abril de 1814 ), que � exilado para a ilha de Elba Junho de 1815 - Napole�o volta e assume o governo "Dos 100 Dias", por�m � derrotado definitivamente na Batalha de Waterloo e mandado para a Pris�o em Santa Helena . 100 dias (1815)
.Congresso de Viena Em Novembro de 1814, os pa�ses da 6a Coliga��o reuniram-se no Congresso de Viena para redesenhar o mapa da Europa P�s-Napole�nica. Dois princ�pios b�sicos orientaram as resolu��es do Congresso :
A divis�o territorial n�o satisfez a nenhuma das pot�ncias participantes, por�m foi restabelecido o equil�brio entre essas . Vejamos:
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