A melhor maneira de saber se está com halitose é perguntar a alguém próximo ou procurar ajuda de um especialista
Quando você sente um gosto amargo na boca, logo checa o hálito para ver se está tudo em ordem? Pois saiba que nem sempre o sabor ruim é sinônimo de halitose. A presença de amargo, azedo, podre ou metálico no paladar é sintoma de uma alteração chamada disgeusia. O gosto ruim é persistente e ocorre de forma espontânea, sem a pessoa ter comido nada com aquele gosto. “É um sinal de que há algo de errado, mas nem sempre é mau hálito”, diz o especialista em halitose, Arany Tunes.
Segundo o profissional, uma série de fatores podem levar a esse quadro, como alteração ou diminuição da saliva, excesso de saburra lingual – aquela camada esbranquiçada que fica no fundo da língua –, fome, deficiência de nutrientes, uso de alguns medicamentos, doenças, problemas dentários e gengivais, além de outras causas. “Somente um especialista no assunto consegue diagnosticar a causa e tratar de forma eficaz”, afirma.
A alteração no paladar se chama disgeusia
Foto: ARENA Creative / Shutterstock
Agora, para saber se o gosto está acompanhado de cheiro, assim que sentir o sabor diferente, é indicado fazer um exame para o hálito chamado halitometria. Os dentistas especialistas em hálito têm esse equipamento. “A avaliação de um especialista em hálito é fundamental. Ele terá condições de descobrir a causa e eliminar o problema de forma definitiva”. Outra maneira seria questionar alguém de sua intimidade e confiança.
Para prevenir o problema, basta ingerir bastante água ao longo do dia, mantendo uma boa higiene dos dentes e da língua, evitar o uso de medicamentos sem orientação médica e manter uma dieta equilibrada, comendo alimentos saudáveis a cada três horas.
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Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
Comida com cheiro de lixo, café com odor bem diferente do normal e produtos de limpeza com cheiro ruim? Esses sintomas são comuns de quem foi acometido pela Covid-19 e está se recuperando da doença, mas ainda sofre com as sequelas do vírus. O que poucos sabem é que o nome científico desta disfunção é parosmia. Essa condição, que é conhecida muito antes da pandemia, pode também ser causada por
outras infecções virais, como resfriados e gripes, golpes na cabeça ou no rosto que danificam alguma parte do sistema olfativo e, até mesmo, sem motivo aparente. “A parosmia, popularmente falando, é a falta de sensibilidade do olfato depois de um período conturbado, assim como depois de tirar o gesso do braço a pessoa ainda não o tem funcionando total. O vírus danifica as terminações nervosas do nariz e o cérebro fica incapaz de perceber os cheiros reais”, explica Mariana Castro de Souza,
coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera. Ao explicar com os termos técnicos, a coordenadora diz que “a explicação desse sintoma é que sentimos o cheiro pelos filetes olfatórios que estão no teto do nariz, junto à base do crânio. Eles ficam ali porque são sustentados por células que possuem ECA-2, enzimas conversoras da angiotensina 2, que têm na sua superfície receptores para
uma das proteínas que o vírus da Covid-19 possui, a proteína S. A partir dessa conexão, o vírus identifica o receptor, entra na célula e a destrói, causando a hiposmia ou anosmia, que é a falta do olfato.” “Mesmo o paciente já curado, todo esse processo faz com que aconteça uma ‘bagunça’ em sentidos básicos do cérebro como o olfato, ocorrendo, então, a parosmia. Ela afeta as terminações nervosas da região nasal, encaminhando sinais errados para a nossa cabeça. Isso acaba deixando a memória
básica um pouco distorcida e os cheiros ficam estranhos”, completa Mariana.
Vale lembrar que a parosmia é uma disfunção temporária, porém a recuperação total do olfato pode levar até seis meses. Entretanto, o processo pode ser acelerado com a procura de profissionais como enfermeiros e médicos otorrinolaringologistas, que auxiliam o paciente no tratamento a partir do 14º dia com a Covid-19. Estes tratamentos podem ser realizados por meio de sessões de treinamento olfatório, com a recuperação dos sentidos básicos.
TRATAMENTO
O tratamento, que sempre deve ser acompanhado de um profissional, consiste em sentir diferentes cheiros. O treinamento olfativo pode ser feito pelo menos duas vezes ao dia em que se inala odores por volta de vinte segundos concentrando no que está cheirando. “Dessa forma, vai forçando o cérebro a entender que tipo de odor é aquele”, de acordo com a especialista.
“Importante fazer tudo com muito cuidado junto com o especialista para não dar dor de cabeça ou outros sintomas. No algodão ou em um pedaço de papel, coloque cerca de 30 a 40 gotas do odor que preferir, pode ser óleo de lavanda, eucalipto, cravo, entre outros. Além disso, pode também usar potes com sabão em pó, orégano ou até mesmo chocolate”, finaliza a coordenadora.
O intuito do tratamento é acionar o cérebro com os cheiros e, com o tempo, ele vai assimilando melhor as suas características para ser identificado.